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Comportamento

Diga-me como você se exibe e eu lhe direi qual é o seu vazio!

Quais são as formas que expressamos nossos vazios? Existe um


motivo para o exibicionismo físico? Ou para a exibição daquilo que
se tem em bens materiais? A exibição exagerada de dotes
intelectuais? De sociabilidade? De excesso de simpatia? Ou ainda
de “sex appeal”?

Tudo na vida segue em busca de equilíbrio. E assim, para se


analisar uma pessoa ou situação, basta perceber se há equilíbrio
em todas as partes que compõe este alguém ou momento.

O simples fato de uma pessoa precisar se exibir já demonstra


falta de equilíbrio. Quando alguém está inteiro e balanceado, não
possui necessidade de aparecer. O mesmo acontece como
consequência e de forma natural, na intensidade que tem de ser.

Chegamos todos nesta vida sem manual de instrução sobre como


seguir em frente. Passamos esta trajetória em busca de nós
mesmos e de respostas que permeiam nossa consciência do início
ao fim.

Entre um momento e outro, extravasamos nossas dúvidas e faltas


de respostas de inúmeras formas. Muitas que doem e nos marcam
profundamente.

É na infância que construímos os nossos valores, crenças e


princípios. E toda falta de amor, compreensão e qualquer
dificuldade que se tenha tido nesta fase, irá se manifestar mais
tarde, quando jovens ou adultos. Muitas vezes passa-se a vida na
busca pela compensação de um fato do passado, sem sucesso ou
sem qualquer consciência disso.

A busca desenfreada pelo amor de alguém, por exemplo, que acaba


refletindo em diversos relacionamentos, um atrás do outro, ou em
vários ao mesmo tempo, deixa clara a falta de afeto na infância.

Uma mágoa em relação ao pai ou à mãe, ainda que inconsciente, faz


com que o ser humano se sinta tão profundamente só, que o
mesmo se perde na busca pela compensação de amor num parceiro
ou parceira. Como nada, nem ninguém substitui este amor, a busca
torna-se infinita e mal sucedida.

Todo excesso de nós mesmos ou de algumas de nossas


características vem demonstrar uma falta de equilíbrio. Assim
como a necessidade de exibição dessas características.

A exibição e ostentação de dinheiro mostra uma ausência de


valores amorosos. Assim como a exibição e humilhação através da
posse de dotes intelectuais, mostra a necessidade de subjugar o
outro, compensando uma provável subjugação do passado. O
excesso de sociabilidade, escancarando a necessidade de ser
aceito, quando de forma inconsciente não há a aceitação por parte
de si mesmo. E daí por diante.

Toda falta gera em nós um vazio, que em nós permanece de forma


inconsciente, e na maioria das vezes por muito tempo. Anos a fio.
É pelo despertar de consciência, pelo autoconhecimento, o se
olhar para dentro, que nos permite finalmente preencher esses
“buracos” de forma adequada.

Não mudamos a história de nosso passado, mas somos capazes de


mudar o que sentimos ao lembrar de nossas histórias.
Transformamos nossas mágoas e dores em compreensão e
aceitação. A partir daí, toda e qualquer necessidade de se
sobressair desaparece.

Uma vez donos de nós mesmos, não importa o que o mundo pensa
ou o que o mundo fala. Só importa a paz finalmente encontrada no
melhor lugar possível: em si mesmo!

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