Muitas vezes, o carinho com que brindamos um amigo passa
despercebido, pelo tempo que não temos, pelos compromissos outros que assumimos, por muitas urgências e outro tanto de prioridades. Muitas vezes, o afeto que dedicamos a um amigo fica na boca de espera, porque as palavras não saem de dentro de nós, ou porque nos intimida a rotina do dia a dia. Muitas vezes um amigo fica a desejar de nós uma palavra mais amena, e, na grosseria ou no descuido que nos assalta de quando em vez, calamos. Já diziam as “más” línguas que quando a gente ama a gente cuida, mas, muitas vezes, estamos tão ocupados com nossos próprios dilemas internos, primamos pelo egoísmo, que esquecemos que aquele jorrinho d’água pode matar a sede que talvez esteja a secar a garganta do amigo. Muitas vezes, o amigo está logo ali, um passo à frente, um segundo após o silêncio que nos inunda, mas nos recusamos a procurá-lo por posarmos de autossuficientes e nos entendermos muito importantes, tão importantes que a humildade nos abandona. Muitas vezes deixamos de dizer ao amigo que o amamos e que sentimos por ele um carinho muito grande e um imenso afeto.
Mas de vez em quando a gente acorda e pede ao Papai do Céu que
mande a estrelinha mais brilhante e mais sorridente, para que possamos presentear um grande amigo num dia qualquer e que, por isso só, torna- se extremamente especial.