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SOCIOLOGIA
Profº. ROGÉRIO RIBEIRO
Bons estudos!!!

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BASES HISTÓRICAS DO SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA

Para melhor compreender o surgimento da Sociologia faz-se


necessário, a priori, analisar um conjunto de transformações que ocorreram ao longo da
transição do feudalismo para o capitalismo.

Isso significa que a transição do feudalismo para o capitalismo foi


marcada, rapidamente, por três grandes Revoluções, a saber:

Revolução Cultural ou Intelectual


(fé -----> razão)
Transformações que ocorreram em meados do
século XV que, resumidamente, objetivaram
substituir as explicações baseadas na fé por
explicações baseadas na racionalidade.
Exemplos: Revolução Científica, Renascentismo e
Humanismo.

Revolução Francesa (Política)

A Revolução Francesa representou uma revolução


com caráter político. Assim, como visto na
História, se baseou nos ideais de Liberdade,
Igualdade e Fraternidade, garantindo, assim, a
ascensão da burguesia ao poder em detrimento
do Absolutismo do Rei.

Revolução Industrial (Econômica)


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A Revolução Industrial, como explica a História,


acabou por consolidar o capitalismo.
É sabido que esta Revolução trouxe consigo vários
avanços, mas, também, insegurança para a
ordem social.
Em verdade, foi marcada pela alta jornada de
trabalho, por locais de trabalho insalubres,
exploração do trabalho infantil e feminino,
péssimos salários, mortes dentro das fábricas,
desemprego, enfim, CAOS social.

Desta feita, em meio a este caos social trazido por estas Revoluções,
surge no século XIX a Sociologia com a finalidade de oferecer soluções para este caos.

Sob esta óptica, pode-se dizer que a Sociologia nasceu conservadora,


e não revolucionária.

Obs.: CIÊNCIA X SENSO COMUM

Ciência = trata-se de um conhecimento metódico, procura ser objetiva e não se


basear no meio em que está inserida. Assim a ciência é um saber sistemático na medida em que constitui
um conjunto organizado de conhecimentos, havendo da parte dos cientistas um esforço para que as
diversas teorias se articulem entre si e sejam coerentes.

- Características:

a) Objetiva;
b) Constituído por um conjunto de teorias, que são hipóteses já estabelecidas e comprovadas;
c) É preditivo, na medida em que prevê a ocorrência de novos fenómenos;
d) É reversível, pois encontra-se sujeito a correções;
e) É provisório até surgir outra teoria mais eficaz e mais próxima da verdade.

Senso comum = trata-se de um conhecimento produzido no meio social através


da vivência histórica. É um conhecimento direcionado para a prática e que adquire valor de verdade no
interior do meio social em que se encontra. Está intrinsecamente ligado ao sistema de crenças do meio
social e cultural do sujeito.

- Características:

a) Espontâneo e imediato;
b) Sensitivo;
c) Subjetivo;
d) Assistemático e desorganizado;
e) Não metódico e indisciplinar;
f) Dogmático e acrítico.
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AUGUSTE COMTE (positivista)

Comte demonstrou preocupação com os problemas sociais que a


França vivia na virada do século XVIII para o IX. Estes problemas
eram decorrentes da consolidação do capitalismo na França e das
Revoluções que a sacudiram.
Assim, com o fim de encontrar soluções capazes de restaurar a ordem,
debruçou-se sobre as questões sociais em busca de remédios capazes
de fazer a sociedade reencontrar o equilíbrio.
Para realizar esta tarefa, Comte inspirou-se nas Ciências Naturais; na
Física e Biologia.

Positivismo = positivar as leis naturais.

Física Social = para Comte, as leis naturais regulam a sociedade e,


portanto, o cientista social deve buscar estas leis naturais e ensiná-las aos indivíduos.

Comte desenvolveu seu pensamento da seguinte forma:

Organicismo
Segundo Comte, a sociedade deve ser comparada a
um organismo humano. Isso significa que, assim
como o organismo humano, a sociedade é
composta por partes coesas e integradas, devendo
todos os “órgãos” funcionar em total harmonia, sob
pena de comprometer toda a sociedade.

Cientificismo

Crença na razão humana como único critério de


verdade científica. Comte destaca que o cientista
social deve ser neutro e objetivo.
Este pensamento resume a frase: “Ciência dai
previdência e previdência dai ação”.
- Os homens ao tomarem conhecimento das leis
reguladoras da vida em sociedade pela Ciência,
poderiam prever como a sociedade se comportaria
no dia a dia (previdência). Prevendo como a
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sociedade se comportaria, os homens poderiam se


adaptar às leis descobertas e agirem no sentido de
garantir a ordem social.

Evolucionismo
(Darwinismo Social)

Para o pensador a sociedade passa por uma


evolução.
Há uma lei de adaptação, na qual, a sociedade com
maior racionalidade passa pela seleção e consegue
sobreviver.
Dessa forma, o fator adaptativo é a racionalidade.
Isto é, a sociedade mais evoluída é a mais racional,
a exemplo, a Positivista.

Este ponto do pensamento de Comte sofre critica.


De acordo com os críticos, o discurso darwinista
promove uma análise a-histórica da realidade, pois
não leva em conta se o sujeito teve oportunidades
ou não para se desenvolver.

Ordem e Progresso

Como consequência dos pontos anteriores, Comte


enfatiza que o Progresso é garantido e certo, tão
somente, quando a sociedade está em Ordem
(organizada; todos os “órgãos” em total
funcionamento). A sociedade que consegue
descobrir as leis sociais (naturais) que a rege
conseguirá, por sua vez, progredir.

Obs.: LEI DOS TRÊS ESTÁGIOS

Estágio Teológico (menos avançado) > Metafísico > Positivo (mais


avançado, pois tem maior conhecimento das leis sociais, naturais. Portanto, mais
racional).

Lembrando que, o Fator adaptativo é a Racionalidade. Quanto mais


racional, logo, mais avançada é a sociedade.
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ÉMILE DURKHEIM (primeiro professor de Sociologia)

Sociologia funcionalista (segundo este pensador, os fatos sociais


cumprem uma função social, qual seja, preparar o indivíduo para a
vida em sociedade, formatando-o. Por isso, a Sociologia de Durkheim
é chamada de Sociologia Funcionalista).

Durkheim foi fundamental para o desenvolvimento da Sociologia


enquanto ciência, pois delimitou o seu objeto de estudo (Fato Social) e sistematizou
um conjunto de regras para o cientista estudar a sociedade (como exemplo, o cientista
deve ser neutro; não basear em sua pré-noções, e tratar o objeto como coisa).

1 OBJETO DE ESTUDO

FATO SOCIAL = maneira de ser, agir, sentir e pensar de um dado


grupo social, possuindo as seguintes características:

a. Geral (atinge a todos ou a maioria);


b. Exterior (independe da vontade própria do
individuo);
c. Coercitivo (penaliza aqueles que não o respeita).

A função do Fato Social é formatar o comportamento dos indivíduos,


tornando-os seres sociais.

Exemplo de Fato Social:


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Consciência Coletiva (conjunto de crenças e


sentimentos comuns à média dos membros de um
grupo social, formando um sistema determinado e
com vida própria);

Educação (é um Fato Social fundamental, pois


exerce importante função na socialização dos
indivíduos);

Profissão; Crenças e práticas religiosas, entre


outros.

FATO SOCIAL NORMAL FATO SOCIAL PATOLÓGICO

(saúde) (doença)

 Frequente, usual, recorrente;  Excepcional;


 Condição de existência da sociedade;  Não é uma condição de existência;
 Confirma a consciência coletiva;  Ameaça a consciência coletiva;
 Confirma a coesão social  Ameaça a coesão social

Cada sociedade deve ser analisada de uma maneira neutra, vez que,
em um mesmo tempo, o que é normal para uma sociedade poder ser patológico para
outra.

Dessa forma, deve ser observada a taxa de incidência. Por exemplo;


o Crime. Se aumentar ou diminuir drasticamente torna-se Patológico.

Isso significa que o crime é normal quando está dentro de uma taxa
média.

Lembrando que o Fato Social Patológico pode originar uma situação


de ANOMIA (situação de crise moral causada pela ausência de normas morais
formatadoras do convívio social).

Exemplos de situações anômica: Guerras e Revoluções; Luta de classes, Falências e crises do século XIX;
Falta de consenso entre as gerações mais velhas com as mais novas; Rápidas e bruscas mudanças sociais.
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Desta feita, toda Anomia veio de um fato social patológico, mas, nem
todo Fato social patológico é anomia.

Por fim, para reverter esta situação de Anomia e deixar de ser egoísta,
são necessárias as instituições integradoras (Família, Religião, Escola) e as
coorporativas (Ex: OAB, CREA), pois elas farão o sujeito a dar valor às leis, deixando
de ser egoísta.

2 SUICÍDIO = Durkheim escreve um livro para demonstrar que, no momento do


suicídio, a sociedade interfere nesta decisão do indivíduo. Portanto, o suicídio não
possui causas individuais e/ou biológicas, mas deve ser visto como um Fato Social.

Então, o autor, destaca três espécies de suicídio. Confira:

a. Altruísta (o individuo valoriza mais a sociedade


do que sua própria vida).
Ex: Homens bomba.

b. Egoísta (ao contrário do primeiro, neste o


sujeito sente a ausência da sociedade, pois está
isolado das instituições. Portanto, deve religar
este sujeito na sociedade).
Ex: indivíduo se mata ai término de um
relacionamento amoroso por não se sentir acolhido
em nenhum outro tipo de relacionamento social.

c. Anômico (o sujeito se mata em função de uma


crise ocorrida na sociedade que o desestabilizou.
Isto é, ocorre quando uma situação de anomia
afeta a sociedade e, por conta da desestruturação
social, o indivíduo se sente desestruturado).
Ex: muitos investidores suicidaram em função
da quebra da bolsa de Nova York em 1929.
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3 SOLIDARIEDADE = mecânica e orgânica.

Mecânica Orgânica

Primitiva; não desenvolvidas Desenvolvidas

 Alta Consciência Coletiva;  Baixa Consciência Coletiva;


 Baixa Divisão Social do Trabalho;  Alta Divisão Social do Trabalho;
 Coesão por semelhança, por  Coesão por interdependência;
sentimento, por amor;  Forte pensamento: Eu!
 Forte pensamento: Nós!  Direito restitutivo.
 Direito repressivo. Ex: sociedades capitalistas.
Nota-se, então, que o aumento da DST alterou o

Ex: sociedades pré-capitalistas e tipo de coesão. Antes os sujeitos se relacionavam


por sentimentos, agora se relacionam por
indígenas. (para Durkheim, são grupos
dependência. Como, a exemplo, o médico se
inferiores; primitivos). relaciona com o comerciante porque necessita de
arroz para sua sobrevivência e o comerciante se
relaciona com o médico porque precisa passar por
uma cirurgia para sobreviver.
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MAX WEBER (anti-positivista)

Weber defende a Sociologia compreensiva, isto é, busca


compreender o motivo que leva o individuo a agir.

Para o autor, o sujeito é o fundamento da sociedade; os fenômenos


sociais dependem das escolhas dos sujeitos (o sujeito é um ser histórico).

Também, o pensador defende que o cientista baseia sim em sua pré-


noções.

Assim, fica clara a distinção entre Weber e os positivistas, vez que,


aquele defende o sujeito como ser-histórico, já estes não. Ademais, Weber assinala que
o cientista social leva em consideração suas pré-noções ao estudar a sociedade, já os
positivistas pregam a neutralidade.

1 OBJETO DE ESTUDO

AÇÃO SOCIAL = para Weber, os indivíduos agem pensando em


outros indivíduos. Já quando dois ou mais indivíduos orientam-se, reciprocamente,
quanto a um conteúdo significativo entre eles, chamamos de Relação Social.

Dessa forma, Weber elaborou um instrumento para auxiliar o cientista


social em seus estudos. Este instrumento não deve ser buscado, na medida em que não
existe concretamente na sociedade, pois cada pessoa tem o seu.

Este instrumento recebeu o nome de Tipo Puro ou Tipo Ideal de Ação


Social.
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Confira.

2 OS QUATRO TIPOS PUROS (OU TIPO IDEAL) DE AÇÃO SOCIAL

Ação social racional Ação social racional Ação social afetiva Ação social
com relação a fins com relação a tradicional
valores
- o indivíduo age
- o indivíduo age
movido pelo calor - o indivíduo age
planejadamente em - o indivíduo age
da emoção ou em por força do hábito,
busca de um planejadamente,
função de um forte por força de um
resultado.
mas não visando sentimento que o costume, de uma
- Essa pessoa que um resultado.
domina. tradição.
planeja antes de agir
Ex: ação motivada
é livre, pois pode - Essa pessoa que
por crença. Planejar,
executar ou desistir Ex: crise de ciúmes age por força da
se preparar e ir à
da ação.
Romaria. (o indivíduo que o leva a brigar tradição não é
com o cônjuge. livre.
agiu em função de um
valor que o orienta, Ex: usar aliança por
independentemente do força do costume.
resultado da Ação).

3 OS TRÊS TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO

Dominação não se confunde com a definição clássica de poder


(possibilidade de se impor a própria vontade dentro de uma relação social, logo,
independe do consentimento da pessoa dominada).

Dessa forma, ao contrário do poder, a dominação ocorre de forma


legítima, ou seja, com concordância, aval, anuência.
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São os três tipos puros de dominação:

Dominação racional legal Dominação tradicional Dominação carismática


Também chamada de burocrática

- “a” obedece a “b” por - “a” obedece a “b”, pois


- “a” obedece a “b” por força de um hábito, de um enxerga nele qualidades
acreditar na existência e na costume, de uma tradição. mágicas ou heroicas.
validade de uma lei, de um
contrato.
- relação pessoal. - relação pessoal.
- gera uma relação
impessoal (mais adequada
ao capitalismo).

4 A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO (livro)

Weber, ao viajar para os EUA, percebe que os mais ricos são


protestantes.

Então, volta seus estudos à Reforma Protestante, precisamente na


doutrina Calvinista e observa alguns fundamentos desta doutrina.

Veja:

 O trabalho dignifica o homem;


 Quem trabalha muito, tem o sinal da salvação;
 Acumulação de capital, poupança e riqueza são
sinais de salvação;
 Vida ascética (simples desligada de prazeres);
 Vida planejada, calculada.

Weber, depois desta análise, constatou que a ética protestante


conduzia os seus seguidores a uma vida disciplinada, voltada para o trabalho, para a
poupança e a produtividade.
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Assim, esta ética acabou por contribuir para o desenvolvimento do


capitalismo. Não se trata da única causa e nem a mais importante, mas foi sim uma
causa que contribui para o capitalismo se erguer.

Destaca-se, portanto, que Weber não tem uma visão determinista.

5 RACIONALIZAÇÃO = Para Weber a racionalização levou ao capitalismo, à


burocratização, ao desencantamento do mundo (desmagistificação) e à secularização
(passagem da fé para a razão).

Weber diz que a racionalização prende as pessoas, inibindo suas


emoções. (“homem está enjaulado”).

6 O ESTADO PARA WEBER = Monopólio Legítimo da Violência.

 Monopólio: somente o Estado usa a força, a


violência.
 Legitimo: as pessoas concordam que somente
o Estado pode utilizar a força.
 Violência: coação física (instrumento de
poder).

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KARL MARX

1 MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO = trata-se do método de análise


social desenvolvido por Marx e Engels. Para eles, o cientista social deve compreender
que a história está em constante dialética (movimento/desenvolvimento) e, assim, o que
garante esta dialética é algo material (concreto, perceptível, não ideal), isto é, a luta de
classes.

- Materialismo = O TRABALHO é compreendido como a condição material de


existência dos homens (condição objetiva e concreta) substancial e da qual a
humanidade não pode fugir. Assim, entendemos o caráter Materialismo do método de
análise social de Marx.

- Histórico = A maneira como os homens se organizam para trabalhar e produzir sua


sobrevivência é histórico, ou seja, muda de tempos em tempos. Transitória.

- Dialético = Em Marx, as forças contrárias moventes da realidade social seriam as


classes sociais. Por isso, sua famosa frase: “a luta de classes é o motor da história”. O
confronto entres essas forças (antíteses) resultaria a realidade social (tese).

História -----LUTA DE CLASSES-----> dialética/movimento


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2 OBJETO DE ESTUDO = Modo de Produção Capitalista

Onde há homens (e mulheres) há necessidades. Para suprir estas


necessidades, os humanos trabalham e, ao trabalharem, contraem entre si relações
sociais de produção e fazem uso das forças produtivas.

Portanto, o objeto de estudo de Marx, isto é, o Modo de produção


capitalista, em verdade, é a somatória das relações sociais de produção com as forças
produtivas.

Veja.

Relações sociais de produção + forças produtivas = Modo de


produção capitalista.

Entende-se, então, a dicotomia:

Classe dominada (expropriada, ou seja, que tiveram


seus meios de produção tomados: o proletariado).

Classe dominante (detentora dos meios de


produção: a burguesia).

3 TRABALHO = é uma atividade racional (exclusiva do ser humano) voltada para


atender as necessidades do ser humano. Para Marx, o Trabalho encontra-se na base da
sociedade, isto é, na base material (também chamada de infraestrutura).

SUPERESTRUTURA
(LEIS, RELIGIÃO,
INSTITUIÇÕES,
COSTUMES, MORAL,
CULTURA, ETC.)

BASE MATERIAL
(TRABALHO)

A base material sustenta a


superestrutura. Esta mantém/conserva a base material. Portanto, uma determina a outra.
Relacionam-se. (as relações sociais de produção em conjunto com as forças produtivas formam o que
Marx chamou de infraestrutura da sociedade; esta, por sua vez, condiciona o que ele chamou de
superestrutura da sociedade).
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4 MARX E O ESTADO = Para Marx, o Estado possui duas funções, a saber, a Real e a
Aparente.

Função real: defender o interesse da classe


dominante. No capitalismo, da Burguesia.

Função aparente: proteger a coletividade, preservar


o bem estar de todos. (A função aparente visa, tão
somente, camuflar a função real).

5 MARX E A HISTÓRIA = Para Marx a luta de classes é o motor da História. Em


outras palavras, a luta entre proletariado e burguesia faz com que a História se
desenvolva.

6 MARX E A IDEOLOGIA = Ideologia é um sistema de ideias desenvolvidas pela


classe dominante com o objetivo de explicar a realidade de acordo com seus interesses e
suas conveniência. (Ideologia Burguesa). Para tanto, a burguesia lança mão da:

Inversão: inverte as explicações sobre a realidade.


Por exemplo, o que é justo torna-se injusto e vice-
versa.

Naturalização: a burguesia responsabiliza a


natureza pelo sofrimento do operário.

Por exemplo, “o operário é pobre e explorado


porque a natureza assim quis”.

7 MARX E A ALIENAÇÃO = A alienação pode ser definida como: condição em que


a consciência do indivíduo encontra-se presa e fragmentada em função das relações
sociais de produção baseadas na propriedade privada e na Divisão Social do Trabalho.
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Consequências da Alienação:

a. Estranhamento: o trabalhador não se


identifica com o produto do seu próprio
trabalho e, assim, passa a achar que tem vida
própria (independe do seu trabalho);

b. Fetiche da mercadoria: por achar que o


produto independe do seu trabalho, o
trabalhador passa a cultuá-lo, a transmitir
sentimento à mercadoria. Portanto, fica
“enfeitiçado pela mercadoria”;

c. Coisificação do homem: achando que a


mercadoria tem vida própria, isto é,
independe de seu trabalho, o trabalhador
começa a transmitir sentimentos e, assim,
passa a dar mais valor a esta mercadoria do
que para sua própria vida.

8 MARX E A MAIS-VALIA = Mais-valia é o trabalho excedente não remunerado.


Isso significa: valor excedente produzido pelo trabalhador que não fica com ele.

Tipos:

Absoluta: aumento do esforço físico do trabalhador.


(Ex: aumentar a jornada de trabalho e reduzir tempo
de almoço faz com que o operário trabalhe mais e
produza mais. Entretanto, este valor que produziu a
mais, não será devidamente pago ao trabalhador).

Relativa: introdução de novas tecnologias.


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Na Idade Média o servo produzia no campo e o artesão nas cidades. O


primeiro utilizava a terra para sustentar sua família. Já o artesão, com suas próprias
ferramentas, produzia artesanatos para manter sua casa.

Ocorre que, com o Capitalismo, os artesãos e os servos foram


expropriados, ou seja, tiveram seus meios de produção tomados pela classe dominante.

Sem alternativa, os expropriados venderam sua força de trabalho,


dando inicio ao assalariamento.

Contudo, os assalariados expropriados, produzem 10x, mas recebem


por, apenas, 1X. Logo, os 9X produzidos a mais não remunerados representam a mais-
valia.

9 OBJETIVO DE MARX = Ele partiu para a ação e, assim, propôs aos trabalhadores
que, por meio da práxis social, intelectual e política, assim como por meio da
organização de classe internacional e revolucionária, promovessem a destruição do
capitalismo e a sua substituição pelo comunismo.

O comunismo seria um modo de produção em que os homens não se


organizariam em classes sociais, pois não existiria mais a propriedade privada dos
meios de produção. Assim, não haveria, portanto, Estado.
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TRABALHO = Atividade através da qual os seres humanos suprem suas necessidades,


transforma a si mesmo, humaniza a natureza e desenvolve suas faculdades.

Características:

a. Atividade relacional;
b. Atividade exclusiva do ser humano;
c. Produto: quando o resultado adquire valor de;
d. Mercadoria: quando o resultado adquire valor
de troca;
e. Agrega valores: Ex: o couro, quando no animal
“não tem valor” algum. Agora, a partir do
trabalho, esse couro é transformado em uma bota
de couro, logo, adquire valor. Por isso dizer que o
trabalho faz agregar valores.

1 CONCEPÇÕES DE TRABALHO EM DIFERENTES SOCIEDADES

Indígena/Tribais Escravocrata Feudal Capitalista

- para o Índio não existe - trabalho baseado na - concepção - baseado na exploração


uma concepção de
exploração, na ideológica na qual o - alta D.S.T
trabalho, ou seja, ele
dominação. trabalho era
visto - meios de produção
simplesmente trabalha.
- meios de produção como castigo divino. privados
- neste tipo de sociedade,
o trabalho liberta. É visto privados
- concepção - força de trabalho do
como uma atividade
defendida pela trabalhador é tratado
prazerosa.
- Duas concepções: nobreza e pela Igreja como uma mercadoria
- Baixa D.S.T
a. Negócio (escravos): para justificara a - consolidado com a 1ª
- Não há exploração
labor (do corpo. Ex: exploração sobre os Revolução Industrial.
- Não há privação dos agricultura e pecuária) e servos. - Portanto, o Trabalho
meios de produção.
Poieses (ferramentas. nesta sociedade foi
Ex: artesãos). transformado em uma
mercadoria (com valor

b. Ócio (elite): Práxis de troca).

(realizado pelos - A produção é voltada


intelectuais, filósofos. para a geração de
Ex: Discursos). mais-valia e lucros.
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2 MODELOS PRODUTIVISTAS = com a 2ª Revolução Industrial, a burguesia


começou a organizar o trabalho dentro das fábricas. Assim, com o escopo de aumentar
a produção, os burgueses criaram modelos de produção, pois assim controlaria melhor o
tempo do trabalhador, aumentaria a produção e, consequentemente, os lucros. São eles:

Taylorismo Fordismo Toyotismo


“Gerenciamento científico do Modelo vigente no Estado do Também conhecido por
trabalho” Bem Estar Social Ohnismo, Produção flexível, Just

- modelo vigente no Estado - intensificação do in Time e Pós-fordismo

Liberal. Taylorismo. - modelo vigente no Estado


Neoliberal.
- Taylor em seu livro tentou - Advento das esteiras
passar a idéia de neutralidade. rolantes (para acabar com o - Representa a solução para a
Isto é, “nem do lado do desperdício de tempo). crise de 1970.
capital, nem do lado dos - Produção em massa e - Defende uma produção
operários”. rígida. enxuta, isto é, com maior
- Dicotomia concepção x - Estrutura verticalizada. diversidade e estoques
execução (um planeja e o mínimos.
- O trabalhador continua
outro executa). - Trabalhador
alienado: “Homem Boi”.
- Trabalhador monofuncional multifuncional, polivalente.
- Trabalhador
(em razão da Divisão Social - Estrutura horizontalizada.
monofuncional.
do Trabalho, o trabalhador só
- Aumento da tecnologia.
- Aumento de salários (com o
executa uma única atividade).
foco, claro, de aumentar o
- “Homem boi” (o operário
consumo e estimular os Consequências do Toyotismo:
apenas executa as tarefas).
operários a produzirem mais).
a. Desemprego;
- Advento do relógio.
- Intervencionismo estatal. b. Desigualdade social;
- Estrutura verticalizada
Em 1970, com a redução dos c. Enfraquecimento do
(esta estrutura gera uma
lucros, aumento da movimento operário;
impessoalidade da ordem).
concorrência e da exigência d. Perda de direitos
- Política de punição e dos consumidores por mais trabalhistas;
recompensas (aumentar a variedades de produtos, e. Aumento de
competição entre os operários cumulado com a crise do terceirizações;
e, consequentemente, a petróleo, este modelo entra f. Aumento da
produção). em crise. (Crise do Estado do criminalidade.
- Produção em massa e bem estar social, bem como
rígida. do Fordismo).
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CULTURA

Cultura corresponde ao conjunto de símbolos que os humanos criam e


os deixam como herança social.

Em outras palavras, corresponde à herança social criada e adquirida


pelos homens e por meio da qual os homens, simbolicamente, desnaturalizam suas
condutas e humaniza a natureza.

Características:

a. Herança social;
b. Compreende a totalidade das criações
humanas;
c. Não se confunde com determinismo
geográfico e biológico;
d. É adquirida.
e. É superorgânico (os humanos não se limitam
a seu organismo. Ex: não possuem asas, mas
cria o avião). Portanto, a cultura é a
capacidade de ir além do organismo humano.

Os Determinismos Biológico (crença de que a biologia humana


explica todos os comportamentos humanos) e Geográfico (crença de que a geografia de
uma região explica a Cultura de uma região) são visões negadas pela Antropologia
moderna.

1 ETNOCÊNTRISMO = Julgar a cultura do próximo como inferior, comparando-a


com a sua. Trata-se de uma visão preconceituosa. (considerar a sua própria cultura
como o centro do universo)

2 RELATIVISMO CULTURAL = Tentativa de compreender a cultura do outro a


partir do meio que ele vive. Visão não preconceituosa.
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3 CULTURA NO MUNDO CAPITALISTA (Indústria Cultural)

Segundo Adorno e Horkheimer (escola de Frankfurt) a cultura no


capitalismo virou mercadoria. Estes pensadores são chamados de “apocalípticos”, pois
possuem uma visão negativa dos meios de comunicação de massa.

Estes autores criticam a indústria cultural e os meios de comunicação


de massa por considera-los instrumentos de dominação a serviço do capitalismo.

Eles destacam os seguintes pontos negativos:

a. Cultura homogênea;
b. Desestimulo à sensibilidade;
c. Estímulo publicitário;
d. Cria um público passivo e conformista;
e. Banaliza o erudito e descaracteriza o
popular;
f. Aliena os indivíduos (público não crítico).

De outro lado, há autores que defendem a indústria cultural e os meios


de comunicação de massa, destacando os seguintes pontos positivos:

a. Democratização da cultura;
b. Formação Intelectual do público;
c. Oportunidades a grupos marginalizados.

São eles, M. Mcluhan (integrado), Umberto Eco e W. Benjamin.

- M. Mcluhan = “a cultura de massa padroniza e, por isso, aproxima a coletividade,


derrubando fronteiras e criando a aldeia global”.

- Umberto Eco = “a iniciativa da integração ou da alienação é do homem e não da


massificação”.

- W. Benjamim = “os meios de comunicação de massa possuem uma natureza dialética”.


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4 A QUESTÃO DA SOCIALIZAÇÃO = entende-se por socialização o processo por


meio do qual o indivíduo aprende a ser um membro da sociedade.

5 DIFERENÇA ENTRE GÊNERO E SEXO

Gênero = é uma construção social que procura dar conta de


representações e identidades que não se restringem à noção biológica.

Sexo = noção cuja referência é biológica.

Breve reflexão sobre o CIBERESPAÇO

O surgimento da Internet, como uma rede mundial de computadores,


criou um novo espaço para a expressão, conhecimento e comunicação humana.

Contudo, trata-se de um espaço que não existe fisicamente, mas


virtualmente: o ciberespaço.

Termo que foi idealizado por William Gibson, em 1984, no livro


Neuromancer, referindo-se a um espaço virtual composto por cada computador e
usuário conectados em uma rede mundial.

Apesar de a internet ser o principal ambiente do ciberespaço, devido a


sua popularização e sua natureza de hipertexto, ele também pode ocorrer na relação do
homem com outras tecnologias: celular, pagers, comunicação entre rádio-amadores e
por serviços do tipo “tele-amigos”, por exemplo. (JUNGBLUT, 2004; GUIMARÃES
JR., 1999).

Assim, pode-se dizer que o ciberespaço diz respeito a uma forma de


virtualização informacional em rede. Por meio da tecnologia, os homens, mediados
pelos computadores, passam a criar conexões e relacionamentos capazes de fundar um
espaço de sociabilidade virtual.
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POLÍTICA

É o meio através do qual os homens exercem poder uns sobres os


outros, coordenando seus interesses conflitantes, transformando-os em objetivos e
decisões.

Em suma, os Gregos inventaram a Política como forma de negociar


seus interesses opostos. Assim, o processo de negociação de interesses na polis recebeu
o nome de Política.

Dessa forma, todos os humanos que vivem em sociedade são seres


políticos, logo, não existem pessoas em sociedade apolíticas.

Enfim, onde há conflito de interesses, há Política.

Assim, apesar de as Ciências Políticas não possuírem um consenso a


respeito do que seja Política, podemos trabalhar uma definição de Política levando em
consideração as seguintes questões:
A) exercício do poder, considerando o poder como a
capacidade humana de influenciar outras pessoas;
B) meio pela qual do que os homens coordenam seus interesses
divergentes e possibilitam a vida em sociedade;
C) meio pela qual do que os homens transformam interesses
divergentes em objetivos comuns e decisões relativas a esses
objetivos;
D) modo pelo qual os homens podem expressar suas diferenças
e conflitos sem transformá-los em guerra total, em uso da força
e extermínio recíproco;
E) modo pelo qual a sociedade, internamente dividida, discute,
delibera e decide em comum para aprovar ou rejeitar as ações
que dizem respeito a todos os seus membros.

Esses elementos são importantes para nos aproximarmos de uma


definição de Política. Todos são complementares entre si e todos eles expressam facetas
diferentes da capacidade exclusivamente humana de transformar “conflito de interesses
em coordenação de interesses”.
Para entendermos melhor o que vem a ser Política, importa
salientarmos que os homens não se relacionam uns com os outros por meio de uma
programação determinada pela natureza na forma de instintos ou reações biológicas
inatas e instantâneas.
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Na verdade, os homens, em sociedade, desenvolvem mecanismos que


lhes possibilitam discutir e coordenar os seus variados interesses sem que isso se
transforme, continuamente, em uma ameaça constante a sua própria sobrevivência.
Esses mecanismos podem ser símbolos, gestuais, faixas, cartazes, hinos, assim como
instituições (igrejas, escolas, etc.), meios de comunicação (rádios, cinemas, televisões,
etc.) e quaisquer meios pelas dos quais os homens podem expressar ideias, opiniões e
influenciar uns aos outros.
A Política foi uma invenção humana para a garantia da própria
sociabilidade humana, sendo, portanto, um meio que os indivíduos procuram tornar
possível a coexistência de interesses e projetos diferentes a partir da influência que uns
podem exercer sobre os outros e da possibilidade de conjugação desses interesses. Isso
nos leva à conclusão de que, ao viverem sociedade, todo homem, sem exceção, é um
animal político.
Isso deriva do fato de, vivendo em sociedade, todo homem estar,
direta ou indiretamente, passiva ou ativamente, ligado a situações políticas, ou seja,
ligado a situações de conflito e/ ou coordenação de interesses. Isso também significa
dizer que não existe pessoa apolítica.
Em sociedade, todo e qualquer homem, agindo ou se omitindo, está
ligado a situações políticas.

Micropolítica e Macropolítica

As questões políticas podem se dar em duas dimensões básicas:

A) a dimensão do micropoder (micropolítica): relativa


aos conflitos de interesses que ocorrem no universo
particular/ doméstico dos indivíduos, tais como entre pais
e filhos, namorados, vizinhos, amigos;

B) a dimensão do macropoder (macropolítica): relativa


aos conflitos de interesses que ocorrem na esfera pública,
ligados à coletividade social ou as suas partes
significativas (greves, protestos, passeatas, movimento
sociais, processo legislativo, etc.).
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1 CONCEITOS PERTINENTES À POLÍTICA

a) NAÇÃO = agrupamento social de indivíduos que compartilham a


mesma identidade étnica, histórica e cultural. Não depende de um território determinado
e nem de um Estado para existir.

b) GOVERNO = indivíduo ou grupo de indivíduos que formula e


encaminha os projetos políticos para determinada sociedade ou determinado Estado.

c) ESTADO = um mecanismo de governo controlando determinado


território, com autoridade legitimada e capacidade de uso da força militar para sua
implementação política.

d) SOBERANIA = Capacidade de independência do Estado, que se


desdobra em:

a) Soberania externa: capacidade de um Estado em


não se submeter, contrariamente a sua vontade, a
nenhum outro na ordem internacional e de formular
os seus próprios projetos políticos em função de seus
interesses nacionais.

b) Soberania interna: o Estado manifesta um


domínio, eminente e legalmente fundamentado,
sobre seu território e, neste, sobre pessoas e
situações. A soberania interna compreende as
prerrogativas do Estado quanto à sua organização
política, como a escolha de sua forma de governo,
bem como a formulação de sua própria ordem
jurídica e a aplicação desta a nacionais e
estrangeiros. Inclui, ainda, o poder de jurisdição,
qual seja, o de submeter, aos seus tribunais, as
pessoas que se encontrem em seu território.
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e) DEMOCRACIA = não há consenso sobre a definição de


Democracia, porém, sinteticamente e com base em princípios teóricos fundamentais,
alguns elementos, entre vários outros, nos ajudam a caracterizar um regime político e/ou
uma sociedade como democrática:
a) Participação popular nas decisões;
b) Existência de leis limitando os poderes dos
governantes e dos responsáveis pela condução executiva
e administrativa do Estado;
c) Igualdade de condições e de oportunidades
econômicas, políticas e culturais entre os membros da
sociedade;
d) Condução dos recursos e poderes estatais de acordo
com os interesses do conjunto de indivíduos da
sociedade;
e) Existência de mecanismos periódicos de verificação da
vontade popular e de indicação dos responsáveis pela
condução desses poderes;
f) Existência de mecanismos jurídicos capazes de
defender os indivíduos contra os abusos do Estado e dos
demais indivíduos da sociedade, bem como assegurar as
liberdades de pensamento e comportamento dos
indivíduos;
g) Existência de mecanismos jurídicos que garantem às
minorias políticas as liberdades necessárias para se orga-
nizar, se reunir e buscar influenciar os demais indivíduos
da sociedade;
h) Modalidade de convivência social em que as relações
entre os homens não são relações de dominação,
opressão, exploração ou alienação;
i) Existência de mecanismos, instâncias e recursos
políticos, tais como Partidos Políticos, eleições, voto,
plebiscito, referendo, assembleias legislativas e etc, como
instrumentos garantidores do exercício da cidadania por
parte dos indivíduos.

Obs.: Conceito de cidadão = é ter a garantia de todos os direitos civis, políticos e sociais
que possam assegurar a possibilidade de uma vida plena.
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f) DITADURA = Assim como não há consenso em relação a um


conceito único para a Democracia, o mesmo ocorre com a definição de Ditadura. No
entanto, pode-se afirmar que uma Ditadura é um regime político caracterizado pela
ausência dos elementos acima elencados e que são relativos aos regimes democráticos.
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MOVIMENTOS SOCIAIS

Os movimentos sociais podem ser definidos como ações coletivas,


com fins coletivos, presentes em sociedades marcadas pela existência de conflitos,
portadoras de algum protesto, reformistas ou revolucionárias e que buscam mudar (ou
preservar) algum aspecto da vida social.

1 CARACTERÍSTICAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

• Pessoas (Coletividade)
• Reivindicação
• Ideologia
• Organização (sobre a liderança do movimento)
• Objetivo (o objetivo, isto é, a proposta de mudança ou de
conservação).
• Projeto

2 MOVIMENTO OPERÁRIO: MOVIMENTO SOCIAL CLÁSSICO

Nascido e desenvolvido com o capitalismo industrial (XVIII/XIX),


assumiu um caráter internacional somente na segunda metade do século XIX, em
função do avanço da industrialização na Europa, Ásia e Américas.
Ao surgir, apresentava-se apoiado em teoria revolucionárias
(comunismo, anarquismo) que apontavam para a supressão da opressão de classe e para
a construção de uma sociedade de homens livres e iguais — sem explorados e sem
exploradores.

3 NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Os novos movimentos sociais são assim denominados, pois


apresentam algumas diferenças fundamentais em relação aos movimentos tradicionais
ou clássicos (como o operário):
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● pragmatismo (praticidade);
● especificidade de objetivos (objetivos pontuais);
● caráter não-revolucionário (reformismo).

4 PRINCIPAIS NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS

1. Movimento feminista: fim das discriminações contra as mulheres;


direito de igualdade, perante a lei, com os homens; respeito às diferenças que as
mulheres possuem em relação aos homens;
2. Movimento LGBT: fim das discriminações contra os homossexuais
e todas as pessoas com orientação sexual diferente do culturalmente padronizado;
repressão à homofobia (pavor ao mesmo sexo); direito de união civil entre
homossexuais; direito à adoção de criança por parte de casais homossexuais;
3. Movimento ecológico: proteção ao meio ambiente; luta pelo
desenvolvimento sustentável; repressão aos desmatamentos e à exploração ilegal da
fauna e da flora;
4. Movimento negro: fim das discriminações contra os
afrodescendentes; maior repressão ao racismo e às formas dissimuladas de racismo;
adoção de cotas no ensino superior e em concursos públicos;
5. Movimento dos Sem-Terra: reforma agrária efetiva e abrangente;
6. Movimento estudantil: mais verbas para a educação e cultura; mais
vagas no ensino superior; meia-entrada em eventos culturais;
7. Movimentos sociais urbanos: moradia (sem-teto); paz nas cidades;
repressão à violência e à criminalidade; paz no trânsito;
8. Movimento indígena: demarcação de reservas indígenas; respeito a
cultura indígena;
9. Movimento pacifista: fim das guerras; combate ao armamento ou à
corrida armamentista;
10. Movimento Antiglobalização: contrário à globalização e suas
consequências.
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O QUE SÃO DIREITOS HUMANOS?

Rapidamente, Direitos Humanos poderiam ser conceituados como um


conjunto de atos, valores e normas que visam garantir uma vida digna.

Sabe-se que o Estado, dentre várias funções, deve resguardar a dignidade da


pessoa humana. Isso significa, criar as condições necessárias para que a pessoa consiga
em meio social desenvolver sua personalidade.

Nesse sentido, não pode ocorrer um desvio de finalidade por parte do


Estado, ou seja, ele não pode, de forma arbitrária, ofender a dignidade humana.

Dessa forma, os Direitos Humanos nascem com o objetivo de assegurar aos


indivíduos os meios de defesa contra os abusos e desvios de poder praticados por
qualquer Estado e a correspondente reparação quando não for possível prevenir a
lesão.

O que é “Declaração Universal dos Direitos Humanos”?

Trata-se de uma recomendação baseada em princípios humanos aprovada


sob o impacto da Segunda Guerra Mundial, portanto, em meio às atrocidades e ao
holocausto contra judeus, ciganos e, entre outros, negros promovido pelos nazistas.

Fonte: rsurgente.wordpress.com Fonte: pt.slideshare.net


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Surgimento dos Direitos Humanos

Como visto, os Direitos Humanos surgiram com a finalidade de inibir as


arbitrariedades de um Estado autoritário. Assim, a base histórica de surgimento dessa
ferramenta de promoção humana é marcada pela Segunda Guerra Mundial e, também,
pela Carta das Nações Unidas de 1945 (ratificada pelo Brasil).

Desafios à implementação dos Direitos Humanos

Universalismo Relativismo

- defendem que os Direitos Humanos - defendem que cada cultura deve ser
devem alcançar todas as nações; respeitada;

- crítica ao relativismo: defendem que os - crítica ao universalismo: falam que os


relativistas buscam acobertar grave universalistas adotam uma visão
violação aos direitos humanos em nome homogênica da cultura eurocêntrica
da cultura. ocidental.

Violar os Direitos Humanos não se restringe a maltratar o preso

Maltratar aqueles que estão encarcerados configura em grave violação aos


Direitos Humanos. Contudo, não podemos falar que maltratar o preso é a única forma
de ofensa à dignidade da pessoa humana.

Assim, também trata-se de uma ofensa à dignidade humana, a falta de saúde


pública, de educação com qualidade, de moradia, de alimentação, etc.
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Fonte: http://pt.slideshare.net/micaelarobas/di

Constituição de 1988 e o processo de democratização no Brasil

A implementação dos Direitos Humanos no Brasil ocorre com os chamados


direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988.

A democratização (ou, ainda, redemocratização) representa um processo de


liberação do regime autoritário dos militares com o objetivo de internacionalizar os
direitos e garantias que percorria pelo mundo.

Sendo assim, a Constituição de 1988 institucionalizou um regime político


democrático, representando, por sua vez, um avanço na consolidação das garantias e
direitos fundamentais.

Em verdade, trata-se do documento mais abrangente e pormenorizado sobre


Direitos Humanos.

Fonte: www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br
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Fundamentos do Estado Democrático de Direito (art. 3, CF/88)

- cidadania;

- dignidade humana (não transformar o ser humano em coisa, isto é, garantir


a ele a oportunidade de desenvolver as suas habilidades em meio social);

- sociedade livre, justa e solidária;

- erradicar a pobreza e a marginalização;

- reduzir as desigualdades.

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