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aula
15
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
1. Cartografia – História. 2. Cartografia – Conceito. 3. Cartografia – Utilização. 4. Dados estatísticos. 5. Simbolismo cartográfico. I
Araújo, Paulo César de. II. Título.
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UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Apresentação
D
esde o início das primeiras civilizações, o primeiro grande desafio imposto ao homem
foi o de habitar a Terra com as características e dificuldades inerentes a esse planeta.
Essa necessidade obrigou os primeiros habitantes a criarem ao seu redor meios para
essa convivência com a natureza, desenvolvendo os meios indispensáveis para se estabelecer
nesse ambiente hostil onde fora obrigado a subsistir, como também para dominá-lo. As
primeiras dificuldades percebidas pelo homem primitivo foram as irregularidades físicas da
superfície do terreno que o cercava. Diante disso, com todo o seu conhecimento rudimentar,
procurava tirar proveito e vencer as dificuldades e as barreiras que o ambiente natural
lhe impusera. Desde então e ao longo dos séculos, com o avanço do conhecimento em
topografia e cartografia, foi possível avaliar cada dia melhor as condições do ambiente para
escolher os melhores locais onde desenvolver atividades essenciais a sua sobrevivência.
Inicialmente, com as primitivas noções sobre a forma da Terra, considerada plana, a solução
de tais problemas caracterizou-se por grandes conquistas, que evoluíram com o passar dos
tempos, graças aos avanços científicos e tecnológicos ligados principalmente aos ramos da
Geodésia, Cartografia e Topografia, principais ciências envolvidas com os estudos da forma
da superfície da Terra.
Objetivos
Apresentar os conceitos básicos das principais formas
1 de representação do terreno.
No século XVIII teve início a representação altimétrica através dos pontos cotados
e das curvas de nível, como conhecemos hoje. Baseado numa triangulação geral, Cassini
confeccionou o primeiro grande mapa da França. Em 1770, o inglês William Green transformou
a luneta astronômica em luneta estadimétrica, introduzindo os fios estadimétricos.
Figura 1 - Tipos de esquadros de agrimensor: (a) prismático, (b) esférico e (c) cilíndrico.
S
egundo Pestana (2004), em topografia a superfície terrestre é substituída por uma
representação simplificada, isto é, o terreno existente é substituído por um modelo
topográfico. Na atualidade, os modelos topográficos mais utilizados são os modelos
planos que são as plantas topográficas, em papel ou formato digital, e os modelos numéricos
de terreno que são modelos tridimensionais, em formato digital da superfície do terreno.
Altimetria
A altimetria é a parte da Topografia que estuda os métodos e procedimentos que levam
à representação do relevo. Para tal, é necessário medir apropriadamente o terreno, calcular
as alturas (cotas ou altitudes) dos pontos de interesse e representá-los em planta mediante
uma convenção altimétrica adequada. Para a representação do relevo, a altimetria utiliza dois
procedimentos consagrados: pontos cotados e curvas de nível.
A
Fonte: Cordini (2004).
A’ (10)
No plano cotado, todos os pontos relativos ao perímetro, bem como os que caracterizam
os acidentes internos da área levantada, deverão ser devidamente cotados. Embora não
representando a forma do terreno, esse processo se constitui no elemento básico para o
traçado das curvas de nível por interpolação, principalmente quando se trata de levantamento
de área relativamente extensa.
0(772) 1(743)
3(748) 7(669)
42) 41)
28(764) 2(7 4(7 5(738)
4)
8(660)
71
27(765)
6(
C(714)
26(772)
Fonte: Cordini (2004).
D(688) 9(655)
25(763) A(724)
10(661)
12(670) 11(662)
24(753) 14(671) 13(670)
23(753) 15(678)
B(739)
22(753) 16(730)
21(760) 17(732)
19(76
20(771) 18(750)
2)
Um plano cotado apresenta o inconveniente de oferecer uma idéia não muito clara
do relevo do terreno que representa. A representação ficará mais visível usando-se o
procedimento das curvas de nível.
E
D F
S4
C
S3 G
B H
S2
A’ B’ C’ D’ E’ F’ G’ H’ I’
A distância vertical que separa duas seções horizontais consecutivas deve ser
constante e é denominada de eqüidistância numérica ou simplesmente eqüidistância entre
curvas de nível.
Características essenciais
das curvas de nível na representação do relevo
n Para facilitar a leitura e a identificação de cada curva, adota-se o sistema de apresentar,
dentro de um mesmo sistema ou intervalo altimétrico, determinadas curvas por um traço
mais espesso. Tais curvas são chamadas "mestras", e as outras, finas, denominam-se
"intermediárias". Há, ainda, as curvas "auxiliares".
n Toda curva de nível fecha-se sobre si mesma, dentro ou fora dos limites do papel que
representa o mapa no qual se está trabalhando.
n Várias curvas de nível podem chegar a ser tangentes entre si, como no caso em que o
terreno é representado por uma rocha aflorante.
A representação dessa forma de relevo é formada por uma série de curvas de nível
concêntricas, de modo que as curvas de menor altitude envolvem completamente as de
maior altitude.
Fonte: Cordini (2004).
A’ B’ C’ D’ E’ F’ G’ H’ I’
A I
B
H
C G
A’ B’ C’ D’ E’ F’ G’ H’ I’
D
C
B
Fonte: Cordini (2004).
A
10
20
30
40
O divisor e os talvegues são, portanto, formas contrárias. Sempre, entre dois talvegues,
existe um divisor e entre dois divisores haverá um talvegue. Os divisores apresentam, vez
por outra, uma depressão, dando lugar a uma passagem entre dois vales. De acordo com a
forma da depressão, recebe denominação específica: garganta, quando extenso e estreito;
desfiladeiro, quando profundo e ladeado por ladeiras íngremes.
b b
A
B 10 B
C 20 E
Fonte: Cordini (2004).
90 D
D 30 90
80
80
40 70 C
60 70
60
50
40
30
A
20
Rio
Outras representações
a b c
Figura 10 - (a) Divisor e dois talvegues; (b) Garganta; (c) Mudança de direção do divisor.
d g j k
140
c h i l
130
Fonte: Cordini (2004).
b m
120
110 Base x
0 A’ B’ C’ D’ E’ F’ G’ H’ I’ J’ K’ L’ M’ N’
A B C D E 151 F G H I J K L M N Diretriz
140 150
130
120
110
40
40
30
E F
Figura 12 - (a) Seção A, B, C, ... e curvas de nível; (b) Perfil da seção A, B, C,...da Figura 12a
Uma vez adotada a escala para a elaboração dos perfis, interceptam-se os mesmos com
linhas paralelas ao eixo horizontal numa eqüidistância igual à eqüidistância adotada para
as curvas de nível. Anotam-se os valores da altura e da distância correspondente daquele
ponto para a sua localização em planta. Assim, para cada alinhamento da poligonal e para
cada irradiação levantada em campo, confecciona-se um perfil e interpolam-se os pontos de
altura cheia.
0(772) 1(743)
2) 3(742) 41) 7(669)
2 (74 4(7 5(738)
28(764) 760
4)
740 8(660)
71
27(765)
6(
720
26(772) C(714) 880
4)
25(763) 700
A(
680 10(661)
12(670)
24(753) 14(671) 13(670) 11(662)
39)
23(753) 15(781)
B(7
22(755) 16(730)
21(760) 17(732)
19(76
20(771) 18(750)
2)
Figura 13 - Representação altimétrica através das curvas de nível do terreno mostrado na Figura 3
104
105
106
107
108
0(100,00) 1(108,50)
9
1-
10
10
2-
a(104,10)
10
10 -
3
10
4-
108
5-
99
10
11
109
108
-
6-
105
110
10
7-
2(110,20)
10
4(98,80) b(107,40)
-
11
-
07
106
0
1
10 9
9
c(106,40)
0
10
9
1
10
2
10
10
3
10
8
4
10
5
10
10
6
7
10
3(106,80)
200
210 220
50
49
n O fundo de um vale não pode ter uma mesma cota, pois este não pode ser horizontal.
n Duas ou mais curvas de nível jamais poderão convergir para formar uma curva única,
com exceção das paredes verticais da rocha.
50
49
Planimetria
A planimetria estuda os métodos e procedimentos que serão utilizados na
representação do terreno, é o processo de medição horizontal de todas as características
do terreno, exceto o relevo, ou seja, é a representação de elementos de um mapa que não
têm relação com a altimetria.
Resumo
Vimos, nesta aula, que, desde os primórdios, o conhecimento da civilização
humana acerca das formas do terreno foi primordial tanto para a ocupação do
território quanto para a sua sobrevivência nele. Nesse sentido, apresentamos
os principais conceitos ligados às formas da superfície e sua representação:
a planimetria, parte da Topografia que estuda os métodos e procedimentos
utilizados na representação do terreno, projetando-o ortogonalmente sobre um
plano de referência, sem a preocupação com o relevo; e a altimetria, outra
parte da Topografia que estuda os métodos e procedimentos que levam à
representação do relevo através das medidas do terreno, calculando as cotas ou
altitudes dos pontos de interesse e representando-os em planta, mediante uma
convenção altimétrica adequada. Para a representação altimétrica do terreno,
estudamos que existem dois procedimentos consagrados: os pontos cotados
e as curvas de nível. Por fim, concluímos que a representação das formas
irregulares do relevo constitui um problema para a Cartografia, ao contrário da
relativa facilidade do delineamento dos detalhes horizontais do terreno.
Referências
ALMEIDA, R. D.; PASSINI, E Y. O espaço geográfico: ensino e representação. 7. ed. São
Paulo: Contexto, 1999.
LACOSTE, Y. A. Geografia: isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra. Campinas:
Papirus, 1988.
OLIVEIRA, C. de. Curso de cartografia moderna. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1993a.
SIMIELLI, M.E.R. et al. Do plano ao tridimensional: a maquete como recurso didático. Boletim
Paulista de Geografia, São Paulo: AGB, n. 70, p. 5-21, 1991.
Ementa
História, conceituação e utilização da cartografia nos estudos geográficos. O espaço e os problemas da escala e da forma.
Orientação, localização, projeções e fusos horários. Os dados estatísticos; tratamento e representação. O simbolismo
cartográfico e a linguagem dos mapas.
Autores
n Edilson Alves de Carvalho
Aulas
05 Escalas