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UNIVATES - UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


CURSO ENGENHARIA CIVIL

CONCEITOS BÁSICOS CONSTRUTIVOS PARA ALVENARIA


ESTRUTURAL

Vinícius Wathier Kich

Lajeado, junho de 2018


Vinícius Wathier Kich

CONCEITOS BÁSICOS CONSTRUTIVOS PARA ALVENARIA


ESTRUTURAL

Relatório descritivo de
pesquisa realizado na disciplina de
Estágio Supervisionado I, na linha de
formação em Engenharia Civil, da
UNIVERSIDADE DO VALE DO
TAQUARI - UNIVATES, sendo como
requisito para obtenção de nota do
semestre.

Orientador: Prof. Emanuele Amanda


Gauer

Lajeado, junho de 2018


3

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de modulação......................................................................11


Figura 2 - Exemplo de amarração em T e de canto.............................................12
Figura 3 - Detalhamento alvenaria armada.........................................................13
Figura 4 - Detalhamento alvenaria não armada.................................................14
Figura 5 - Diferença do bloco maciço e vazado...................................................15
Figura 6 - Blocos modulares família 14x39.........................................................16
Figura 7 - Blocos modulares família 19x39.........................................................17
Figura 8 - Blocos modulares família 14x29.........................................................17
Figura 9 - Blocos não modulares........................................................................18
Figura 10 - Modo de aplicação da argamassa de assentamento........................20
Figura 11 - Graute com presença de armadura..................................................22
Figura 12 - Utilização de grampos......................................................................23
4

LISTA DE TABELAS

Figura 1 – Condições mínimas para dosagem não experimental de


argamassa.........................................................................................................19
Figura 2 – Condições mínimas para dosagem não experimental de
graute.................................................................................................................21
5

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................7
1.1 Objetivos........................................................................................................8
1.1.1 Objetivo geral..............................................................................................8
1.1.2 Objetivos específicos...................................................................................8

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................9
2.1 História da alvenaria estrutural.......................................................................9
2.2 Sistema construtivo......................................................................................10
2.2.1 Alvenaria armada e não armada................................................................13
2.2.2 Alvenaria protendida..................................................................................14
2.3 Componentes e elementos da alvenaria estrutural.......................................14
2.3.1 Blocos.......................................................................................................15
2.3.2 Argamassa de assentamento....................................................................18
2.3.3 Graute.......................................................................................................21
2.3.4 Armadura..................................................................................................23
2.4 Aspectos técnicos.........................................................................................24
2.4.1 Altura da edificação...................................................................................24
2.4.2 Disposição arquitetônica...........................................................................24
2.4.3 Utilização da edificação.............................................................................25

3 ENTREVISTA PROFISSIONAIS ATUANTES NO RAMO DA ALVENARIA


ESTRUTURAL...................................................................................................26
6

4 CONCLUSÃO.................................................................................................30

5 REFERÊNCIAS..............................................................................................31

APÊNDICE A – Perguntas e respostas realizadas.........................................33


7

1 INTRODUÇÃO

A alvenaria estrutural é conhecida pelo homem desde os tempos da


antiguidade, sendo a rocha como seu principal elemento da alvenaria, porém,
por volta de 4.000 a.C., teve o acréscimo de argila como grande evolução,
tornando possível a partir daí a confecção de tijolos. Através do avanço do
conhecimento empírico, os métodos de construção evoluíram, e atualmente
podemos encontrar uma vasta diversificação de tipos de blocos, possuindo
diferentes tipos de materiais, tamanhos e resistências.
Este método construtivo tem as paredes como responsáveis pela função
estrutural, sendo elas autoportantes, ficando assim responsáveis por transmitir
as cargas para a fundação da edificação. Entende-se então que diferente da
alvenaria convencional, na qual as paredes possuem apenas a função de
vedação, na alvenaria estrutural as mesmas possuem função estrutural e
vedação.
Para execução da alvenaria estrutural, deve-se garantir a resistência
através das unidades de alvenaria argamassadas, que são executadas
utilizando blocos cerâmicos, blocos de concreto ou, tijolos cerâmicos maciços,
todos com demasiada resistência à compressão. As unidades precisam formar
uma união plena para que consiga resistir a todos os esforços de compressão,
e quando não atendem, ainda em projeto deve ser previsto a utilização de barras
de aço, que são unificadas à estrutura por meio da utilização do grauteamento,
que auxiliam na resistência de esforços a tração.
Este método ganha cada vez mais espaço no cenário da construção civil
brasileira, isto ocorre pelas diversas vantagens encontradas na sua aplicação,
dentre eles encontramos: menor consumo de aço e madeira, redução no
8

consumo de argamassa de assentamento, ambiente de obra mais limpo, menor


desperdício de materiais, procedimentos mais ágeis em obra, principalmente
quando não se faz necessário a utilização da alvenaria armada.
No presente trabalho será estudado o sistema de alvenaria estrutural,
englobando os diferentes métodos e materiais utilizados.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Aprofundar os conhecimentos na área da alvenaria estrutural.

1.1.2 Objetivos específicos

 Conhecer as diversidades de aplicações e materiais utilizados na


Alvenaria Estrutural;
 Obter conhecimento sobre os componentes e elementos da alvenaria
estrutural;
 Conhecer alguns aspectos técnicos importantes na execução desta
técnica.
9

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

De primeira ordem, será abordada de forma sucinta a história da alvenaria


estrutural, buscando entender o início de sua utilização, sua evolução com o
passar do tempo e como está nos tempos atuais. Estudar a origem e
desenvolvimento de toda e qualquer técnica é de demasiada importância para
melhor compreendê-la.
Posteriormente serão apresentadas as diferentes formas de alvenaria
estrutural, os seus componentes, como os tipos de blocos utilizados e suas
características, reforço com utilização de grauteamento, armadura e demais
itens relevantes sobre sua utilização.

2.1 História da alvenaria estrutural

Segundo Neto, Peluso e Carvalho (2015), a alvenaria estrutural de forma


geral se caracteriza por utilizar as paredes de alvenaria para transmitir as cargas
para a fundação, sem necessidade de utilizar pilares e vigas, usados
convencionalmente nos sistemas de concreto armado, aço ou madeira. Este
sistema é utilizado desde os primórdios, sendo executado de maneira empírica
até o início do século XX, o que acabou resultando em estruturas
demasiadamente robustas se comparadas as dos dias atuais.
Já acreditavam Roman, Mutti e Araújo (1999), que a grande dificuldade
de construir e manusear pedras de grandes tamanhos culminou na utilização de
peças com tamanhos menores, semelhantes aos tijolos de hoje em dia. A partir
de então, com peças de menores dimensões e a adição de uma mistura de
agregados e aglomerantes se fez possível obras com arcos e abóbadas, sendo
10

primeiro utilizado pelos Assírios nas construções de grandes fortalezas,


aproximadamente no final do segundo milênio a.C.,
De acordo com Hendry (2002), a alvenaria estrutural só passou a ser
reconhecida como uma forma de construção civil perto do século XVII, e embora
tenham sido realizados testes de resistência em torno do século XIX e XX, ainda
se elaboravam os projetos pelos métodos empíricos de cálculo, ocasionando em
grandes limitações. Nesta época (entre os séculos XIX e XX), os projetos
realizados possuíam paredes com grandes espessuras. Um exemplo clássico é
o edifício Monadnock em Chicago, construído no final do século XIX, constituído
de 16 pavimentos onde suas paredes da base possuem 1,80m de largura. Tal
obra marcou sua época e foi o auge dos limites para executar a alvenaria
estrutural naquela época.
Até então, desenvolveram-se diversas ferramentas para auxiliar em
projetos de alvenaria estrutural, auxiliando na praticidade, agilidade e economia
na execução.

2.2 Sistema construtivo

Tauil e Nese (2010) falam que a alvenaria pode ser relacionada a um


conjunto de peças justapostas e “coladas” nas suas extremidades com uma
argamassa adequada, resultando assim em um elemento vertical unido. Tal
elemento garante vedação de espaços, resistências às cargas provenientes da
gravidade, garantir segurança, suportar impactos, garantir bom isolamento
térmico e acústico.
Manzione (2004) relata que a alvenaria estrutural se propagou em
edificações verticais formadas por pavimentos tipos, devido a necessidade de
garantir que as paredes do primeiro pavimento sejam posicionadas de forma
igual nos pavimentos subsequentes. Isto se deve, pois, as paredes aliam a
função estrutural e de vedação, e com isso, edificações com pavimentos tipos
são ligeiramente mais favoráveis para garantir a estabilidade da estrutura, tendo
sua carga aplicada verticalmente em um mesmo ponto. Explica ainda que em
projetos de alvenaria estrutural se faz necessário um estudo de modulação
11

aliado ao projeto arquitetônico. A modulação tem como função justapor os


blocos, garantindo amarração entre as paredes (figura 1).

Figura 1 – Exemplo de modulação

Fonte: Autor.

Explicam Tauil e Nese (2010), que para garantir um projeto com boa
funcionalidade, busca-se evitar arranjos e emendas, usando sempre blocos de
mesmas medidas, em casos específicos, utiliza-se blocos “especiais” com
medidas diferentes para complementar os espaços que não foram preenchidos,
e assim obrigatoriamente o projeto deverá ter medidas múltiplas das medidas
dos blocos. Deve-se tomar cuidados especiais em paredes com amarração em
L e encontros de paredes (figura 2).
12

Figura 2 – Exemplo de amarração em T e L.

Fonte: Adaptado em 22/05/2018 de Mohamad (2015).

Mohamad (2015) explica que quando pronta a modulação, deve-se definir


então a necessidade de complementações no projeto, como pontos de graute
(assunto será abordado no capítulo 2.3), realiza-se também o cálculo da
estrutura, garantindo que a edificação atenda as solicitações de esforços, tenha
rigidez, estabilidade e demais necessidades. Atenta também para outro detalhe
importante, que na alvenaria estrutural não pode ser feito rasgos em paredes,
sendo assim, as instalações elétricas e hidrossanitárias são posicionadas dentro
dos furos dos blocos, exigindo assim um encaixe perfeito entre eles. No caso
das instalações hidráulicas, outra maneira de execução é através de shafts1.
De modo geral, a alvenaria estrutural pode ser dividida em três diferentes
tipos, em alvenaria armada, não armada e protendida.

1 Vão livres entre andares para acomodar a passagem de tubulações em geral.


13

2.2.1 Alvenaria armada e não armada

Tauil e Nese (2010) relatam que é denominada alvenaria armada toda


aquela que receber reforços de aço em locais pré-determinados em projeto pelo
responsável técnico. Este método é realizado de forma que são posicionadas
armaduras passivas nos vazios dos blocos, e após executa-se o grauteamento.
Além destes locais, recebem este tratamento todas as juntas verticais e
horizontais (figura 3). Já a alvenaria não armada é toda aquela que não recebe
graute, utilizando-se armaduras apenas em locais resultantes em patologias,
como vergas e contravergas (figura 4). Em caso de não utilização, resultam em
trincas e fissuras.

Figura 3 – Detalhamento alvenaria armada

Fonte: Tauil e Nese, 2010.


14

Figura 4 – Detalhamento alvenaria não armada

Fonte: Tauil e Nese, 2010.

2.2.2 Alvenaria protendida

Roman, Mutti e Araújo (1999) detalham a alvenaria protendia toda aquela


que seja reforçada por uma armadura ativa, acarretando em esforços de
compressão na alvenaria. Este é um método pouco utilizado devido ao elevado
custo dos materiais utilizados para protensão.

2.3 Componentes e elementos da alvenaria estrutural

Conforme Ramalho e Corrêa (2003), deve-se levar em conta dois itens


básicos na alvenaria estrutural, sendo eles, componentes e elementos. De modo
sucinto, um componente é definido com uma unidade básica, que compõe os
elementos que irão formar a estrutura. Os elementos mais importantes da
alvenaria estrutural são: blocos, argamassa, graute e armadura. Enquanto que
elementos são coisas mais elaboradas na estrutura, formados no mínimo por
dois componentes citados anteriormente. Alguns exemplos de elementos são:
paredes, cintas, verga e demais.
15

Entendendo melhor estes dois termos, a seguir iremos entender melhor


os itens que os compõe.

2.3.1 Blocos

Segundo Tauil e Nese (2010), os blocos podem ser considerados como


principais componentes da alvenaria estrutural, tendo função estrutural e de
vedação. Ou seja, ao mesmo tempo em que devem resistir as tensões geradas
na edificação, também vedam a mesma.
A NBR 7171 (ABNT, 1983) define o bloco como um elemento da alvenaria
que possui ou não furos prismáticos e/ou cilíndricos perpendiculares às faces
(figura 5). Ainda determina que para ser um bloco portante, o mesmo deve
possuir os furos na vertical, sendo perpendiculares à face de assentamento. De
forma geral, os maciços devem possuir índice de vazios de até 25% da área
total, e passando deste limite, são considerados como vazados.

Figura 5 – Diferença do bloco maciço e vazado

Fonte: Tauil e Nese, 2010.


16

De acordo com a NBR 6136 (ABNT, 2016), um bloco de concreto se


caracteriza como uma unidade para executar a alvenaria, tendo ou não função
estrutural, e o mesmo deve ter área média de superfície vazada igual ou menor
de 75% da área bruta (área da superfície vazada sem subtrair as áreas dos
furos), tendo área vazada tanto na parte superior quanto inferior. A norma ainda
determina que para a construção de edificações em alvenaria estrutural, estes
devem ser fabricados passando pelos processos de vibro pesagem e cura a
vapor. Os componentes para fabricação dos mesmos incluem cimento Portland,
agregados e água. Após fabricados, devem aparentar aspecto homogêneo e
compacto, tendo arestas perfeitas, sem muitas trincas e textura com certa
ranhura para que haja aderência de revestimentos colocados posteriormente.
Podemos classificar os blocos em dois grupos diferentes, sendo o
primeiro os blocos modulares, que possuem o comprimento duas vezes maior
que a largura mais a junta (figuras 6, 7 e 8), e os blocos não modulares (figura
9).

Figura 6 – Blocos modulares família 14x39

Fonte: Adaptado em 11/04/2018 de Tauil e Nese, 2010.


17

Figura 7 – Blocos modulares família 19x39

Fonte: Adaptado em 11/04/2018 de Tauil e Nese, 2010.

Figura 8 – Blocos modulares família 14x29

Fonte: Adaptado em 11/04/2018 de Tauil e Nese, 2010.


18

Figura 9 – Blocos não modulares

Fonte: Adaptado pelo autor em 11/04/2018 de Tauil e Nese, 2010.

Neto, Peluso e Carvalho (2015) explicam que a grande vantagem de usar


blocos com dimensões modulares é a eliminação de blocos com medidas
especiais (não modulares), tendo assim uma menor variação de tipos de
elementos utilizados em obra, facilitando a mão de obra.

2.3.2 Argamassa de assentamento

Segundo Roman, Mutti e Araújo (1999), a argamassa de assentamento


tem como principal função garantir que os blocos se unam, transferindo esforços
entre eles e ser capaz de absorver pequenas deformações desta união, tornando
assim a resistência como uma característica secundária.
Conforme definição da NBR 8798 (ABNT, 1985), a argamassa é o
elemento responsável por garantir a ligação entre os blocos, garantindo assim
uma distribuição igual dos esforços. É composto basicamente de cimento,
agregado miúdo e cal ou alguma outra adição que venha a garantir plasticidade
e retenção de água, hidratando o composto. A norma determina que para
dosagens não experimentais, realizadas no canteiro de obra, devem atender as
exigências mínimas conforme a tabela 1.
19

Tabela 1 – Condições mínimas para dosagem não experimental de armagassa

Fonte: Adaptado pelo autor em 03/06/2018 de NBR 8798 (ABNT, 1985).

Mohamad (2015), as principais funções da argamassa de assentamento


são, unificar os blocos entre si, evitar a entrada de água e vento nas edificações,
ajustar pequenos defeitos nos encaixes dos blocos, realizar a distribuição das
cargas da estrutura e absorver pequenas deformações. Explica ainda que para
que a argamassa seja adequada para o assentamento de blocos na alvenaria
estrutural, ela deve garantir alguns aspectos como, ter uma boa trabalhabilidade,
obter certa resistência de forma rápida para que consiga absorver aos esforços
da estrutura (parede), ter capacidade de reter água para que o bloco não sugue
a mesma e acabe prejudicando sua função, e por fim ter adequada aderência
para absorver os esforços de cisalhamento e baixo módulo de deformação.
De acordo com Manzione (2004), a argamassa deve ter resistência
equivalente à do bloco. Isto é claro, pois, em estruturas com cargas elevadas, se
a argamassa não possuir resistência adequada, irá sofrer deformações antes
dos blocos, resultando em patologias e até riscos maiores.
20

Figura 10 – Modo de aplicação da argamassa de assentamento

Fonte: Tauil e Nese, 2010.

Na figura 10 pode-se observar o modo de aplicação da argamassa de


assentamento no bloco, ela deve ser em filetes nas paredes longitudinais do
mesmo, não podendo obstruir os buracos centrais, pois nestes pode passar a
instalação elétrica ou hidráulica, ou até um grauteamento, conforme previsto em
projeto. Ainda de acordo com a NBR 8798 (ABNT, 1985), as juntas de
argamassa entre blocos devem possuir cerca de 1cm de espessura, podendo ter
uma pequena variação.
21

2.3.3 Graute

Manzione (2004) define o graute como um micro concreto com alta


plasticidade, e sua característica é aumentar a resistência da parede à
compressão. Este método combinado com a utilização de armadura no seu
interior, gera um ótimo agente resistente aos esforços de tração, que a alvenaria
sozinha não conseguiria combater. Observa-se ainda que o graute deve garantir
uma resistência duas vezes maior que a do bloco.
De acordo com a NBR 8798 (ABNT, 1985), o graute é um elemento que
preenche os vazios de blocos e canaletas para associar a armadura com estes
elementos, garantindo aumento da capacidade portante. É composto
basicamente por cimento, agregado miúdo e graúdo, água e cal, ou outro que
possa garantir trabalhabilidade e retenção de água. A norma define também para
o graute as condições mínimas para dosagens não experimentais, conforme a
tabela 2.

Tabela 2 – Condições mínimas para dosagem não experimental de graute

Fonte: Adaptado pelo autor em 03/06/2018 de NBR 8798 (ABNT, 1985).


22

Ramalho e Corrêa (2003) ainda ressalta, que o conjunto bloco, graute e


armadura devem trabalhar de forma única, assim como ocorre no concreto
armado. Para que isso ocorra, deve-se ter cuidado para que o graute envolta
totalmente a armadura e que engaje tanto nela quanto no bloco (figura 11).
Para correta aplicação do graute, Roman, Mutti e Araújo (1999) explicam
que sempre que possível, o mesmo deve ser realizado de fiada em fiada, ou pelo
menos em duas vezes por pé-direito, evitando assim possíveis vazios nos
alvéolos dos blocos. Esclarecem ainda que é necessário um adensamento do
mesmo, seja este manual ou com vibradores de agulha pequena.
A NBR 15961-1 (ABNT, 2011) determina que a área de aço localizadas
em elementos grauteados, não devem possuir área de seção transversal maior
que 8% da área da seção de graute envolvente. Estabelece ainda que as barras
de armadura não devem possuir diâmetro maior que 6,3 mm quando em juntas
de assentamento e 25 mm em qualquer outro caso.

Figura 11 – Graute com presença de armadura

Fonte: Autor.

Vale ressaltar que conforme Pastro (2007), o graute é algo demorado para
ser feito na maioria dos casos, o que acaba diminuindo a produtividade em obra.
23

Por este motivo deve ser evitado pelo calculista, porém, em alguns casos não há
outra solução.

2.3.4 Armadura

De acordo com Ramalho e Corrêa (2003), as armaduras têm como


principal função combater os esforços de tração, sendo utilizadas juntamente ao
graute. Deve-se observar que as tensões provocadas pelos esforços de tração
devem ser adequadas com a deformação, adotando assim pequenas tensões.
Manzione (2004) explica que as armaduras podem ser utilizadas ainda
como grampos, para garantir a amarração entre paredes, tendo assim uma boa
aderência mecânica entre as mesmas, conforme mostra a figura 12. Ainda relata
que a utilização de grampos na obra é algo de difícil verificação, devendo seu
uso evitado sempre que houver a possibilidade. Isto se deve, pois, utilizando os
grampos não há possibilidade de redistribuição das tensões, podendo assim
ocorrer patologias. Outra opção para evitar este tipo de problema são as juntas
amarradas, que devem ser pré-definidas em projeto.

Figura 12 – Utilização de grampos

Fonte: adaptado pelo autor em 12/04/2018 de Manzione, 2004.

De acordo com a NBR 15961-2 (ABNT, 2011), é de suma importância que


as armaduras ou qualquer peça metálica sejam armazenadas acima de suportes
impedindo o contato direto com o solo, evitando a oxidação e aderência de
sujeiras que possam prejudicar a aderência do graute.
24

2.4 Aspectos técnicos

Ramalho e Corrêa (2003) determinam que para escolher executar uma


alvenaria estrutural, deve-se levar três pontos principais em consideração, para
assim conseguir uma alvenaria com resistência perfeitamente controlada,
garantindo total segurança para a edificação. Estes pontos são: altura da
edificação, seu arranjo arquitetônico e o tipo de uso que a mesma será
destinada.

2.4.1 Altura da edificação

Se tratando de altura, Nonato (2013) descreve ser indicada no Brasil para


edificações que tenham até 16 pavimentos. Em obras maiores, acaba sendo
inexistente a economia que gera esta técnica, visto que se faz necessária a
utilização de blocos com maiores resistências e grandes quantidades de
grauteamento. Sem contar que em grandes prédios, existem os esforços laterais
causados principalmente pelas ações do vento, que causam grandes tensões de
tração, necessitando assim a utilização de grande quantidade de armaduras e
grautes.

2.4.2 Disposição arquitetônica

Segundo Ramalho e Corrêa (2003), recomenda-se considerar a


densidade de paredes estruturais por m² de pavimento, sendo assim, um
parâmetro aceitável é de 0,5 a 0,7 m de paredes por m², sendo dentro destes
valores um uso padrão, podendo assim fazer a escolha de utilizar ou não o
método da alvenaria estrutural.
25

2.4.3 Utilização da edificação

Roman, Mutti e Araújo (1999) explicam que para escolher utilizar a


alvenaria estrutural, deve-se ter uma prévia análise de como será a futura
utilização da mesma, visto que em projetos que tenham grandes vãos, como
edifícios comerciais ou residenciais de alto padrão, esta não é uma escolha
adequada. Em edifícios comerciais, deve ser levado em consideração a
constante alteração da disposição interna de layout, sendo que a edificação fica
totalmente engessada quando utilizada a alvenaria estrutural. Ainda deve-se
levar em conta as reformas futuras realizadas sem o devido conhecimento
técnico sobre a estrutura, resultando em grandes riscos.
26

3 ENTREVISTA PROFISSIONAIS ATUANTES NO RAMO DA


ALVENARIA ESTRUTURAL

Com o princípio de adquirir maior conhecimento além do encontrado em


livros, artigos científicos e artigos, foi realizada uma entrevista com dois
profissionais que trabalham com projetos na área da Alvenaria Estrutural.
Os profissionais entrevistados foram o engenheiro civil Guilherme Luis
Bianchini e o arquiteto Gustavo Henrique Schneider.
O engenheiro civil Guilherme Luis Bianchini, registrado sob CREA/RS
201.677, proprietário da empresa Engegold Construções e Empreendimentos
Imobiliários LTDA, registrada no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ)
sob número 19.925.647.0001-52, localizada na Rua Francisco Oscar Karnal,
número 218, sala 104, Bairro Centro, Lajeado/RS.
O arquiteto Gustavo Henrique Schneider, registrado sob CAU/RS
A60352-0, proprietário da empresa GHS Projetos, registrada no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) sob número 23.484.633/0001-18,
localizada na Rua dos Plátanos, número 18, Bairro Montanha, Lajeado/RS.
A seguir serão descritas as respostas obtidas através do questionário
realizado.

3.1 Resultados obtidos

Referente ao retorno que as empresas esperam do trabalho de um


estagiário de ensino superior, o engenheiro civil Guilherme espera que o mesmo
27

aprenda o padrão construtivo da empresa, que exponha suas opiniões para


agregar com a mesma e que acompanhe a atualização do ramo da engenharia
civil. Já o arquiteto Gustavo espera que o mesmo acompanhe a execução dos
serviços pré-estabelecidos pela gerência para garantir que estes estejam sendo
realizados conforme propostos.
Ambos os profissionais esperam que o estagiário ao longo de seu estágio
atue de forma competente e comprometida, realizando acompanhamentos,
observações e execuções de projetos.
Sobre os conhecimentos prévios para a realização de um estágio em
engenharia civil, o engenheiro civil Guilherme espera um estagiário com noções
de projetos arquitetônicos e noções de paginação em alvenaria estrutural e
execução de obras. Enquanto que para o arquiteto Gustavo, são necessários
conhecimentos básicos nos softwares AutoCad, Excel e Word, assim como
noções de desenho técnico e execução de obras.
Referente a forma que um engenheiro civil possa contribuir na empresa,
o engenheiro civil Guilherme, acredita que seria agregando conhecimentos
específicos nos projetos e controlando as etapas construtivas visando um
melhoramento contínuo. Já o arquiteto Gustavo remete ao desenvolvimento de
projetos, acompanhamento de obras e acompanhamento de assessoria para
implantação do sistema de gestão nas empresas clientes.
Dentre as habilidades/competências/conhecimentos necessários para
essa contribuição, ambos julgam necessário um conhecimento abrangente no
ramo da construção civil, ser um profissional comunicativo, prestativo e
independente, tendo também conhecimentos específicos para aplicação de
projetos e execução da alvenaria estrutural.
Se tratando das vantagens obtidas ao optar pela alvenaria estrutural ao
invés do concreto armado convencional, ambos acreditam no aumento da
produtividade da mão de obra, menor consumo de argamassa por m², diminuição
nos resíduos e menos retrabalhos. O engenheiro civil Guilherme ainda exalta a
maior velocidade na execução da obra e custo final da obra mais baixo,
chegando a gerar até 25% de economia.
Levando em conta as suas experiências adquiridas até então, ambos
acreditam que as principais dificuldades encontradas na aplicação da alvenaria
estrutural são, a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada e a
28

necessidade de um acompanhamento mais rígido em obra. O engenheiro


Guilherme ainda complementa a dificuldade de encontrar bons projetos de
alvenaria estrutural, bem como engenheiros civis qualificados para executar este
sistema construtivo.
Sobre o motivo de maior utilização do concreto armado no ramo da
construção civil se comparado a alvenaria estrutural, ambos acreditam que seja
porque o mesmo está a mais tempo no mercado e não necessita de mão de obra
tão qualificada, assim como não necessita de tanto conhecimento dos
profissionais que acompanham o serviço. O engenheiro civil Guilherme ainda
ressalta que devido a alvenaria estrutural não ser tão utilizada e os profissionais
não terem o conhecimento necessário, quando decidem utilizar acabam
executando de forma errada, resultando em diversos problemas, gerando
comentários negativos sobre o método.
Ambos relatam satisfação e aceitação dos clientes quanto ao sistema
construtivo em alvenaria estrutural.
A popularização futura da alvenaria estrutural é uma confiança dos dois
profissionais, que acreditam em um maior custo na mão de obra no futuro,
ocasionando em buscas por métodos executivos mais rápidos, com menos
resíduos e maior controle tecnológico. O engenheiro civil Guilherme também
espera que os profissionais do ramo construtivo se especializem, se tornando
habilitados a executarem o método de forma mais eficaz.

3.2 Discussão resultados obtidos

A partir das entrevistas realizadas com os profissionais da área, percebe-


se que ambos esperam que os estagiários consigam aplicar seus conhecimentos
técnicos e teóricos adquiridos até então em sala de aula, agregando
conhecimento e melhorias nas práticas desenvolvidas pelos mesmos. Eles
também anseiam por um comprometimento com a empresa e interação ativa no
dia-a-dia.
Pode-se perceber a necessidade de o estagiário já ter um bom
conhecimento prévio de softwares que são utilizados diariamente na profissão
29

da engenharia civil, evitando assim com que o contratante tenha que perder
tempo para ensiná-lo.
Quando se trata do que eles esperam de um engenheiro civil formado
atuando dentro da empresa, eles deixam claro a necessidade por um profissional
que seja autossuficiente, que atente ao mercado da construção, que saiba
projetar e executar de acordo com os modelos praticados pela empresa.
Se tratando especificamente da alvenaria estrutural, é possível ver que
ambos olham com bons olhos para a área, acreditando nas qualidades do
método construtivo e nos seus diversos pontos positivos, além de ver o mesmo
com um ótimo futuro a partir de sua popularização entre os profissionais da área
e clientes.
30

4 CONCLUSÃO

O presente artigo teve como objetivo inicial descrever a alvenaria estrutural


de uma forma geral, conhecendo sua diversidade de aplicação, seus principais
componentes e elementos, assim como alguns aspectos técnicos relevantes.
Tais itens se tornam conhecimentos indispensáveis para uma boa aplicação do
método, garantindo um bom resultado final.
Posteriormente apresentou-se um questionário de pesquisa, onde dois
profissionais atuantes na área foram entrevistados com o intuito de reconhecer
o que as empresas esperam de um estagiário supervisionado e um engenheiro
civil formado. Também foram questionados especificamente sobre a alvenaria
estrutural, para entender de que forma eles enxergam a área atualmente e como
acreditam que estará no futuro.
A partir desta pesquisa, pode-se concluir que o estágio supervisionado é de
extrema importância para o estudante, pois terá oportunidade de ganhar
experiência e prática profissional na área desejada. Já a empresa receberá
novas ideias e conhecimentos, visto que o estudante está no auge do intelecto
e cheio de informações.
Por fim, a aplicação do estágio supervisionado mostra ter grande importância,
principalmente para os alunos que ainda não possuem experiência profissional
na área, permitindo assim com que as empresas abram suas portas para que o
mesmo possa colocar em prática tudo aquilo que aprendeu na sala de aula.
Desta forma, o aluno acaba ganhando criatividade, experiência e senso crítico
para solucionar as diversas situações encontradas no dia-a-dia de um
profissional da área.
31

5 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8798: Execução


e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto.
Rio de Janeiro: ABNT, 1985.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15961-1:


Alvenaria estrutural — Blocos de concreto — Parte 1: Projeto. Rio de
Janeiro: ABNT, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15961-2:


Alvenaria estrutural — Blocos de concreto — Parte 2: Execução e controle
de obras. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6136: Blocos


vazados de concreto simples para alvenaria – Requisitos. Rio de Janeiro:
ABNT, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7171: Bloco


cerâmico para Alvenaria. Rio de Janeiro: ABNT, 1983.

HENDRY, A.W. Engineered design of masonry buildings: fifty years


development in Europe. Prog. Struct. Eng. Mater. 2002; 4:291–300. University
of Edinburgh, Scotland.
32

MANZIONE, L. Projeto e execução de alvenaria estrutural. São Paulo: O


nome da Rosa Editora, 2004. 116 p.

MOHAMAD, Gihad. Construções em alvenaria estrutural: materiais, projeto e


desempenho. São Paulo: Blucher, 2015.

NETO, A. P. P.; PELUSO, E. O.; CARVALHO, V. T. A. Alvenaria Estrutural.


2015. 59 p. Monografia para Trabalho de conclusão de curso, Engenharia Civil
– Universidade Federal de Goiás, Goiás, 2015.

NONATO, L. F. C. Alvenaria estrutural e suas implicações. 2013. 73 p.


Monografia, Curso de Especialização em Construção Civil – Escola de
Engenharia UFMG, Belo Horizonte, 2013.

PASTRO, R. Z. Alvenaria estrutural sistema construtivo. 2007. 47p. Trabalho


de conclusão de curso, Engenharia Civil – Universidade São Francisco, São
Paulo, 2007.

RAMALHO, M. A.; CORRÊA, M. R. S. Projetos de edifícios de alvenaria


estrutural. São Paulo: Editora Pini, 2003. 174 p.

ROMAN, H. R. MUTTI, C. N.; ARAÚJO, H. N.; Construindo em Alvenaria


Estrutural. Editora da UFSC, Florianópolis – SC, 1999.

TAUIL, C. A.; NESE, F. J. M. Alvenaria Estrutural. São Paulo: Editora Pini,


2010. 183 p.
33

APÊNDICE A – Perguntas e respostas realizadas

A seguir estão as perguntas do questionário realizado aos entrevistados


com suas devidas respostas.

1. Qual o retorno que a empresa espera do trabalho de um estagiário


de ensino superior?

Guilherme: “A empresa espera que o retorno seja de aprender o padrão


construtivo executado pela empresa, englobando o estagiário e expondo suas
opiniões, de forma atualizada com novas tendências construtivas, normas
atualizadas, novidades, etc.”

Gustavo: “Acompanhe a execução dos serviços para verificar se estão


sendo executados conforme estabelecido pela gerência.”

2. Como a empresa visualiza a atuação do estagiário ao longo do


desenvolvimento do seu estágio: acompanhamento, observação e/ou
execução?

Guilherme: “Muito bem, com comprometimento, competência e com um


bom futuro, realizando acompanhamento, observações e execuções de
projetos.”

Gustavo: “Realizando as três coisas de forma conjunta.”


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3. Quais conhecimentos prévios para a realização de um estágio em


Engenharia Civil?

Guilherme: “Noção de projetos arquitetônicos, noção de paginação em


alvenaria estrutural, e noção de execução de obras.”

Gustavo: “Conhecimentos básicos em Autocad, Excel, Word, desenho


técnico e execução de obras.”

4. Como um profissional de Engenharia Civil pode contribuir na


empresa?

Guilherme: “Agregando conhecimento técnico e específico, controlando


as etapas construídas visando o melhoramento contínuo.”

Gustavo: “Desenvolvimento de projetos, acompanhamento de obras e


acompanhamento de assessoria para implantação do sistema de gestão.”

5. Quais habilidades/competências/conhecimentos você julga que são


necessárias para essa contribuição?

Guilherme: “Conhecimento em execução de obras, projetos


arquitetônicos, estruturais, alvenaria estrutural, projetos de compatibilização,
dentre outros.”

Gustavo: “Conhecimento abrangente em construção civil, ser


comunicativo, prestativo e independente.”

6. Levando em consideração que hoje em dia existe grande


predominância na utilização do Concreto Armado se comparado a
Alvenaria Estrutural, ao seu ver, quais as principais vantagens encontradas
ao optar pela utilização da Alvenaria Estrutural?

Guilherme: “Racionamento dos materiais utilizados, menor quantidade


de argamassa utilizada na alvenaria por m², mais produtividade de mão de obra
por m² devido ao tamanho do bloco e sua quantidade de argamassa requerida,
obra terminada em um prazo menor devida a rapidez do sistema construtivo,
custo comparado a estrutura de concreto armado chega de 20 a 25 % menor.”
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Gustavo: “As principais vantagens são o aumento na produtividade,


menos consumo em argamassa, menos resíduos de obra (obra mais limpa) e
com menos retrabalho.”

7. A partir de suas experiências adquiridas até então, quais as


principais dificuldades encontradas na aplicação da Alvenaria Estrutural?

Guilherme: “Mão de obra qualificada, bom projeto de alvenaria estrutural,


profissionais da engenharia qualificados para este sistema, deve-se ter muito
treinamento de mão de obra e muito controle.”

Gustavo: “Vejo dificuldade em aceitação pela mão de obra regional, que


está habituada com o sistema convencional e que exige menos treinamento.
Também vejo que Alvenaria Estrutural necessita de um controle mais rígido e
criterioso em sua execução e isso representa mais custo de acompanhamento
de obra.”

8. Porque a Alvenaria Estrutural não possui grande utilização no ramo


da construção civil se comparada com o Concreto Armado?

Guilherme: “Vejo como principal motivo, o comodismo, de profissionais


técnicos da área, e de construtores, por não terem a informação adequada,
conhecimento técnico necessário, fazendo de qualquer modo, surgindo assim as
patologias e demais problemas, e acabam concluindo que o sistema não é bom.”

Gustavo: “Penso que o concreto armado está mais tempo no mercado,


exige menos treinamento de mão de obra e menos preparo dos profissionais que
acompanham o serviço. Por isso a maioria ainda opta pelo concreto armado.”

9. Se tratando de clientes, qual a sua percepção quanto a aceitação e


satisfação sobre uma edificação onde foi utilizado o método construtivo
em Alvenaria Estrutural?

Guilherme: “Até então percebi satisfação geral dos clientes.”

Gustavo: “Os clientes que habitam edificações em alvenaria estrutural


com que tive contato manifestaram satisfação e aceitação quanto ao sistema
utilizado.”
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10. De que forma a empresa percebe o mercado da construção civil se


tratando da utilização da Alvenaria Estrutural? Acredita em uma maior
popularização do método?

Guilherme: “O mercado da construção civil se tratando de alvenaria


estrutural, quanto ao lado técnico está em pleno crescimento, novas técnicas
para o uso, empresas adequando blocos para atender normas, norma
desempenho atendendo os requisitos, porém vejo o método construtivo com
pouco crescimento na região. Acredito em uma maior popularização do método
quando houver mais profissionais habilitados e construtores aptos a mudarem
seu sistema construtivo, o que acho é que vai demorar um tempo ainda para se
popularizar, mas vai algum dia devido a grande vantagem do sistema.”

Gustavo: “Acreditamos que com o tempo a Alvenaria Estrutural será mais


utilizada. Com o aumento da necessidade de produtividade pelo aumento de
custo de mão de obra, necessidade de gerenciamento de resíduos e mais
controle tecnológico, acreditamos que a Alvenaria Estrutural seja mais
popularizada.”

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