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LIVRARIA
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FIALHO DE ALMEIDA
1912
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IV ■
A MORGADA DE ROMARIZ
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CAMILLO CASTELLO BRAMO
NOVELLAS DO MINHO
PUBLICAÇÃO ME.ISAL
IV
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LISBOA.
LIVRARIA EDITORA DE MATTOS MOREIRA & C."
68, Praça de D. Pedro, 68
1876
A propriedade d'esta obra pertence a Henrique
d'Araujo Gedinho Tavara6, súbdito brazileiro.
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BENTO MORENO
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:
II
III
IV
VI
VII
VIII
Outro boato:
Que a malta da Terra-negra assaltara o pe-
dreiro, roubara-o, matara-o, e levara o cadáver
ao castello de Vermuim. Não se dava a rasa
d'este sahimento a três quartos de légua: mas
lambem não era necessária a lógica para expli-
car tal coisa.
A versão, porém, mais popular e que ti1
nha o suffragio das pessoas mais rasoaveis,
era que Joaquim assassinara o pai na serra,
quando o velho voltava do seu trabalho de bro-
car pedra; e, depois, deixando-o morto, viera a
casa desenterrar o dinheiro. Em confirmação do
boato, allegava-se o facto de elle ter apparecido
em Famalicão a procurar o pai, e a indagar dos
risinhos se tinham dado conla do arrombamento
ila casa—isto no dia em que o pai já estava morto.
A voz publica forçou a authoridade a prender
o Faina; mas, na noite seguinte á da prisão,
algumas dúzias de homens armados arrombaram
a cadeia de Famalicão, e tiraram de ferros o in-
nocente.
A MORGADA DE ROMAR1Z 57
IX
ou da Lua de Londres, o
E noite; o astro saudoso
Rompe a custo o plúmbeo ceo, ele
XI
Conclusão
FIM
O FILHO NATURAL
CAMILLO CASTELIO BRANCO
NOVELLAS DO MINHO
PUBLICAÇÃO MENSAL
I FILIO IATH1AL
PRIMEIRA PARTE
LISBOA
LIVRARIA EDITORA DE MATTOS MOREIRA & C.»
68-Praoa de D. Pedrc-88
1876
A propriedade d'eata obra pertence a Henrique
d"Araujo Godinho Tavares, súbdito brazileiro.
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Nem tanto.
0 deputado escondia ao exame dos seus ami-
gos uma luva branca de 5 pontos e a medalha
de um retrato. Sagrava estes dois objectos um
amor incontaminado, uma paixão que se urdira
com duas fibras puras do coração de Vasco. A
menina amada era Mostre, formosa, envidada na
sua reputação c pobre. Seu pae era conde, re-
presentante de condes que já o eram no reina-
do de D. Manuel. Seus irmãos eram dous fa-
distas, as melhores duas navalhas da travessa
dos Fieis de Deus e arredores. Velaram as ar-
mas no "sótão da Severa c remedavam o conde
de Vimioso nas caracleristicas farçdices do alto
bunzé. Mordia-os uma aspiração ardente: que-
riam ser bolieiros. Aquelle grande batedor José
44 NOVELLAS DO MINHO
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NOVELLAS DO MINHO
PUBLICAÇÃO MENSAL
VI
SEGUNDA PARTE
LISBOA
LIVRARIA EDITORA DE MATTOS MOREIRA 4 C.»
68-Praça de D. Pedro-68
1876
A propriedade d'esla obra pertence a Henrique
d'Araújo Godinho Tavares, súbdito brazileiro.
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—Não reparei.
D'ahi a minutos, dizia-lhe Leonor:
—Vaes tão calado e triste! Que tens tu,
Vasco?
—Que heide eu ter, filha?... É o demónio
da politica...
—Estavas tão alegre ao almoço... Ah! uma
cousa... Dá-se baile nos annos da Piedade ?
—Responderei á tarde. Ainda não sei se o
banco de Portugal me reforma a leltra dos cinco
contos...
—Mas eu já escolhi o meu vestido e os das
pequenas.
—Se escolheste os vestidos, nem por isso é
obrigatório o baile.
—Sim... —redarguiu a viscondessa com dis-
farçado despeito.—Em todo o caso, não digo
nada, por emquanto, á prima Penafiel, nem á
prima Ponte que mandaram saber...
—Sim, não digas nada.
—Mas é exquisito...
—0 que é exquisito, Leonor?
O FILHO NATURAL 4|
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Era abril.
O visconde de Agilde assistia aos trabalhos
de jardinagem de sua filha Piedade. A viscon-
dessa, sempre a tremer de frio com as mãos for-
radas em um regalo velho e esfumado, não sabia
do fogão. As outras meninas polkavam de chi-
nellos em uma grande sala, cantarolando a mu-
sica, muito esbofadas e vermelhas. Paravam ás
vezes abraçadas, e achavam-se ridiculas.
O visconde e a filha viram apear de um gar-
rano, na testada do portão, um sujeito mal en-
trajado.
—Quem é aquelle homem ?—perguntou Pie-
dade.
O pae entalou a luneta no olho direito, e disse:
O FILHO NATURAL 59
—Em hospedaria?
—Sim, senhor.
—Lembro-lhe que no hospital de S. Marcos
ha quartos particulares com excellentes médicos
e óptimo tratamento. Eu escrevo a meu primo
Magalhães, que é o provedor da Misericórdia, e
responsabiliso-me pelo pagamento.
—Obrigado a v. ex.a, mas não venço a repu-
gnância que me fazem hospitaes.
—Pois então, conserve-se onde está—volveu
seccamente o visconde,—Em todo o caso, se eu
fizer pouco em seu auxilio, creia que não posso
fazer mais.
Álvaro não sentia os raptos que nos dramas
desenlaçam situações análogas. A verdade é pou-
co dramática. EUe queria desfigurar-se subita-
mente, manifestar-se rico, sem phrases arredon-
dadas de antemão. Premeditara o que quer que
fosse na hypothese de ser bem ou mal recebido;
mas o gélido socego com que o pae lhe fallava
impunha-lhe moderação no artificio dos arreba-
tamentos filiaes. De mais a mais enganara-se,
O FILHO NATURAL 63
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FIM
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