Michele Savicki
00180213
A nova classe operária surgiu com a máquina de fiar e a máquina a vapor; tais
instrumentos físicos de produção foram responsáveis pelo surgimento de novas relações
sociais, instituições e hábitos culturais. A imagem de uma mudança catastrófica nessa época
pode ter sido criada também em razão das inúmeras revoltas do período, a exemplo do
ludismo e do cartismo. Portanto, a revolução industrial é vista em uma relação direta com o
movimento trabalhista. No entanto, os operários surgidos pelas tecelagens tiveram suas ideias
e formas de organização antecipadas por outros trabalhadores; de forma geral, entre 1815 e
1850, as agitações radicais foram produzidas por trabalhadores de pequenos ofícios e
ocupações, e não das indústrias pesadas.
Toda forma, entre 1790 e 1830 Londres viu nascer a classe operária, com o
crescimento da consciência de classe e das formas de organização política e industrial. Essa
classe operária, porém, não foi “moldada” pela revolução industrial como se fosse tabula rasa.
Ponto a ponto, portanto, tem sido contestada a visão tradicional sobre o período; os
sofrimentos da época não são resultantes tão somente da exploração, que antes já existia (e
quem sabe até pior), mas de um conjunto de fatores que envolvem a alta do preço do trigo e a
depressão econômica.