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DE
CANA DE AÇÚCAR
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I - INTRODUÇÃO
O Nordeste tem cerca de 1,1 milhão de hectares plantados com produtividade média
de 55 t/ha.
CLIMA
SOLO PLANTA
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Esse trinômio somado as Tecnologias Aplicadas (Manejo) dão origem ao
Potencial de Produtividade.
Fatores de Produção da Cana-de-açúcar
AMBIENTES
DE
CLIMA ÉPOCA DE CORTE
PRODUÇÃO
CONTROLE
PRAGAS
PLANTAS INVASORAS
HERBICIDA
+
MANEJOS
CONTROLE TECNOLOGIAS
DE
DOENÇAS
Adubação plantio
variedade POTENCIAL DE
PRODUÇÃO
ÉPOCA DE PLANTIO
Cultivo/Adubação 6
PREPARO
SOLO
SOLO 345,6 t/ha
Elementos modificadores da produção
agrícola
Contribuição para
Prática de Manejo o aumento de
Rendimento (%)
Número de empregados
Colheita manual (mil trabalhadores) 189,6 107,4 0 0
Qualificação de
Colheita mecânica (mil trabalhadores) 15,5 30,8 59,5 70,8 trabalhadores
Indústria (mil trabalhadores) 55,3 62,6 68,3 75,3 para o setor
Produtividade +
Tecnologia Aplicada (Manejo = Produção de mudas até Colheita)
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V – PROCESSOS DE PRODUÇÃO
Os diversos processos que compõem um sistema de produção de cana de açúcar,
são formados por varias atividades e operações que podem variar de usina para
usina, aqui serão tratados.
1- Produção de mudas: Toda unidade produtora deve prezar por usar mudas de
boa qualidade, pois é o fator de produção de mais baixo custo e que maior retorno
econômico proporciona ao negocio. Após a estabilização da lavoura, todos os anos
se renova em torno de 15 a 20 % da área total plantada. O material básico deve ser
boa procedência, com idade entre 10 e 12 meses, sadio e proveniente de cana
planta ou primeira soca.
1.1- Tratamento Térmico das Gemas: As gemas são isoladas através de maquinas
seccionadoras e extratoras, colocadas em bandejas, passam por um banho térmico
de 30 minutos a uma temperatura de 52º. Após o resfriamento tomam um
tratamento de fungicida e são plantadas em canteiros de brotação. Quando atingir
um porte de 40 cm. de altura são transplantadas para o viveiro pré-primário, 34
deverão ser irrigadas até o “pegamento”.
Do viveiro pré-primário são plantadas no viveiro primário, de onde serão
novamente multiplicadas dando origem aos viveiros “secundários” da Usina. Nesse
processo o objetivo principal é o controle do Raquitismo de soqueira.
O uso de Fósforo se faz necessário em solos com teor de P2O5 menor que 10 mg.
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Aplicação de Corretivos
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2.3- Aração: É recomendada numa profundidade de 30 a 40 cm, para a
incorporação dos corretivos e da sementeira e também para a exposição das
larvas de pragas ao sol.
2.4- Subsolagem: Essa operação deverá ser feita nas áreas mais argilosas, onde
a aração não for suficiente para descompactar o solo, deverá ser uma das últimas
operações antes do plantio.
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Aração
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Gradagem
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3- Plantio:
D J F M A M J J A S O N
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a-) Cana de ano e meio: de Dezembro à Abril:
Pode ser adotada com segurança onde há disponibilidade de irrigação com água ou
resíduos industriais, ou se aplicando torta de filtro no fundo do sulco, geralmente nas
áreas com maior declividade, devido ao baixo índice pluviométrico, as produtividades
são parecidas com as canas de ano e meio.
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Tabela 1. Duração do ciclo da cana-de-açúcar em função do
planejamento da época de plantio.
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Espaçamento: 1,50 m
Profundidade: 20 a 25 cm
chuvoso a sulcação deve ser mais rasa (25 a 35 cm.) e nos meses mais secos deverá
ser mais profunda (até 40 cm.) Para a adubação de fundação, é recomendado aplicar
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Sulcação e Adubação
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CANA-DE-ACÚCAR
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3.3- Distribuição das mudas: A maneira mais usual é o plantio com caminhões,
de preferência “traçados”, para rodar entre as linhas de sulcos, a faixa é de 8
sulcos, sendo 2 centrais por onde o caminhão transita, e 3 para cada lado. Cada
equipe de plantio é composta por quatro “jogadores”, que soltam as canas do alto
do caminhão para os “arrumadores”, também em número de quatro, estes
distribuem nos sulcos, e 3 “picadores”, fazem o seccionamento dos colmos. São
deixadas no “talude” dos sulcos mais próximos da rodagem dos caminhões as
canas para serem plantadas na “banqueta”, que é sulcada após a saída dos
caminhões. Os facões deverão ser desinfetados para controle de doenças.
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Distribuição das Mudas
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Cana no sulco de plantio
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Esquema de plantio
Pé Ponta
A
Ponta Pé
B
1,50 m
3.4- Cobrição: Essa operação deverá ser feita logo após a distribuição das mudas. O
inseticida é aplicado nessa operação para proteção dos toletes contra cupins e outras
pragas de solo; em áreas com infestação média a alta de nematóides aplica-se
simultaneamente o nematicida.
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Cana Coberta
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3.6- Variedades: O elenco de variedades de cada Usina deverá ser balizado de
acordo com um plano hipotético de colheita, locando-as de acordo com cada
ambiente de produção (interação entre clima, planta e solo associado ao manejo
técnico).
=> As mudas deverão ter de 10 a 12 meses de idade, são cortadas por eitos de 5
linhas, e amontoadas a cada 2 m de distancia, com os ponteiros sempre alinhados
na mesma direção para facilitar o carregamento e posterior plantio. O desponte não
deverá ser feito no solo.
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Variedades
RB 83-5486
RB85-5035
Precoce RB 85-5453
SP 91-1049
SP 86-155
SP 81-3250
RB 85-5536
Média RB 86-5547
SP 79-1011
RB 86-7515
SP 83-2847
Tardia RB 72-454
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4- Tratos Culturais de Cana Planta:
4.1- Aplicação de Herbicidas: Deverá ser aplicado logo após uma chuva que
estabilize os sulcos de plantio, pode ser usado um produto isoladamente ou em
mistura, de preferência em pré ou pós-emergência inicial das ervas e da cultura.
4.2- Capinas: Apesar do alto custo da mão de obra braçal, a capina manual ainda é
uma prática usada como método complementar de controle de ervas daninhas;
geralmente é empregada quando o período residual do herbicida se esgotou e o porte
da cana não permite outra aplicação mecanizada.
4.3- Replantio: É recomendado fazer o replantio nas áreas que, por falta ou excesso
de chuvas, a cana veio a “falhar”, essa operação visa retirar o tolete que não nasceu,
colocando outro sadio no lugar, sempre que possível deverá usar um adubo orgânico
para acondicionar a brotação das gemas.(esterco / torta de filtro).
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Aplicação de herbicidas no plantio
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5- Tratos Culturais de Cana Soca:
Os Tratos culturais terão de ser feitos no menor espaço de tempo após colheita. As
operações deverão terminar no prazo máximo de 20 dias após o final da safra, e a
aplicação de herbicidas logo em seguida.
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O método mais usado para se determinar a formula ou formulas de adubo para
soqueiras está baseado nos seguintes parâmetros:
5.3 – Herbicidas: Tal como na cana planta, os herbicidas deverão ser aplicados
em pré ou pós-emergência inicial da cultura e das ervas daninhas, podem ser
usados isolados ou em misturas. Espera-se dos produtos usados que tenham
ação de controle do mato até o “fechamento” da cultura (100 a 120) dias.
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Aplicação de herbicidas – cana soca
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Tanque de vinhaça revestido
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Canal revestido com manta plástica
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Canal revestido com concreto
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Aplicação de Vinhaça
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1t de Cana-de-açúcar
Caldo 430 kg
Açúcar 110 kg
Mel final 26 kg
Álcool 13L ou 80 L
Bagaço 225 kg
Torta de filtro 35 kg
Cinza 10 kg
VI – PRAGAS E DOENÇAS:
É de grande importância econômica o monitoramento e o controle de pragas e
doenças, principalmente em áreas de “monocultura”. As principais pragas são: Broca
da Cana de Açúcar, Cigarrinha da raiz, Cupins, Migdolus, Nematóides e Formigas
Cortadeiras e as principais doenças são: Raquitismo das soqueiras, Carvão,
Mosaico, Escaldadura, Podridão Abacaxi.
Ocorrem durante todo o ciclo da cana de açúcar, sendo que os danos maiores são
nas plantas que apresentam entrenós formados, nas plantas jovens podem causar a 98
morte da gema apical.
As perdas estimadas são: a cada 1% do índice de infestação há uma perda de 0,77%
no peso da cana e 0,25% no açúcar recuperável na indústria.
As inspeções nas áreas tem de serem feitas a cada 15 dias, dando preferência para os
talhões com variedades mais suscetíveis, primeiros cortes, local de fertirrigação e onde
aparecem sintomas de ataque da praga.
Métodos de Controle:
b)-Controle Químico: è feito com inseticidas à base de Triflumuron 480 SC, 50 ml/ha.
em pulverização aérea, as lagartas que estiverem dentro do colmo, possivelmente não
terão
controle.
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Broca da cana-de-açúcar e Cotesia flavipes
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Fêmea Macho
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2- Cigarrinha da Raiz: Essa praga Mahanarva fimbriolata, se tornou muito importante
na cultura da cana, pois na medida em que a queima da cana está sendo abolida a sua
população vem crescendo, pois a queima é um controle eficiente para esta praga.
Métodos de Controle:
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Danos em colmos
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Danos causados pelas ninfas
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Danos
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Ninfas parasitadas por Metarhizium anisopliae
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3- Cupins: Os cupins causam danos nos toletes plantados, penetram pelas
extremidades e destroem o tecido parênquimatoso e as gemas, causando falhas na
brotação e nas brotações atacam as raízes debilitando a planta. Os gêneros
Heterotermes e Procornitermes são os quais estão mais associados a danos nos
canaviais. Os prejuízos chegam a 10 t/ha por ano.
Controle: É feito com inseticidas aplicados no sulco do plantio. Os mais usados são à
base de fipronil, endosulfan e bifentrina.
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Danos
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4- Migdolus: O Migdolus fryanus é um besouro da família Cerambycidae, que em sua
fase larval, ataca e destrói o sistema radicular de várias culturas, entre elas a cana de
açúcar. As perdas podem variar de algumas toneladas de cana por ha. até, na maioria
dos casos a destruição total da lavoura.
Controle: É feito com inseticidas aplicados no sulco do plantio. Os mais usados são à
base de fipronil, endosulfan e bifentrina. Algumas usinas estão aplicando na aração 12
litros de endosulfan por ha. e mais 0,3 kg de fipronil no sulco de plantio. Com isso faz-
se uma barreira abaixo dos toletes impedindo que as larvas venham até a zona das
raízes. Essa operação tem proporcionado aumento na longevidade dos canaviais, em
média de duas colheitas. Armadilhas com feromônio sexual devem ser instaladas nos
meses de setembro a março (1por talhão), para monitoramento da presença da praga.
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Migdolus
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Monitoramento
Feromônio Sexual
- 1 armadilha/talhão
Larvas de Migdolus
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5 – Nematóides: Os nematóides que causam mais danos na Cana são dos gêneros
Meloidogyne e Pratylenchus, as perdas podem chegar até 20%.
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6- Formigas cortadeiras: Sua ocorrência é geral no Brasil e em quase todo
continente americano. Atacam a parte aérea da planta e cada formigueiro sem
controle, causa dano que pode chegar até 3 t. de cana por ha.
As dos Gêneros Atta e Acromyrmex, são as Formigas Cortadeiras que mais atacam a
Cana de Açúcar.
.) Termonebulização,
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Formigas Cortadeiras
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ÁREA DANIFICADA POR FORMIGAS
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7- Raquitismo de Soqueiras: Causado por bactérias (Clavibacter xyli subsp. xyli ou
Leifsonia xyli subsp.xyli), é provável que essa doença seja a mais drástica para a cana.
As canas portadoras do raquitismo apresentam desenvolvimento desuniforme no
talhão, baixo perfilhamento, internódios curtos e desenvolvimento lento. A disseminação
ocorre pelo plantio de mudas contaminadas e pelo uso de ferramentas de corte também
contaminados (podão e colhedoras).
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7- Mosaico: Essa doença é causada por vírus sugarcane mosaic virus (scmv), provoca
altos prejuízos à Agroindústria mundial, inclusive à nacional (redução de 45 a 85 % da
produtividade), chegou a dizimar certas variedades, o contagio ocorre pelo plantio de
mudas contaminadas e pelos pulgões. O principal sintoma é a alternância de tons de
verde nas estrias causadas e o verde normal das folhas. Provoca o
subdesenvolvimento das plantas e baixo perfilhamento das touceiras.
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Mosaico
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8- Carvão: Doença causada pelo fungo Ustilago scitaminea, portanto encontra nas
regiões subtropicais boas condições de desenvolvimento (verão quente e úmido e
inverno frio e seco). O sintoma é um apêndice na região apical do colmo, parecendo um
“chicote”, no inicio de cor prateada e depois ficando preta, devido a maturação dos
esporos nele contidos. Definha totalmente a touceira, gerando internódios finos e curtos.
Os rendimentos agrícola e industrial são afetados severamente.
O controle é feito por meio de variedades resistentes, tratamento térmico das gemas,
“roguing”, plantio de mudas sadias e proteção das mudas com fungicidas.
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Carvão
Carvão
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9- Escaldadura: Causada pela bactéria Xantomonas albilineans, é transmitida pelo
plantio de mudas doentes e ferramentas de corte contaminados.
Os sintomas são duas estrias cloróticas e finas nas folhas e bainhas, as folhas tornam-
se anormais, rígidas, subdesenvolvidas e eretas., provoca baixa brotação das gemas,
morte dos rebentos ou da touceira inteira, entrenós curtos e baixo rendimento em
sacarose.
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Escaldadura
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10- Podridão Abacaxi: Causada pelo fungo Ceratocytis paradoxa, essa doença é
típica dos toletes, o patógeno penetra pela extremidade cortada ou por ferimentos na
casca, destrói o tecido parenquimatoso, permanecendo indestrutíveis os
fibrovasculares, as gemas dos toletes atacados não brotam, provocando falhas na
lavoura, exala forte cheiro de abacaxi. Ocorre principalmente nos períodos mais secos
e frios.
Por precaução recomenda-se o plantio nas épocas apropriadas. Os toletes podem ser
tratados com fungicidas à base de Triadimefon.
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Podridão Abacaxi
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Falhas na germinação
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5- Colheita:
IM Estágio de Maturação
5.4 – Corte de Cana Manual: Esta atividade pode ser realizada em cana quei-mada
ou crua, quando queimada os rurícolas em média cortam de 8 a 10 t. por dia. O corte
manual é feito por eitos de 5 linhas de cana simultaneamente que tem de ser colhida
fazendo as leiras ou montes de canas para facilitar o carregamento.
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5.4 – Corte de Cana Mecanizado: Esta operação é realizada preferencialmen-
te em cana crua. As colhedoras tem rendimento médio de 800 t. de cana por dia.
As áreas devem ter declividade menor que 12% e estar devidamente sistemati-
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Corte manual
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5.6 – Carregamento: O carregamento é específico para as canas colhidas
manualmente.
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Transporte de cana
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LITERATURA CONSULTADA:
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