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Fernando Pessoa,1926
2.1. Explica, por palavras tuas, aquilo que o avô diz, nos versos 3 a 12.
5. Este poema mostra-nos mais qualquer coisa do que um neto que brinca e
um avô que chora ao vê-lo brincar, ou seja, mostra-nos as duas maneiras diferentes
como crianças e idosos veem o mundo e a realidade. Comenta esta afirmação.
III
1. Passa o quadro seguinte para a folha de teste e distribui os pares de palavras apresentados:
a)livro /
livro b)comprimento/cumprimento c)simpático/gentil d)fácil/difícil
1.2. Redige uma frase onde utilizes uma palavra homónima da que surge sublinhada na frase
que se segue: A partida de futebol foi emocionante.
1.3. Constrói duas frases onde utilizes a palavra “banco” com significados diferentes.
2. Identifica o tempo e modo dos verbos compostos nas frases seguintes (associa um número
a uma alínea):
a. pretérito perfeito do
Indicativo
b. pretérito mais-que-
1. Já te tinha avisado antes! perfeito do Indicativo
c. futuro do presente do
2. Tendo lavado dos dentes, finalmente deitei-me. Indicativo
IV
Escrita
Imagina que, durante a noite, acordas com um ruído estranho. Quem será que está a
fazer barulho? Um ladrão? A tua avó que foi à cozinha beber água? O teu vizinho que veio
bater à porta a pedir ajuda? Imagina a situação e relata-a, num de texto de cerca de 150
palavras.
******************************
Atenção: *Antes de redigires o texto, esquematiza, numa folha de rascunho, as ideias que
pretendes desenvolver na introdução, no desenvolvimento e na conclusão (planificação);
*Segue-se a etapa de revisão, que te permitirá detetar eventuais erros e reformular o texto.
Para tal, consulta o conjunto de tópicos que a seguir te apresento:
Tópicos de revisão da Expressão Escrita Sim Não
Respeitei o tema proposto?
Estruturei o texto em introdução, desenvolvimento e conclusão?
Respeitei as características do tipo de texto solicitado?
Selecionei vocabulário adequado e diversificado?
Utilizei um nível de linguagem apropriado?
Redigi frases corretas e articuladas entre si?
Respeitei a ortografia correta das palavras?
Respeitei a acentuação correta dos vocábulos?
Identifiquei corretamente os parágrafos?
A caligrafia é legível e sem rasuras?
COTAÇÕES:
CORREÇÃO
I- Questões deste grupo foram retiradas do manual de 7º ano de Língua Portuguesa da Lisboa
Editora, Plural 7, pp. 22,23.
Há muitos anos viveu na Pérsia um grão-vizir - nome dado naquela época aos chefes dos
governos -, que gostava imenso de ler. Sempre que tinha de viajar ele levava consigo
quatrocentos camelos, carregados de livros, e treinados para caminhar em ordem
alfabética. O primeiro camelo chamava- se Aba, o segundo Baal, e assim por diante, até ao
último, que atendia pelo nome de Zuzá. Era uma verdadeira biblioteca sobre patas.
Quando lhe apetecia ler um livro o grão-vizir mandava parar a caravana e ia de camelo em
camelo, não descansando antes de encontrar o título certo.
Um dia a caravana perdeu-se no deserto. Os quatrocentos camelos caminhavam em fila,
uns atrás dos outros, como um carreirinho de formigas. À frente da cáfila, que é como se
chama uma fila de camelos, seguiam o grão-vizir e os seus ministros. Subitamente o céu
escureceu, e um vento áspero começou a soprar de leste, cada vez mais forte. As dunas
moviam-se como se estivessem vivas. O vento, carregado de areia, magoava a pele. O
grão-vizir mandou que os camelos se juntassem todos, formando um círculo. Mas era
demasiado tarde. O uivo do vento abafava as ordens. A areia entrava pela roupa, enfiava-
se pelos cabelos, e as pessoas tinham de tapar os olhos para não fica-rem cegas. Aquilo
durou a tarde inteira. Veio a noite e quando o Sol nasceu o grão-vizir olhou em redor e não
foi capaz de descobrir um único dos quatrocentos camelos. Pensou, com horror, que talvez
eles tivessem ficado enterrados na areia. Não conseguiu imaginar como seria a vida, dali
para a frente, sem um só livro para ler. Regressou muito triste ao seu palácio. Quem lhe
contaria histórias?
Os camelos, porém, não tinham morrido. Presos uns aos outros por cordas, e conduzidos
por um jovem pastor, haviam sido arrastados pela tempestade de areia até uma região
remota do deserto.
Durante muito tempo caminharam sem rumo, aos círculos, tentando encontrar uma
referência qualquer, um sinal, que os voltasse a colocar no caminho certo. Por toda a parte
era só areia, areia, e o ar seco e quente. À noite as estrelas quase se podiam tocar com os
dedos.
Ao fim de quinze dias, vendo que os camelos iam morrer de fome, o jovem pastor deu-lhes
alguns livros a comer. Comeram primeiro os livros transportados por Aba, ou seja, todos
os títulos come-çados pela letra A. No dia seguinte comeram os livros de Baal. Trezentos e
noventa e oito dias depois, quando tinham terminado de comer os livros de Zuzá, viram
avançar ao seu encontro um grupo de homens. Eram as tropas do grão-vizir.
Conduzido à presença do grão-vizir o jovem guardador de camelos, explicou-lhe,
chorando, o que tinha acontecido. Mas este não se comoveu:
- Eras tu o responsável pelos livros - disse -, assim por cada livro destruído passará um dia
na prisão.
O guardador de camelos fez contas de cabeça, rapidamente, e percebeu que seriam
muitos dias. Cada camelo carregava quatrocentos livros, então quatrocentos camelos
transportavam cento e sessenta mil! Cento e sessenta mil dias são quatrocentos e
quarenta e quatro anos. Muito antes disso morreria de velhice na cadeia.
Dois soldados amarraram-lhe os braços atrás das costas. Já se preparavam para o levar
preso, quando Aba, o camelo, se adiantou uns passos e pediu licença para falar:
- Não faças isso, meu senhor ? disse Aba dirigindo-se ao grão-vizir ? esse homem salvou-
nos a vida.
O grão-vizir olhou para ele espantado:
- Meu Deus! O camelo fala!?
- Falo sim, meu senhor ? confirmou Aba, divertido com o incrédulo silêncio dos homens -
Os livros deram-nos a nós, camelos, a ciência da fala.
Explicou que, tendo comido os livros, os camelos haviam adquirido não apenas a
capacidade de falar, mas também o conhecimento que estava em cada livro. Lentamente
enumerou de A a Z os títulos que ele, Aba, sabia de cor. Cada camelo conhecia de memória
quatrocentos títulos.
- Liberta esse homem - disse Aba -, e sempre que assim o desejares nós viremos até ao
vosso palácio para contar histórias.
O grão-vizir concordou. Assim, a partir daquele dia, todas as tardes, um camelo subia até
ao seu quarto para lhe contar uma história. Na Pérsia, naquela época, era habitual dizer-se
de alguém que mostrasse grande inteligência:
- Aquele homem é sábio como um camelo.
Isto foi há muito tempo. Mas há quem diga que, quando estão sozinhos, os camelos ainda
conversam entre si.
Pode ser.
1. O poema é composto por seis estrofes de quatro versos, ou seja, por seis quadras. Os
versos são de redondilha maior, isto é, têm sete sílabas métricas cada. A rima é cruzada e
o esquema rimático é abab/ cdcd/ efef/ ghgh/ijij/kaka.
2. Ao ver o neto brincar, o avô sente tristeza e saudade. Sente também o desejo impossível
de regressar à infância, ao tempo das brincadeiras, em que a única tristeza era alguém poder
estragar-lhe uma brincadeira começada.
2.1. O avô revela um enorme desejo de voltar atrás no tempo, a uma altura em que construía
castelos e em que a sua única tristeza era ver que alguém lho tinha destruído.
3. O neto não o ouve porque as suas preocupações são apenas as brincadeiras. Está tão
entretido que não liga a nada e a ninguém à sua volta.
4. A criança pensa que as lágrimas do avô se devem ao facto de o castelo ter caído. É por isso
que, para o consolar, o neto lhe diz que não faz mal porque o castelo se torna a montar.
5. O poema mostra-nos a grande diferença entre o mundo dos idosos e o das crianças, um
cheio de tristeza, solidão e melancolia e outro cheio de alegria e despreocupação. Mostra-
nos também uma realidade a que ninguém pode fugir- a passagem do tempo- porque o avô
também já foi menino e o menino há de ser velho um dia.
6. “ouve”/ “houve”
III
1. homófonas: e); i); m);n)/ homógrafas: g); l)/ homónimas: a); k); o)/ parónimas: b); f); h);
sinónimas: c); p)/ antónimas: d); j)
1.3. O banco de jardim está pintado de fresco./ Fui ao banco levantar 100 €.
2. 1-b; 2-d; 3-c; 4-e; 5-a
b) Como a criança estava distraída- oração subordinada adverbial causal; não viu o acidente-
oração subordinante
c) Logo que chegues a casa- oração subordinada adverbial temporal; manda-me uma
mensagem- oração subordinante
Meter- meter na cabeça; meter os pés pelas mão; meter o nariz onde não é chamado; meter
à bulha; meter raiva…
Cara- estar cara a cara; cara de enterro; cara de réu; à má cara; cara de poucos amigos; cara
de quem lhe deve e ninguém lhe paga; cara de caso; custar os olhos da cara; dar de caras
com; ficar de cara à banda…
5. sentido denotativo- a, d, e
sentido conotativo- b, c, f