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UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

CARGA TÉRMICA DE REFRIGERAÇÃO DE UMA


CÂMARA PARA FRUTAS

Professor: Msc. Raphael Ceni


Disciplina: Refrigeração e Ar Condicionado
​Ana Carla Queiroz Ra162759
Ewerton Scaliante Ra159598
Matheus Mazuquiel Ra159009

Campo Grande, MS
Junho, 2018
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1- Memorial de cálculo da câmara de refrigeração

A tabela 1 a seguir apresenta as condições exteriores da câmara de refrigeração, sendo


localizada na cidade de Cuiabá.

Tabela 1. ​Condições externas

Já na tabela 2 informa as condições internas da câmara de refrigeração, câmara a qual


tem como finalidade armazenar as laranjas resfriando-as.

Tabela 2. ​Condições internas

A câmara irá armazenar cerca de 380 toneladas de laranja e sendo que irá resfriar por
dia um total de 60 toneladas em caixas de madeiras que contém 21 Kg de laranja. A caixa
possui 3 Kg de madeiras com dimensões de 0,55x0,33x0,33 m. A câmara de refrigeração
possui um pé direito com 5 metros de altura e o limite de empilhamento das caixas é de 4
metros. Já a câmara possui dimensões de 15x30 m, sendo seu aspecto construtivo piso sobre a
terra e o teto sob o telhado, com paredes de cor média, e a parede do lado leste possui uma
câmara de peixe congelados com uma temperatura de - 20 ºC.
Para os devidos cálculos de carga térmicas serão necessários os coeficientes de calor
do sistema, e estes dados podem serem verificados na tabela 3 abaixo.
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Tabela 3. ​Coeficientes térmicos

Outros dados importantes para os cálculos está na incubencia de saber se existem


equipamentos de trabalho dentro da câmara, se há o deslocamento com entrada e saída de
pessoas, também a necessidade de saber se existem meios que emitem calor no ressinto e qual
a área de resfriamento. A tabela 4 a seguir informa todos os demais dados necessários para os
cálculos.

Tabela 4. ​Iluminação, equipamentos e quantidade de pessoas no local


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Os primeiros cálculos que devem ser feitos para uma análise de carga térmica é o
cálculo de isolamento do piso, onde é feito através da equação 1.

Q te−ti+Δtins
A = ΣR ​ ​(Eq.1)
Onde.
te: temperatura de bulbo úmido;
ti: temperatura desejada.

Na tabela 5 pode ser conferida o valor da espessura do isolamento, entretanto será


usado duas camada de isolamento devido a espessura no mercado ser 50 mm.

Tabela 5. ​Isolamento do piso

O próximo passo é o cálculo do coeficiente de transmissão de calor do piso, onde é


calculado pela equação 2.

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U piso = ΣR
​ ​(Eq.2)

O resultado do cálculo realizado pode ser encontrado na tabela 6.

Tabela 6. ​Coeficiente de transmissão de calor do piso


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Após ser encontrado o isolamento e o coeficiente do piso, é possível calcular o calor


transmitido através do teto, parede e piso da câmara de refrigeração. O cálculo é realizada
através da equação 3.
Q1 = AU (te − ti + Δtins) * 24 * 3, 6 ​(Eq.3)

onde,
Q1: Calor transmitido pelo recinto;
A: Área;
Δtins : Acréscimo de temperatura devido à isolação

O acréscimo é obtido através da tabela de insolação para câmara frigorífica, sendo que
este fator pode ser visto através da figura 1.

Figura 1. ​Insolação para câmara frigorífica

Na tabela 7 é possível ver os valores das áreas, o coeficientes, temperatura e o valor


do calor transmitido.
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Tabela 7. ​Calor transmitido pela parede, piso e teto

Após o cálculo de calor transmitido pelo recinto e feito o cálculo de calor devido a
infiltração, a equação 4 representa com o é feito o calculo.

Q2 = V i * n * (he − hi) ​ ​ (Eq.4)

onde,
Vi: Volume interno da câmara frigorífica;
n: número de trocas de ar por 24 horas;
he: entalpia exterior;
hi: entalpia do ar interior.

O número de trocas de ar é obtido através da figura 2, e as entalpias é encontrada na


figura 3.
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Figura 2. ​Número de troca de ar

Figura 3. ​Entalpias

A tabela 7 é possível ver o resultado do cálculo de calor devido a infiltração.


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Tabela 7. ​Calor devido Infiltração

Após os cálculos de calor devido a infiltração é realizado os cálculos de calor devido a


embalagem, calor devido o respiro do alimento e ao calor devido o produto, onde é obtido
através das equações 5, 6 e 7 respectivamente.

Q3e = me * ce * (tp − ti) ​ (Eq.5)

Q3r = ma * R ​ ​ (Eq.6)

Q3a = mp * c1 * (tp − tc) ​ ​ (Eq.7)

onde,
mp: massa diária de produtos;
c1: calor específico do produto antes do congelamento;
tp: temperatura inicial do produto ou da embalagem;
tc: temperatura de congelamento do produto;
ma: massa do produto armazenado;
R: calor de respiração do produto;
me: massa diária de embalagem;
ce: calor específico da embalagem;
ti: temperatura interna da câmara frigorífica.
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Os valores de calor específico do produto antes do congelamento pode ser encontrado


na figura 4 e o calor de respiração do produto .

Figura 4.​ Dados dos produtos

Os resultados obtidos podem ser encontrados na tabela 8.

Tabela 8. ​Calor devido a embalagem, calor devido a respiração e calor devido o produto
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O próximo cálculo a ser realizado é em relação ao calor cedido pelas pessoas que
trabalha na câmara. O cálculo é realizado através da equação 8.

Q4 = n * q * np ​ ​(Eq.8)

onde,
n: número de pessoas que circulam na câmara;
q: calor gerado por pessoas;
np: horas que as pessoas permanece na câmara.
o numero de calor gerado por pessoa é encontrado na figura 5, já na tabela 9
encontra-se o resultado do cálculo.

Figura 5. ​calor equivalente por pessoa

Tabela 9. ​ Calor cedido por pessoa

Através da equação 9, é possível calcular o calor cedido pela iluminação e a equação


10 é utilizada para calcular o calor cedido pelos motores encontrados dentro da câmara
frigorífica.
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Q5 = P * ni * 3, 6 ​(Eq.9)

P *nm
Q6 = η * 3, 6 ​ ​ (Eq.10)

onde,
P: Potência;
ni: número de horas de funcionamento da iluminação;
nm: número de horas de funcionamento do motor;
η : rendimento do motor.

Os resultados dos cálculos de calor cedido por iluminação e calor cedido pelos
motores podem ser encontrados pelas tabelas 10 e 11 respectivamente.

Tabela 9. ​Calor cedido por iluminação

Tabela 10. ​Calor cedido pelos motores


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Após realizar todos estes cálculos de calor é possível encontrar qual a carga térmica
da câmara frigorífica, utilizada para refrigeração e armazenamento de laranja. A tabela 11
mostra o valor total de calor encontrado para a carga térmica em 20h de trabalho.

Tabela 11. ​Carga térmica total

2- Seleção dos equipamentos e acessórios para a


montagem da câmara frigorífica

2.1- Escolha da Unidade Evaporadora

Fabricante Trineva
Utilizaremos 4 unidade evaporadora do tipo FTBI 542, com desempenho térmico de 5
mm de espaçamento entre aletas e capacidade nominal a variação de temperatura de 6º, com
degelo elétrico, aplicado em médias e baixas temperaturas. O evaporador possui dimensões
de 2,889x514x732 mm, conexões para entrada de líquido com ⅝ de polegadas, saída de
sucção com 2 ⅛ de polegada, equalizador ¼ de polegada e dreno de 1 ¼ de polegada, O peso
do evaporador é de 272,4 kg. Possui voltagem de 380V com 3 condutores. A cabine é em
alumínio liso, sistema de degelo composto por resistência internas ao núcleo e um par de
resistência na bandeja, motoventiladores de rotor exterior trifasico de 1.100W com helice de
500mm e grau de proteção IP54 com graxa anticongelante. Possui em flash de ar de 21
metros e velocidade final de 0,25 m/s.
A serpentina é construída com aletas corrugada, auto-espaçadas de alumínio e
tubulação de ⅝ de polegada, utiliza-se válvula Schrader para medição de pressão de sucção.
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O evaporador terá vazão de ar de 32,400 m³/h e a capacidade nominal a uma


temperatura de -5 º na saída do evaporador é de 38.4464 Kcal/h. O evaporador poderá ser
usado com fluidos refrigerantes como R22, R402B. A figura 6 mostra o modelo do
evaporador escolhido.

Figura 6. ​ Unidade evaporadora

2.2. Unidade condensadora

Para a escolha da unidade condensadora será utilizado condensador remoto mais


compressores,através da carga térmica calculada foi feita a escolha um condensador remoto
Cdr com 3 ventiladores, com 6 polos, CdrB (12 app) DT 10ºC, com motor de 60Hz, com
corrente de 19,5 A para uma tensão de 220V e 11,34 A para uma tensão 380V, com potência
de 5,97 KW, com uma vazão de ar de 67275 m^3/h. Estes dados podem ser visto na figura 7.

Figura 7. ​Dados da unidade condensadora


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2.3. Válvula de expansão

A válvula de expansão utilizada para este projeto será uma válvula de expansão
termostatica danfoss tex2 R22 rosca (corpo), A injeção é controlada em função do
superaquecimento do refrigerante, sendo assim adequada para injeção de líquidos em
evaporadores secos, o corpo de válvula angular, entrada de ⅜ polegadas, saída de ½
polegada, tubo capilar de 1,5m, pressão máxima de trabalho de 34 bar. TE 2, rosca/rosca,
versão com equalização externa, conexão de equalização de ¼ pol e 6 mm. A válvula é feita
de latão, possui comprimento de 1500mm, tipo de conexão de equalização rosca, tamanho da
entrada de ⅜ polegada, tamanho da saída ½ polegada por ¼ polegada, faixa de temperatura
de -40 a -10ºC. A figura 8 mostra o modelo da válvula utilizada.

Figura 8. ​Válvula de expansão

3- Recalculando as cargas térmicas relativas


Conforme a unidade compressora possui seu motor para o lado de fora da câmara
frigorífica, para calcular o calor será utilizado a equação 11.

Q6 = P * nm * 3, 6 ​ ​ (Eq.11)

Os cálculos foram realizados e o resultados podem ser visto na tabela 12.


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Tabela 12.​ Calor cedido pelo motores do evaporadores

Já os Cálculos para correlação das capacidade é determinado através das equações 12 e 13,
encontrada abaixo.

Qm = P * 652 ​(Eq.12)

Qcd = (Qcp + Qm) * F 1 * F 2 * F 3 * F 4 ​ (Eq.13)

onde, os fatores de correção serão obtidos por tabelas encontradas nas figuras 8 e 9.

Figura 8. ​Fatores de correções


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Figura 9.​ Coeficiente Fcp para compressores abertos

A capacidade frigorífica do compressor é de 656383 Btu/h, os devidos cálculos foram


realizados e encontrou-se uma capacidade efetivamente rejeitada pelo condensador pode ser visto na
tabela 13.

Tabela 13. ​Capacidade efetiva rejeitada

4- Alimentação elétrica para a câmara


A alimentação para a câmara frigorifica, deve possui um valor total de
aproximadamente 8 KW, sendo assim construído um quadro de distribuição com disjuntores,
contatores, botoeiras, reles de sobrecarga e entre outros componentes de extrema importância
para a segurança da câmara frigorífica, não ocasionando uma danificação dos equipamentos
de refrigeração.
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Conclusão

Dessa forma, pode-se concluir que o projeto de cálculo da carga térmica de refrigeração de
um câmara de frutas na cidade de Cuiabá foi executado com sucesso, salientando a real necessidade
de montar um sistema de refrigeração com expansão direta e com unidade de condensação do ar para
o resfriamento das frutas. Também foi necessário a seleção de equipamentos e acessórios para
montagem do sistema de refrigeração, visto que o mesmo é composto por componentes a exemplo do
evaporador, o condensador junto ao compressor e a válvula de expansão.
A escolha foi realizada segundo um criterioso método de memorial de cálculo já apresentado
anteriormente com os diversos fatores do ambiente em questão junto aos parâmetros que as empresas
consolidadas no mercado oferece com seus produtos. Com isso, utilizou-se os parâmetros calculados
de cada equipamento e adequou aos do mercado para a escolha correta do equipamento do sistema de
refrigeração permitindo assim que o mesmo trabalhe na faixa permitida pelo fabricante.

Bibliografia

Catálogo de produtos Trineva disponivel em <


http://trineva.com.br/pdfs/Catalogo2015_SITE.pdf​ >, acesso dia 01 de junho de 2018.

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