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Sandro Pereira
Teologi@
Cartas Universais
e Hebreus
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DAS IGREJAS EVANGÉLICAS AS-
SEMBLÉIA DE DEUS NO ESTADO DO PARANÁ – AEADEPAR
FACEL FACULDADES
Sandro Pereira
Djoni Schallenberger
Cartas Universais
e Hebreus
Curitiba
2011
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DAS IGREJAS EVANGÉLICAS AS-
SEMBLÉIA DE DEUS NO ESTADO DO PARANÁ – AEADEPAR
FACULDADE FACEL
Schallenberger, Djoni.
Cartas universais. / Djoni Schallenberger; Sandro
Pereira. – Curitiba : Unidade, 2011.
172 p.
APRESENTAÇÃO
Os Professores:
Djoni Schallenberger1
Sandro Pereira2
UNIDADE 1 - HEBREUS
Na primeira unidade você entrará em contato com a Epístola aos
Hebreus. Esta epístola é portadora de uma mensagem de advertência
aos cristãos judeus que estavam pensando em abandonar as riquezas de
Cristo para retornarem aos rituais “vazios” do judaísmo, religião da qual
eram provenientes. O(a) estudante terá a oportunidade de compreender
grandes temas da Bíblia. A epístola aos Hebreus faz muitas alusões ao An-
tigo Testamento e, com toda certeza, esse estudo iluminará sua compreen-
são de temas relativos à “Antiga Aliança”.
UNIDADE 2 - TIAGO
Aqui você estudará a epístola de Tiago. Este escritor também di-
rigiu uma advertência aos cristãos que estavam negligenciando a obediên-
cia dos mandamentos de ordem prática contidos nas Sagradas Escrituras.
O escritor intenta mostrar-lhes que uma religião desprovida de ações
concretas é inútil e vazia, ou seja, não é uma religião verdadeira. Esse estu-
do deve conduzir o(a) estudante a refletir na práxis de sua igreja. Principal-
mente nos tempos em que os “grandes discursos religiosos” muitas vezes
são valorizados em detrimento das práticas que demonstram o conteúdo
neles contidos.
UNIDADE 1 - HEBREUS
SEÇÃO 1 - O LIVRO DE HEBREUS .............................................................. 13
Autoria ................................................................................................... 15
Origem e Data ............................................................................................ 18
Os Destinatários .................................................................................... 19
Exercícios ................................................................................................. 21
SEÇÃO 2 – TEXTO, CÂNON, PROPÓSITO E ESBOÇO ............................ 22
Texto ........................................................................................................ 23
Hebreus e sua Aceitação no Cânon .................................................... 24
Propósito ................................................................................................. 26
Esboço ..................................................................................................... 28
Exercícios ............................................................................................ 30
SEÇÃO 3 - CONTEÚDO E MENSAGEM ..................................................... 31
Conteúdo ................................................................................................ 31
Exórdio – A Palavra Final de Deus por Meio de Jesus .................... 34
A Superioridade de Jesus em Relação aos Anjos, Moisés e Josué .. 34
Exercícios ............................................................................................ 39
SEÇÃO 4 - TEMAS CENTRAIS ..................................................................... 40
A Superioridade do Sacerdócio de Jesus sobre Arão ....................... 40
A Superioridade do Sacerdócio de Jesus sobre Melquisedeque ............. 45
A Superioridade do Ministério Sacrificial de Jesus e do Tabernáculo
Celeste, Inaugurando uma Nova Aliança ............................................................. 46
Fé e Paciência: Utilidade da Obra Sacerdotal de Jesus .................... 48
Exortação Final e Conclusão ................................................................ 49
Exercícios ............................................................................................ 51
RESUMO DA UNIDADE ................................................................................ 53
UNIDADE 2 - A EPÍSTOLA DE TIAGO
SEÇÃO 1 - TIAGO ........................................................................................... 58
Autoria e Data ......................................................................................... 59
Pano de Fundo ....................................................................................... 62
Destinatários ........................................................................................... 64
Exercícios ................................................................................................ 65
SEÇÃO 2 – PROPÓSITO, ESBOÇO E MENSAGEM .................................... 66
Propósito .................................................................................................. 66
Esboço ...................................................................................................... 67
Mensagem ................................................................................................ 68
Ricos e Pobres, Fé e Obras .................................................................... 70
Exercícios ........................................................................................... 71
SEÇÃO 3 – MENSAGEM ............................................................................... 72
Falhas que Dividem a Comunhão entre os Cristãos ......................... 73
Planejar sem Consultar a Deus – Corrupção por Causa da
Riqueza...................................................................................................... 74
Premissas para uma Cosmovisão Cristã ............................................. 76
Exercícios ........................................................................................... 78
SEÇÃO 4 – REFLEXÕES RELEVANTES ....................................................... 79
Relação com os Ensinos de Jesus ......................................................... 79
Tiago e Paulo – Obras e Fé ................................................................... 83
Unção dos Enfermos ............................................................................. 84
Exercícios ............................................................................................ 86
RESUMO DA UNIDADE .............................................................................. 88
UNIDADE 3 – EPÍSTOLAS DE PEDRO E JUDAS
SEÇÃO 1 – 1PEDRO ........................................................................................ 93
Autoria e Data ........................................................................................ 94
Pano de Fundo ...................................................................................... 94
Destinatários .......................................................................................... 95
Propósito ............................................................................................... 96
Esboço ..................................................................................................... 97
Exercícios ............................................................................................ 98
SEÇÃO 2 – MENSAGEM ............................................................................... 99
Conteúdo ............................................................................................... 99
Afirmação da Identidade e Dignidade Cristãs ................................ 100
Comportamento Adequado Visando o Bom Testemunho ........... 103
Atitude Diante da Hostilidade .......................................................... 104
Cristo Desceu ao Inferno? ................................................................. 106
Exercícios ......................................................................................... 109
SEÇÃO 3 – 2PEDRO ...................................................................................... 110
Autoria e Data ..................................................................................... 111
Pano de Fundo ..................................................................................... 112
Destinatários ........................................................................................ 112
Propósito .............................................................................................. 113
Esboço .................................................................................................... 113
Mensagem ............................................................................................ 114
Crescimento Espiritual, Perigo do Falso Ensino e a Esperança
Divina .................................................................................................... 115
Exercícios ......................................................................................... 118
SEÇÃO 4 – JUDAS ......................................................................................... 119
Autoria e Data ..................................................................................... 119
Contexto e Propósito ........................................................................... 121
Destinatários ........................................................................................ 121
Esboço.................................................................................................... 122
Mensagem ............................................................................................ 122
Exercícios........................................................................................... 125
RESUMO DA UNIDADE ............................................................................ 126
UNIDADE 4 – EPÍSTOLAS JOANINAS
SEÇÃO 1 – INTRODUÇÃO ......................................................................... 132
Autoria e Data de 1João ..................................................................... 132
Pano de Fundo .................................................................................... 135
Exercícios .......................................................................................... 138
SEÇÃO 2 – CONTEXTO, ESBOÇO E CONTEÚDO ................................. 139
Os Falsos Mestres ............................................................................... 139
A Mensagem de 1João ......................................................................... 143
Propósito .............................................................................................. 143
Esboço .................................................................................................. 144
Conteúdo de 1João ............................................................................. 145
O Requerimento de uma Vida Consagrada ................................... 145
Exercícios .............................................................................................. 147
SEÇÃO 3 – CONCLUSÃO DE 1JOÃO – 2 E 3JOÃO ................................ 148
A Prova da Filiação ............................................................................. 149
Um Texto Difícil 1João 5. 7-8 ............................................................. 150
1João Conclusão ................................................................................... 151
2 e 3João ............................................................................................... 151
Autoria ................................................................................................. 152
Esboço de 2João ................................................................................... 154
Destinação e Propósito ....................................................................... 154
Mensagem .......................................................................................... 155
Exercícios ................................................................................................. 156
SEÇÃO 4 –3JOÃO – MENSAGEM ............................................................. 157
Esboço de 3João................................................................................... 158
Destinação e Propósito .......................................................................158
Mensagem ........................................................................................... 159
Exercícios ......................................................................................... 162
RESUMO DA UNIDADE ............................................................................ 163
REFERÊNCIAS............................................................................................. 167
t
Cartas Universais e
Hebreus
UNIDADE I
Hebreus
˂˂˂ 13
• Autoria
• Origem e data
• Os Destinatários
SAIBA MAIS
BROWN, R. E. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2004.
DOCKERY, D. S. Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001.
EXERCÍCIOS
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Cartas Universais e Hebreus
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2. Assinale as alternativas corretas:
• Texto
culas) aos manuscritos chamados “minúsculos” (escritos com letras minúsculas). Ambos ess-
es tipos de manuscritos eram escritos à mão (como é óbvio), mas o corpo (dimensões) de suas
letras variava. “Uncial” significa “letra em caixa alta”. É possível que esse adjetivo se derive
do hábito de alguns publicadores romanos usarem doze letras por linha. Eles contavam doze
polegadas para cada pé, como também doze onças para cada libra. A palavra latina uncia sig-
nificava ou “polegada” ou “onça”. E assim, os próprios manuscritos escritos com essas letras
graúdas passaram a ser conhecidos como “unciais”, enquanto os demais receberam o nome
de “minúsculos”. Quase todos os manuscritos do Novo Testamento até o século X d.C. eram
unciais, mas, depois disso, a situação inverteu-se. Portanto, esses dois tipos de letras nos dão
uma maneira aproximada de datar os manuscritos. In CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de
Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 6. São Paulo: Hagnos, 2004, p. 525.
5 Já mencionado anteriormente.
24 ˃˃˃
guns dos pais da igreja e que, por isso, ainda não haviam sido reconheci-
dos de forma universal por volta do século IV;
Apócrifos: Livros que tiveram uma “canonicidade temporal e
local”, ou seja, haviam sido aceitos por um número limitado de cristãos,
durante um tempo limitado, mas nunca receberam um reconhecimento
amplo ou permanente.
• Propósito
breus:
• Esboço
DIVISÃO CONFORME O CONTEÚDO
1. 1 – 2: Fórmula Introdutória
1. 4 – 13: Superioridade de Jesus como Filho de
Deus
1. 4 – 2. 18: em relação aos anjos
3. 1 – 4. 13: em relação a Moisés
4. 14 – 7. 28: Superioridade do sacerdócio
de Jesus
8. 1 – 10. 18: Superioridade do sacrifício de
˂˂˂ 29
hebraica que descreve o ato de firmar uma aliança é “cortar uma aliança (Gn 15. 7-21). Da
perspectiva de Deus, sua aliança é incondicional e unilateral no seu estabelecimento, mas da
perspectiva da humanidade, ela é condicional e bilateral. A palavra aliança no Novo Testa-
mento é diatheke e funciona como o equivalente de berit no Antigo Testamento. A frase “nova
aliança” é encontrada seis vezes no Novo Testamento: 1 Coríntios 11. 15; 2 Coríntios 3. 6; He-
breus 8. 8; 9. 15; 12. 24. A nova aliança é o cumprimento da antiga aliança quanto à morte de
Jesus e o estabelecimento da era cristã. É superior à antiga de acordo com Hebreus 7. 20-22; 8.
6 e a substitui de acordo com Hebreus 8. 13; 10. 9. [...] A antiga aliança vigorou sob promessas
inferiores, perdeu sua finalidade e sua eficiência por não ter em si o poder necessário para
perpetuar suas condições. Em contraste, a nova aliança é incondicional, definitiva e espiritu-
almente eficaz. In DOCKERY, D. S. Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001,
p. 802.
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SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
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FACEL - Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras
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2. Assinale as alternativas corretas:
a (.....) Tornar seus leitores cônscios da revelação e salvação dada por Deus
aos homens, na pessoa de Cristo.
b (.....) Deixá-los conscientes do verdadeiro caráter celestial e eterno das
bênçãos oferecidas e apropriadas pela fé.
c (.....) Mostrar-lhes o lugar do sofrimento e da paciente persistência.
d (.....) Evidenciar o terrível julgamento que sobrevirá àqueles que rejeita-
rem tal revelação em Cristo.
• Conteúdo
aos poderes celestiais, aos mundos angelicais e, de igual modo, aos gran-
des personagens do passado hebraico: Moisés, Josué e Arão. Na segunda
seção (7. 1 – 10. 18) o autor coloca a obra de Jesus ao lado desse pensamen-
to e apresenta Jesus como o Sumo Sacerdote eterno e misericordioso. Na
última seção (11. 1 – 12. 29) vem à tona a realidade de que o encontro vivo
com a pessoa de Cristo e a experiência pessoal de sua obra de salvação
devem tornar-se “eficazes na vida das pessoas, a saber, na fé e na santifica-
ção” (LAUBACH, 2000, p. 27).
Portanto, claro está que as reflexões teológicas não são um fim em
si mesmas. Ao contrário, elas apontam para alguns breves trechos em que
o escritor chama a atenção dos fiéis que experimentaram Cristo em suas
vidas, para o imenso alcance de sua responsabilidade. O alvo prático da
carta, assevera Laubach (2000, p. 27) “são as exortações, que sucedem a
cada uma das seções principais”. Dando sequência à segunda seção, onde
já expusera a superioridade do sumo sacerdócio de Jesus com relação ao
santuário, o sacerdócio e os sacrifícios só Antigo Testamento, notadamente
em Levíticos, ele adverte-os novamente para o pecado proposital e exorta
os leitores a perseverarem firmemente na tribulação (10. 19-39). Finalmen-
te cabe ressaltar que o texto acrescenta à terceira seção, na qual tratara da
fé e da santificação (11. 12), exortações práticas sobre seguir a Jesus Cristo
com fé (13). Outrossim, a estrutura da carta proposta no esboço traçado
anteriormente revela que a descrição do sumo sacerdócio eterno de Jesus
(7. 1 – 10. 18) constitui a peça central da obra.
Cartas Universais e Hebreus
mo 45. 7-8, o autor faz Deus endereçar a Jesus palavras que jamais dirigiu
a um anjo: “O teu trono, ó Deus, é para os séculos dos séculos […], por
isso, ó Deus, te ungiu o teu Deus com o óleo da alegria”. Este consiste,
portanto, em um dos trechos do Novo Testamento em que Jesus Cristo é
chamado Deus. Parece que naquele tempo havia um perigo, entre alguns,
de considerar os anjos superiores a Jesus, contudo é preciso cautela quanto
36 ˃˃˃
(3. 7-19). Isto é exposto mediante a citação de Salmos 95. 7-11 (Hebreus 3.
7-11) e também da relação entre o descanso a que os leitores do Salmo são
convidados, qual seja, o descanso intrínseco à entrada na terra da Canaã e
até mesmo o descanso que Deus desfruta desde a época em que concluiu
sua obra criadora inicial (3. 7 – 4. 11) (CARSON, 1997, p. 435).
O autor enfatiza que Cristo é melhor do que Josué. Embora Josué
38 ˃˃˃
tenha feito Israel entrar na terra de Canaã, Cristo conduzirá aos fiéis ao lu-
gar de repouso eterno, nos céus, onde Deus descansa de Sua obra criativa
(4. 1 – 10). Ele ressalta que Josué não conseguiu fazer Israel entrar nesse
repouso celestial; Para tanto ele menciona que muito tempo depois de Jo-
sué ter vivido e morrido, Davi falou do lugar de repouso de Israel como
lugar ainda não atingido (BÍBLIA, AT Salmo 95. 7 – 8). A comparação entre
Jesus e Josué é bem mais impressionante no Novo Testamento grego, pois
o apelativo hebraico “Josué” assume a forma “Jesus”, no grego (GUNDRY,
1998, p. 249). Vale lembrar que o texto grego desconhece a distinção entre
o nome próprio Josué, do Antigo Testamento, e o nome próprio Jesus, do
Novo Testamento.
Dando prosseguimento a sua argumentação, o autor exorta os
seus leitores a entrarem no descanso celestial, mediante sua fidelidade à
sua profissão da fé cristã (4. 11-16). Ao enfatizar a total suficiência da obra
expiatória de Jesus elimina qualquer implicação de que a continuação das
FACEL - Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras
SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
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2. Assinale as alternativas corretas:
III – Por que a leitura do texto grego deixa o texto mais impressionante?
a (.....) O nome hebraico “Josué” assume a forma “Jesus”, no grego.
b (.....) Podemos ter uma visão mais correta da intenção do autor.
c (.....) Ele ressalta que na realidade, Josué e Jesus possuem o mesmo nome.
40 ˃˃˃
10 Ressalta-se que esta “simpatia”, ou “ter compaixão” não é uma comiseração com-
preensiva que tolera tudo... mas um ‘sentir com’, o qual resulta da familiaridade total com a
seriedade da situação e também tem condições de incluir a culpa que para nós mesmos está
oculta. W. Michaelis, Ki-ThW, vol. v, p. 935 – 936. Apud Laubach (2000, p. 87).
˂˂˂ 43
e não real.
É importante que se estude essa passagem à luz de seu paralelo
mesmo em Hebreus 10. 26 – 32, que torna a interpretação pouco provável.
O texto se dirige a pessoas “que uma vez foram iluminadas”. Trata-se,
portanto, de um acontecimento de fé caracterizado como único. Em 10. 32
encontra-se: “Lembrai-vos, porém, dos dias anteriores, em que, depois de
44 ˃˃˃
divina: “… não com base numa lei de determinações humanas, porém com
base e no poder de uma vida indissolúvel”. É assim que o estudante deve
ver sua vida pessoal nessas grandes correlações, que se ordenam todas sob
a mão de Deus num plano perfeito e, por isso mesmo, louvar e adorar a
Deus por tudo isto.
Cristo por meio de sua própria carne, ou seja, sua morte física humana real
(KOESTER, 2005, p. 295).
Por fim, o escritor chega aos momentos finais de sua obra: (13.
1-19) Exortação final e (13. 20-25) como uma espécie de conclusão. Trata-se
de uma conclusão epistolar, saudações pessoais e a bênção.
Na opinião de Carson (1997, p. 437) as exortações finais, sem dúvi-
da, são elaboradas de forma a impedir maneiras específicas em que a apos-
tasia incipiente dos leitores primeiros corre o risco de se manifestar. Ele dá
instruções éticas (13. 1-6); exorta-os a seguir o exemplo daqueles que foram
os primeiros a lhes trazer o evangelho (13. 7-8) e a que se submetam a seus
líderes atuais (13. 17). Aqui ele insere um incentivo prático contrastando
com os sacrifícios de louvor da Antiga Aliança, visto que estes foram cum-
pridos no sacrifício de Jesus Cristo, ocorrido “fora do acampamento” (13.
Cartas Universais e Hebreus
14 Vem dos termos gregos doxa, «louvor», «honra», «glória», e logos, «palavra», ou
seja, algo dito que expressa louvor, atribuindo glória e honra a alguém, a alguma circunstân-
cia ou a algum estado. In CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.
Vol. 2. São Paulo: Hagnos, 2004, p. 229.
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SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
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2. Assinale as alternativas corretas:
RESUMO DA UNIDADE
Parabéns!
A primeira Unidade foi concluída e você deve ter sido enriquecido!
Vá em frente
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Cartas Universais e
Hebreus
UNIDADE II
A Epístola de Tiago
˂˂˂ 57
15 Esta é a história de Tiago, do qual se diz que é a primeira “carta” das chamadas
católicas. Mas deve-se saber que não é considerada autêntica. Dos antigos não são muitos os
que a mencionam, assim como a chamada de Judas, que é também uma das sete chamadas
católicas. Ainda assim, sabemos que também estas, junto com as restantes, são utilizadas
publicamente na maioria das igrejas. In Eusébio de Cesaréia. História Eclesiástica. São Paulo:
Novo Século, 2002, p. 47.
16 História Eclesiástica 2. 23, 25: “as sete [epístolas] chamadas católicas”. No uso
cristão ocidental, “católico” tem a conotação de “canônico”. A ordem canônica foi ditada
provavelmente pela lista dos “pilares” da Igreja de Jerusalém em Gálatas 2:9 – “Tiago, Cefas
[=Pedro] e João” –, tendo Judas como apêndice. Nas listas de algumas Igrejas orientais, essas
epístolas aparecem de forma bastante lógica entre Atos e o corpus paulino. Apud BROWN, R.
E. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2004, p. 919.
58 ˃˃˃
estas duas últimas cartas foram consideradas anexas a 1João e, por isso,
estão agrupadas juntamente com ela (HALE, 2001, p. 360, 361).
Vejamos então cada uma dessas sete cartas separadamente. Lem-
bre-se de que sua dedicação será recompensada com bons frutos!
Prossiga!
SEÇÃO 1 – TIAGO
17 História Eclesiástica, II, xxiii, 24, 25. Apud HALE, B. D. Introdução ao Novo Testa-
mento. São Paulo: Hagnos, 2001, p. 349.
˂˂˂ 59
• Autoria e Data
lelos; 1Coríntios 15. 7, Gálatas 1. 19; 2. 9,12; Atos 12. 17; 15. 13; 21. 18; Judas
1);
O primeiro, filho de Zebedeu foi o primeiro dos doze a ser morto,
tendo sido decapitado por Herodes Agripa I (BÍBLIA, NT Atos 12. 1, 2) por
volta de 44 d.C.
O filho de Alfeu era o filho de outra Maria (Marcos 15. 40). Logo
após a lista dos apóstolos em Atos 1. 13 ele não mais é mencionado no
Novo Testamento.
Tiago, pai de Judas é chamado Tadeu (BÍBLIA, NT Mateus 10. 3
e Marcos 3. 17). Ele é desconhecido, a não ser como o pai de Judas – não
o Iscariotes. Nada mais se sabe a seu respeito. Da mesma forma, nada se
sabe sobre Tiago “o menor”.
Finalmente, há Tiago, irmão do Senhor Jesus – termo usado por
Paulo em Gálatas 1. 19. Ele está relacionado entre os irmãos de Jesus Cristo
em Marcos 6. 3 e Mateus 13. 55. Parece ter tido alguma influência na igreja
FACEL - Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras
mente a Tiago após sua ressurreição (1 Coríntios 15. 7). Em algum momento, entre a morte
de Jesus e aquele aparecimento, Tiago veio a crer em Jesus. Atos 1. 14 narra que os irmãos
de Jesus estavam presentes no cenáculo quando o sucessor de Judas Iscariotes foi escolhido.
[...] Paulo escreveu que, quando da sua volta para Jerusalém, vindo de Damasco, ele só viu
Pedro e “nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor (Gálatas 1. 19). [...] Na
última visita de Paulo a Jerusalém (Atos 21. 18, Tiago está definitivamente a cargo da igreja
naquela cidade. Ele era tido em alta estima pelos judeus em toda parte e reconhecido como
um homem justo, a tal ponto de ser chamado “o justo” por eles. História Eclesiástica, II, xxiii,
24, 25.HALE, B. D. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2001, p. 362, 363.
62 ˃˃˃
• Pano de Fundo
• Destinatários
de Deus (BÍBLIA, NT Mateus 19. 28; Atos 26. 7). Por fim, deve-se concluir
que os destinatários eram judeus cristãos que viviam fora da Palestina.
Indica, portanto, um cristianismo judaico que se havia formado no mundo
helenístico.
19 O termo diáspora aparece apenas cinco vezes no Novo Testamento Grego e com
diferentes formas: João 7. 35; Atos 8. 34; 11. 19; 23. 10; Tiago 1. 1 e 1 Pedro 1. 1. Somente em
João 7. 35; Tiago 1. 1 e 1 Pedro 1. 1 é que o vocábulo assume o sentido de judeus dispersos no
mundo helênico..
20 Esse termo é usado pelos historiadores para referir-se às colônias judaicas (força-
das ou não), que eles estabeleceram em outras partes do mundo, fora da Palestina. A pala-
vra é grega e significa «dispersão». Equivale ao vocábulo hebraico golah. O termo inclui os
movimentos voluntários de emigração de judeus para outras terras, mas também se refere
às colônias judaicas que resultaram de guerras, exílios e aprisionamentos. Os descendentes
dos exilados e deportados também vieram a fazer parte da diáspora. Os Oráculos Sibilinos
(cerca de 250 a.C.) refletem a extensão da dispersão dos judeus, afirmando que cada terra e
que cada mar estava repleto de judeus. Nos tempos do Novo Testamento, havia mais judeus
vivendo fora da Palestina do que dentro dela. O número de judeus dispersos, naquela época.
têm sido calculado entre três a cinco milhões de pessoas. In CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia
de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 2. São Paulo: Hagnos, 2004, p. 141.
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SAIBA MAIS
DOCKERY, D. S. Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001.
EXERCÍCIOS
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2. Assinale as alternativas corretas:
título?
a (.....) Clemente de Roma.
b (.....) Atanásio.
c (.....) Barnabé.
d (.....) Orígenes.
66 ˃˃˃
Em epístola de Tiago não pode ser tomada como uma carta pro-
priamente dita, mas uma circular geral em forma de parênese. Koester
(2005, p. 173) salienta que ela parece “uma compilação de ditos tradicio-
nais, de admoestações, instruções e normas proverbiais de conduta reu-
nidas livremente. Percebe-se, de fato, que arranjos temáticos entrelaçam
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• Propósito
• Esboço
SAUDAÇÃO (1. 1)
REALIDADE CONTRA IMITAÇÃO (1. 2-2:26)
III. Realidade em Caráter (Contra Imitação)
(1. 2-18)
II. Realidade em Culto Público (Contra Imitação) (1. 19-
27)
III. Realidade em Amor (Contra Imitação)
(2. 1-13)
IV. Realidade em Fé (Contra Imitação)
(2. 14-26)
MESTRES (3:1-18)
Responsabilidade Maior e Perigo Maior (3. 1-12)
II. Sabedoria Verdadeira Contra Sabedoria Imitada
(3. 13-18)
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Com a estrutura apresentada fica mais fácil ter uma visão pano-
râmica do conteúdo global para que em seguida se possam tratar alguns
pormenores que merecem maior destaque. Observe que o esboço é um
auxílio para o estudante da Bíblia. Nas ponderações que seguem não se
obedecerá necessariamente este esboço. Com isso procura-se enriquecer as
possibilidades de diferentes leituras para esta carta.
• Mensagem
Não existe nada de teórico na religião defendida por Tiago (1. 27), ao
contrário, a verdadeira religião se manifesta no cuidar das viúvas e ór-
fãos necessitados e no conservar-se sem ser contaminado pelo mundo
(BROWN, 2004, p. 950).
70 ˃˃˃
p. 951) resume bem a realidade de que, da mesma forma que para Jesus
(BÍBLIA, NT Mateus 22. 39-40; e Levítico 19. 18), “agora também para
Tg 2. 8-10 o amor ao próximo resume a Lei e os mandamentos, e ofender
esse ponto torna alguém culpado de infringir a Lei em sua totalidade”.22 A
expressão “no,mou evleuqeri,aj” 2. 12 (nómoy eleytherías – Lei de Liberdade)
traz um desafio à dicotomia entre lei e liberdade tão pregado nos púlpitos.
Ao tratar da fé e obras o escritor inicia com a diatribe23 greco-roma-
21 NRSV: New Revised Standard Version; ARA: Almeida Revista e Atualizada; ACF:
Almeida Corrigida Fiel.
22 Tiago jamais menciona as “obras da lei” ou a circuncisão, como o faz Paulo; tam-
pouco se refere às leis rituais. A “lei” nessa seção significa a lei moral do Antigo Testamento
e da tradição de Jesus, contrastada com a parcialidade discriminatória. C. H. Felder (Journal of
Religious Thought 39, 51-69, 1982-1983) Apud BROWN, R. E. Introdução ao Novo Testamento.
São Paulo: Paulinas, 2004, p. 951.
23 A diatribe é uma forma retórica que usa um método abusivo. A palavra vem do
grego diatribe, «desgaste». Essa maneira de falar era usada com perfeição por alguns dos pri-
meiros filósofos gregos. Bíon de Borístenes [...] merece o crédito de ser o seu inventor. Dion
Crisóstomo (cerca de 40-120 D.C.), um filósofo grego, desenvolveu ainda mais esse estilo.
Infelizmente, muitos pregadores evangélicos modernos usam mais da diatribe do que da
prédica homilética. In CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol.
2. São Paulo: Hagnos, 2004, p. 143.
˂˂˂ 71
SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
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Cartas Universais e Hebreus
d (.....) Profecia.
SEÇÃO 3 – MENSAGEM
24 Veja Salmo 73. 27; Isaías 54. 5; Jeremias 3. 20, Ezequiel 16, 23; e Oséias 9 .1, para citar
algumas.
74 ˃˃˃
Novo Testamento, em Mateus 12. 39; 16. 4 e Marcos 8. 38. O cristão apai-
xonado por Deus é aquele que deve aprender a lamentar pelos pecados
cometidos. Após humilhar-se diante de Deus ele experimenta a exaltação.
Para evitar o risco de leitores entenderem uma tradução literal como re-
ferência ao casamento, talvez seja preferível traduzir o texto por “gente
infiel”25 ou “vocês não estão sendo fiéis para com Deus!” (OMANSON,
2010, p. 493). Para permanecer fiel ao texto é preferível mesmo inserir uma
nota, explicando a linguagem bíblica empregada.
Depois de tratar da sabedoria celeste, das contendas, procurando
manter a paz que procede da humildade de Deus, Kümmel (1982, p. 530)
ressalta o problema da murmuração. Portanto, a seção termina com uma
exortação final sobre a fala (4. 11 – 12) “não murmureis” (CARSON, 1997,
p. 454). No verso 12 a palavra nomoqe,thj (nomothétes - legislador) alerta
para o perigo do julgamento. Um discípulo de Cristo deixa o julgamento
do seu semelhante por conta do Senhor. Na medida em que não se respei-
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uso do mesmo vocábulo encontrado em Mateus 18. 12, onde Jesus conta
a parábola da ovelha perdida. Portanto, da mesma forma que no decorrer
de toda a carta, Tiago encerra com admoestações correlatas aos ensinos de
Jesus.
SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
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2. Assinale as alternativas corretas:
d (.....) Não se pode coadunar uma vida mundana com uma vida de oração.
mento.
Tg 3. 12: [...] pode a figueira produ- Mt 7. 16: [...] colhem-se uvas dos es-
zir azeitonas ou a videira produzir pinheiros ou figos dos cardos?
figos?
Tg 3. 18: Um fruto da justiça é se- Mt 5. 9: Felizes os que promovem a
meado pacificamente para aqueles paz, porque serão chamados filhos
que promovem a paz. de Deus.
Tg 4. 4: [...] aquele que quer ser Mt 6. 24: Não podeis servir a Deus
amigo do mundo torna-se inimigo e ao Dinheiro.
de Deus.
Tg 4. 10: Humilhai-vos diante do Mt 5:4: Felizes os mansos, porque
Senhor e ele vos exaltará. herdarão a terra.
Tg 5. 2-3: Vossa riqueza apodreceu Mt 6. 19-20: Não ajunteis para vós
e as vossas vestes estão carcomidas tesouros na terra, onde a traça e o
pelas traças. Vosso ouro e vossa caruncho os corroem e onde os la-
prata estão enferrujados [...]. Ente- drões arrombam e roubam, mas
sourastes [=punição] como que um ajuntai para vós tesouros no céu.
fogo nos tempos do fim.
Tg 5. 9 [...] não murmureis uns con- Mt 7. 1: Não julgueis para não ser-
Cartas Universais e Hebreus
tra os outros, para que não sejais des julgados. Pois com o julgamento
julgados. com que julgais sereis julgados.
Tg 5. 10: [...] tomai como exemplo Mt 5. 12: [...] foi assim que perse-
de vida de sofrimento e de paciên- guiram os profetas, que vieram an-
cia os profetas. tes de vós.
82 ˃˃˃
Tg 5. 12: [...] não jureis, nem pelo Mt 5. 34-37: [...] não jureis em hipóte-
céu nem pela terra, nem por outra se nenhuma; nem pelo céu [...] nem
coisa qualquer. Antes, seja o vosso pela terra [...]. Seja o vosso “sim”,
sim, sim, e o vosso não, não. sim, e o vosso “não”, não.
mas conhecia muito bem a tradição de Jesus que era familiar também a
Mateus e semelhante a Q29.30
à fé. Veja que isto é algo que Paulo concorda plenamente. Isto pode ser
facilmente observado nas seções “imperativas” de suas cartas que insistem
nas atitudes.31 É possível afirmar que se o escritor de Tiago tivesse lido
Romanos perceberia que o apóstolo Paulo e ele não estavam lidando com
o mesmo problema. Diante disso, é bom que fique claro que Paulo não pro-
clamou a justificação somente mediante uma fé que não implicava viver
como Cristo deseja que seus seguidores vivam (BROWN, 2004, p. 955).
apresentada para aquele que está doente. É importante saber que na prá-
tica posterior da Igreja, a cura dos doentes pela unção feita por um sacer-
dote foi considerada um sacramento e, por isso, inevitavelmente o texto
de Tiago afetou os debates entre os reformadores e Roma. Sabe-se que a
Igreja Romana instituiu, em vista dessa passagem, a extrema-unção32 na
Seção XIV do Concílio de Trento (1716 – 1719) considerando como uma
instituição de Cristo promulgada por Tiago, decidindo que os presbíteros,
não são simplesmente membros idosos da comunidade, mas os sacerdotes
ordenados pelo bispo.
31 Cf. Gálatas 5. 6: “fé agindo pela caridade (amor)”; 1 Coríntios 13. 2: “[...] ainda que
tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade (o amor), nada
seria”; Romanos 2. 13: “[...] não são os que ouvem a lei que são justos perante Deus, mas os
que cumprem a Lei”; e a insistência na obediência em Romanos 6. 17; 16. 19.26; 2 Coríntios 10.
6; Filemon 21. Contudo, podemos estar bem seguros de que Paulo jamais teria formulado seu
imperativo positivo acerca do comportamento na linguagem de Tiago 2. 24 – “obras, e não
simplesmente a fé”. In BROWN, R. E. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas,
2004, p. 954, n. 26.
32 Designação surgida durante a Idade Média quando a Igreja Ocidental – romana
– restringiu a unção aos gravemente enfermos ou doentes terminais. In BROWN, R. E. In-
trodução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2004, p. 958, n. 29.
˂˂˂ 85
33 Quanto a mim, porém, estando eles enfermos, as minhas vestes eram pano de saco;
eu afligia a minha alma com jejum e em oração me reclinava sobre o peito, portava-me como
se eles fossem meus amigos ou meus irmãos; andava curvado, de luto, como quem chora por
sua mãe (ARA).
86 ˃˃˃
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EXERCÍCIOS
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RESUMO DA UNIDADE
Cartas Universais
e Hebreus
˂˂˂ 93
SEÇÃO 1 – 1PEDRO
• Autoria e Data
Em João 21. 18s deve-se constatar certa alusão ao fim de sua vida, onde se
informa que o Ressuscitado lhe anunciou a morte de martírio, entrementes
provavelmente ocorrida (HOLMER, 2008, p. 6).
De acordo com Harrison (1987 p. 393) Eusébio já a colocava entre
os livros “não disputados”. Aparentemente não houve quem contestasse a
autoria petrina.
• Pano de Fundo
• Destinatários
Mais uma vez o próprio texto indica a resposta para este tópico.
Os destinatários são os evklektoi/j parepidh,moij diaspora/j Po,ntou( Galati,aj(
Kappadoki,aj( VAsi,aj kai. Biquni,aj( (eklektoîs parepidémois diásporas Póntoy,
Galatías, Kappadokías, Asías kaì Bithinías) “eleitos que são forasteiros eleitos
da Diáspora no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”. Naquele tem-
po esses nomes regionais da Ásia Menor designavam províncias romanas
maiores, todas surgidas entre 133 a.C. (Ásia) e 17 d.C. (Capadócia). A pro-
víncia romana da Galácia abarca, além da antiga região com esse nome no
centro da Ásia Menor, também a Licaônia, Pisídia e o leste da Frígia. Fa-
ziam parte da província romana da Ásia as regiões da Mísia, Lídia, Frígia
e Cária. Se assumir que Pedro se ateve às designações oficiais romanas, os
nomes citados abrangem quase todo o território da Ásia Menor. Somente
Lícia, Panfília e Cilícia, no extremo sul, não foram citadas (CARSON, 1997,
Cartas Universais e Hebreus
p. 471).
De acordo com Holmer (2008, p. 6) os destinatários parecem ter
sido predominantemente cristãos gentios. Porque somente de ex-gentios
se pode afirmar: no passado sua vida, na ignorância, foi determinada pelas
paixões (1. 14), foram redimidos da conduta vã legada pelos pais (1Pe 1.
18), outrora eram “não um povo”, agora, porém, são povo de Deus (2. 10) e
96 ˃˃˃
“basta que nos tempos passados realizastes a vontade dos gentios” (4. 3s).
No entanto, com certeza também cristãos judeus faziam parte das igrejas
para as quais Pedro escreve. Isso condiz inteiramente com a ideia que já
possuímos acerca da atuação do apóstolo Paulo na Ásia Menor. Somente
poucos intérpretes (B. Weiß; Kühl) supõem que Pedro escreveu a carta a
cristãos judeus. Dois aspectos são característicos para os destinatários da
carta: há muitos recém-convertidos entre eles (2. 2), e eles passam por di-
versos sofrimentos e aflições (1. 6; 2. 20; 3. 14ss; 4. 12ss; dentre outras pas-
sagens).
Veja que a epístola de Pedro tem endereço abrangente e, portanto,
merece mesmo o nome de Epístola Universal, para ver o mapa do lugar
acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem.
• Propósito
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• Esboço
Introdução
(1. 1, 2)
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EXERCÍCIOS
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tados.
c (.....) O texto não contém destinatários.
d (.....) As alternativas “a” e “b” estão corretas.
SEÇÃO 2 – MENSAGEM
• Conteúdo
que:
Observe que apesar da resumida descrição de conteúdo, Carson
não deixa escapar nenhum dos temas mais relevantes.
• Afirmação da Identidade e Dignidade Cristãs
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Deus não exige de seus filhos a santidade que Ele mesmo possui. É óbvio
que o “Ser” de Deus e o “ser” de qualquer humano, mesmo tendo sido
gerado de novo, não podem ser comparados. Entretanto, no imperativo
para a santidade não há diferença alguma no “tipo” de santidade exigida
por Deus. Mesmo se tomar o texto citado diretamente da Bíblia Hebraica
se chega à mesma conclusão, senão, veja: “Porque eu éhw”hy> (YHWH) vosso
Deus ‘~T,v.DIq;t.hiw> (wehiteqadoshtêm – sou santo) vós vos ~yviêdoq. (qedoshim - san-
tificareis) e sereis vAdßq’” (qadosh - santos). Veja que mesmo desconsiderando
a realidade de que Pedro tenha citado a versão grega dos LXX, o texto
hebraico traz exatamente o mesmo sentido.
O capítulo 1 é permeado com expressões animadoras: graça e paz
vos sejam multiplicadas, viva esperança, incorruptível, incontaminável,
não pode murchar, guardada nos céus, para a salvação, grandemente vos
alegrais, mais preciosa do que o ouro, em louvor, e honra, e glória, vos
alegrais com gozo inefável e glorioso, a salvação da alma, da graça que vos
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foi dada, a glória que se lhes havia de seguir, fostes resgatados, por amor
de vós, purificando a vossa alma, para o amor fraternal. Depois de tantas
palavras de conforto o apóstolo trata da questão da mutualidade: amai-
-vos ardentemente uns aos outros.
A partir do capítulo 2 então, Pedro começa a tratar da boa conduta
do cristão. Uma vez tendo enfatizado a condição de “nova criatura”, per-
tencentes a um “novo povo” e os direitos adquiridos por fazerem parte da
família de Deus, a seção culmina (2. 4-10) concentrada em duas séries de
três textos do Antigo Testamento. Esta série focaliza Cristo como a pedra
escolhida por Deus, mas rejeitada por alguns seres humanos; na comuni-
dade cristã que se tornou o povo de Deus. O verso 9 interpreta Êxodo 19.
6 – da Septuaginta (LXX): “Mas vós sois uma raça eleita, um sacerdócio
real, uma nação santa – e;qnoj a[gion (éthnos hagion)”. Aqui ele novamente
ressalta a santidade daqueles que foram gerados de novo, o que já havia
˂˂˂ 103
tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências
dos homens, mas segundo a vontade de Deus”. Brown (2004, p. 927) con-
sidera que é como se Pedro intentasse dizer-lhes assim:
SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
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Cartas Universais e Hebreus
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2. Assinale as alternativas corretas:
SEÇÃO 3 – 2PEDRO
• Autoria e Data
consta nos “antilegomena”. Dockery (2001, p. 817) afirma que apesar das
dificuldades, a igreja finalmente aceitou como legítima e digna de inclusão
no cânon.
Por fim, uma opinião de peso é dada por Green e vale a pena inse-
rí-la aqui em sua íntegra:
112 ˃˃˃
• Pano de Fundo
tempo de sua morte – talvez ela possa ter sido escrita um pouco antes que
ele sofresse o martírio na perseguição dos cristãos promovida pelo impe-
rador romano Nero (Holmer, 2008, p. 7). Na opinião de Dockery (2001, p.
817) uma data entre o fim da década de 60 parece um período de tempo
aceitável. Desta forma, a carta está inserida em um pano de fundo onde os
cristãos estavam sendo severamente perseguidos.
• Destinatários
• Propósito
Está claro nos capítulos dois e três, que o propósito de 2Pedro foi
o de advertir os leitores contra a heresia ocasionada pelos falsos mestres.
Há um consenso entre os estudiosos que a heresia é a do gnosticismo. A
característica essencial desta heresia foi uma tentativa de estabelecer-se
uma aristocracia do conhecimento na religião e rejeitar-se o princípio cris-
tão básico, que não reconhece nenhuma distinção entre classes de pessoas.
As palavras para “conhecer” e “conhecimento” ocorrem dezesseis vezes,
seis das quais se referem ao conhecimento de Cristo (1. 2, 3, 8; 2. 9, 20;
3. 18). Este conhecimento está espiritualmente baseado numa experiência
crescente com Cristo (3. 18) e não é meramente acadêmico. Com o apare-
cimento dos falsos mestres, é claro que o escritor temeu o perigo interno
da apostasia mais que as crueldades da perseguição infligida de fora pelo
paganismo ignorante. A carta foi escrita para enfatizar a natureza do co-
nhecimento salvífico (1. 1-11) e como os crentes devem viver em vista de
sua esperança da volta de Cristo (3. 13-18) (HALE, 2001, p. 395, 396).
Cartas Universais e Hebreus
• Esboço
ficada:
• Mensagem
parte de Deus falaram os homens”. Veja que esta tradução não modifica o
sentido das traduções correntes. Contudo, pensa-se que a expressão “mas
sob a plenitude do Espírito Santo da parte de Deus” coloca mais ênfase na
verdade que o texto quer transmitir. Isto significa que, de fato, as Escritu-
ras não são passíveis de interpretações particulares. A falta de observância
desta verdade bíblica tem introduzido uma série de doutrinas errôneas e
116 ˃˃˃
SAIBA MAIS
GREEN, M. Segunda epístola de Pedro e Judas. São Paulo: Vida Nova, 1993.
EXERCÍCIOS
1. A carta afirma que a salvação vem pelas obras ou que estas comprovam
a posse da salvação? Qual a diferença dessas possibilidades (1. 5-11)?
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2. Assinale as alternativas corretas:
SEÇÃO 4 – JUDAS
• Autoria e Data
• Contexto e Propósito
• Destinatários
Cartas Universais e Hebreus
• Esboço
I. Saudação
(v.1-2)
II. O motivo da epístola
(v.3-4)
III. A descrição dos falsos mestres
(5-16)
IV. A resistência dos falsos mestres
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(17-23)
V. Doxologia
(v.24-25)
• Mensagem
SAIBA MAIS
GREEN, M. Segunda epístola de Pedro e Judas. São Paulo: Vida Nova, 1993.
EXERCÍCIOS
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2. Assinale as alternativas corretas:
RESUMO DA UNIDADE
sas cristãs com a obediência aos seus esposos, ao invés de seguirem modas
espalhafatosas, o respeito das mulheres para com seus maridos, e, uma vez
mais, o amor mútuo dentro da comunidade cristã.
A menção à profecia autêntica, no final do primeiro capítulo de
2Pedro, leva o apóstolo a condenar as profecias fictícias. Os mestres falsos,
presentes e futuros, encontram-se na mesma posição de condenação em
que eram tidos os falsos profetas do Antigo Testamento, e terão de sofrer o
mesmo juízo divino condenatório que aqueles. Quem foi gerado de novo,
todavia, deve relembrar as predições de juízo, quando da segunda vinda
de Cristo, segundo os moldes do dilúvio, embora através do fogo, e não da
água. A demora aparente do retorno de Jesus não deve ser erroneamente
interpretada como um cancelamento. Antes, essa postergação se apresenta
como paciência de Deus, que convida e deseja dar a cada geração mais
tempo para arrependimento. Todavia, tendo em vista que o presente es-
quema das coisas será destruído, os fiéis discípulos de Cristo devem viver
retamente, à luz dos valores eternos, em antecipação à volta de Jesus. A
classificação das epístolas de Paulo entre “as demais Escrituras” (3. 15,16)
mostra que elas já eram então consideradas Escrituras inspiradas.
Judas escreveu reagindo à infiltração da Igreja por parte de falsos
mestres. O que o compeliu para uma exortação a que os cristãos lutassem
vigorosamente em defesa da verdade do Evangelho. Ele descreve em ter-
mos vívidos tanto a iniquidade dos falsos mestres quanto a condenação
deles, ao citar exemplos de juízo divino no passado: a geração de israelen-
ses que perecera no deserto, por causa de sua infidelidade; os anjos caídos;
e Sodoma e Gomorra. Os falsos mestres eram destituídos de reverência
pelas realidades espirituais e por seres sobre-humanos, o que contrasta
com a cautela com que o arcanjo Miguel disputara com Satanás em torno
do cadáver de Moisés.
Apesar da riqueza de temas encontrados nessa unidade, podemos
dizer que a ênfase deve ser dada à conduta diante do sofrimento e a infeliz
existência de falsos mestres e profecias errôneas. Contudo, o foco maior
fica na viva esperança da realização da promessa de que Jesus voltará.
UNIDADE 4
Epístolas Joaninas
Hebreus
t
Cartas Universais e
UNIDADE IV
Epístolas Joaninas
˂˂˂ 131
SEÇÃO 1 – INTRODUÇÃO
epístolas não são tão claras como as concernentes à primeira. Mais uma
vez foi Irineu que, em sua obra Adversus Haereses iii. 16.3,8 menciona duas
epístolas, atribuindo-as a “João, o discípulo do Senhor”, além disso, ele
cita 2João 7, 8, 10 e 11 (STOTT, 2005, p. 15). Lembre-se mais uma vez que
tanto a 2 quanto a 3João estão entre os antilegomena.
Tanto no estilo quanto no vocabulário existem tantas semelhanças
entre 1João e o Evangelho de João que ninguém pode duvidar de que pro-
vêm da mesma tradição (BROWN, 2004, p. 519). Quanto aos dois outros
documentos – 2 e 3João – Stott (2005, p. 23) afirma que não é necessário por
em ordem longos argumentos em favor da autoria comum de 2 e 3João.
Para este escritor é quase que patente nelas mesmas. Apesar de a terceira
epístola conter uma ou duas palavras que lhe são singulares - filoprwteu,wn
no v. 9 e fluarw/n no v. 10, referindo-se à “primazia de Diótrefes” e “profe-
rindo palavras maliciosas”, respectivamente – não obstante, a despeito das
circunstâncias diferentes que as evocaram e do fato de que o destinatário
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• Pano de Fundo
ve:
SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
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2. Assinale as alternativas corretas:
d (.....) Diótefres.
• Os Falsos Mestres
de maneira nenhuma conhece a Deus” (4. 7-8). “Porque Deus nos amou,
nós devemos amar a outros; quando nos amamos uns aos outros Deus per-
manece em nós” (4. 10-12). O mandamento é que quem ama a Deus deve
amar também a seu irmão; e quem diz que ama a Deus e ao mesmo tempo
aborrece seu irmão, é chamado mentiroso (4. 20-21).
Para Barclay (1960, p. 17) eis aí o quadro dos falsos mestres – os
gnósticos. Estes declaravam haver nascido de Deus, de estar caminhando
na luz, de não ter pecado, de permanecer em Deus e conhecê-lo. Não ti-
nham ideia de que estavam destruindo a fé e a Igreja
• A Mensagem de 1João
• Propósito
gria de seu povo se cumpra (1. 4), e para que não pequem (2. 1). Vê clara-
mente que por atrativo e fascinante que seja o mau caminho, não procura
a felicidade. Levar-lhes alegria e preservá-los do pecado é uma e a mesma
coisa. Além disso, Hale (2001, p. 413 assinala a intenção de advertir os
leitores acerca do perigo, para a fé cristã, das atividades dos ensinos dos
falsos mestres mencionados antes.
144 ˃˃˃
• Esboço
falsos mestres.
• Conteúdo de 1João
34 A ideia que está por trás da palavra expiar é reconciliar. Especificamente, a palavra
é usada em referência ao processo pelo qual os obstáculos a essa reconciliação são removidos.
Toda a Bíblia demonstra que, sem ação expiatória, a raça humana está separada de Deus.
Essa alienação, causada pelo pecado tem de ser reparada. No Antigo Testamento, expiar e
expiação vêm da palavra kpr, que significa cobrir ou, como alguns estudiosos propõem limpar.
A septuaginta traduziu kpr e todos os seus derivados principalmente pela família de pala-
vras formada por exhilaskomaí, exhilasmos e hilasterios. A palavra expiação não se encontra
na maioria das traduções do Novo Testamento. Usa-se “sacrifício”, “propiciação”, “propici-
atório”. O Novo Testamento apresenta um tesouro rico e variado de expressões concernentes
à expiação. As palavras hilasterion, hilaskomai e hilasmos vêm da raiz que significa agradar ou
tornar propício. O pecado que separa as pessoas de Deus. Em sua obra expiatória, Deus obteve
a reconciliação pela obra de Jesus Cristo. “Ele é a nossa paz [...], tendo derribado a parede
da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne a lei [...], fazendo a paz,
e [reconciliando] ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por
ela a inimizade (Ef 2. 14-16). Em Cristo, a expiação em favor do cristão foi concretizada. In
DOCKERY, D. S. Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001, p. 823.
35 O vocábulo aqui usado “para,klhton” (parákleton) é o mesmo que é utilizado no
Evangelho de João referindo-se ao Espírito Santo; É um intercessor, aquele que vem em so-
corro.
˂˂˂ 147
SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
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2. Assinale as alternativas corretas:
• A Prova da Filiação
‘ • 1João Conclusão
• 2 e 3João
• Autoria
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nos seguintes termos contra receber falsos irmãos: “Pois todo aquele que
não confessa que Jesus Cristo veio na carne é Anticristo”, provavelmen-
te baseado em 2João 7 e de 1João 4. 2-3. No entanto, o primeiro autor a
referir-se especificamente a uma dessas epístolas como sendo de João é
Papias de Hierápolis em meados do século II. Segundo Eusébio (H.E. 3. 39,
17), Papias teria feito “uso de exemplos extraídos da primeira epístola de
João”. Ressalta-se ainda que a expressão “a primeira” é de Eusébio e não
de Papias. Somente nos tempos de Irineu (c. 180) é que pelo menos a pri-
meira e a segunda epístolas são explicitamente atribuídas a João, discípulo
do Senhor Jesus Cristo e autor do Quarto Evangelho.
Para Koester (2005, p. 213) os escritos conhecidos como 2João e
3João pertencem ao círculo joanino, como bem mostram sua linguagem
e teologia. As duas cartas teriam sido escritas pelo “Presbítero” ou “An-
cião”, mas somente 3João, de acordo com Koester, é uma carta verdadeira.
Várias tentativas foram realizadas para reconstruir a situação em que esta
carta se insere, contudo as circunstâncias que inspiraram sua composição
permanecem enigmáticas. Não se pode afirmar quem era o Ancião, nem
Gaio, nem Diótefres e nem os lugares onde o Ancião e Diótefres residiam.
Parece que o motivo gira em torno de questões de organização da igreja ou
de atividades missionárias.
A segunda epístola provavelmente foi escrita depois de 1 e 3João,
porque contém elementos de ambas. Segundo os estudiosos não é uma
carta de fato – nem um bilhete – mas uma compilação superficial de sen-
Cartas Universais e Hebreus
• Esboço de 2João
I. Saudação
(1-3)
II. Incentivo ao amor cristão
(4-6)
III. Advertência contra falsos ensinos
(7-11)
IV. Conclusão
FACEL - Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras
(12-13).
• Destinação e Propósito
• Mensagem
Cartas Universais e Hebreus
SAIBA MAIS
DOCKERY, D. S. Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001.
EXERCÍCIOS
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• Esboço de 3João
I. Saudação
(1)
II. Elogio à hospitalidade de Gaio
(2-8)
III. Condenação da rebeldia de Diótrefes
(9-11)
IV. Perspectivas de uma visita futura
(12-14).
• Destinação e Propósito
FACEL - Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras
• Mensagem
SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
1. Quais são as atitudes que o escritor de 3João elogia em Gaio? Como você
pode imitar suas atitudes nos dias de hoje?
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2. Assinale as alternativas corretas:
II – A saudação da carta é:
a (.....) Parecida com as cartas seculares daquele período.
b (.....) Semelhante às epístolas paulinas.
c (.....) Oferece um desejo que faz conexão entre corpo e alma.
d (.....) As alternativas “a” e “c” são corretas.
RESUMO DA UNIDADE
tas vezes hostil. Descreve a vida do povo de Deus que são “peregrinos” e
“forasteiros”. A segunda carta, como vimos, é uma das mais contestadas
e polêmicas do Novo Testamento. Não pelo seu conteúdo, pois os temas
tratados — eleição e chamado, a transfiguração de Jesus, palavra da pro-
fecia, o combate a heresias provavelmente gnósticas, a volta de Jesus e o
fim dos tempos — cabem muito bem no todo do Novo Testamento. O que
é questionado é, se esta carta pode, de fato, vir de Pedro. Mais uma vez, o
estudante deve prender-se à riqueza do conteúdo, uma vez que esta carta
há séculos tem sido aceita no cânon cristão.
Pouco valor é dado à epístola de Judas. Isso pode estar relaciona-
do ao seu conteúdo, que é influenciado pela tradição do judaísmo daquela
época mais do que qualquer outro escrito do Novo Testamento. Por isso,
despreocupadamente se fazem menções de escritos judaico-apocalípticos
como da Ascensão de Moisés (v. 9) e do Apocalipse de Enoque (v. 14)
como também a lendas judaicas (v. 9, 11). Para muitos leitores atuais da
Bíblia, aquele é um mundo totalmente estranho. Inutilmente buscam evi-
dências para os fatos citados no Antigo Testamento.
A primeira epístola de João se caracteriza por uma estrutura inco-
mum, pelo conteúdo extraordinário, pela argumentação contra uma frente
de falsos mestres e pela proximidade em linguagem, estilo e teo-
logia ao evangelho de João. A estrutura incomum se caracteriza pela apre-
sentação tripla de cada tema importante da carta: a comunhão com Deus,
a vitória sobre o pecado, o amor a Deus e a obediência aos mandamentos,
o amor ao irmão, a vitória sobre o mundo, o anticristo e a declaração de fé
sobre Jesus. Isso aparece logo após o prólogo em três sequências repetidas
dos temas citados.
A carta 2João tratou de dois temas: o autor estimula os leitores a
uma vida com amor, que se evidencia na obediência aos mandamentos.
Ele também adverte os leitores sobre aqueles que tentam seduzir as pes-
soas com falsos ensinos sobre Jesus. A III epístola de João é de cunho um
tanto mais pessoal e aborda de um assunto bastante específico: uma apa-
rente disputa interna nas igrejas que faziam parte da comunidade joanina.
No geral, as Epístolas estudadas neste módulo são ricas em ensi-
namentos teológicos, éticos e morais. Elas oferecem modelos para a vida
cotidiana e não simplemente conhecimento teológico abstrato. Nossa es-
perança é que você possa desfrutrar da plenitude de tudo aquilo que pode
ser tratado aqui. Além disso, lembre-se que foram feitas diversas recomen-
dações de outras obras que podem auxiliá-lo em seu desenvolvimento e,
acima de tudo, o contato direto com o texto bíblico lhe dará um excelente
crescimento.
Com isso você conclui outra importante etapa.
Você é vencedor!
Parabéns pelo esforço e dedicação!
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REFERÊNCIAS
DOCKERY, D. S. Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001.
DOCKERY, D. S. Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001.
ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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