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INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO ENCARCERAMENTO

PULMONAR: UM RELATO DE CASO

Luzia Maria Lima Portela

Francisca Soraya Lima Silva

Liergina Albuquerque de Melo

Maria Ayrtes Ximenes Colaço

INTRODUÇÃO: O encarceramento pulmonar é uma complicação do empiema pleural


sendo este classificado em três fases: fase exudativa, caracterizado pelo excesso de líquido
na pleura, podendo ser esvaziada por punção melhorando a mecânica pulmonar; fase
fibrinopurulenta, onde ocorre uma invasão bacteriana tornando o líquido pleural espesso,
surgindo assim, uma membrana fibrina frouxa; fase de organização, ocorre de duas a quatro
semanas após a infecção, ocasionando a formação de grande espessamento pleural
inelástico e consequentemente encarceramento pulmonar. Durante a fase fibrinopurulenta
muitas vezes o paciente pode evoluir sem melhora clínica satisfatória, sendo necessário uso
de drogas fibrinolíticas e intervenção cirúrgica com o debridamento pulmonar precoce,
vídeotoracoscópico ou por toracotomia limitada a fim de se obter uma imediata expansão do
pulmão afetado. OBJETIVO: Descrever um relato de experiência sobre um paciente com
encarceramento pulmonar destacando a importância da intervenção fisioterapêutica para sua
recuperação. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de caso de um paciente do sexo
masculino, 36 anos, vítima de lesão por arma branca na parede abdominal anterior e
posterior, e no tórax à esquerda atingindo a pleura parietal. O mesmo evoluiu com quadro
álgico, febre, episódios de vômitos, diminuição do apetite e vertigem, onde através de
tomografia computadorizada e raio-x de tórax foi diagnosticado empiema pleural à
esquerda evoluindo para encarceramento pulmonar, sendo colocado um dreno torácico e
indicado cirurgia de toracotomia para realizar debridamento. No aguardo da cirurgia o
mesmo passou a realizar atendimentos de fisioterapia duas vezes por dia, totalizando 10
atendimentos. A avaliação fisioterapêutica encontrou som pulmonar abolido em bases e
diminuído em ápices, respiração apical, dificuldade de deambular, postura antálgica,
diminuição de Amplitude de Movimento (ADM) de Membro Superior Esquerdo (MSE),
encurtamento de peitoral maior e menor.

An da Jor de Fisiot da UFC. Fortaleza, 2013; 3(1):7


A conduta fisioterapêutica adotada baseou-se em exercícios respiratórios em tempos
associados a movimentos ativo livre de membros superiores, retardo expiratório por selo
d’agua, compressão-descompressão torácica com o uso da faixa costocinética, exercícios de
co-contração diafragmática, incentivador respiratório, máscara de EPAP com PEEP de 10
cmH2O, exercício ativo livre de cervical com alongamento de trapézio superior, técnica de
contrair relaxar para peitoral, exercícios resistido de escapula, alongamento de quadrado
lombar e dissociação pélvica. Este estudo foi realizado mediante assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido, estando de acordo com a resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde. RESULTADOS: Após o décimo atendimentos o paciente apresentou
melhora do quadro clínico com ganho de ADM do MSE, reeducação do padrão respiratório,
reexpansão pulmonar, deambulação sem ajuda, correção postural e diminuição do quadro
álgico. Ao realizar raio-x de controle para a cirurgia verificou-se reexpansão do pulmão
encarcerado não necessitando mais de cirurgia e evoluindo para alta hospitalar. Apesar dos
resultados positivos destaca-se a necessidade de maiores estudos sobre esta temática.
CONCLUSÃO: Concluiu-se que o tratamento fisioterápico proposto foi eficaz na
reexpansão do pulmão encarcerado, evitando o procedimento cirúrgico e diminuindo o
tempo de internação hospitalar.

PALAVRAS-CHAVES: Empiema pleural, Fisioterapia, Pulmão.

An da Jor de Fisiot da UFC. Fortaleza, 2013; 3(1):8

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