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Devido a um surto de leptospirose no plantel de ovinos criados com finalidade de fornecimento de sangue aos

laboratórios para fins de produção de meios de cultivos e de testes de fixação de complemento, uma
quantidade significativa dos animais da criação estavam comprometidos pela infecção da leptospira, sendo
que, um deles veio à óbito. Após avaliação de todos os ovinos do plantel, constatou-se animais positivos em
amostra de sangue e animais positivos em amostras de urina, não ocorrendo positividade (sangue e urina)
concomitante para um mesmo animal, totalizando em 50% do plantel contaminado.

O patógeno identificado em questão tratou-se das bactérias Leptospira interrogans sorovares


Icterohaemorrhagiae e Copenhageni, principais agentes etiológicos dos casos de leptospirose em humanos
no Brasil. Essas bactérias são mantidas principalmente em mamíferos, mas também podem acometer outros
tipos de classes como anfíbios, aves, peixes, répteis e alguns invertebrados. Os principais reservatórios das
Leptospiras são os animais sinantrópicos domésticos e selvagens (ratos num geral, como ratazana, rato de
telhado etc), caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos. Os portadores das Leptospiras tem o seu
foco de infecção no aparelho urinário, sendo eliminadas no ambiente através da urina, tornando-se uma fonte
de contaminação para animais suscetíveis, causando um desequilíbrio no organismo e afetando alguns
órgãos da cavidade abdominal como fígado, baço, omento, intestinos, e da torácica como pulmão e coração,
por conta das falhas renais.

Os ovinos, embora menos suscetíveis, sofrem com a infecção da leptospira com evolução assintomática,
podendo vir a causar abortamentos até morte. O proprietário relatou que os animais apresentavam oligúria
com colúria (baixo volume de urina com aspecto marrom escuro). Os animais examinados, embora
estivessem em boa condição corporal, apresentavam mucosas ictéricas, sangramento nasal bilateral, sangue
fluindo pela cavidade nasal e fezes sanguinolentas. Após feito o exame físico de palpação e repercussão, foi
identificado esplenomegalia (um aumento de tamanho no baço)..

Foi determinado que estes animais portadores deveriam ser eutanasiados, uma vez que eles podem eliminar
as bactérias através da urina por um tempo prolongado, o que constituiria um problema zoonótico para todos
que entrassem em contato com eles, seja humanos ou outros ovinos saudáveis do plantel, principalmente os
animais jovens que podem apresentar febre alta, hemoglobinúria, anemia hemolítica, icterícia, hematúria e
morte, visto que a leptospira trata-se de um problema ocupacional. E infelizmente, a vacinação não é
preconizada na criação de ovinos utilizados em pesquisa biomédica, tornando-os ainda mais suscetíveis a
esse tipo de infecção.

O método de eutanásia a ser feito para pequenos ruminantes como o ovino deve respeitar o bem estar
animal, e o profissional deverá seguir a seguinte orientação:
Realizar a sedação e, se necessário, seguida de barbitúricos ou outros anestésicos gerais intravenosos,
associados ou não ao Éter Gliceril Guaiacol (Egg-PPU) ou hidrato de cloral.
Assim que for confirmada a inconsciência e perda do reflexo corneal do animal, esses métodos podem ser
complementados com a aplicação de lidocaína na cisterna magna, bloqueador neuromuscular e/ou cloreto de
potássio.

Fonte: ​http://scielo.iec.gov.br/pdf/rpas/v6n4/v6n4a08.pdf
http://arquivos.info.ufrn.br/arquivos/20150621208a332773915841bd7dda792/Anexo_9_-_Mtodos_Aceitveis_de_Eutansia
.pdf

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