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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA

DAS FAZENDAS PÚBLICAS DA COMARCA DE SÃO SIMÃO/GOIÁS

Autos n.º 53520-19.2017.809.0173 (201700535204)

MARIA DA CONCEIÇÃO MEDEIROS DE ARAÚJO, já


devidamente qualificada nos autos em epígrafe, na AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE
CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE, por intermédio de seu advogado e procurador
que esta subscreve, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar suas
CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO, interposto, requerendo a remessa
dos autos para a superior instância para manutenção da r. sentença recorrida.

PEDE DEFER IMENTO.

São Simão (GO), 13 de maio de 2019.

PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA


OAB/GO n.º 30.716

ANA EDUARDA GOIS BESERRA


Estagiária

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CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Autos n.º 53520-19.2017.809.0173 (201700535204)

Apelante: Instituto Nacional de Seguro Social - INSS

Apelado(a): Maria da Conceição Medeiros de Araújo

Origem: Comarca de São Simão/Goiás

Egrégio Tribunal,

Ilustres Desembargadores,

A sentença proferida pela Exma. Magistrada “a quo” deve ser mantida


no mérito, pois a matéria foi examinada em sintonia com as provas constantes nos autos,
respeitadas as normas legais aplicáveis ao caso, e ainda o entendimento praticado neste Tribunal
Regional Federal da 1.ª Região. Desta forma, não merece qualquer forma de modificação, sob
pena de atentar contra o melhor Direito.

1. DOS FATOS

A Apelada possui atualmente 60 (sessenta) anos de idade, e trabalha na


atividade rural desde a adolescência, quando ainda morava com os pais.

Casou-se em outubro de 1988 com o Sr. José Justino de Araújo, e


continuou a exercer a atividade rurícola juntamente com seu marido.

No entanto, o marido da Apelada sofreu um infarto, vindo a falecer no


dia 29 de agosto de 2010, conforme Certidão de Óbito em anexo fl. 23.

Mesmo enfrentando dificuldades, a Apelada continuou exercendo a


atividade rural em prol do seu sustento e de seus filhos, no entanto, a falta do marido no

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exercício das atividades, era imensurável, haja vista que este era visto como o “chefe” da
família.

Em razão do óbito do “de cujus”, e tendo em vista que este exerceu a


atividade rurícola durante toda a vida, a Apelada requereu perante o INSS a concessão do
benefício de pensão por morte com DER 23/09/2010.

Mesmo apresentando uma vasta documentação que comprovavam suas


alegações, a Apelada teve de forma injusta seu pedido indeferido, sob o argumento implausível
de falta da qualidade de segurado.

Em razão da negativa, ajuizou a presente demanda, para que fosse


revertida a decisão administrativa.

Nos autos, a Apelada comprovou mediante apresentação de robusta


prova documental, o efetivo exercício rural tanto seu, quanto do falecido marido.

Além das provas documentais apresentadas, foram ouvidas testemunhas,


que corroboraram as provas materiais.

Finada a instrução processual, foi proferida sentença julgando procedente


o pedido da Apelada, condenando o INSS ao pagamento mensal do benefício, além do abono
anual, com efeitos retroativos à data do óbito.

Ademais, determinou que o benefício fosse implantado no prazo de 60


(sessenta) dias, a contar da ciência da sentença.

O Apelante devidamente intimado pessoalmente da decisão apresentou


Recurso de Apelação.

2. DAS RAZÕES PARA REFORMA DA SENTENÇA SEGUNDO


O RECORRENTE

O Apelante em seu Recurso de Apelação, faz uso de alegações


infundadas, buscando descaracterizar o direito da Apelada em receber o benefício, passamos a
rebater cada um dos argumentos utilizados:

2.1 Da decadência/prescrição do fundo de direito


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Tal argumento deveria ser matéria superada, haja vista que já foi utilizado
na Contestação pelo Apelante, foi impugnado pela Apelada e não levado em consideração pela
MM. Juíza.

Pois bem, o Decreto 20.910/32 prevê a prescrição do fundo de direito, no


entanto, diz respeito as ações em que a FAZENDA federal, estadual ou municipal é configurada
como devedora.

O polo passivo no caso concreto é ocupado pela a autarquia


previdenciária, e trata-se de prestação de caráter PREVIDENCIÁRIO, portanto, possui suas
próprias regras.

Não há, portanto, o que se falar em prescrição do direito da Apelada em


requerer o benefício de pensão por morte, uma vez que as prestações previdenciárias possuem
caráter de direitos indisponíveis.

O direito fundamental ao benefício previdenciário pode ser exercido a


qualquer tempo, sem que se atribuía consequência negativa à inércia do beneficiário, haja vista
que é direito imprescritível.

Nesse sentido é a jurisprudência:

PREVIDENCIÁRIO. AMPARO SOCIAL. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE


DIREITO DO BENEFICIÁRIO. NÃO OCORRÊNCIA. SÚMULAS 83 E
7/STJ.

1. Na hipótese em exame, nota-se que o acórdão recorrido se encontra alinhado


ao posicionamento do STJ, no sentindo de que prestações previdenciárias têm
características de direitos indisponíveis, daí por que o benefício previdenciário
em si não prescreve, somente as prestações não reclamadas no lapso de cinco
anos é que prescreverão, uma a uma, em razão da inércia do beneficiário, nos
exatos termos do art. 3º do Decreto 20.910/32. Incidência da Súmula 83/STJ.

2. No que diz respeito às alegações do INSS sobre a prescrição do fundo de


direito, a Corte de origem certificou que não houve apreciação quanto ao direito
do autor à concessão, ou não, do benefício. Dessarte, o acolhimento da
pretensão recursal demanda reexame do contexto fático-probatório. Incidência
da Súmula 7/STJ.

3. Agravo Regimental não provido.

(STJ-AgRg no AREsp: 464885 PB 2014/0012329-3, Relator: Ministro


HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 08/04/2014, T2 – SEGUNDA
TURMA, Data de Publicação: DJe 22/04/2014)
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Salienta-se que a instituição do prazo decadencial no direito
previdenciário inexiste para a CONCESSÃO INICIAL de benefício previdenciário, como
ocorre no caso concreto.

Conclui-se que a pretensão da Apelada não decaiu de seu direito e muito


menos prescreveu o fundo de direito.

2.2. Da não comprovação da qualidade de segurado e não


comprovação da qualidade de dependente

O Apelante dispõe os requisitos para a concessão do benefício de pensão


por morte, os quais são:

a) o óbito;

b) qualidade de segurado daquele que faleceu;

c) dependência econômica em relação ao segurado falecido.

Destes, foi reconhecido pelo INSS o cumprimento somente do primeiro


requisito.

A autarquia alega que o “de cujus” não possuía qualidade de segurado,


inicialmente com o argumento de que este residia em endereço urbano, argumento este baseado
em um único documento: Certidão de óbito.

Há uma vasta documentação que comprovam que a Apelada e seu


falecido marido viviam na área rural, os quais não foram levados em consideração pelo
Apelante. Se não bastasse as provas materiais, há também o depoimento de testemunhas,
vejamos trecho do depoimento da testemunha João Costa de Medeiros:

Magistrada: O senhor chegou a conhecer também o marido da senhora Maria


da Conceição?
João Costa de Medeiros: Conheci
Magistrada: Qual era o nome dele?
João Costa de Medeiros: José Justino
Magistrada: O que eles faziam lá, em Florania?

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João Costa de Medeiros: Eles trabalhavam num sítio, né? E sítio lá faz de
tudo, criação, planta, planta feijão, planta milho, mandioca, cuida do sítio, do
que tiver
Magistrada: E nesse período que o senhor conheceu eles, eles já estavam no
sítio?
João Costa de Medeiros: Sim, toda vida eu conheci eles lá.

O endereço utilizado na certidão/declaração de óbito, é o endereço onde ocorreu


o óbito, fl. 20.
Ademais, o Apelante faz menção às Declarações do ITR que
demonstraram que a propriedade rural era improdutiva, em virtude de ter sido demonstrado
percentual zero de utilização.

Pois bem, tal documento confeccionado pelo Ministério da Fazenda não


possui força probante ao declarar a improdutividade da terra, uma vez que o sustento da família
advinha da exploração da atividade rural.

De fato, devido a localidade, a terra era de baixa produtividade, mas não


deixava de ser produtiva.

O depoimento das testemunhas corroborou ao afirmar que a fonte de


sustento da família era derivada de plantação de alimentos e criação de animais, vejamos:

Trecho depoimento João Costa de Medeiros:

Magistrada: O que eles faziam lá, em Florania?

João Costa de Medeiros: Eles trabalhavam num sítio, né? E sítio lá faz de
tudo, criação, planta, planta feijão, planta milho, mandioca, cuida do sítio, do
que tiver

Magistrada: E nesse período que o senhor conheceu eles, eles já estavam no


sítio?
João Costa de Medeiros: Sim, toda vida eu conheci eles lá
Magistrada: Fora do sítio, eles realizavam alguma atividade?
João Costa de Medeiros: Não sei
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Magistrada: O que eles plantavam no sítio, eles vendiam pra terceiros ou era
só pra subsistência?
João Costa de Medeiros: Vende, porque o ramo da gente lá é plantar e vender
pra se manter
Magistrada: Eles tinham empregados?
João Costa de Medeiros: Não, que eu saiba não
Magistrada: E como é que eles davam conta? Era só ela e o marido?
João Costa de Medeiros: É era mais a família, era mais marido e mulher, o
sítio era pequeno, então tem que dá conta.

Trecho depoimento Maria de Lurdes da Silva:

Advogado da autora: A senhora não sabe dizer se eles viviam desse sítio ou
não?
Maria de Lurdes da Silva: Eles viviam antigamente era desse sítio.

Portanto, a terra considerada improdutiva, era a que produzia os


alimentos que posteriormente eram vendidos sendo a única fonte de renda da família.

Sendo assim, restou comprovada a qualidade de segurado do “de cujus”,


pelos fundamentos apresentados e documentos acostados, tais como, certidão de óbito e
certidão de seguro especial expedida pelo INSS fl.25.

Por último, o Apelante alega que na certidão de óbito a Apelada não foi
declarante e não foi mencionada como companheira ou esposa.

E que o fato de a Apelada ter demorado sete anos para ajuizar a ação faz
crer que esta não dependia do falecido, portanto, não foi comprovada a dependência econômica.

Pois bem, a Apelada era casada com o “de cujus” conforme certidão de
casamento, fl. 104.
Ademais, deve ter passado despercebido pelo Apelante, mas a declaração
de óbito fl. 20, consta no estado civil que o “de cujus” era casado.

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2.2. Da prejudicial de mérito – Prescrição

Quanto a prescrição, o paragrafo único do art. 103, da Lei Federal n.º


8.213/91, nos informa o prazo prescricional, “in verbis”:

Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do
segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do
dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o
caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito
administrativo.

Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter
sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer
restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos
menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.

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No mesmo sentido é a súmula 81 da Turma Nacional de
Uniformização dos Juizados Especiais Federais “in verbis”:

Não incide o prazo decadencial previsto no art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91, nos casos
de indeferimento e cessação de benefícios, bem como em relação às questões não
apreciadas pela Administração no ato da concessão.

Nesta senda, somente perdem a exigibilidade as prestações atingidas


pela prescrição de 05 (cinco) anos, e não o próprio fundo de direito.

Por fim, no caso em apreço como a data de entrada do requerimento


foi em 27.12.2013, e a ação ajuizada em 01.03.2017, não que se falar em prescrição.

2.3. Do registro de imóvel no nome do falecido cônjuge da Apelada


com área de 07 módulos fiscais

O Apelante aduz que o falecido marido da autora possui em seu CPF


registro de imóvel com área de 07 módulos fiscais, desqualificando o regime de economia
familiar, e a qualidade de segurado especial.

É pacífica e remansosa a jurisprudência no sentindo de que ainda que


a propriedade alcance medida superior a 04 (quatro) módulos fiscais, o trabalhador deve ser
enquadrado como segurado especial, existindo outros elementos de prova, o que conforme
no caso em tela está robustamente comprovado.

Nesse sentido, a Súmula 30 da TNU (Turma Nacional de


Uniformização), “in verbis”:

Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser


superior ao módulo rural não afasta, por si só, a
qualificação de seu proprietário como segurado
especial, desde que comprovada, nos autos, a sua
exploração em regime de economia familiar. (g.n)

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Há de se atentar que as atividades sempre foram exercidas sob o regime
familiar, a produção era desenvolvida sem a ajuda de empregados.

Nesse sentido, se não bastasse o depoimento pessoal da Apelada,


atestando que as atividades eram exercidas tão somente por ela, seu marido e seus filhos, o
depoimento de uma das testemunhas, corroboram com a afirmativa.

Além disso, a testemunha João Costa de Medeiros, deixa claro que a


terra não era boa, não sendo possível de ser integralmente explorada, haja vista a seca que
predomina na região Nordeste, só havendo água durante o inverno.

Depoimento: João Costa de Medeiros

Magistrada: Nome do senhor é João Costa de Medeiros?

João Costa de Medeiros: Isso

Magistrada: Seu João, o senhor é marido da Maria da Conceição?

João Costa de Medeiros: Não

Magistrada: O senhor é amigo íntimo dela?

João Costa de Medeiros: Também não

Magistrada: O senhor tem algum processo contra o INSS?

João Costa de Medeiros: Não, só sou aposentado

Magistrada: Seu João Costa, o senhor tem a obrigação de dizer a verdade, caso o
senhor minta sobre a verdade, ou cale sobre a verdade, o senhor responde por crime de
falso testemunho, tá certo?

João Costa de Medeiros: Uhum

Magistrada: Há quanto tempo o senhor conhece a senhora Maria da Conceição

João Costa de Medeiros: Tem muitos anos, na Florania

Magistrada: O senhor conheceu ela lá? Qual cidade que era?

João Costa de Medeiros: Florania

Magistrada: Onde fica?

João Costa de Medeiros: Rio Grande do Norte

Magistrada: O senhor morou também lá?

João Costa de Medeiros: Uhum

Magistrada: E o senhor atualmente tá morando onde?

João Costa de Medeiros: São Simão

Magistrada: O senhor chegou a conhecer também o marido da senhora Maria da


Conceição?
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João Costa de Medeiros: Conheci

Magistrada: Qual era o nome dele?

João Costa de Medeiros: José Justino

Magistrada: O que eles faziam lá, em Florania?

João Costa de Medeiros: Eles trabalhavam


num sítio, né? E sítio lá faz de tudo, criação,
planta, planta feijão, planta milho, mandioca,
cuida do sítio, do que tiver
Magistrada: E nesse período que o senhor conheceu eles, eles já estavam no sítio?
João Costa de Medeiros: Sim, toda vida eu conheci eles lá
Magistrada: Fora do sítio, eles realizavam alguma atividade?
João Costa de Medeiros: Não sei
Magistrada: O que eles plantavam no sítio, eles vendiam pra terceiros ou era só pra
subsistência?
João Costa de Medeiros: Vende, porque o ramo da gente lá é plantar e vender pra se
manter
Magistrada: Eles tinham empregados?
João Costa de Medeiros: Não, que eu saiba não
Magistrada: E como é que eles davam conta? Era só ela e o marido?

João Costa de Medeiros: É era mais a família,


era mais marido e mulher, o sítio era pequeno,
então tem que dá conta
Magistrada: Eles tinham gado também?
João Costa de Medeiros: Se tinham, era pouco
Magistrada: E atualmente a senhora Maria da Conceição ela tá morando onde? Ela tá
aqui ou em Florania?
João Costa de Medeiros: Aqui em São Simão
Magistrada: O que que fez ela mudar aqui pra cidade de São Simão?
João Costa de Medeiros: Eu não sei, porque nós já se vimos aqui, ela pediu pra eu
ajudar ela aqui
Magistrada: Quanto tempo ela tá morando aqui em São Simão?
João Costa de Medeiros: Eu não sei bem certo, mas eu já tenho uns 05 anos aqui, ela
deve ter uns 04 ou 05 anos
Magistrada: E ela trabalha aqui?
João Costa de Medeiros: Não sei
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Magistrada: E o senhor sabe como ela tá fazendo pra sobreviver aqui em São Simão?
João Costa de Medeiros: Não sei
Magistrada: Então tá certo. O senhor tem alguma pergunta, doutor?
Advogado da autora: O senhor sabe onde ficava o sítio do senhor José Justino e da
dona Maria da Conceição?
João Costa de Medeiros: Ficava no município de Caicó
Advogado da autora: Floriana e Caicó fica perto?
João Costa de Medeiros: São cidades perto
Advogado da autora: Que jeito era sítio? A boca era pra cidade, ou se estendia mais
pra zona rural? Explica pra doutora como era esse sítio lá
João Costa de Medeiros: Esses sítios são sempre em frente pra riacho, porque lá é
seco, só tem água durante o inverno, é um pouco afastado da cidade, mas também não
é tão longe
Advogado da autora: Sem mais, doutora
Magistrada: Pode encerrar

Pois bem, o tamanho da propriedade rural, por si só, não tem o condão
de descaracterizar a qualidade de segurado especial e o regime de economia familiar,
especialmente nesse caso, tendo em vista que a área total útil para a exploração não compreende
toda a propriedade rural.

Nesse sentido, destaca-se a decisão do Superior Tribunal de Justiça,


proferida em 24 de abril de 2017, no Agravo em Recurso Especial nº 1.078.863-RS
(2017/0072890-3), em que o Relator, Ministro Mauro Campbell Marques, asseverou:

Infere-se, pois que o acórdão recorrido está em sintonia com a jurisprudência do STJ,
no sentindo de que a dimensão do imóvel rural, por si só, não pode ser óbice ao
reconhecimento da atividade campesina, especialmente quando as demais provas
atestam a referida atividade. (g.n.)

Da mesma forma é o entendimento da jurisprudência majoritária:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE


RURAL. ATIVIDADE RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.
INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADO PELA PROVA
TESTEMUNHAL. EXTENSÃO DA PROPRIEDADE RURAL REQUISITOS
PREENCHIDOS. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. TUTELA ANTECIPATÓRIA.
REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS. CONVERSÃO EM TUTELA
ESPECÍFICA. 1. O tempo de serviço rural para fins previdenciários pode ser
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demonstrado através de início de prova material suficiente, desde que complementado
por prova testemunhal idônea. 2. A extensão da propriedade não constitui óbice,
por si só, ao reconhecimento da condição de segurado especial, devendo ser
analisada juntamente com o restante do conjunto probatório que, na hipótese,
confirmou o exercício somente da atividade rural pelo grupo
familiar. 3. Restando comprovado nos autos o requisito etário e o exercício de
atividade rural no período de carência, é de ser concedida a aposentadoria por idade
rural à parte autora a contar do requerimento administrativo, a teor do disposto no art.
49, II, da Lei nº 8.213/91. 4. Ausente um dos pressupostos autorizadores da tutela
antecipatória, cabe a sua conversão pelo Tribunal ad quem, com apoio na previsão
contida no art. 296, CPC/15, ressalvando que, devido ao caráter alimentar do
benefício, são irrepetíveis as prestações já auferidas pela parte autora. 5. Determina-
se o cumprimento imediato do acórdão naquilo que se refere à obrigação de
implementar o benefício, por se tratar de decisão de eficácia mandamental que deverá
ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da sentença stricto
sensu previstas no art. 497 do CPC, sem a necessidade de um processo executivo
autônomo (sine intervallo).1 (g.n.)

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE EM


REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. REQUISITOS LEGAIS. EXTENSÃO DA
PROPRIEDADE. COMPROVAÇÃO. SÚMULA 149 DO STJ. CORREÇÃO
MONETÁRIA E JUROS DE MORA. DIFERIMENTO. TUTELA ESPECÍFICA.
. Fixada pelo STJ a obrigatoriedade do reexame de sentença ilíquida proferida contra
a União, Estados, Distrito Federal e Municípios e as respectivas autarquias e
fundações de direito público na REsp 1101727/PR, a previsão do art. 475 do
CPC/1973 torna-se regra, admitido o seu afastamento somente nos casos em que o
valor da condenação seja certo e não exceda a sessenta salários mínimos. . Satisfeitos
os requisitos legais de idade mínima e prova do exercício de atividade rural por tempo
igual ao número de meses correspondentes à carência, é devida a aposentadoria rural
por idade. . Considera-se provada a atividade rural do segurado especial havendo
início de prova material complementado por idônea prova testemunhal. . A extensão
da propriedade é aspecto a ser considerado juntamente com o restante do
conjunto probatório, não constituindo, individualmente, óbice ao
reconhecimento da condição de segurado especial. . A definição dos índices de
correção monetária e juros de mora deve ser diferida para a fase de cumprimento do
julgado. . Tramitando a ação na Justiça Estadual do Paraná, deve o INSS responder
integralmente pelo pagamento das custas processuais (Súmula nº 20 do TRF4). . O
cumprimento imediato da tutela específica independe de requerimento expresso do

1
TRF4, AC 5015270-10.2017.404.9999, SEXTA TURMA, Relator JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA.
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segurado ou beneficiário, e o seu deferimento sustenta-se na eficácia mandamental
dos provimentos fundados no art. 461 do CPC/1973, bem como nos artigos 497, 536
e parágrafos e 537 do CPC/2015. . A determinação de implantação imediata do
benefício, com fundamento nos artigos supracitados, não configura violação dos
2
artigos 128 e 475-O, I, do CPC e 37 da Constituição Federal.

A respeito:

DIREITO PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA RURAL POR IDADE -


REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR - EXTENSÃO DA PROPRIEDADE -
OUTROS ELEMENTOS - REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA -
IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 7/STJ. 1. O tamanho da propriedade rural, por
si só, não tem o condão de descaracterizar o regime de economia familiar quando
preenchidos os demais requisitos legalmente exigidos. 2. Hipótese em que o
Tribunal local considerou outros elementos para descaracterizar o regime de
economia familiar. Incidência da Súmula 7/STJ ante à necessidade de reexame de
prova para a análise do pleito recursal. 3. Recurso especial não provido. (REsp
1403506 / MG RECURSO ESPECIAL 2013/0305734-6, Ministra ELIANA
CALMON, Segunda Turma, DJe 16/12/2013). - Quanto à questão das notas fiscais,
sustenta a recorrente que estas “ (...) não chegam a descaracterizar o regime de
economia familiar, em razão de expressar quantidade de produção compatível com a
capacidade de produção das terras rurais; segundo, por não analisar o período de
atividade rural que a recorrente deverá comprovar, uma vez que entende que a
carência deve ser demonstrada da metade de 1995 até 2008, ou seja, as notas referem-
se a 1979 e 1980. (...)” . - Ocorre que o conhecimento de tal questão demandaria a
revisão dos fatos e provas dos autos e, assim, a reanálise de matéria fática, o que,
como se sabe, é vedado pela Súmula 42 deste Colegiado, in verbis: “ Não se conhece
de incidente de uniformização que implique reexame de matéria de fato.” . -
Concluindo, vê-se que o Colegiado de Origem deixou de acolher o pedido inicial com
base em diversos argumentos, tendo a parte recorrente limitando-se àqueles alusivos
à dimensão do imóvel rural e às notas fiscais de produtor rural. Com efeito, não foi
objeto do Incidente o ponto que diz respeito ao depoimento prestado em juízo, no qual
a parte autora afirmou que seu esposo é proprietário de dois veículos automotores,
tampouco o fato de que a prova oral foi insatisfatória. - Logo, de rigor a incidência da
Questão de Ordem nº 18/TNU: “ É inadmissível o pedido de uniformização quando a
decisão impugnada tem mais de um fundamento suficiente e as respectivas razões não

2
TRF4, APELREEX 0009591-22.2014.404.9999, QUINTA TURMA, Relator FRANCISCO DONIZETE
GOMES
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abrangem todos eles.” - Por conseguinte, NÃO CONHEÇO do incidente de
uniformização.3

Diante do exposto, resta demonstrado que o fato da área total do


imóvel rural superar quatro módulos ficais não descaracteriza a condição de segurada
especial, muito menos o regime de economia familiar.

Derradeiramente, o INSS busca desqualificar maliciosamente a


qualidade de segurado especial do “de cujus”, consequentemente a qualidade de segurada
especial da Apelada, inserindo jurisprudências que não possuem relação alguma com o caso
em apreço, vejamos:

3
TNU - PEDILEF: 00022161820104014300, Relator: JUIZ FEDERAL FREDERICO AUGUSTO
LEOPOLDINO KOEHLER, Data de Julgamento: 19/11/2015, Data de Publicação: 05/02/2016.
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No caso concreto, não há documento algum que qualifique o falecido
marido da autora como produtor rural, sendo infundado o uso de tal jurisprudência de fl.
143/144.

Ainda na fl.144, quanto a extensão da propriedade, o INSS insere


algumas jurisprudências a respeito:

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Conforme afirmado pelo próprio Apelante, a propriedade registrada
no CPF do falecido cônjuge da Apelada, é equivalente a 07 módulos fiscais, os
entendimentos judiciais trazidos pelo INSS, a extensão do imóvel é superior a 20 módulos
ficais.

Portanto, as jurisprudências inseridas no Recurso de Apelação, não se


relacionam nada com o caso em apreço.

2.4. Da Apelada residir em endereço urbano

A Apelada sempre morou nas fazendas em que trabalhava, de início


quando morava com seus pais, e continuou a residir após seu casamento.

Passou a residir em endereço urbano, após o falecimento do seu


cônjuge.

Conforme depoimento pessoal, e de testemunhas, a Apelada sempre


residiu em endereço rural, tendo se mudado há poucos anos para o munícipio de São Simão:

Depoimento: Maria da Conceição Medeiros

Magistrada: A senhora é Maria da Conceição Medeiros?

Maria da Conceição Medeiros: Isso

Magistrada: A senhora tá morando aqui em São Simão?

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Maria da Conceição Medeiros: Isso

Magistrada: Quanto tempo a senhora mora aqui?

Maria da Conceição Medeiros: Tem uns 04 (quatro) anos

Magistrada: Quatro anos?

Maria da Conceição Medeiros: Sim

Magistrada: E antes a senhora estava morando aonde?

Maria da Conceição Medeiros: Lá no sítio

Magistrada: Onde era o sítio da senhora?

Maria da Conceição Medeiros: Sítio Riachão, município de Caicó

Magistrada: É no Rio Grande do Norte?

Maria da Conceição Medeiros: Rio Grande do Norte

Magistrada: O que fez a senhora mudar pra São Simão?

Maria da Conceição Medeiros: Depois que meu marido faleceu, ai eu entrei na


depressão, meus filhos são casados, eu sou sozinha, ai tinha tia minha foi me visitar e
me trouxe com permissão dos meus filhos

Depoimento: Maria de Lurdes da Silva

Magistrada: Há quanto tempo a senhora conhece a Maria da Conceição?


Maria de Lurdes da Silva: A Maria da Conceição, eu morava no Nordeste
Magistrada: E onde a senhora morava?
Maria de Lurdes da Silva: Eu morava em São Vicente e ela num sítio em Caicó, aí
como a cidade era tudo pequena, eu conheci eles lá. Mas já tem 33 anos que eu tô fora,
porque eu moro aqui

Portanto, o argumento levantado pelo Apelante é equivocado, tanto


que este, num buscou fundamentar tal alegação.

2.5. Da não comprovação de efetivo labor rural e apresentação de


documentos extemporâneos

Aduz o apelante a falta de início de prova material, sustentando que


os documentos apresentados pela Apelada são extemporâneos.

Por mais que o Apelante não tenha fundamentado tal argumento,


muito menos deixado evidente quais documentos teria considerado extemporâneo, a Lei de
Benefícios não exige que o início de prova material seja contemporâneo à época dos fatos

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cuja comprovação é pretendida, conforme se vê da transcrição do § 3º, do art. 55 da Lei
8.213, que segue:

§ 3.° A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante
justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá
efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso
fortuito, conforme disposto no Regulamento.

Não há justificativa legal, portanto, para que se exija prova material


contemporânea ao período de carência, nos termos reiteradamente defendidos pela
Autarquia Previdenciária; tal exigência administrativa implica a introdução indevida de
requisito, impondo limites que não foram estabelecidos pelo legislador.

As certidões da vida civil, documentos admitidos de modo uníssono


pela jurisprudência como início probatório de atividade rural, no mais das vezes, registram
fatos muito anteriores à implementação da idade de 60 anos, e fora dos prazos constantes
do art. 142 da Lei 8.213/91.

O período de carência, em se tratando de aposentadoria por idade


rural, correspondente a estágio da vida do trabalhador em que os atos da vida passíveis de
registro cartorário, tais como casar, ter filhos, prestar serviço militar, ou inscrever-se como
eleitor, foram praticados muito antes do início do marco para a contagem da carência
prevista para tal benefício.

Por outro lado, a juntada de tais certidões é fixada expressamente


como orientação pelo eminente Ministro Herman Benjamin, Relator do REsp 1.321.493-
PR, submetido ao procedimento dos recursos repetitivos e julgado pela egrégia 3ª Seção do
STJ em 10/10/2012.

No recurso especial em comento, a decisão majoritária concluiu pela


imprescindibilidade de prova material para fins previdenciários, ainda que o labor tenha
sido exercido à margem da formalidade, relegando às instâncias ordinárias a verificação da
condição de trabalhador:

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“E, nesse aspecto, por mais que o trabalho seja informal, é assente na jurisprudência
desta Corte que há incontáveis possibilidades probatórias de natureza material. Por
exemplo, ainda que o trabalho tenha sido informal, constatando-se que o segurado tem
filhos ou é casado, devem ser juntadas certidões de casamento e de nascimento, o que
deve ser averiguado pelas instâncias ordinárias.”

Consequentemente, devem continuar a ser consideradas as notórias e


por vezes insuperáveis dificuldades probatórias do segurado especial, sendo dispensável a
apresentação de prova documental de todo o período, desde que o início de prova material
seja consubstanciado por prova testemunhal, nada impedindo que sejam contemplados os
documentos extemporâneos ou emitidos em período próximo ao controverso, desde que
levem a supor a continuidade da atividade rural.

2.6. Da qualificação de “comerciante” na Certidão de Casamento

Aduz o Apelante que em certidão de casamento de fl. 14, o falecido


marido da Apelada teria sido qualificado como comerciante, por isso está afastada a
qualidade de segurado especial deste a qual é extensível a parte Autora.

Observa-se que a Certidão de Casamento possui registro de 05 de


outubro de 1988, posteriormente foi juntados diversos outros documentos que comprova a
qualidade de segurado especial do finado.

Ademais, o “de cujus” vendia o que era produzido no sítio da família,


acredita-se que por este motivo foi qualificado como comerciante.

2.7. Da declaração de sindicato não homologada pelo INSS e


expedida em data próxima ao requerimento

Denota-se que a declaração de Sindicato não foi o único documento


apresentado pela parte Apelada.

O conjunto probatório documental que acompanha a inicial atesta a


condição de segurado especial do “de cujus”, extensível a autora, vejamos:

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- Declaração de Casamento fl.14

- Declaração de óbito de fl.17

- CNIS que apresenta o período de atividade especial do falecido,


com data de início 30/12/1997 e data fim 29/08/2010

- Diversos documentos da propriedade rural

Portanto, a alegação do Apelante, não tem o condão de descaracterizar


a qualidade de segurado do “de cujus” extensível a Apelada.

3. DOS PEDIDOS

“Ex positis”, requer que não seja provido o Recurso de Apelação


interposto pelo INSS, para manter a Sentença que julgou procedente o pedido da Apelada,
concedendo aposentadoria por idade rural, desde a DER: 27.12.2013, como medida de
justiça!

PEDE DEFERIMENTO.

São Simão (GO), 05 de abril de 2019.

PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA


OAB/GO 30.716

ANA EDUARDA GOIS BESERRA


Estagiária

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