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Os direitos das mulheres como direitos humanos

A mulher, durante séculos, foi apoiada pelo pai ou marido, a quem devia
submissão, pois não lhe era permitido ter instrução e foi sempre considerada inabilitada e
incapaz. Só a partir dos anos 1960, é que a mulher começou a libertar-se dessa
dependência, adquirindo novo status. Na atualidade, muitas dessas mulheres ganham seu
próprio dinheiro, viajam para onde querem, compram o que desejam, escolhem onde morar
e não têm que prestar contas dos seus gastos a ninguém. Verifica-se então que hoje em dia
existe mais igualdade entre os homens e as mulheres.
Igualdade entre mulheres e homens é uma questão de direitos humanos e uma
condição de justiça social, sendo também uma condição necessária e fundamental para o
desenvolvimento e a paz.
Clarificar que direitos das mulheres são direitos humanos, e não um ramo deles,
é segundo a Nobel da Paz Jody Williams de enorme importância e como tal defende ser
necessário envolver os homens na defesa dos direitos das mulheres. Pois, o
reconhecimento de que os direitos das mulheres são direitos humanos, assusta os homens,
uma vez que sempre foram eles os detentores do poder e, quando a sociedade se começa
a transformar, e a admitir que os seus direitos não são diferentes dos das mulheres, isso
pode parecer para alguns deles uma ameaça.
É justo que numa sociedade haja Igualdade de Género, não havendo diferenciação
entre sexos, dando as mesmas oportunidades, direitos, rendimentos e obrigações em todas
os âmbitos tanto às mulheres como aos homens, sendo certo que na atualidade se tem vindo
a introduzir, um pouco por todo o mundo, algumas políticas no sentido de diminuir as
desigualdades, sendo ferramentas fundamentais no combate.
Sabe-se que o empoderamento aponta para o equilíbrio de poder entre homens e
mulheres, pois cria as condições para que a mulher seja autónoma nas suas decisões e na
forma de gerir a sua vida.
Contudo e depois de muito se ter feito no sentido de diminuir as desigualdades
entre homens e mulheres, a violência contra as mulheres, a qual representa uma obstrução
à concretização da igualdade existente, tem vindo a aumentar. Este é um problema que nos
deve preocupar e como tal e para que exista solução, há que envolver o homem pois, se o
homem é verdadeiramente contra este tipo de violência tem de fazer algo para o
demonstrar, logo à que o incluir como sendo ele parte da solução contra este dilema.
Mas na realidade não é isso o que acontece, muitos homens temem e não aceitam,
a mulher autónoma e mulher independente e isso gera muitas vezes conflito.
A violência contra as mulheres é uma forma de discriminação e ao mesmo tempo
uma violação de direitos humanos. A violência é um flagelo que atualmente existe em todo
o mundo impedindo a mulher de conseguir a sua plena realização pessoal, é um entrave
ao crescimento económico e causando compromete o desenvolvimento e trás não só
consequências contra as mulheres consequências pesadas, tais como o sofrimento, o medo
e por vezes traduz-se em perda de vidas humanas, como também para os seus filhos e para
sociedade.
A violência contra as mulheres demonstra-se como sendo sinonimo da
persistência da discriminação que as mulheres continuam a enfrentar, como tal tem de se
tentar eliminar a discriminação, promover a igualdade e o empoderamento das mulheres e
velar pelo pleno gozo dos seus direitos humanos fundamentais.
Outra forma de discriminação é não aceitar a diferença, sabemos que homens e
mulheres são diferentes, a vários níveis tais como: anatómicos, emocionais, sociais,
culturais, cerebrais e comportamentais. Mas, há que respeitar as diferenças e isso faz-se
não misturando tudo, fingindo a sua não existência, mas sim a assumir essas diferenças
sem medos nem receios, tolerando o que é diferente, explicando que é natural e
promovendo o respeito pela diferença.
Um passo fundamental para confirmar a igualdade efetiva entre mulheres e
homens será sem dúvida defender a uso de uma linguagem não sexista e o direito à
representação linguística da identidade das mulheres.
Uma sociedade que motivou um acordo ortográfico entre dois países bem podia
deixar de se defender na gramática e debater o uso sexista da linguagem, que não se trata
de uma questão gramatical, mas sim um debate ideológico e de uma questão de direito,
dos direitos das mulheres.
Retificar as desigualdades é um passo basilar para que se construa uma sociedade
mais justa, mas isso implica emendar as prepotências que vêm a ser praticadas desde à
seculos, mudar mentalidades e tentar que todos, homens e mulheres, possam ter acesso de
igual forma aos direitos fundamentais generalizando-os para a totalidade da população.
A promoção da igualdade e da não discriminação deve ser um componente básico
das políticas de segregação, que visam afastar e isolar minorias raciais, sexuais ou
religiosas, impossibilitando que participem da vida social de forma integral e em igualdade
de condições.
Promover a igualdade entre mulheres e homens é uma das tarefas capitais do
Estado e um dever de cidadania e toda a humanidade sairia beneficiada, pois conseguir-

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se-iam consideráveis progressos no que se refere a criar o quadro internacional para o
conseguir. Contudo, cada vez mais surgem novas formas de violência e, em alguns países,
os avanços em direção à igualdade e a uma vida sem medo sofreram um retrocesso ou
estão ameaçados. A prevalência contínua da violência contra as mulheres é a prova de que
os Estados não conseguiram ainda combatê-la com a vontade política, a visibilidade e os
recursos necessários.

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Bibliografia:
 https://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br/2013/03/05/homem-nao-teme-mulher-
independente-mas-teme-mulher-autonoma/?cmpid=copiaecola

 http://www.apf.pt/violencia-sexual-e-de-genero/igualdade-de-genero

 https://www.cartacapital.com.br/sociedade/datafolha-9-em-cada-10-acreditam-que-
violencia-contra-mulher-aumentou/

 https://www.dn.pt/sociedade/interior/direitos-das-mulheres-sao-direitos-humanos-
nao-sao-um-subgrupo---nobel-8515510.html

 https://www.esquerda.net/opiniao/o-masculino-generico-uma-questao-gramatical-ou-
um-debate-ideologico/36527

 https://www.rtp.pt/noticias/opiniao/antonio-esteves/todos-diferentes-todos-desiguais-
todos-respeitados_981799

 https://www.unric.org/pt/mulheres/6786

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