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A Igreja de Cristo é perpétua: "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra

edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18)
Dos dizeres do Apóstolo S. Paulo se evidencia duas coisas que provam que a eclesiologia
cristã não é igualitária e/ou subjetiva da forma que pregam os desigrejados e a maioria dos
protestantes, nem que a verdadeira Igreja de Cristo é invisível. Primeiro pelos dizeres do
Apóstolo que evidenciam três graus de ordenação [1] na hierarquia do Magistério da Igreja
de Cristo: Diácono (1Tm 3,8-12), Presbítero (Tt 1,5) [2] e o Bispo (At 20,28). Segundo por
seu dizer de que são os Bispos, sucessores dos Apóstolos, que devem governar os
cristãos e a perpétua Igreja de Cristo: “Atendei a vós mesmos e a todo o rebanho, sobre
que o Espírito Santo vos constituiu Bispos, para governardes a Igreja de Deus, que ele
adquiriu com o seu próprio sangue.” (Atos 20,28).
[1] A ordenação acontece sucessivamente, desde o Apóstolo, pela imposição de mãos
(1Tm 4,14 e 1Tm 5,22)
[2] Presbítero é o “ancião” ou “sacerdote” que passou a ser designado como “Padre”, não
só pela Igreja Católica mas também pelas igrejas do Oriente que dela se separaram no
medievo.
Segue-se os dizeres da Igreja na era primitiva: "Ninguém faça sem o Bispo coisa alguma
que diga respeito à Igreja. Por legítima seja tida tão-somente a Eucaristia, feita sob a
presidência do Bispo ou por delegado seu. Onde quer que se apresente o Bispo, ali
também esteja a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus também nos
assegura a presença da Igreja católica." (Santo Inácio, Bispo de Antioquia, nascido ano 35
e martirizado ano 108 — Epístola à Igreja de Esmirna, Capítulo VIII — Fonte:
http://www.newadvent.org/fathers/0109.htm)
"A Igreja de Deus que vive como estrangeira em Esmirna, para a Igreja de Deus que vive
como estrangeira em Filomélio e para todas as comunidades da Santa Igreja Católica que
vivem como estrangeira em todos os lugares.” (Sobre o Martírio de São Policarpo, Bispo
de Esmirna, nascido ano 69 e martirizado ano 155 — O Martírio de Policarpo, Saudação
— Fonte: http://www.newadvent.org/fathers/0102.htm)

“Mas visto que seria coisa bastante longa elencar, numa obra como esta, as sucessões de
todas as igrejas, limitar-nos-emos a maior e mais antiga e conhecida por todos, a Igreja
fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos Apóstolos, Pedro e Paulo, e,
indicando a sua tradição recebida dos Apóstolos e a fé anunciada aos homens, que
chegou até nós pelas sucessões dos Bispos, refutaremos todos os que de alguma forma,
quer por enfatuação ou vanglória, quer por cegueira ou por doutrina errada, se reúnem
prescindindo de qualquer legitimidade. Pois é uma questão de necessidade que toda Igreja
deve concordar com esta Igreja, por causa de sua autoridade proeminente.” (Santo Irineu,
Bispo de Lyon, nascido ano 130 e martirizado ano 202, Bispo de Lyon — Contra Heresias
– Livro III Capítulo III, n. II – Fonte: http://www.newadvent.org/fathers/0103303.htm)
“A Pedro foi dada a primazia, para manifestar que a Igreja é uma em Cristo” (São Cipriano,
Bispo de Cartago, nascido ano 210 e martirizado ano 258 — A Unidade da Igreja, Capítulo
IV – Fonte: http://www.documentacatholicaomnia.eu/02m/0200-
0258,_Cyprianus_Carthaginensis,_Liber_de_Unitate_Ecclesiae,_MLT.pdf)
“à Igreja principal na qual nasceu a unidade do sacerdócio, se esquecem que estes são os
romanos cuja fé elogiada pelo apóstolo quando ele pregou, que não deveria ter acesso a
perfídia.” (São Cipriano, Bispo de Cartago, nascido ano 210 e martirizado ano 258 —
Epístola LIV, XIV – Fonte: http://www.newadvent.org/fathers/050654.htm)
Deve-se saber que, apesar da diversidade contingentes de seus membros (1Co 12), a
Igreja é o Corpo de Cristo, cuja Cabeça é o próprio Cristo (Ef 5,23). A Igreja sempre creu
que fora desse Corpo de Cristo, ou seja, da Igreja de Cristo, não se professando a unidade
e a catolicidade da Fé Cristã (Ef 4,5), não há salvação. Concorda o dizer do Bispo mais
famoso da Igreja primitiva: “Fora da Igreja Católica pode encontrar-se tudo, menos a
salvação. Pode-se ter honra, pode haver Sacramentos, pode cantar-se o 'Aleluia', pode
responder-se o 'Amém', pode defender-se o Evangelho, pode ter-se fé no Pai, no Filho e
no Espírito Santo e, inclusive, até pregá-la. Mas nunca, se não for na Igreja Católica, pode
encontrar-se a salvação.” (Santo Agostinho, Bispo de Hipona, nascido ano 354 e falecido
ano 430 – Sermão ao povo de Cesareia, Capítulo VI – Fonte:
https://www.augustinus.it/italiano/discorso_cesarea/index2.htm)
Quanto a Bíblia. Apesar do senhor, pelo seu dizer, ser um douto, creio que se faz
necessário explicar em que consiste a Bíblia. A designação "Bíblia" para o conjunto de
Livros, cridos por cristãos como inspirados, que hoje compõem a Bíblia só surgiu no
medievo. A Igreja primitiva não tinha Bíblia. Até porque a formação do Canon Bíblico tal
como o temos, tanto do Novo como do Velho Testamento, só aconteceu no final do século
IV pelos Bispos católicos nos Concílios da Igreja. Disse o historiador e teólogo protestante
Philip Schaff: “O concílio de Hipona em 393, e o terceiro (de acordo com outro acerto de
contas o sexto), concílio de Cartago, em 397, sob a influência de Agostinho, que participou
de ambos, fixou o cânone católico das Escrituras Sagradas, incluindo os apócrifos do
Antigo Testamento [...]. O cânon do Novo Testamento é o mesmo que o nosso. Esta
decisão da Igreja de além-mar, no entanto, foi sujeita a ratificação, e recebeu a
concordância da Sé Romana quando Inocêncio I e Gelásio I (414 d.C) repetiram o mesmo
índice de livros bíblicos. Este cânone permaneceu intacto até o século XVI, e foi aprovada
pelo concílio de Trento na sua quarta sessão.” (SCHAFF, Philip, História da Igreja Cristã,
vol. III - Fonte: http://www.ccel.org/ccel/schaff/hcc3.iii.xiii.xix.html)

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