Segundo a NBR 14081/2012 (norma da ABNT para argamassa colante para assentamento de
placas cerâmicas), as argamassas colantes se definem pela mistura do cimento portland,
agregados minerais e aditivos químicos em estado seco. Quando misturadas com água
formam uma massa viscosa, plástica e aderente apropriada para o uso no assentamento das
placas cerâmicas nos diversos ambientes que compõem.
Observem que no quadro acima há uma desmistificação do uso das argamassas colantes,
pois, se a ACI se destina às áreas internas, desde que seja utilizada com cerâmicas
classificadas como porosas ou monoporosas. Isto significa que a argamassa colante tipo
ACI promoverá o que chamamos de aderência por ancoragem mecânica. Este fenômeno é
pela a sucção de pasta de cimento veiculado pela água indicada para a mistura desta
argamassa à porosidade da cerâmica. Como não há polímero em sua composição,
componente que promove a aderência química, se utilizarmos uma peça sem o nível de
porosidade das cerâmicas das classes BIIb e BIII, não haverá sucção nem ancoragem
mecânica, que se dá pela cristalização do cimento no poro.
Por outro lado, as argamassas colantes tipo ACII e ACIII, ou seja, àquelas que possuem
em sua dosagem o polímero VAE (Acetato de Vinila Ettileno), promovem o que chamamos
de aderência química ou por contato. O polímero, em termos populares, promove a
“colagem” da argamassa à peça cerâmica.
Quanto menor for o nível de porosidade das cerâmicas, assim como o seu menor índice de
absorção de água, se torna mais necessário o percentual da participação do polímero VAE
na composição das argamassas colantes, assim como o tipo de polímero que poderá ser
especificado pelas suas características de flexibilidade.
Será que temos argamassas com polímeros flexíveis suficientemente para atender às
solicitações de uma fachada, por exemplo? Como definir um polímero?
Vale lembrar que este desenvolvimento deverá estar embasado na norma de desempenho
que trata das exigências dos usuários, pois, deve-se considerar a durabilidade dos
sistemas de revestimento. E para cumprir com este requisito deve-se se ter materiais
compatibilizados, processo executivo adequado com mão de obra treinada e qualificada e
um projeto compatível às solicitações, considerando as nossas variações climáticas.
Nas próximas publicações vamos tentar entender um pouco sobre o fenômeno das
aderências e sobre os materiais constituintes.