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Sabina D’Azevedo Biologia e Geologia 1ºtetse 2010/2011

DNA
 De geração para geração é passada informação que permite aos filhos serem parecidos com os pais. Esta
informação genética transmite-se pelos gâmetas (óvulos e espermatozóides) dado que são as únicas células que
passam de geração para geração.

As proteínas como DNA


 Inicialmente pensava-se que a informação genética se encontrava nas proteínas. Esta hipótese era plausível
devido:
 Elevada importância das proteínas para o organismo (são responsáveis pela regulação do organismo
accionando e desactivando reacções químicas - enzimas)
 Grande número e diversidade (são formadas 1 por centenas de aminoácidos dado que existem 20
diferentes, havendo quase infinitas combinações).
 Contudo existiam algumas contradições: constroem-se e destroem-se muito facilmente; mudam a sua
morfologia ao longo da vida; variam de órgão para órgão.

Ácidos Nucléicos como DNA


 Com a descoberta dos ácidos nucleícos, as proteínas foram postas de lado. Para tal contribuiu a descoberta
que a quantidade de ácidos nucleícos é quase igual em todas as células do corpo; que a quantidade e morfologia
se mantém idêntica durante toda a vida dos ácidos nucleícos; que durante o processo de divisão celular a
quantidade duplica, dado que ambas as células filhas necessitam da mesma quantidade de informação genética.

Universalidade e Variabilidade do DNA


 O DNA é igual em todos os seres vivos (têm exactamente a mesma estrutura e componentes químicos), isto
leva então a que se admita que o aparecimento dos seres vivos é comum, dado possuírem informação genética
semelhante. Universalidade.
 Ao mesmo tempo, o DNA permite explicar a variedade de seres vivos, dado as infinitas combinações
genéticas possíveis, que levam à origem de seres vivos diferentes (excepção dos gémeos verdadeiros).

Organização do DNA nas células

 Nas células procarióticas o DNA encontra-se nos nucleóides, ou seja,


está espalhado pelo citoplasma (estas células não possuem núcleo).
 Nestas células existe um único cromossoma, dado que o DNA se
encontra sob a forma de uma molécula inteira e unida nas extremidades. Isto
leva a que nestas células, o cromossoma seja o mesmo que a cromatina.

 Nas células eucarióticas, o DNA encontra-se armazenado no núcleo,


podendo também existir em mitocôndrias ou cloroplastos.
 O núcleo encontra-se revestido por uma membrana nuclear. Esta
possui pequenos poros que permitem a passagem de material (RNA).
 No núcleo, o DNA encontra-se associado a proteínas, formando
assim a cromatina. Contudo, não se encontra sob a forma de uma única
molécula, estando dividido em fragmentos, os cromossomas.

DNA, um polímero de nucleótidos em dupla hélice.


Sabina D’Azevedo Biologia e Geologia 1ºtetse 2010/2011

Os principais constituintes do DNA sã os nucleótidos, sendo


que estes são formados por um grupo fosfato, uma pentose e
uma base azotada.
A pentose é uma desoxirribose enquanto as bases azotadas
podem ser:
 Pirimidinas: citosina e timina
 Purinas: adenina e guanina
 A timina é característica do DNA.
Ligações:
2A pentose possui num dos vértices um átomo de oxigénio,
sendo que em todos os outros há carbonos. O carbono 4 liga-se ao
carbono 5. Deste modo, todas as ligações nos nucleótidos são
feitas através dos carbonos:
 O grupo fosfato liga-se ao carbono 5
 A base azotada liga-se ao carbono1
 A ligação entre nucleótidos é feita pelo carbono 3, sendo que é o grupo fosfato que se liga.
 A sequência de bases azotadas é completamente aleatória, sendo nesta sequência que reside a diferença da
informação genética.

A=T e C=G
 Após alguns estudos, verificou-se que a quantidade de adenina e timina eram semelhante enquanto a de
citosina e guanina também. Isto apenas se poderia explicar se houvesse uma ligação de bases azotadas.
 Contudo, após observações de filamentos de DNA descobriu-se que estes eram mais grossos do que o que
era de esperar se o nucleótido apenas se ligasse a uma base azotada. Deste modo, conclui-se que não se ligava
apenas a uma base azotada mas sim a um nucleótido, logo um filamento de DNA possui duas cadeias
mononucleótidas emparelhadas e ligadas sendo uma a complementar da outra.
[os níveis não são totalmente iguais devido a ligeiros erros existentes nas sequencias das bases azotadas e ainda
a presença residual de outras bases azotadas.]
[o facto de apenas se poder ligar a timina à adenina e a guanina à citosina, deve-se ao facto de umas possuírem
dois anéis enquanto as outras apenas têm um anel. Deste modo, é necessário que haja a ligação de uma purina a
uma pirimidina para que o filamento tenha largura constante]
 A molécula de DNA possui uma estrutura em hélice formada por duas cadeias, considerando-se que as
bases azotadas se encontram no centro, enquanto as pentoses e os grupos fosfato na periferia.
 Pode-se ainda dizer que o DNA está dividido em genes (segmentos de DNA com uma sequência de
nucleótidos característica e que possui uma determinada informação).
 Grande parte da informação do DNA é como fabricar proteínas, há ainda uma enorme parte do DNA que não
se sabe qual a sua função exacta (lixo genético). Contudo, suspeita-se que esta parte do DNA é responsável por
auto-controlo e regulação, ou seja, é responsável por controlar o funcionamento do resto do DNA.

 No filamento de DNA as duas cadeias


são anti-paralelas, dado que têm o
sentido contrário uma da outra, ou seja,
numa o vértice da pentose está voltada
para cima, enquanto na outra está
voltada para baixo. As cadeias são
inversas.
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Replicação do DNA
 É necessário explicar como é que a informação genética é duplicada e transmitida de forma igual para
que as células filhas possuam a mesma quantidade e a mesma combinação.
 Isto é feito através da replicação, sendo que esta ocorre quando a célula atinge um tamanho
demasiado grande que se torna incompatível com a actividade celular.

 As pontes de hidrogénio que ligam as bases são suficientemente fortes para dar estabilidade
mas ao mesmo tempo são suficientemente fracas para serem quebradas quando necessário.
 Deste modo, quando é necessário a rotura é realizada por uma enzima que existe na célula
para que esta possa fazer a divisão celular.
3 Esta enzima é então responsável por quebrar as pontes
de hidrogénio e fazer com que os dois filamentos se afastem.

 Este processo ocorre no nucleoplasma, onde existem


nucleótidos livres.
 Estes mal têm a oportunidade de se ligar fazem-no, ligando-se assim aos
filamentos que estavam separados. Antes não o conseguiam fazer dado
que a molécula estava fechava e coesa não tendo espaço para tal.
 A nova cadeia que se forma adquire o sentido inverso daquela a que se
está a ligar.
[estas ligações ocorrem devido à acção da enzima DNA polimarase que é
responsável pela ligação de nucleótidos]
 Com a abertura da molécula, mais nucleótidos se vão unindo às cadeias recém
afastadas. No final obtêm-se dois filamentos exactamente iguais e iguais àquele que lhes deu origem.
 Em cada célula que se foram, existe então um filamento que se formou novo e um outro proveniente da
célula mãe. Pode-se concluir que é possível haver no organismo um filamento proveniente do zigoto.
 Dado que as moléculas de DNA são bastante grandes, a
acção das enzimas dá-se em diversos locais ao mesmo tempo numa
única molécula, o que permite que o processo seja bastante mais
rápido. Para que o processo seja eficiente existem enzimas específicas
que são responsáveis por verificar a combinação.

Experiência de Stahl e Meselson


 Um dos átomos constituintes do DNA é o azoto, sendo que nesta experiência usou-se N-14 e N-15.
 Colocou-se uma célula num meio líquido apenas com N-15, deste modo a célula apenas pode adquirir N-15,
levando a que com o tempo a molécula de DNA (as bases azotadas) apenas possuíssem N-15.
 O N-15 é mais pesado, pelo que se fez uma centrifugação em que a molécula ficou no fundo.
 Colocou-se a célula que apenas tinha N-15 num meio líquido onde só existia N-14, pelo que tudo que a célula
forma-se apenas possui N-14. Deixa-se que ocorra uma replicação da molécula de DNA.
 As cadeias com N-15 separam-se, ligando-se a cadeias em que apenas existe N-14, originando-se então
células híbridas. As células formadas são portanto mais leves que a primeira, logo ao fazer-se a centrifugação ficaram
mais acima.
 Deixa-se ocorrer uma segunda replicação formando-se novas células em que os novos filamentos apenas
têm N-14. Após a centrifugação estas células encontram-se ainda mais acima dado que a sua concentração de N-14 é
maior (75%)
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Formação de cadeias
 As cadeias mononucleótidas crescem sempre no sentido 5 para 3. Contudo inicialmente pensava-se que as
cadeias poderiam crescer em qualquer sentido, porém quando se descobrir o contrário, foi necessário explicar como
se formava uma das cadeias durante a replicação.

a) O crescimento ocorre de forma natural e contínua


b) O crescimento tem de ser feito de 5 para 3, o que leva a que a formação da
cadeia tenha de ocorrer através de fragmentos, não podendo assim ser feita de
uma forma contínua.

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RNA
 Para passar da informação contida no DNA para a sua expressão, ou seja, para que a informação se torne
em algo prático, é preciso um intermediário, que é o ácido ribonucleico (RNA).
 Este pega na parte da informação do DNA que é precisa (geralmente um gene) e tira uma “cópia”, ou seja,
faz uma transferência para que a informação possa ser trabalhada.

Composição do RNA
 O ácido ribonucleico (RNA) é um polipéptido formado por nucleótidos, sendo que estes
possuem uma ribose (pentose), um grupo fosfato e as bases azotadas são semelhantes à do DNA,
com excepção do uracilo que substitui a timina.
 Este ácido nucleíco é apenas formado por uma cadeia de n nucleótidos, contudo em certas
partes, devido à proximidade das dobras, pode haver uma ligação entre nucleótidos, através de
pontes de hidrogénio.
[as moléculas de RNA são bastante mais pequenas que as de DNA, tendo apenas dezenas/centenas de
nucleótidos dado que a sua função é apenas copiar uma parte do DNA que se encontra no núcleo e levá-la par ao
citoplasma].

Tipos de RNA:
 mRNA : mensageiro
 rRNA : ribossómico
 tRNA: de transferência

Síntese de Proteínas

Transcrição
Sabina D’Azevedo Biologia e Geologia 1ºtetse 2010/2011

1. Primeiro que tudo, é necessário que a informação do DNA se torne acessível (já que está fechada dadas as
ligações entre os nucleótidos).
2. Para tal, ocorre a rotura das pontes de hidrogénio (actuação de enzimas específicas), formando-se uma bolha,
com as duas cadeias afastadas.
3. Com o espaço criado é então possível fazer a cópia de uma das cadeias do DNA. Para isto ocorrer, os
nucleótidos do RNA ligam-se à cadeia de DNA formando então uma cadeia de RNA. Esta é uma cópia quase
perfeita da outra cadeia de DNA (tendo em vez de timina o uracilo).
[O RNA cresce de 5 para 3, pelo que a cadeia de RNA que se forma é inversa àquela a que está a ligar-se. Isto
leva a que até na polaridade a cadeia de RNA seja idêntica à outra cadeia de DNA]
 Após o processo de transcrição estar concluído, a cadeia de RNA desliga-se da cadeia de DNA, levando a que
a cadeia de DNA se volt a unir. Este RNA que se forma é5 denominado pré-mensageiro.

Processamento
 A cadeia de RNA que se forma possui partes de informação que não é
necessária, sendo inútil para o desempenho da função que se pretende.
 Deste modo, as partes que não são necessárias acabam por ficar dentro do
núcleo desintegrando-se mais tarde (Intrões). As partes necessárias saem do núcleo em
direcção ao citoplasma (Exões).
Este RNA é denominado verdadeiramente mensageiro, estando pronto para ser utilizado pelos
ribossomas.

RNA ribossómico: é uma molécula de RNA que faz parte da constituição dos ribossomas.

 É um conjunto de filamentos protéicos de RNA.


 Está dividido em duas partes que se encontram separadas sendo que apenas se
unem quando é necessário realizar sintese protéica.

[A informação chega ao ribossoma e conforme é passada ao ribososma, saem aminoácidos (constituintes das
proteínas). Estes aminoácidos são levados para o ribossoma pelo RNA de transferência]

Tradução
 No núlcleo existe uma liguagem DNA/RNA, enquanto no citoplasma há uma
linguagem protéica (aminoácidos). Deste modo, foi necessário arranjar um
modo de traduzir uma linguagem noutra. Para tal usa-se a linguagem RNA, em
que cada três nucleótidos correspondem a um aminoácido, formando assim o
código genético.
[A cada três nucléotidos de mRNA chama-se codão]
O código genético é:
Redundante: alguns aminoácidos podem ser fabricados a partir de diferentes codões, especialmente em
codões que aprnas se diferenciam na ultima base azotada.
Não é ambíguo: nenhum codão pode sintetizar mais do que um aminoácido
UniversaL: é igual para todos os seres vivos, existindo uma grande parientariedade entre todos.
 LÊ-SE SEMPRE NO RNA MENSAGEIRO !

Síntese de Proteínas
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 Para que os aminoávidos chegarem ao mRNa é necessário que haja RNA de transferência, sendo que este é
o repsonsável por levar e transportar aminoácidos (pode estar sozinho ou ligado).

 Cada tRNA apenas se liga a um determinado aminoácido, isto porque estes possuem formas diferentes, o
que impossibilita que se liguem a qualquer tRNA.

Anti-codão: sequência de três nucleótidos que permite a ligação do aminoácido ao mRNA.


Os aminoácidos apenas se ligam numa zona do mRNA em que haja complementariedade.
Cada RNA de transferência possui uma sequência característica ou seja, a cada anti-codão diferente
corresponde um aminoácido caracteristico.
6
 A unidade menor do ribossoma liga-se ao mRNA
enquanto a parte maior se liga à parte menor. Ambas as partes
deslizam ao longo do mRNA.
[A síntese de proteínas apenas se inicia quando a
sequência AUG é encontrada no mRNA (codão de
iniciação). Antes deste aparecer é impossível que haja
ligação de aminoácidos].
[Cada ribossoma pode ter ao mesmo tempo dois tRNA. Quando o ribossoma se desloca um pouco para a
frente, um dos tRNA sai depois de já ter deixado lá o aminoácido, permitindo assim que entre um tRNA com o
respectivo aminoácido.]

 Quando chega o codão de finalização, termina o processo de síntese de proteínas:


 O ribossoma é desmontado (podendo por vezes ficar intacto caso seja necessário mais proteínas)
 O mRNA pode ser desintegrado (ficando apenas intacto caso aquela proteína específica seja muito
necessário)
 O tRNA continua com o transporte normal de aminoácidos.

[Estes processos são constantes e ocorrem ao mesmo tempo. Por exemplo: o DNA está constantemente a ser
copiada, enquanto no mRNA actuam em simultâneo vários ribossomas, produzindo várias proteínas.]

Mutações genéticas: ocorrem nos genes sendo que são definitivas.


 Os erros genéticos, como a troca de nucleótidos (bases azotadas) podem ocorrer durante qualquer processo
(transcrição, tradução, ligação do RNA de transferência, etc.)
 Se o erro ocorrer no RNA não há graves consequências . Contudo, se ocorrer no DNA é preocupante, dado
que todos os RNA que se formarem estarão a construir cadeias erradas, formando assim proteínas ou outros
materiais defeituosos.
Mutações genicas semânticas: ocorrem em células normais do organismo (ex: células da pele), sendo que neste
caso os perigos não são muito graves para as gerações futuras.
Mutações genicas germinais: ocorrem nas células que dão origem à descendência (gâmetas), sendo que nestes
casos há um enorme risco para as gerações futuras.
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Ciclo Celular

 Ao longo da vida de uma célula, a quantidade de DNA


é sempre constante sendo que apenas se altera
quando a célula se prepara para a divisão celular.
 A vida da fase da célula pode ser dividida em fases:
 Interfase: fase regular da vida da célula em
que esta desempenha as suas funções e
7 duplica a quantidade de DNA.
 Fase mitótica: período em que a célula
concentra a sai atenção na divisão celular.

Interfase
G1: fase em que a célula se desenvolve, forma organelos e desempenha as sua funções vitais. Constitui a maioria
da vida da célula.
 Chega a um determinado momento em que a célula adquire um tamanho demasiado grande que se torna
incompatível com a sua existência (demasiado volume), passando para S.
[Antes de passar para S, a célula sofre um processo de regulação (G 0) onde se analise se a célula pode ser divida,
ou seja, se reúne as condições necessárias para tal, ou se é necessário produzir mais células deste tipo]
 Caso não sejam necessárias mais células ou estas não tenham tudo o que é necessário, a célula fica em “stand-
bye” em G0.

S: uma das fases mais importantes dado que é onde ocorre a síntese de DNA (replicação). Este processo permite
que as células filhas possuam a mesma e correcta informação genética.
[Nesta fase forma-se também novos pares de centríolos para que as células filhas possuam cada uma delas ter
um par].

G2: A célula prepara-se para ser divida. Para tal, produz enzimas e estruturas (organelos) que são necessárias para a
divisão celular.
[Após esta fase ocorre uma nova fase de controlo e regulação G 0, para verificar se foram produzidas todas as
estruturas/enzimas necessárias]
 Caso não se tenham formado, a célula permanece em G 2 até produzir tudo que necessita.

Fase Mitótica
 Mitose: nesta fase ocorre a divisão do núcleo, que tem de ser feita de modo extremamente rigorosa, pelo que
existem durante este processo alguns processos de regulação.
 Citocinese: fase em que ocorre a divisão do citoplasma, sendo que esta não necessita de ser tão rigorosa
como a mitose, podendo ocorrer que uma célula filha tenha mais ou menos material que a outra no citoplasma. [A
citocinese pode ocorrer antes da mitose estar completamente terminada].

Material genético
 O DNA está associado a proteínas (uma das suas principais funções é dar estrutura ao DNA, sendo que os
seres procariontes não possuem proteínas associados ao DNA).
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 O DNA encontra-se também fragmentado, sendo que estes fragmentos quando associados a proteínas
formam os cromossomas. Estes podem estar condensados ou distendidos.
Material genético distendido: encontra-se espalhado pelo núcleo formando um longo filamento.
Material genético condensado: o filamento anteriormente distendido enrola-se em volta de proteínas,
enrolando-se depois sobre si mesmo diversas vezes, de modo a diminuir significativamente o tamanho do filamento
de DNA. Forma-se então uma estrutura que se associa ao cromossoma.

[Para que ocorra a divisão celular é necessário que o material se encontre condensado, de modo a evitar roturas
ou outros problemas]

Cromossomas 8

 Os cromossomas são sempre herdados em número igual, sendo que no zigoto


metade são provenientes do óvulo e metade do espermatozóide.
 Neste caso, dois dos cromossomas são maiores que os outros dois, podendo então
considerar-se que um dos grandes foi herdado da mão enquanto o ouro do pai.
Isto porque em cada espécie não só o número de cromossomas é igual como
também a sua forma e tamanho, logo tanto a mãe como o pai tinha de possuir um
cromossoma grande.
[No homem existem 23 pares de cromossomas (46 cromossomas), sendo que 23 são de origem materna e 23
de origem paterna]

 Durante a fase S os cromossomas são replicados e passam a ter dois


cromatídeos. Deste modo, pode-se dizer que os cromatídeos “irmãos”
(constituintes do mesmo cromossoma) são geneticamente iguais.
 Nos cromossomas há ainda o centrómero, que é o local em que os dois
cromatídeos se unem. Este pode encontrar-se em qualquer local, sendo no
entanto fixo.

Cromossomas homólogos: são cromossomas de origem diversa – materno e paterno – com a mesma sequência de
genes.

 A sequência de genes nos cromossomas materno e paterno é a


exactamente a mesma, assim sendo, se no materno o gene da cor
dos olhos estiver em cima, no paterno estará no mesmo local.
 Apesar disto, a informação genética (informação dos genes) pode
não ser a mesma, pelo que no materno pode haver informação
para olhos castanhos e no paterno para olhos azuis.
 Conclui-se então que numa determinada espécie a sequência de
genes é sempre a mesma, sendo que os genes se encontram
sempre no mesmo cromossoma.
Cariótopo: conjunto de cromossomas em qualquer ser vivo.
Genótopo: conjunto de genes de um ser vivo.

[O par 23 (cromossomas sexuais) pode não ser homólogo! Isto explica o conjunto de doenças que afectam
especialmente o sexo masculino dado que (x,y) não possuem genes idênticos, o que leva a que se um cromossoma
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esteja anómalo o indivíduo saia com problemas. No caso das mulheres, para que haja um problema é necessário que
ambos os cromossomas (x,x) sejam anómalos. ]

 Nas células existe um organelo que se chama centro organizador de microtúbulos, que tem como principal
função o fabrico e a regulação de microtúbulos. Embora não seja um organelo visível, há alturas em que se torna
visível formando aquilo que se chama de centríolo. [Apenas algumas células vegetais possuem centríolos]
Fase Mitótica.
Prófase:
 Inicia-se quando os cromossomas se condensam e se tornam visíveis espalhando-se pelo núcleo.
 A membrana nuclear começa a fragmentar-se
 Os centríolos deslocam-se para os pólos da célula,
9 embora estes não estejam definidos a célula já os
escolheu.
 O centríolo começa a fabricar microtúbulos.
 Os nuclelos (agregados de RNA) desaparecem dado que não é necessário RNA pois não vai ocorrer o fabrico
de nada.
[A prófase continua até que os centríolos se encontrem nos pólos e os cromossomas já estejam suficientemente
condensados]
[A prófase é a fase mais longa da mitose]

Metáfase:
 Os centríolos que estão nos pólos fabricam os microtúbulos que se espalham pela célula formando o fuso
mitótico ou acromático
 Os cromossomas estão concentrados ao máximo, alinhando-se entre os dois pólos numa placa equatorial. Os
cromossomas que têm dois cromatídeos dispõem-se de modo a que cada cromatídeo fique voltado para um dos
pólos.
 Os microtúbulos espalhados pela célula, ligam-se aos cromatídeos.
[só se está na metáfase quando se tem o fuso mitótico e a placa equatorial]

Anáfase:
 A partir de cada pólo, os microtúbulos (têm uma constituição semelhante aos músculos) encurtam a sua
distância, puxando deste modo os cromatídeos consigo.
 O centrómero acaba por se fracturar, sendo que os dois cromatídeos são separados e levados para os pólos
(ascensão polar). Para ocorrer a rotura também há reacções químicas.

Telófase:
 O fuso mitótico desagrega-se
 Organiza-se uma membrana em volta dos cromatídeos em cada um dos pólos (sendo que agora são
cromossomas com um cromatídeo).
 Os cromossomas distendem-se
 Forma-se um núcleo em cada um dos pólos da célula
[pode-se ter já duas células ou por um pequeníssimo período de tempo há uma célula que possui dois núcleos].

Citocinese
Vegetais
 As células vegetais não têm uma membrana celular com capacidade de dobramento como
os animais, possuindo no entanto uma parede celular.
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 Na zona da anterior placa equatorial, começam-se a ligar vesículas oriundas do complexo de Golgi.
 As vesículas unem-se umas às outras, sendo posteriormente preenchidas com celulose e açúcar de modo a
terem a mesma constituição da parede de celular
 Quando tudo estiver unido forma-se então uma parede celular, originando-se duas células distintas.

Animais

 A célula mãe sofre estrangulamento do citoplasma, por acção de um anel de proteínas, ao


mesmo tempo que se criam os núcleos
10 nos pólos.
 Num determinado momento, a célula acaba por se separar, originando então duas células.

Regulação do ciclo celular (G0)


 Antes da fase S
 Antes da fase mitótica
 Na metáfase

 Estas paragens têm como objectivo reparar alguma coisa que esteja mal, de modo a ser possível avançar par
a fase seguinte. Caso não seja possível reparar o que está mal, a célula avança para uma morte programada.
[Certas células, como os glóbulos brancos, permanecem em G 0 até que sejam necessárias e que tenham
necessidade de se dividir]
 Estas regulações são realizadas por proteínas que são formadas através do DNA. Contudo, se este tiver
algum erro que leve a que a proteína não seja produzida correctamente, não se dão as fases de regulação e
controlo como seria de esperar.
 Originam-se então múltiplas células com falta de capacidade de regulação e com um mau
funcionamento, o que leva a uma desregulação intensa.
 Quanto mais vezes são multiplicadas as células mais grave fica a desregulação podendo originais
casos de cancro. Em casos avançados, as células podem desprender-se indo para outros órgãos onde
proliferam (metástases).

Células humanas
Célula totipotente: são aquelas células que têm a capacidade de gerar qualquer outro tipo de células (ex, zigoto)
Célula unipotente/especializada: são aquelas células que apenas podem gerar células do mesmo tipo que o seu (ex,
células do fígado)

[As células totipotentes e as células unipotentes são formadas pela mesma informação. Contudo, nas células
totipotentes a informação pode ser toda ela lida e usada, enquanto nas células unipotentes apenas uma pequena
parte dessa informação pode ser lida e utilizada.]
 O zigoto (célula totipotente) divide-se por sucessivas mitoses até formar um organismo complexo, como um
ser vivo, em que este é constituído por células especializadas. Conclui-se então, que conforme o zigoto vai
sofrendo as mitoses, cada vez menos informação pode ser lida.

[Aquilo que se forma das células totipotentes tem a ver com o meio (substâncias no citoplasma da célula) em que
esta é colocada. Assim sendo, se uma célula totipotente for colocada num meio do fígado não origina célula do
cérebro ou dos pulmões.]
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[As células deixam de ser totipotentes quando os indivíduos que surgem a partir delas possuem alguma deficiência]

As células totipotentes podem ser adquiridas nos embriões congelados


 Apesar de todos os seres humanos serem diferentes, possuem informações que são idênticas para todos,
como por exemplo, a fabrico de hemoglobina. Deste modo, é possível recorrer a embriões para resolver os
problemas dos indivíduos.
 As células totipotentes podem também ser adquiridas através dos cordões umbilicais e na medra óssea,
embora esta seja muito complicada de obter. 11
 Nos outros organismos, que não os mamíferos, há animais que possuem muitas células totipotentes o que
leva a que possam regenerar membros caso estes sejam cortados (estrela do mar, tritão, lagartos) ou até mesmo a
que possam formar novos indivíduos a partir desse fragmento.

Produzir organismos a partir de uma célula (clonagem)


Cenoura
 De uma cenoura retiram-se alguns fragmentos sendo que destes começam a formar-se pequenos embriões
sumânticos (células do corpo) através de sucessivas mitoses.
 Os embriões continuam a formar-se até originar um indivíduo.
[Este indivíduo que se formou tem a mesmíssima informação que a cenoura que o originou, formou-se um clone]

Sapo
 Pega-se num óculo e destrói-se o seu núcleo, arranja-se também uma célula do intestino e retira-se
igualmente o seu núcleo. Este ultimo é introduzido dentro do óvulo, sendo que este vai-se desenvolvendo,
originando então o novo girino que tem deste modo a mesma informação genética do girino original.
[Algumas células diferenciadas podem-se transformar, originando células diferente – metaplasias.

Reprodução Assexuada
(neste tipo de reprodução produz-se sempre clones, ou seja indivíduos com a mesma informação genética, dado que
não há interferência de gâmetas, não havendo fecundação)

Bipartição ou ciciparidade: reprodução feita por mitoses que origina seres com informação genética e citoplasmas
idênticos (seres unicelulares, paraméssias, anibas, planárias)
Gemulação: ocorre uma divisão binária (mitose), onde uma das células fica com muito pouco citoplasma (gémula)
parecendo que sai uma célula pequena de dentro de uma célula grande (leveduras, hidras de água doce)
Fragmentação: ocorre em seres vivos que se fragmentam e de onde (fragmentos) surge um indivíduo novo (estrela
do mar). No caso das plantas designa-se multiplicação vegetativa
Esporulação: trata-se de uma reprodução através de esporos (células reprodutivas mas não são gâmetas). Estes
espalham-se pela água ou por outro meio e reproduzem-se.
Partnogénese: forma-se um óvulo em que não há fecundação, originando assim um indivíduo (alguns insectos).

Reprodução sexuada
Gâmetas: células reprodutiva que originam novos indivíduos em cada espécie, através da fecundação (cada reino
tem os seus gâmetas, sendo que no reino animal são o espermatozóide e o óvulos).
[No reino animal são formados nas gónadas (ovários e testículos), enquanto no reino das plantas são formados nos
gametângios].
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 Os cromossomas que constituem os


espermatozóides e os óvulos são
homólogos, ou seja, contêm os
mesmos genes (localização) podendo
no entanto estes genes ter
informação diferente.
12  Da fecundação do espermatozóide
com o óvulo forma-se o zigoto ou ovo.
Este contem então o dobro dos
cromossomas dos gâmetas, sendo que a partir deste se forma um indivíduo, que vai ele mesmo produzir
gâmetas.

 Esta situação leva então a que seja necessário ocorrer uma redução do número de cromossomas para metade
– meiose.
 Se esta redução de cromossomas não ocorresse, os gâmetas do novo indivíduo teriam então o dobro
dos cromossomas comparativamente aos gâmetas que originaram o indivíduo. Esta situação levaria a que o
número de cromossomas aumentasse de indivíduo para indivíduo, o que sabemos não ocorrer, dado que o
número de cromossomas de uma dada espécie é igual para toso os indivíduos.

Meiose
(só ocorre em célula diplóides que estejam na fase G 2, sendo que se pode dar no inicio, meio ou fim do
desenvolvimento de um indivíduo.)
Sabina D’Azevedo Biologia e Geologia 1ºtetse 2010/2011

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A primeira etapa da meiose é uma prófase (semelhante àquela que ocorre na mitose).
Em seguida, dá-se uma metáfase onde cada cromossoma fica voltado para um pólo da célula (placa
equatorial). Forma-se também o fuso acromático.
[cada cromossoma tem dois cromatídeos sendo que possui um outro cromossoma homólogo, como estes andam
sempre juntos, denomina-se o seu conjunto de diade cromossómica ou tratada cromatídea]
Na anáfase, dá-se a separação de cromossomas (não de cromatídeos como ocorre na mitose), sendo que a
distribuição destes (maternos e paternos) é completamente aleatória.
Na telófase dá-se por sua vez a formação de núcleos. Estes terão apenas 3 cromossomas cada, embora cada
cromossoma possua dois cromatídeos.
Estas fases constituem a DIVISÃO I ou Divisão Reducional.
Após esta divisão é ainda necessário dividir os cromatídeos dos cromossomas, de modo a estes ficarem apenas com
um cromatídeo.
 Ocorre um processo exactamente igual a uma mitose, onde se dá a distribuição dos cromatídeos.
Originando-se então quatro células, tendo cada uma delas 3 cromossomas com apenas um cromatídeo.
Esta “mitose” constitui então a DIVISÃO II ou Divisão Equacionarão

[Entre a Divisão I e a II pode haver uma intercinese onde não existe replicação de DNA, dado que os cromossomas já
têm dois cromatídeos]
[É ainda possível que em certos casos, se passe da telófase I para a prófase II sem que ocorre a construção de uma
membrana nuclear ou a descondensação dos cromossomas]

Os ovos são células diplóides (possuem o dobro dos cromossomas (2n)) enquanto os gâmetas são células
haplóides (possuem (n) cromossomas).

 No caso humano, a meiose ocorre mesmo antes da formação dos gâmetas. Logo, todas as células do nosso
corpo são diplóides, sendo que apenas os gâmetas (espermatozóides e óvulos) são haplóides.

Variabilidade de indivíduos
Durante a meiose, existem várias possibilidades de formar células com diferentes os cromossomas existentes
no zigoto, sendo que essas possibilidades advêm da aleatoriedade como os cromossomas maternos e paternos são
distribuídos.
 Deste modo, no caso humano, apenas uma em 8000000 de possibilidades é que origina clones, ou
seja, células com a informação exactamente igual ou ao óvulo ou ao espermatozóide.
Existência de crossing over nos cromossomas.

Crossing over
Sabina D’Azevedo Biologia e Geologia 1ºtetse 2010/2011

 Na Divisão I da meiose, durante a prófase, os


cromossomas homólogos aproximam-se de uma
tal maneira que acabam por vezes por se ligar em
algumas partes.
 Os cromossomas ligam-se sempre nos pontos em
que possuem genes idênticos (é impossível haver o
inicio de um cromossoma ligado ao meio de outro) – pontos de quiasma.
 Os pontos de quiasma podem-se tornar tão fortes que acaba por ocorrer a troca de alguns fragmentos nos
cromossomas.
 Quando estes se separam ficam com uma extremidade trocada, sendo contudo que esta situação em nada
afecta a sua capacidade genética, dado que os cromossomas
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homólogos)
[Em cada cromossoma pode ocorrer vários crossing over em diversos locais]

 Em cada cromossoma passa a existe então uma mistura de genes paternos e maternos. Isto leva a
que haja infinitas combinações, tornando impossível a existência de clones.
[Na divisão II, durante a separação de cromatídeos, estes já não são exactamente iguais, o que leva a que não se
formem células com informação idêntica. Todas as ultimas quatro células possuem então informação diferente].

Mutações cromossómicas numéricas: na meiose posse ocorrer enganos, originando células com três cromossomas
(trissomias) ou com um cromossoma (monossomia).
Mutações cromossómicas estruturais: são erros provocados pelo crossing over que afectam a estrutura dos
cromossomas.
 Alguns cromossomas podem perder genes (durante a troca de fragmentos pode haver rotura de ligamentos e
estes genes perdem-se no citoplasma ou ligam-se a outros cromossomas de modo eu um fica com duas
vezes a mesma informação)
 Os genes podem trocar de posição.

 Considera-se como unidade de


DNA, o DNA de uma célula
haplóide. Como o gráfico
representa uma célula diplóide,
então esta encontra-se em 2Q.
 Na metáfase I ocorre a divisão de
cromossomas homólogos, logo as
células filhas ficam com a metade
do DNA, ficando com 2Q, dado que
anteriormente ocorrera a replicação do DNA.
 ** Pode representar uma fase S, se a célula haplóide for normal, ou uma fecundação, caso se trate de
gâmetas, formando-se deste modo uma célula diplóide.

Conceitos de Reprodução Sexuada


Seres unissexuais: aqueles em que os gâmetas femininos e masculinos são originados em seres distintos.
Seres hermafroditas: seres que podem produzir gâmetas femininos e masculinos.
[No caso das plantas diz-se que estas são bissexuais, dado que podem produzir ambos os gâmetas embora estes
sejam produzidos em locais e alturas diferentes].
Sabina D’Azevedo Biologia e Geologia 1ºtetse 2010/2011

Hermafroditas suficientes: produzem os dois gâmetas e auto fecundam-se (ténia)


Hermafroditas insuficientes: produzem os dois gâmetas mas são necessários dois indivíduos para que haja
fecundação (caracóis, minhocas, moluscos)

Fecundação externa: fecundação que ocorre externamente ao corpo, lançando-se para o meio (geralmente água) os
óvulos e espermatozóides (ex. peixes, batráquios)
Fecundação interna: fecundação que ocorre dentro do corpo da fêmea, sendo que o macho tem de depositar os
espermatozóides no corpo da fêmea (ex. mamíferos)

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