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_______________________________________________________livros recebidos

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RANCIÈRE, Jacques
Os nomes da história: ensaio de poética e saber
São Paulo: Editora Unesp, 2014 (160 p.)
Site: http://www.editoraunesp.com.br/catalogo/9788539305780,nomes-da-historia-os

O principal objetivo de Jacques Rancière relação entre as palavras e as coisas ou o


aqui é fazer uma crítica às escolas excesso de significado, para além do
historiográficas mais proeminentes e significado.
analisar como cada corrente constrói seu São esses precisamente os sentidos de
discurso a partir do termo histoire, histoire que Rancière evoca no título do
empregado para História e história – daí livro. Por agregar duas “coisas”
o título “os nomes da história”. Ele diferentes, a palavra história serve de
também busca identificar como cada exemplo do “excesso de palavras”. E é
grupo posiciona História em relação a esse excesso que possibilita à História
história para tentar demonstrar de que existir como disciplina, que tenta escapar
modo cada abordagem conspira para o à esfera da literatura, da crônica e, ainda,
uso da segunda concepção e a supressão não ser confundida com as histórias
tanto do “excesso de palavras” contadas. “Não era simplesmente o fato
desencadeado pela Revolução Francesa de poder conciliar os rigores de uma com
quanto do anacronismo do evento da os encantos da outra. Era, bem mais
Revolução.
profundamente, o fato de que apenas a
Relatos de pessoas anônimas são centrais língua das histórias era capaz de marcara
no livro, pois, com a “morte do rei” e os cientificidade própria da ciência
eventos da revolução, entrou em cena um histórica: uma questão não de retórica
personagem novo, segundo o autor: a [...] mas de poética, constituindo em
massa, cuja voz passa a ecoar da língua de verdade a língua tão verdadeira
democracia ou, às vezes, do anonimato. quanto falsa das histórias”.
Ele, por isso, confere à Revolução
Francesa o papel de “pausa
epistemológica”, que chamaria de nova Sobre o autor
estrutura poética do conhecimento. A Jacques Rancière é professor emérito da
base dessa estrutura, diz, é a falta de Universidade Paris VIII (St. Dennis)

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