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Teorias Administrativas na Indústria Farmacêutica

RESUMO

A Kley Hertz é uma das maiores fabricantes de Medicamentos Isentos de


Prescrição Médica (OTC), produzindo também Medicamentos com Prescrição,
Cosméticos, Suplementos e Produtos para a Saúde. A empresa possui marcas
consagradas e entre as TOP 3 de suas categorias, como Resfenol,
Ritmoneuran, Hepatilon, Proctosan, entre outras. Os produtos da Kley Hertz são
desenvolvidos com a missão de oferecer soluções para saúde e o bem-estar de
seus consumidores. Comparando os processos de produção e desenvolvimento
da empresa, conseguimos assemelhar alguns princípios parecidos com os
mesmos vistos em aula, nas Teorias da Administração, fato que ressalta ainda
mais a importância dos estudos feitos no século passado e como eles ainda são
aplicados atualmente.
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1.INTRODUÇÃO

Administrar é um processo na qual dependendo do planejamento feito


pode se tornar uma tarefa difícil. A administração é a realização dos
objetivos da organização de maneira eficiente e eficaz, através do
planejamento, organização, liderança e controle dos recursos
organizacionais.
Neste estudo serão abordadas quatro teorias da administração. Uma
delas sendo a Teoria Científica onde Taylor procurava uma forma de elevar
o nível de produtividade conseguindo que o trabalhador produzisse mais em
menos tempo com o intuito de garantir o melhor custo/benefício aos
sistemas produtivos. Assim, em 1903, ele publicou o livro “Administração de
Oficinas” onde expõe pela primeira vez suas teorias.
Seguindo o raciocínio cronológico veio a Teoria Clássica que tinha
como característica há ênfase na estrutura organizacional, da visão do
homem econômico e pela busca da máxima eficiência organizacional.
Também é caracterizada pelo olhar sobre todas as esferas (operacionais e
gerenciais), bem como na direção de aplicação do topo para baixo (da
gerência para a produção).
Posteriormente veio a Teoria Burocrática do sociólogo Max Weber
que quando propôs a criação desta abordagem queria nos mostrar que a
burocracia era uma coisa boa, um método de organização que pudesse vir a
facilitar o nosso dia-a-dia. A ideia por trás disso tudo é que, quando mais
organizada for uma equipe, documentando todos os seus passos e decisões
tomadas, menos chance de erros esta mesma equipe teria, menos
exposição ao imprevisto, já que tudo estava devidamente relatado e de fácil
acesso, facilitando o trabalho de outras pessoas na equipe, que teriam com
isto, sempre uma visão geral dos processos, das dificuldades dos colegas,
dos erros cometidos e do andamento dos mesmos. Com isto, a informação
era compartilhada, mesmo que de uma forma, digamos, morosa e
complicada demais e há caráter legal das normas e regulamentos, caráter
formal das comunicações, racionalidade e divisão do trabalho e
impessoalidade nas relações.
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Completando as quatro Teorias principais da Administração surgiu a


Teoria Comportamental, é uma Teoria aplicada à gestão de empresas. A
mesma, ou também conhecido como Teoria Behaviorista, trouxe uma nova
concepção e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem
das ciências do comportamento (behavior Science approach), o abandono
das posições normativas e prescritivas das Teorias anteriores (Teorias
Clássica, das Relações Humanas e da Burocracia) e a adoção de posições
explicativas e descritivas e é caracterizada por ser decorrência da Teoria das
Relações Humanas. Assim sua ênfase ainda se encontra no comportamento
humano, porém, leva em consideração o contexto organizacional, de forma
mais ampla, abrangendo a influência desse comportamento na organização
como um todo e as perspectivas das pessoas diante das organizações.
Esta pesquisa será realizada na empresa Kley Hertz, a qual é uma
Indústria Farmacêutica, com mais de 70 anos de existência no mercado. Sua
missão é oferecer soluções diferenciadas e confiáveis para saúde e bem-
estar, com excelência no atendimento, realização dos profissionais,
crescimento da organização e retorno aos acionistas.
No ano de 1947, Gerhard Hertz abriu uma pequena distribuidora de
medicamentos, em Porto Alegre. Seu filho Ingo, algum tempo depois,
transformou a distribuidora em uma indústria.
Hoje após 70 anos, três gerações depois, a Kley Hertz preserva as
ideias que a transformaram no que é hoje. Colaboradores, acionistas,
representantes, farmácias e consumidores, todos seguem na mesma
direção: uma empresa maior, mais sólida e cada dia melhor no que faz.
Escolhemos a Kley Hertz por ser uma empresa que já está no Brasil
há muitos anos, visto que é uma das 10 maiores indústrias farmacêuticas e
com certeza aplica diversos valores citados nas teorias da administração.
Diante deste contexto, este artigo tem como objetivo identificar a influência
das teorias da administração (Científica, Clássica, Burocrática e
Comportamental) e sua aplicabilidade na empresa Kley Hertz.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Idalberto Chiavenato (Introdução a teoria geral da


administração 2011, p. 15), nos diz em seu livro que “tudo na administração
depende da situação e das circunstâncias. Tudo nela é relativo devido à
complexidade das organizações. Por isso existem várias teorias a respeito
da administração”.
Conforme retratado em seu livro o autor apresenta um quadro (1.1)
com as principais teorias administrativas e seus principais enfoques (2011,
p.16).

2.1 Teorias da administração


2.1.1 Administração Cientifica Frederick Taylor, conhecido como o
pai desta teoria, teve uma ideia que resultou na criação da teoria cientifica
da administração, onde houve no final da revolução industrial um
crescimento desordenado e caótico das empresas tendo seus recursos mal
aproveitados, portanto havia a necessidade de aumento da eficiência e de
substituição do empirismo por métodos científicos.
As principais características e benefícios desta teoria é a ênfase na
estrutura organizacional pela visão do homem econômico e pela busca da
máxima eficiência. Entretanto ela sofreu algumas críticas como a
manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salarias e
a excessiva unidade de comando e responsabilidade, por exemplo, alguns
dos benefícios foram os salários que chegaram a atingir em alguns casos, o
dobro do que era antes, e a jornada de trabalho foi reduzida
consideradamente, concedendo vantagens como dias de descanso
remunerados. Com isso houve a produção de produtos com qualidade
superior em comparação aos produtos anteriores.
Neste momento as industrias estavam padecendo muito, no
qual havia três fatores dominantes sendo eles o primeiro a vadiagem dos
operários, logo em seguida o desconhecimento pela gerencia das rotinas de
trabalho e pôr fim a havia a falta de uniformidade das técnicas e métodos de
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trabalho.
As características deste período foram conhecidas como o estudo de
tempo e padrões de produção, supervisão funcional, padronização de
ferramentas e instrumentos, planejamento das tarefas e cargos e o princípio
da exceção.
Com elas surgiu a ORT que significa organização racional do trabalho
que tinha como objetivo gerencia, estudo minucioso do trabalho,
estabelecimento do método do trabalho, supervisão, assistência ao
trabalhador, execução do trabalho, estudo da fadiga humana, divisão do
trabalho e especialização do operário, desenho de cargos e tarefas dentre
outros.
Vale ressaltar que neste mesmo livro de Idalberto Chiavenato (2011,
p. 53) refere-se à preocupação original que “foi eliminar o fantasma do
desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias e elevar os níveis de
produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas de engenharia
industrial”.

2.1.2 Teoria Clássica Henri Fayol, em sua teoria baseava-se na ideia


de que as organizações precisavam se organizar de maneira racional,
mantendo o controle através de previsões anuais e decenais, organograma,
recrutamento e treinamento cuidadosos e reuniões de chefes de
departamento para melhor coordenar as ações. Para Fayol, a organização e
a administração são indispensáveis em qualquer tipo de empresa, não
importando qual o seu negócio.
Toda empresa, independentemente de seu grau de complexidade,
possui um conjunto de operações básicas, a saber: operações técnicas,
operações comerciais, operações financeiras, operações de segurança,
operações de contabilidade e operações administrativas. E é justamente nas
operações administrativas para onde as empresas devem voltar sua
atenção.
De acordo com Fayol, a função administrativa envolve formular o
programa geral de ação da empresa, coordenando seus esforços e
harmonizando seus atos. Desta forma, Fayol descreve o ato de administrar
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como Prever, Organizar, Comandar, Controlar e Coordenar.


Fayol também ressalta que não se deve confundir administração com
direção. A administração é um ato comum a todos, não é privilégio dos
chefes, é dever de todos, ou seja, a administração se reparte com outros
membros da empresa. E é por isso que Fayol defendia a ideia de que a
administração deveria ser ensinada nas escolas, desde cedo, pois o ato da
administração é algo que está presente no cotidiano das pessoas, nas suas
relações familiares, nos seus negócios e em tantas outras situações.
Para Fayol, não deveria existir nada rígido e absoluto em
administração. Tudo na administração é uma questão de medida, de
princípios maleáveis e suscetíveis à adaptação, de acordo com as
necessidades de cada empresa.
Fayol destaca 14 princípios que utilizou com mais frequência na
administração, a saber: (1) Divisão do trabalho (2) Autoridade e
responsabilidade (3) Disciplina (4) Unidade de comando (5) Unidade de
direção (6) Subordinação do interesse particular ao geral (7) Remuneração
do pessoal (8) Centralização (9) Hierarquia (10) Ordem (11) Equidade (12)
Estabilidade do pessoal (13) Iniciativa (14) União do pessoal.
No mesmo livro de Chiavenato, Fayol menciona que tinha uma
preocupação (2011, p. 77) essa sendo “com a estrutura da organização
como um todo constitui, sem dúvidas, uma substancial ampliação do objeto
de estudo da TGA”

2.1.3 Teoria Burocrática criada por Max Weber define a burocracia


como a estruturação formal da organização, permitindo, dessa forma,
organizar as atividades humanas para a realização de objetivos comuns no
longo prazo. Essa definição de Weber foi fundamental para outros
estudiosos fora de a área da administração interpretarem melhor as
organizações.
Max Weber acreditava que a autoridade racional-legal era a mais
adequada para o ambiente corporativo, através desse modelo de autoridade
surgiria, conforme Weber, o tipo de organização à qual ele deu o nome de
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burocrática. Essa organização apresentaria os seguintes princípios


essenciais:
Divisão de funções e tarefas feita de forma racional, sustentando-se
rigorosamente em regras e normas específicas com o objetivo de permitir a
execução das atividades necessárias para se alcançar os objetivos da
organização;
Hierarquia definida por regras explícitas. Os direitos e deveres de
cada cargo, bem como o exercício da autoridade (racional-legal) e seus
limites sustentam-se legalmente;
A contratação de funcionários é realizada baseando-se em regras
previamente estabelecidas, visando garantir igualdade formal. Somente um
indivíduo com preparo técnico adequado segundo quesitos pré-
estabelecidos poderia se juntar ao quadro funcional da empresa equiparação
salarial para o exercício de posições e funções semelhantes;
Avanços na carreira são regulados por normas e critérios objetivos. O
favoritismo e as relações pessoais não são levados em consideração;
Separação total entre função e as características pessoais da pessoa
que a exerce. Regras e normas que ditam os direitos e deveres devem ser
seguidas por todos, conforme o cargo e a função.

A teoria comportamental (ou teoria behaviorista) como havíamos visto


trouxe um novo enfoque na abordagem das ciências administrativas. A
abordagem comportamental, conhecida como behaviorista, segundo
Chiavenato (2003), é caracterizada por ser decorrência da teoria das
relações humanas. Assim, sua ênfase ainda se encontra no comportamento
humano, porém, leva em consideração o contexto organizacional, de forma
mais ampla, abrangendo a influência desse comportamento na organização
como um todo e as perspectivas das pessoas diante das organizações.

2.1.4 A Teoria Comportamental surge no final da década de 1940


com uma redefinição total de conceitos administrativos: ao criticar as teorias
anteriores, o behaviorismo na Administração não somente foca novamente
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nas abordagens anteriores como amplia seu conteúdo e diversifica sua


natureza.
Ela tem como seu fundamento analisar o comportamento individual
das pessoas para poder explicar como as pessoas se comportam, torna-se
necessário o estudo da motivação humana. Desta maneira um dos temas
fundamentais da Teoria comportamental da administração é a motivação
humana, campo no qual a teoria administrativa recebeu volumosa
contribuição. Os autores behavioristas verificaram que o administrador
precisa conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o
comportamento humano e utilizar a motivação humana como poderoso meio
para melhorar a qualidade de vida dentro das organizações
A partir daí surgiram as teorias referente à motivação humana dentro
de uma organização. Maslow apresentou uma teoria da motivação segundo
a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis,
em uma hierarquia de importância. Essa hierarquia de necessidades pode
ser visualizada como uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as
necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as
necessidades mais elevadas (as necessidades de auto realização).
Segundo Maslow, os indivíduos serão motivados a satisfazer a
necessidade que para eles estiverem preponderantes, ou mais forte, num
determinado momento a importância de uma necessidade depende da
situação do indivíduo no momento e de suas experiências recentes. Partindo
das necessidades físicas, que são as mais básicas, cada necessidade deve
ser ao menos parcialmente satisfeita antes do indivíduo desejar satisfazer
uma necessidade no próximo nível acima.
Frederick Herzberg formulou a teoria dos dois fatores para explicar o
comportamento das pessoas em situação de trabalho. Seu objetivo era
identificar os fatores que causavam a satisfação e a insatisfação dos
empregados no ambiente de trabalho. Para isso, questionou os
entrevistados sobre o que os agradava e os desagradava nas empresas em
que trabalhavam.
Herzberg, então, dividiu estes relatos em dois fatores: motivacionais
(os que agradavam) e higiênicos (os que desagradavam). Diferentemente de
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Maslow, que estudou a satisfação das necessidades das pessoas em


diversos campos de sua vida, Herzberg procurou estudar o comportamento
e a motivação das pessoas dentro das empresas, especificamente. Para ele
existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas.
Fatores higiênicos na qual dizem respeito às condições físicas do
ambiente de trabalho, salário, benefícios sociais, políticas da organização,
clima organizacional, oportunidades de crescimento. Segundo Herzberg,
estes fatores são suficientes apenas para evitar que as pessoas fiquem
desmotivadas. A ausência desmotiva, mas a presença não é elemento
motivador.
E os fatores motivacionais referem-se ao conteúdo do cargo, às
tarefas e às atividades relacionadas com o cargo em si. Incluem liberdade de
decidir como executar o trabalho, uso pleno de habilidades pessoais,
responsabilidade total pelo trabalho, definição de metas e objetivos
relacionados ao trabalho e auto avaliação de desempenho. As presenças
destes fatores produzem motivação, enquanto a ausência não produz
satisfação.
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3. METODOLOGIA

Nossa pesquisa foi feita com base na coleta de dados cedidos pela
empresa Kley Hertz, por meio da funcionária – assistente do controle de
qualidade – que trabalha na empresa há oito meses, onde foram
entrevistadas mais duas funcionárias. Uma delas, encarregada do
recrutamento e seleção da unidade de Recursos Humanos. E a outra, do
SESMT (Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho),
responsável por apresentar a linha de produção aos novos funcionários e
visitantes.
Após conhecê-las, fomos conferir de fato como funcionava o processo
fabril dos medicamentos. Resumidamente, é feito em quatro etapas: O
recebimento de matéria-prima (MPs) e materiais de acondicionamento e
embalagem (MAEs); logo após o recebimento, estes materiais vão para o
almoxarifado de MPs e MAEs; e por último vêm o fracionamento e
separação para fabricação e distribuição dos mesmos.
De acordo com o modo de produção e gestão da empresa, fizemos
algumas comparações às Teorias Administrativas estudadas, para assim,
poder desenvolver nosso trabalho e compreender como ainda hoje são
utilizados e colocados em prática essas teorias, direta ou indiretamente, em
todos os setores da mesma.
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4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Após a nossa visita à empresa Kley Hertz, onde podemos ver de


perto como funcionam o modo de produção de medicamentos, o
gerenciamento de tarefas, a divisão de cargos, e a entrevista com alguns
colaboradores da empresa, notamos o quão importante foram as Teorias da
Administração para a estrutura e o modo que a mesma gerencia a
organização como um todo, mesmo que não sejam aplicadas essas Teorias
diretamente, é visível que elas coincidem com os processos fabris
elaborados.

Diante da Administração Científica, de Frederick Taylor, sabe-se que


o foco atribuído em seus estudos era dar ênfase na estrutura organizacional,
planejamento, preparo do trabalhador, controle e execução, para que assim
houvesse uma considerável redução de custos e máxima eficiência nos
resultados.

Em relação à especialização do funcionário, notamos que a Kley


Hertz se preocupa muito com o treinamento e especialização de seus
colaboradores. Para cada nível hierárquico, a empresa exige uma formação.
Todos novos colaboradores quando entram na empresa, passam por uma
série de treinamentos conforme a área de atuação na mesma. Além deste
devido treinamento referente ao documento que o funcionário irá utilizar (por
1 mês), cada nova revisão de documento deve ser passada novamente o
devido treinamento.

Este fato também pode ser relacionado com a Organização Racional


do Trabalho, pois se cada setor da empresa tem a devida atenção e
especialização das tarefas a serem realizadas, consequentemente isso
resultará em uma melhor elaboração do serviço e no alcance dos objetivos
estabelecidos.

Outra prática utilizada pela empresa para medir o rendimento da linha


de produção são os chamados Indicadores de Desempenho, padrão
estabelecido e desenvolvido pela empresa ao longo do tempo.
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Seguindo a Teoria Clássica, de Henry Fayol, onde sua maior ênfase


era no gerente, ele se baseava na ideia de divisão do trabalho em diferentes
órgãos. Com isso era possível se organizar de uma maneira mais racional,
mantendo o controle através de previsões anuais, organograma, reuniões de
chefias, para assim manter a devida ordem técnicas postas em prática.

Referente à estrutura organizacional da empresa, ela é designada


através de um organograma, onde contém os respectivos cargos de todos
os colaboradores, de acordo com suas funções. Em um breve esquema,
podemos descrever a estrutura organizacional como:

Presidentes > Gerente > Coordenadores > Líderes > Analistas (júnior,
sênior e pleno) > Analista de Suporte > Assistentes > Inspetores >
Auxiliares.

Com esse pequeno esquema demonstrado acima, percebe-se que o


comando vem de cima para baixo, bem como é designado no organograma
da Teoria Clássica. Tendo em vista que todo o chefe de cada departamento
deve saber liderar sua unidade de comando, para assim, gerenciar melhor
as atividades de sua respectiva equipe.

Para definição de cargos e responsabilidades depende da formação


do funcionário. Quanto a responsabilidades, depende de cada cargo, porém
a empresa visa dar a cada colaborador sua respectiva tarefa, sendo assim,
tudo distribuído de forma coerente, aperfeiçoando o profissional no seu
cargo.

Na Teoria Burocrática, criada por Max Weber, nota-se que o foco está
na estrutura formal da organização, ou seja, organizar as atividades
humanas para obter os objetivos em comum a longo prazo. Ele acreditava
que a formalidade aplicada por uma “autoridade” dentro da empresa, tornaria
o ambiente interno mais regrado e organizado, característica comum do
modelo burocrático.

Um belo exemplo deste fator colocado em prática na Kley Hertz são


os registros escritos, pelo qual todos funcionários têm acesso. Estes
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registros são feitos através da Intranet (Sistema interno da empresa), onde é


possível o acesso à folha de pagamento, ponto eletrônico, etc. E através
deste, temos um sistema GED (gerenciador de documentos), onde podemos
acessar todos documentos da empresa eletronicamente.

Outro procedimento estabelecido são as normas e regras da


empresa, que são bem comuns à Teoria Burocrática, pois com elas é
possível demonstrar aos funcionários qual a visão, missão e objetivos fazem
parte do cotidiano, ou seja, um modelo padrão e formal a ser seguido.
Quando o funcionário é contratado, ele recebe o Manual de Integração, onde
ficam à mostra, dentre alguns avisos importantes, algumas normas e
procedimentos, que devem ser analisadas e postas em prática no dia-a-dia
pelo colaborador, como: uso do uniforme, EPIs, cumprimento da carga
horária, banco de horas, faltas justificadas com respectivos atestados, etc.

Em relação ao alcance de objetivos em comum, a empresa oferece


como uma “troca de favores”, alguns meios e métodos para motivar e
conduzir seus funcionários na realização de metas, como PPLR
(Participação Por Lucros e Rendimentos), além da possibilidade de
crescimento junto à empresa, com aumento de salário ou cargo.

Referente ao “estilo de liderança” nos diferentes níveis da


organização, pode-se dizer que os líderes são engajados e estão sempre
dispostos a ouvir opiniões, fato que os torna mais democráticos quanto ao
coletivismo. É interessante também, que eles levam informações aos
funcionários, referente ao que se passa com a empresa, e estão sempre
dispostos a novas ideias de qualquer colaborador.

Percebe-se que o modelo burocrático é bem evidente nesta indústria,


afinal, uma empresa de grande porte como a Kley Hertz, com certeza não
atingiria tal patamar se não segue um modelo mais padronizado, com
normas e regramentos que a tornam reconhecida no mercado.

Finalizando nossa pesquisa com a Teoria Comportamental, surgida


no final da década de 1940, que veio com uma redefinição do conceito
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administrativo desde então, trazendo críticas às teorias anteriores. Nela


percebeu-se que era necessário estudar a motivação humana, utilizando
assim, novas maneiras de estimular o indivíduo de forma positiva e sensata,
atendendo suas necessidades.

Quando o assunto é troca de ideias, ou meios de comunicação entre


níveis hierárquicos da empresa, a mesma ressalta que todos têm o direito de
opinar e sugerir possíveis melhorias, desde que seja de forma coerente e
com devido bom censo, o que também não garante que todas sugestões
serão aplicadas efetivamente, característica que mostra um poder de
descentralização, pelo menos na maioria das hipóteses.

Referente a ações motivacionais implementadas na empresa, temos


algumas bonificações, como: salário compatível com o mercado, prêmio
assiduidade (vale alimentação), auxílio creche, auxílio educação (bolsa de
estudos), plano de saúde e odontológico, além da oportunidade de
crescimento junto à mesma. Além disso, temos ainda alguns bônus por
metas cumpridas. Normalmente, quando a produção, as vendas e metas de
liberação são atingidas, a empresa disponibiliza em seu refeitório local, um
almoço especial com cardápio diferenciado, e reconhecimento dos méritos
por coordenadores e demais cargos acima. Este é um fator que podemos
chamar de meritocracia.

Torna-se evidente que em todos os aspectos desta indústria, são


aplicadas as Teorias Administrativas, desde o nível operacional até a
presidência, o que nos mostra toda importância destes estudos e
aperfeiçoamentos desenvolvidos ao longo do tempo.
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5. CONCLUSÃO

Através dessa pesquisa tivemos a oportunidade de receber em dados


práticos de uma empresa o feedback de como é aplicado de maneira prática
aquilo que aprendemos na aula. Ao invés de encontrar uma única teoria da
administração que pudesse ser definida como a mais eficiente ou dominante
chegasse a conclusão de que todas são frutos da necessidade de resolver
determinados problemas em determinadas épocas.

Embora pareçam algumas vezes as teorias geralmente não


apresentam ideias organizacionais antagônicas, pelo contrário, elas se
complementam de diversas formas, elas parecem ser uma experimentação
contínua de qual a melhor forma de preencher lacunas específicas em
lugares determinados da busca pelo aperfeiçoamento e entendimento
organizacional. Ainda que cada empresa possa apresentar níveis diferentes
do uso de cada teoria uma aproximação mais fria e centralizada como a de
Taylor ou uma postura que leve mais em conta o comportamento dos
funcionários e uma percepção behaviorista do administrador como a teoria
comportamental, é impossível uma grande empresa moderna não colocar
em seu modus operante organizacional nada que não esteja relacionado as
quatro teorias estudadas.

Sendo assim concluímos que pela comparação da estrutura


organizacional aplicada na kley Hertz com as teorias administrativas que já
estudamos vemos muita das bases da abordagem clássica como
especialização e divisão do trabalho, vemos abordagens motivacionais, que
só podem ser feitas levando em conta um entendimento do comportamento
dos funcionários, e um corpo burocrático normativo com muito do que Weber
achava necessário para uma organização.
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