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Apreciação crítica

Com este poema o sujeito poético procura caracterizar a sua realidade


fragmentada, através do campo semântico de prisão. Este busca realçar a
naturalidade de cansaço que caracteriza o ser humano e afirma que ser
uno é ser prisão e que, por isso, só vivera plenamente se libertando de si
próprio.

Este poema esta dividido em quatro estrofes, todas elas quadras, a rima é
cruzada entre o segundo e o quarto verso, os versos são curtos, há
predomínio da redondilha menor e do presente do indicativo e vocabulário
simples.

Na primeira estrofe Pessoa refere-se à sua infância (“Logo que


nasci/Fecharam-me em mim”). Face às mudanças que ocorreram na
família após a morte de seu pai e a sua mudança para a África do Sul,
quando apenas tinha 7 anos, podem ter influenciado a sua maneira de ser
enquanto criança, fechando-se dentro de si próprio tendo a necessidade
de se proteger emocionalmente devido às circunstancias. Contudo, ele
fugiu.

Na segunda estrofe, o poeta conta-nos como conseguiu fugir. Comparando


o cansaço de estar sempre no mesmo lugar ao cansaço de ser sempre a
mesma pessoa. Segundo ele, o cansaço de ser sempre a mesma pessoa,
curou-o sendo/tendo várias pessoas diferentes dentro de si, contudo, isso
fez com que se perdesse da sua própria essência/alma. Esta estrofe tem
uma grande importância, pois revela-nos que ele tinha plena consciência
que ter várias personalidades levaria a uma “morte psicológica” do seu ser.

Na ultima estrofe o poeta onde este diz “Viverei fugindo” é notável a


multiplicação das personalidades. Ele renuncia à sua própria identidade em
favor de identidades imaginadas, pois acredita ser a única forma de sair
da prisão em que foi colocado.

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