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Urbanização

Urbanização é o processo de crescimento populacional ou territorial de uma área urbana em taxas


superiores as encontradas nas áreas rurais. Ou seja, só podemos dizer que existe um processo de urbanização
se a zona urbana estiver superando o crescimento da zona rural, seja em termos populacionais ou territoriais.
Outra utilização para o termo urbanização é quando queremos dizer que uma área urbana está ganhando
aparelhos urbanos, como praças, túneis, ruas, e etc. Dependendo do caso, podemos utilizar o termo
reurbanização, quando for feito uma reorganização dos aparelhos urbanos.

Breve história das cidades

Historicamente falando, o nascimento das primeiras cidades vai acontecer no período conhecido
como Pré-história, no Neolítico o ser humano começa a perceber as vantagens de ter uma residência fixa,
saindo assim do nomadismo, desta forma começam a surgir núcleos tribais, que em seguida se tornam
pequenas vilas, e com o passar dos tempos essas vilas crescem até o ponto de poderem ser chamadas de
cidades. As primeiras organizações espaciais, reconhecidas nos tempos de hoje como cidades, se formaram
entre a África e a Ásia, na região conhecida como Crescente Fértil que se estende do Egito a Mesopotâmia,
os primeiros estudos apontavam para a Mesopotâmia como berço das primeiras cidades, Quish, Eridu,
Nipur, Uruk e Lagash, mas estudos mais recentes indicam que em toda região do Crescente Fértil e mesmo
fora dela é possível encontrar vestígios de antigas organizações urbanas como Catalhöyük na Turquia, que
podem ter surgido no mesmo período ou até antes, das cidades mesopotâmicas.
Na Idade Antiga, as cidades antigas conhecem seu apogeu algumas delas conseguem atingir o
surpreendente número de 1 milhão de habitantes como Alexandria, Atenas, Roma, entre outras. Vale
lembrar que mesmo neste apogeu, as cidades antigas dependiam extremamente da zona rural. É ainda na
Idade Antiga que começam as invasões “bárbaras” que foi o estopim para o processo de fuga das pessoas
das cidades (áreas propícias a grandes saques) rumo aos feudos (onde teriam a proteção dos senhores
feudais, e não haveria tanta riqueza acumulada que animassem os saqueadores), sendo assim, o período
histórico conhecido como Idade Média é marcado pela perca da importância das cidades frente às zonas
rurais.
Com o surgimento do Mercantilismo e todas as mudanças do período conhecido como Idade
Moderna, as cidades voltam a ganhar importância como centros econômicos e políticos, mas é no fim da
Idade Moderna e no Início da Idade Contemporânea que a cidade começa se torna mais importante que o
campo, tudo isso graças a Revolução Industrial. A grande oferta de empregos nas indústrias inicia um
intenso movimento migratório tendo como origem a zona rural e destino a zona urbana.
Um fato importante é que graças ao processo de Industrialização, temos de fato, o início do processo
de Urbanização, num primeiro momento marcado por um crescimento da zona urbana superior ao
crescimento da zona rural, e num segundo momento, onde de fato a zona urbana superou a zona rural em
população. No Brasil, por exemplo, na década de 70 a população urbana se tornou maior que a população
rural. Se no passado a zona urbana dependia da zona rural, nos dias de hoje é possível encontrar o inverso, a
zona rural em geral, depende da zona urbana. Se antes era possível um indivíduo viver toda a vida sem
precisar ir a uma cidade, nos dias de hoje este fato se torna inimaginável.
Se levarmos em consideração países ricos e países pobres, nos países ricos o processo de urbanização
teve início por volta do Século XVIII, enquanto nos países pobres, este fato tem início no Século XX, mas
precisamente por volta da década de 50. Segundo estudos recentes, em 2007 a população mundial se tornou

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mais urbana que rural. E baseado nas previsões atuais, em 2050, 70% da população mundial residirá nas
cidades.
O processo de urbanização tem limites, algumas cidades no mundo, por exemplo, Cingapura, Hong
Kong, Mônaco, Vaticano entre outras, já atingiram esse limite, seja por terem atingido seu limite territorial,
seja por terem atingido o limite populacional.
No mapa a seguir observe quais eram as maiores cidades mundiais em 2005:

Hierarquia Urbana

Com o passar dos tempos muitos estudiosos se dedicaram a estudar as relações entre as cidades,
esses estudos chegaram a conclusão da existência de uma hierarquia entre as cidades, ou seja, uma cidade
central influenciava outras cidades em seu entorno, ou mesmo em nível regional, ou nacional, daí surgiram
os modelos tentando representar essas ligações entre as cidades, e a classificação entre as cidades que
exercem influencia e as cidades que são influenciadas. Desta forma surgem os primeiros modelos de
Hierarquia Urbana, também conhecida como Rede Urbana.
A Rede Urbana ou Hierarquia Urbana em linhas gerais é formada por uma grande cidade (chamada
de metrópole) que influencia cidades médias (também chamadas de metrópoles regionais) que por sua vez
influenciam cidades pequenas, estas possuem influência sobre povoados e áreas rurais. Essas influências
podem ser de forma econômica, política e cultural.
Nos países ricos, as ligações entre as cidades são bastante eficientes, já nos países pobres, as ligações
entre suas cidades podem ser precárias, uma rede urbana para existir precisa não só de cidades, mas sim, que
exista entre estas cidades movimentações de pessoas e mercadorias o que só é possível com um bom sistema
de transportes.
Nos dias atuais graças ao desenvolvimento das tecnologias, ocorre uma flexibilização do modelo
básico de Hierarquia Urbana, hoje através da internet uma pessoa que resida em uma área rural pode ter
acesso a serviços prestados em uma metrópole ligada a sua Rede Urbana, ou mesmo uma metrópole de outra
Rede Urbana, quebrando assim a sequência que teria que fazer no passado, procurando o serviço primeiro
em uma cidade pequena, depois em uma cidade média, para só então procurar o serviço na metrópole.

Cidades Globais

As metrópoles nacionais são aquelas com poder de influenciar outras cidades dentro de um mesmo
país. As cidades globais, também conhecidas como metrópoles mundiais, são grandes aglomerações urbanas
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que funcionam como centros de influência internacional. Estão no topo da hierarquia urbana. São dotadas de
técnica e conhecimento em serviços de elevada influência nas decisões vinculadas à economia globalizada e
ao progresso tecnológico.
Nessas cidades, há grande concentração e movimentação financeira, sedes de grandes empresas ou
escritórios filiais de transnacionais, importantes centros de pesquisas, presença de escritórios das principais
empresas mundiais em consultoria, contabilidade, publicidade, bancos e advocacia, além das principais
universidades. São dotadas de infraestrutura necessária para a realização de negócios nacionais e
internacionais, aeroportos, bolsa de valores e sistemas de telecomunicações, além de uma ampla rede de
hotéis, centros de convenções e eventos, museus e bancos. Possuem serviços bastante diversificados, como
jornais, teatros, cinemas, editoras, agências de publicidade, entre outros.
A instituição responsável por classificar as cidades como global ou não, é a Universidade de
Loughborough (Londres) em uma fase inicial e posteriormente aperfeiçoada pela Globalization and World
Cities Study Group & Network.
Atualmente são reconhecidas mais de 50 cidades globais no planeta, divididas em três grupos,
conforme o grau de influência e importância mundial. A Europa é o continente que mais possui cidades
globais. As cidades mais influentes do mundo foram classificadas em três diferentes classes (Alfa, Beta e
Gama). Sendo a classe Alfa as cidades de maior influência no planeta, a Beta, intermediária, e a Gama
corresponde às cidades globais de menor expressão mundial.

 Grupo Alfa – Esse grupo é representado por cidades como: Londres, Nova Iorque, Paris, Tóquio, Los
Angeles, Chicago, Frankfurt, Milão.
 Grupo Beta – Entre as cidades desse grupo podemos destacar: São Francisco, Sidney, São Paulo,
Cidade do México, Madri.
 Grupo Gama – É o grupo que possui a maior quantidade de cidades, atualmente são 35, entre elas
estão: Pequim, Boston, Washington, Munique, Caracas, Roma, Berlim, Amsterdã, Miami, Buenos
Aires.

Crescimento Urbano

O crescimento urbano pode ocorrer devido ao crescimento vegetativo ou a movimentos migratórios,


este crescimento pode seguir uma orientação horizontal ou vertical, horizontal, quando a cidade cresce sobre
as áreas rurais a sua volta, vertical, quando a cidade eleva sua oferta de moradias através da construção de
prédios de vários andares.

Conurbação

Conurbação é o nome dado a uma situação onde duas ou mais cidades vizinhas se unem de forma
que não exista área rural entre elas. Continuam cidades independentes, com administração independente,
porém em muitos casos com problemas em comum. A conurbação é resultado do crescimento horizontal das
cidades. Em uma conurbação simples as cidades envolvidas podem ter a mesma importância hierárquica em
uma Rede Urbana.

Região Metropolitana

Quando várias cidades se unem em uma conurbação dão origem a uma região metropolitana, em
todos os casos conhecidos no mundo atual, estas cidades estão ligadas a uma cidade superior na hierarquia
das Redes Urbanas. Exemplo: A região metropolitana de São Paulo é composta por várias cidades (Santo
André, São Caetano do Sul, Diadema, São Bernardo do Campo, Osasco, etc.) que se conurbaram com a
cidade de São Paulo. Desta forma temos uma metrópole (São Paulo) conurbada com várias cidades
inferiores perante a organização da Rede Urbana que compõem.

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Megalópole

Uma megalópole é uma área superurbanizada, que geralmente concentra grande parcela da
população de um país, composta por várias metrópoles e centenas de cidades conurbadas ou em processo de
conurbação. Esse termo foi criado pelo geógrafo Jean Gottmann, que inicialmente o aplicou ao nordeste dos
Estados Unidos, de Boston a Washington, tendo Nova York como centro. Quando criou este termo
Gottmann pensou ter encontrado um caso único no mundo. E de fato até a década de 60 esta área era o maior
exemplo de áreas superurbanizada do planeta. Mas de lá prá cá outras áreas surgiram e continuam a surgir,
em alguns casos superando a região que deu origem ao conceito de Megalópole.
Abaixo, encontram-se listadas as maiores megalópoles do globo.

Megalópole Localização Metrópoles População


Hab.
Banana Azul Europa Ocidental Liverpool a Milão ?
Banana Dourada Sul da Europa Múrcia a Gênova ?
Bos-wash nordeste dos Estados Unidos Boston, Nova Iorque, Filadélfia, 50 milhões
Baltimore e Washington, DC
San-San Sudoeste dos Estados Unidos San Diego, Los Angeles e São 24 milhões
Francisco
ChiPits ao norte dos Estados Unidos, Chicago, Pittsburgh, Cleveland e 50milhões
na região dos Grandes Lagos Detroit
Delta do Rio litoral norte da China Tangshan, Tianjin e Pequim 23 milhões
Amarelo e Mar de
Bohai
Delta do Rio Azul litoral leste da China Nanquim e Xangai
Delta do Rio das litoral sul da China Macau, Cantão, Honguecongue, 60 milhões
Pérolas Foshan, Shenzhen e Dongguan
Golfo da Finlândia Norte da Europa São Petersburgo, Helsinque e Talim ?
Planície Indo- norte do sul da Ásia (Índia) Délhi, Varanasi, Calcutá e Daca ?
Gangética
Renana Europa ocidental, junto ao Amsterdã, Düsseldorf, Colônia, 33 milhões
vale do rio Reno Bonn e Stuttgart
Rio-São Paulo Sudeste do Brasil São Paulo e Rio de Janeiro 48 Milhões
Tokkaido sudeste do Japão Tóquio, Kawasaki, Nagoya, Quioto, 80 milhões
Kobe, Nagasaki, Osaka e Yokohama

Megacidades

O termo Megacidade foi criado pela ONU, para que uma cidade seja considerada pela ONU como
Megacidade é preciso que esta possua mais de 10 milhões de habitantes.

Urbanização nos países desenvolvidos

A urbanização nos países desenvolvidos foi motivada pela industrialização e pela mecanização do
campo. A industrialização abriu inúmeras vagas de empregos nas cidades que na época não exigiam maiores
especializações por parte dos trabalhadores. A mecanização do campo por sua vez, reduziu a necessidade de
mão de obra no campo, uma vez que uma máquina sozinha fazia (e faz) o trabalho mais rápido que várias
pessoas em um mesmo período de tempo. Assim, a mão de obra que sobrava no campo migrava para as
cidades, onde a oferta de empregos nas indústrias estava numa crescente.
Com o passar dos tempos a modernização das indústrias fez com que a necessidade de mão de obra
fosse reduzida, no campo a mecanização continuou avançando. O resultado foi o inchaço das cidades nos
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países desenvolvidos, surgimento de gigantescas favelas e áreas de moradias precárias, um tráfego caótico e
insuficiência de infraestrutura urbana (água encanada, pavimentação de vias, eletricidade, transportes
coletivos, etc.).
A modernização das indústrias obrigou a especialização da mão de obra, o que no começo gerou um
grande número de desempregados, porém, esta especialização teve uma consequência muito positiva. Graças
aos investimentos em educação visando melhorar a mão de obra, novas tecnologias e novas funções de
trabalho foram surgindo, fazendo com que essas cidades agora pudessem apoiar seu crescimento tanto na
atividade industrial (setor secundário) quanto na prestação de serviços comerciais, administrativos,
bancários, escolares entre outros (setor terciário).
Outra contribuição dos investimentos em educação foi ampliação da consciência cidadã entre os
moradores destas cidades, desta forma, ao mesmo tempo, que apareciam mais pessoas exigindo melhores
condições de vida, surgia também, pessoas estudando e apontando soluções para os problemas urbanos.
Nos dias de hoje, graças aos fatos citados anteriormente, as cidades nos países desenvolvidos estão
bem diferentes. As lutas sociais garantiram o direito a sistema de transportes eficientes, moradia e
infraestrutura urbana (eletricidade, rede de água, esgoto, etc.) para toda a população, além de baixos índices
de criminalidade.
Uma característica comum nas cidades dos países desenvolvidos é o planejamento urbano, ou seja,
todo o crescimento da cidade é planejado (em alguns casos com uma antecedência de até 50 anos). Desta
forma os governantes planejam em que direção a cidade irá crescer, onde ficarão os equipamentos urbanos
(escolas, hospitais, praças, ruas, e etc.). Assim, nos países desenvolvidos primeiro se organiza as futuras
áreas de ocupação para só então ocorrer a ocupação.
Outro fato importante relacionado as áreas urbanas nos países desenvolvidos diz respeito ao
subúrbio. Essas áreas são muito valorizadas, aí encontramos as residências de alto padrão. Nos países
desenvolvidos ser “suburbano” não é pra qualquer um, são áreas ocupadas por pessoas com altíssimo poder
aquisitivo.
Assim como o processo de industrialização, o processo de urbanização ocorreu primeiro nos países
desenvolvidos, devido a isso em alguns desses países a porcentagem da população urbana já passa de 90%
do total, tal como ocorre no Reino Unido e na Bélgica. Os países menos urbanizados entre os desenvolvidos
são Estados Unidos e Japão, com cerca de 78% ou 79% de população urbana.
Porém, as áreas rurais destes países são bem diferentes das áreas rurais dos países subdesenvolvidos,
o meio rural nos países desenvolvidos é bem servido de serviços como internet de alta velocidade, sinal de
TV Digital, rede de água, esgoto e gás, além de contarem com modernas rodovias e ferrovias.
Um fato que já é muito comum nos países desenvolvidos é a saída das pessoas do meio urbano para o
meio rural, isso acontece devido ao fato da zona rural desses países oferecerem ao mesmo tempo bons
serviços de telecomunicações e transportes, unido ao processo de globalização que possibilitou que pessoas
pudessem trabalhar a distância, via internet muitas pessoas realizam suas atividades, trocando assim os
escritórios por redes ou cadeiras de balanço em varandas, a vida frenética das cidades pela tranquilidade do
campo.

Urbanização nos países subdesenvolvidos

A urbanização nos países subdesenvolvidos e nos emergentes (Brasil, México, China, Índia entre
outros) é bem mais recente. Isso se deve ao fato da industrialização desses países só ter ocorrido a partir de
1930 ou 1950. Com os países ricos envolvidos na 2ª Guerra Mundial muitos dos governos dos então países
não industrializados aproveitaram para implantarem suas primeiras indústrias. Fossem essas estatais ou
privadas, nem que para isso tivessem que dar incentivos a empresas estrangeiras para a instalação de suas
filiais.
Para as empresas estrangeiras (principalmente estadunidenses) foi uma ótima oportunidade para
ganhar novos mercados consumidores (uma vez que o grande mercado europeu estava em frangalhos) e ao
mesmo tempo baratear sua produção graças ao fato de os trabalhadores dos países que estavam iniciando sua
industrialização aceitarem trabalhar por um salário muitas vezes menor que os trabalhadores nos países
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desenvolvidos, outra fato positivo para as empresas, era que os trabalhadores dos países recém
industrializados, ainda não se organizavam em sindicatos. Desta forma, o lucro das empresas iam as alturas
o que incentivava mais indústrias a criarem filiais nos países subdesenvolvidos.
Com a chegada das indústrias a oferta de empregos nas cidades explode, os mesmos efeitos da
industrialização e da urbanização ocorrida séculos antes nas cidades dos países agora desenvolvidos,
começam a surgir nos então países subdesenvolvidos. A população urbana começa a crescer em ritmo
acelerado, a mecanização do campo também tem início, fazendo com que o êxodo rural em direção as
cidades se acentue. Mas existe um diferencial, o processo de modernização industrial nos países
desenvolvidos chega em espaço de tempo menor do que o ocorrido nos países onde a industrialização
ocorreu a séculos atrás. O resultado foi a explosão de problemas sociais nas cidades recém industrializadas.
O aumento de pessoas nas cidades era muito superior a oferta de empregos das indústrias, o que
gerou um grande número de desempregados, para agravar, os exemplos das poucas pessoas que saiam da
zona rural e conseguiam emprego servia de esperança para outros moradores da zona rural se aventurarem
nas cidades. Mesmo com exemplos de pessoas que paravam na mendicância, a fascinação pelas cidades e a
crença no enriquecimento fácil continuou fazendo com que pessoas saíssem em busca da sorte nas grandes
metrópoles.
Assim as favelas começam a crescer de forma assustadora, a falta de empregos faz crescer a
criminalidade que ao se organizar se torna muito lucrativa, chegando ao ponto de em algumas áreas se
tornarem um poder paralelo.
Enquanto nos países de industrialização mais antiga o processo de modernização industrial demorou
entre 100 e 200 anos para ocorrer, nos países de industrialização tardia, isso ocorreu num espaço de 50 anos,
sendo assim a necessidade de mão de obra qualificada e a mecanização das indústrias fez com que a oferta
de emprego fosse reduzida ainda mais.
Como a educação nos países subdesenvolvidos sempre foi deixada em segundo plano, diferente do
que aconteceu nos países desenvolvidos, a população não se impôs em busca de soluções para os problemas
sociais. O resultado é que nos dias de hoje, essas cidades continuam sofrendo com os problemas sociais.
Falta de moradias, grande número de favelas (submoradias), desemprego e subempregos (grandes número
de pessoas se dedicando ao trabalho informal), sistemas de transportes ineficientes, redes de água e esgoto
inexistentes, além de altos índices de criminalidade (crime organizado).
Outra característica forte nos países de industrialização tardia é a falta de planejamento urbano.
Sendo assim, primeiro as áreas são ocupadas para depois surgir a preocupação com a segurança ambiental
ou mesmo de quem vai morar nestas áreas (casas em barrancos, em áreas de vazantes de rios). O que no fim
gera mais problemas para servir essas populações com equipamentos urbanos (ruas, hospitais, escolas,
praças e etc.) e é responsável por inúmeras tragédias.
Outra característica marcante das cidades dos países subdesenvolvidos é a desigualdade social. As
áreas pobres praticamente dividem espaço com áreas ricas. Assim, em uma simples foto, poderemos ver
prédios modernos, indústrias e ao fundo submoradias (prédios caindo os pedaços, favelas). O convívio entre
uma minoria que foi beneficiada pelos processos de industrialização/urbanização e uma maioria que tenta
sobreviver aos efeitos desses processos é constante. Cenas como uma criança pedindo esmolas em um sinal
de trânsito a uma socialite que compra joias caras para enfeitar sua cachorrinha de estimação e sai para
passear em seu carro importado são comuns.
Diferente do que acontece nos países desenvolvidos, o subúrbio nos países recém industrializados,
são áreas desvalorizadas, carentes de equipamentos urbanos, com sistemas de transportes ineficientes e
servem como moradia e dormitório para pessoas que trabalham nas áreas centrais das grandes cidades
fazendo com que um grande número de indivíduos tenham que se deslocar todos os dias sobrecarregando
ainda mais o ineficiente sistema de transportes.
Desta forma nos dias de hoje, o crescimento das cidades continua superior nos países
subdesenvolvidos, entre as cidades com mais de 10 milhões de habitantes, a maioria estão localizadas em
países de industrialização recente. Enquanto nos países desenvolvidos as cidades tendem a crescer
lentamente ou mesmo reduzir, nos países recém industrializados a tendência é o crescimento desordenado.

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Sendo assim, caso os investimentos em educação não ocorram, continuaremos vendo os problemas sociais
urbanos em pauta nas próximas décadas ou mesmo no próximo século.
O Brasil, considerado um país emergente, ou seja, que não pode ser mais considerado um país
subdesenvolvido, mas ainda não se tornou um país desenvolvido, vem nas últimas décadas passando por um
processo de desconcentração industrial. As indústrias que antes se localizavam concentradas no eixo Rio -
São Paulo, estão saindo destas grandes cidades e indo para cidades de outras áreas do país.
Isso acontece porque próximo ao centro das grandes cidades o preço do metro quadrado é muito caro
o que inviabilizam expansões nas indústrias, as periferias apresentam equipamentos urbanos insatisfatórios
para as empresas, para piorar devido o alto custo de vida nas grandes cidades, estas empresas precisam pagar
salários mais altos a seus funcionários que contam com sindicatos organizados e em vários casos são
trabalhadores com uma escolaridade mais qualificada, se tornando assim menos “manobráveis”.
Por isso, outras cidades localizadas em outros pontos do Brasil (principalmente fora do sudeste) com
ajuda de governos municipais e estaduais se tornaram alternativas viáveis para o crescimento industrial.
Estes governantes isentam as indústrias de pagarem impostos por um período de tempo (geralmente
décadas), em alguns casos até doam terrenos e fazem obras de infraestrutura para que as indústrias se
instalem, a oferta maior de mão de obra não sindicalizada e com menos anos de escolaridade fazem com que
as empresas tenham maior facilidade em lidar com seus trabalhadores.
Desta forma as grandes cidades brasileiras já não crescem como antigamente, já é possível perceber
que muitas pessoas estão saindo destas e migrando paras as regiões onde as indústrias estão se afixando. Por
isso este processo de desconcentração industrial pode no futuro trazer mudanças profundas nas grandes
cidades brasileiras, aumento do desemprego, ampliação da criminalidade ou mesmo a redução da área
urbana. Em contrapartida, nas cidades onde as indústrias estão se instalando (geralmente cidades médias),
caso não haja uma preocupação com o planejamento urbano (o que é muito comum em nosso país), a
tendência é que os problemas sociais se agravem. Outro fato que não podemos esquecer, é que a
globalização e seus efeitos como a maior automatização e qualificação da mão de obra ditará a forma como
o processo de industrialização/urbanização e ampliação do setor terciário irão influenciar a vida nas grandes,
médias e pequenas cidades, assim como, no espaço rural.
Na página sobre o espaço Urbano no blog você encontrará vídeos, imagens e links que te ajudarão a
aprender um pouco mais. Observe exemplos de áreas urbanas em países desenvolvidos. Perceba a
organização das ruas, a oferta de infraestrutura, a preocupação com a beleza da paisagem, entre outras
características. Você poderá perceber ainda que só em analisar alguns elementos da paisagem como a
arborização, poderá identificar se uma área é rica ou pobre.

Bibliografia

http://aulasdoprofessorglauber.blogspot.com.br/2013/03/a-primeira-cidade-do-mundo-e-primeira.html -
Visita Realizada em 25/02/2014

http://www.oeco.org.br/eduardo-pegurier/17187-oeco_22312 - Visita Realizada em 25/02/2014

http://geoguia.blogspot.com.br/2009/10/rede-urbana.html - Visita Realizada em 25/02/2014

http://www.brasilescola.com/geografia/cidades-globais.htm - Visita Realizada em 25/02/2014

http://pt.wikipedia.org/wiki/Megal%C3%B3pole - Visita Realizada em 25/02/2014

http://diariodoverde.com/superlotacao-proxima-parada/#ixzz2uO8od9SN - Visita Realizada em 25/02/2014

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Exercícios de Fixação Tema: Urbanização Pontos: 10 pontos

1) Se em um município a população rural teve um acréscimo de 2.000 habitantes e a população urbana subiu
1.780 habitantes. Podemos dizer que esse município está passando por um processo de urbanização?
Porque?

2) Tente explicar como funciona uma Rede Urbana ou Hierarquia Urbana.

3) O que é uma cidade global? Quais cidades brasileiras podem ser consideradas como cidades globais?

4) Sobre o crescimento urbano, qual a diferença entre crescimento horizontal e crescimento vertical?

5) O que é conurbação?

6) Qual a diferença entre Metrópole, Região metropolitana, Megalópole e Megacidade?

7) Quais são as principais cidades que fazem parte da megalópole brasileira?

8) Quais são as principais características das cidades nos países desenvolvidos?

9) Quais são as principais características das cidades nos países de industrialização recente?

10) Quais problemas urbanos podem ser observados na sede do município onde você mora?

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