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A PRESENÇA

DE LOBATO

Wilma Avelino
Nessa unidade....

As origens da literatura infantil brasileira


SURGIMENTO

• Com as obras de Monteiro Lobato;


• Gênero passou muito tempo vivendo à sua
sombra;
• Ambiente rural e interação com esse grupo social;
• Agente formador e modificador da percepção do
público.
LITERATURA
INFANTIL
1931 - O pó de pirlimpimpim
1932 - Viagem ao céu
1920 - A menina do narizinho arrebitado 1933 - Caçadas de Pedrinho
1921 - Fábulas de Narizinho 1933 - Novas reinações de Narizinho
1921 - Narizinho arrebitado 1933 - História do mundo para as crianças
1921 - O Saci 1934 - Emília no país da gramática
1922 - O marquês de Rabicó 1935 - Aritmética da Emília
1922 - Fábulas 1935 - Geografia de Dona Benta
1924 - A caçada da onça 1935 - História das invenções
1924 - Jeca Tatuzinho 1936 - Dom Quixote das crianças
1936 - Memórias da Emília
1924 - O noivado de Narizinho
1937 - Serões de Dona Benta
1927 - As aventuras de Hans Staden 1937 - O poço do Visconde
1928 - Aventuras do príncipe 1937 - Histórias de Tia Nastácia
1928 - O Gato Félix 1938 - O museu da Emília
1928 - A cara de coruja 1939 - O Picapau Amarelo
1929 - O irmão de Pinóquio 1939 - O minotauro
1929 - O circo de escavalinho 1941 - A reforma da natureza
1930 - Peter Pan 1942 - A chave do tamanho
1930 - A pena de papagaio 1944 - Os doze trabalhos de Hércules
1931 - Reinações de Narizinho 1947 - Histórias diversas
CONTEXTO
• Influência portuguesa, francesa e inglesa;
• Consequência: Confluência cultural – Ao nativo se acrescenta
o pensamento estrangeiro;
• Cultura nativa: restrita, ágrafa;
• A cultura do colonizador procurava destruir, pela segregação,
as manifestações culturais da terra.
CONTEXTO

• Só era literatura se copiasse o estilo português;


• Colonizador não conseguiu erradicar totalmente a cultura
nativa por meio as submissão, assimilação aos seus
padrões;
• Marginalizou-a pela minimização ou pelo
desconhecimento.
CONTEXTO

• Dois tipos de cultura:


1. Europeia: elitista e livresca (educar – restrição e
deslocamento);
2. Nativa: popular e agráfica.
CONTEXTO
O INTECTUAL
• Importador de cultura;
• Sem questionamento ideológico;
• Reprodução dos modelos estrangeiros;
• Língua: objeto persuasivo e recurso ornamental.
• Divulgador das ideias europeias.
CONTEXTO

INTELLIGENTSIA BRASILEIRA
• Afastada do elementos nacionais;
• Quando pensava o nacional, explorava o pitoresco, o
exótico;
• O escritor brasileiro, formado pelo pensamento europeu,
via seu país de fora.
CONTEXTO

• Indianismo Romântico: José de Alencar e Gonçalves de


Magalhães;
• Atesta o distanciamento entre o escritor brasileiro e os
elementos nativos;
• Palavras pinçadas no léxico indígena, usadas como
ornamentos.
CONTEXTO

• Beletrista, cultivador de excentricidades vocabulares e da


sintaxe arrevezada, obscura, inteligível;
• Desligado das bases político-econômicas do país, exibia
acriticamente o verbo fluente e emotivo;
• Registro das peculiaridades locais está presente em grande
parte de nossa produção literária.
CONTEXTO

• Lúcia Miguel Pereira: Literatura brasileira manifesta uma


divisão entre a sedução intelectual e o anseio de se nutrir
de cultura popular;
• Surtos regionalistas;
• Monteiro Lobato: Concilia o que é nosso e as inevitáveis
contribuições estrangeiras.
A ESPECIFICIDADE DE
MONTEIRO LOBATO
• Volta-se para o Brasil sem o apelo ao exotismo;
• Identifica nossas peculiaridades;
• Jeca Tatu e a tipificação humana;
• Jeca Tatu passa a personificar a estagnação, o marasmo, a
precariedade da vida nacional, a aceitação passiva das
arbitrariedades do poder; o comodismo que prefere tudo
perder antes de esforçar-se em uma tomada de posição;
• Monteiro Lobato estabelece uma ligação entre a literatura e
as questões sociais.
O NACIONALISMO DE LOBATO

• Sem ufanismo, sem patriotada;


• Olho crítico e impiedoso na realidade do país;
• A inconformidade com os problemas da sociedade
brasileira;
• Denúncia literária, economia, política.
O NACIONALISMO DE LOBATO

[...] Monteiro Lobato escandaliza, assusta e ameaça a


modorra nacional. No bom-mocismo acomodado nas salas
de visita literárias, irrompe a figura inquietante de um
escritor que não aceitava a ingestão passiva das modas
europeias por detestar a importação, que questionava os
modelos do sistema e tinha outros para propor, alguém que
queria puxar fila e não segui-la. (p. 52)
• Vanguarda: risco da inovação. Da aventura da descoberta
pessoal;
• Rompe com os padrões prefixados do gênero;
• Livros infantis criam um mundo que antecipa uma realidade
que supera os conceitos e os preconceitos da situação
histórica em que é produzida;
• Compreende o passado criticamente, para pensar o futuro;
• Cuidado com o leitor: tem papel ativo;
• Produção e recepção: mudar a percepção do leitor 
horizonte de expectativas.
• Expectativas do leitor: alterada;
• Obas possuem caráter emancipatório;
• Atua na formação de grupos sociais;
• Obras mudam a apreensão do mundo do leitor;
• Nova experiências da realidade;
• Foge do moralismos das histórias infantis;
• Obra incentiva a investigação e o debate sobre questões a
que o senso e os valores estabelecidos já haviam dado
resposta.
• Inovação: apresenta uma interpretação da realidade nacional
nos seus aspectos social, político, econômico, cultural 
tem interlocução com o destinatário.
• O CONHECIMENTO: o desafio das personagens. Se
impõem por meio dele;
• Inteligência como valor superior;
• Esperteza;
• Moral não é absoluta  Situacional: liberdade e criatividade
levam ao progresso;
• Atraso/mal: Ignorância, Subdesenvolvimento.
REFERÊNCIA
• CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura infantil. 2. ed. São Paulo:
Brasiliense, 2010.

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