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1 - DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial,
e suas disposições aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de
execução, aos atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de sentença,
bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força executiva.
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições do Livro I da
Parte Especial.
# Comparecimento das partes em juízo - Em que pese não ser comum, pode o magistrado
designar audiência para ouvir as partes no processo de execução.
# Ato atentatório à dignidade da justiça - é preparatória da aplicação da sanção pela
litigância de má-fé, constitui um dever do magistrado tal advertência.
# Fornecimento de informações relacionadas ao objeto da execução - o credor pode
solicitar ao magistrado que ordene a expedição de ofício ao DETRAN, para que informe
se o devedor é proprietário de veículo automotor; à RECEITA FEDERAL, para que
envie as últimas declarações de bens do devedor; à BOLSA DE VALORES, para que
informe se o devedor é detentor de ações (MONTENEGRO, 2018, p. 652).
5 - DESISTÊNCIA DA EXECUÇÃO
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma
medida executiva.
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões
processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios;
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do
embargante.
# Matéria Processual - Nos embargos e na impugnação que versarem sobre questões
processuais o exequente poderá desistir da execução, pagando as custas e os honorários
advocatícios, sem necessidade de concordância do executado.
# Matéria Obrigacional (mérito) - Nos embargos que versarem sobre questões meritórias
o exequente não poderá desistir da execução sem a concordância do executado.
# Desistência formulada antes da citação do executado - poderá o exequente desistir da
execução proposta, considerando a ausência de formação da relação jurídica processual,
o mesmo também ficará isento do pagamento das custas e honorários.
6 - EXECUÇÃO ILEGAL
Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quandxo a
sentença, transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação
que ensejou a execução.
Art. 777. A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes de litigância de má-fé
ou de prática de ato atentatório à dignidade da justiça será promovida nos próprios autos
do processo.
# Responsabilidade Civil - possível indenização por danos morais e materiais deverá ser
ajuizada em autos apartados, exceto as hipóteses do art. 777 do CPC.
# Jurisprudência
Regra legal a observar é a do princípio da autonomia da pessoa coletiva, distinta da
pessoa de seus sócios ou componentes, distinção que só se afasta provisoriamente e tão
só em hipóteses pontuais e concretas. A disregard doctrine existe como meio de estender
aos sócios da empresa a responsabilidade patrimonial por dívidas da sociedade. Todavia,
sua aplicação depende da verificação de que a personalidade jurídica esteja servindo
como cobertura para abuso de direito ou fraude nos negócios e atos jurídicos (art. 50 do
Código Civil). Essa teoria não pode servir como justificativa para que o credor de título
executivo judicial ajuíze, a seu alvedrio, ação executiva contra os sócios de empresa sem
que eles sejam devedores. Credor de título executivo judicial que propõe ação
executiva contra quem sabidamente não é devedor, buscando facilidades para
recebimento dos créditos, age no exercício irregular de direito, atraindo a incidência
das disposições do art. 574 do CPC” (STJ, REsp 1.245.712/MT, Rel. Min. João Otávio
de Noronha, 3ª Turma, jul. 11.03.2014, DJe 17.03.2014).
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título
executivo.
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente
originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes
for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por
ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
a) Legitimidade Ativa: Credor, lembrar que o credor solidário pode exigir do devedor o
pagamento do seu crédito, de forma integral.
b) Ministério Público - Nos casos em que atuou como substituto processual na fase de
conhecimento, v.g., na ação civil pública, na defesa do consumidor, na ação de
investigação de paternidade, na proteção a portadores de deficiência.
c) Espólio, Herdeiro e os Sucessores - Trata-se de hipótese de legitimidade ativa
ordinária derivada, no qual o legitimado pede em nome próprio o reconhecimento de
direito próprio, recebendo o crédito através de transferência causa mortis.
# Antes da Partilha - Legitimidade do Espólio.
# Depois da Partilha - Legitimidade do Herdeiro/Sucessor.
d) Cessionário - é aquele que recebe um crédito de um credor cedente, caso de
legitimidade ativa ordinária derivada (transferência de crédito inter vivos), sendo
necessária a notificação do devedor para a validade da cessão de crédito.
e) Sub-rogado - ex: o fiador que paga a dívida poderá executar o afiançado nos mesmo
autos do processo.
8 - LEGITIMIDADE PASSIVA
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante
do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
9 - Pluralidade de Execução
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos
diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente
o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
# Requisitos
a) Executado for o mesmo
b) competente o mesmo juízo
c) idêntico procedimento - as técnicas processuais não podem ser diferentes.
- “Pode a execução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo
negócio” (Súmula 27, STJ).
# Avalista distintos - “não se exige que os avalistas sejam os mesmos em todos os títulos,
porquanto o devedor efetivamente é um só, ficando mantida a unidade processual”
(STJ, 3.ª Turma, REsp 255.406/RJ, rel. Min. Castro Filho, j. 14.06.2004, DJ 01.07.2004,
p. 188).
10 - Competência
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo
competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição
constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer
deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser
proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta
no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que
ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
Regra: Foro do domicílio do executado, eleição, da situação dos bens, no lugar em que
praticou o ato ou onde ocorreu o fato que deu origem ao título ---- critério à escolha do
exequente.
Exceções: no domicílio do exequente (quando incerto ou desconhecido o domicílio do
executado).
15 - Da Exigibilidade da Obrigação
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação
certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito
exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.
a) Marco Inicial da Execução - a partir do momento que o devedor se torna inadimplente.
b) Obrigação Líquida - Juros, correção monetária e demais acréscimos não retiram a
liquidez da obrigação.
a) Sinalagma - Nos contratos bilaterais, cumpre ao exequente provar que adimpliu a sua
prestação ou que assegura o seu cumprimento futuro com a petição inicial, caso
contrário, a execução será extinta e o exequente condenado ao pagamento das custas e
honorários.
b) Recusa no cumprimento da obrigação - se o executado se propõe a satisfazer a
prestação, com meios considerados idôneos pelo juiz, mediante a contraprestação pelo
exequente, e esse, sem justo motivo, recusa a oferta, a execução será nula por ausência
de exigibilidade do título.
c) Exoneração do Executado - O executado poderá depositar em juízo a coisa, o juiz
suspenderá a execução e aguardará o cumprimento da contraprestação do exequente.
Com o cumprimento da contraprestação a coisa depositada pelo executado é entregue
ao exequente.
17 - Adimplemento da Obrigação
Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor
cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não
corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que
poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la.
18 - Responsabilidade Patrimonial
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
a) Responsabilidade Patrimonial - A regra é a penhorabilidade dos bens do devedor
(executado), com exceções previstas em lei, v.g., bem de família.
b) Processualidade - As normas de responsabilidade patrimonial são de cunho
processual, por conseguinte, são aplicadas de imediato, respeitados os atos processuais
já praticados.
21 - Fraude à Execução
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo
registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de
execução, na forma do art. 828;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato
de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação
capaz de reduzi-lo à insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.
§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o
ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição
das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra
o bem.
§ 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução
verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
§ 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente,
que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
a) Penhora da Coisa Retida - O exequente que estiver, por direito de retenção, na posse
de coisa pertencente ao devedor
b) Exceptio Excussionis Realis - Não cumprida a regra supra, cabe ao executado opor a
exceptio excussionis realis, alegação de defesa de que a execução deve recair sobre
aquele determinado bem, se a execução recair em bem diverso daquele sobre o qual o
direito de retenção está sendo exercido.
c) Nova Penhora - Só é possível depois de adjudicada ou alienada a coisa retida,
sobejando ainda valor a ser satisfeito na execução.
22 - Do Fiador
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam
executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados,
indicando-os pormenorizadamente à penhora.
§ 1o Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, situados na mesma
comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do direito do credor.
§ 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do mesmo
processo.
§ 3o O disposto no caput não se aplica se o fiador houver renunciado ao benefício de
ordem.
a) Benefício de Ordem - Pode ser utilizado caso os bens do executado não estejam
situados em outro foro e não forem onerados.
23 - Do Sócio
Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade,
senão nos casos previstos em lei.
§ 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o
direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.
§ 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear quantos bens da sociedade
situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito.
§ 3o O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo
processo.
§ 4o Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do
incidente previsto neste Código.
a) Bens do Sócio - Para a configuração responsabilidade patrimonial do sócio é preciso
estar previsto em lei, demanda, portanto, uma situação específica, com previsão legal.
b) Redirecionamento aos Sócios - tem o exequente o ônus de requerer o
redirecionamento da execução em “petição clara e precisa”, indicando os motivos pelos
quais entende possível a responsabilização pretendida, requerendo a citação dos sócios
para que possam participar de maneira adequada da execução (STJ, 2.ª Turma, REsp
36.543/SP, rel. Min. Ari Pargendler, j. 17.09.1996, DJ 14.10.1996, p. 38.979).
c) Responsabilidade Tributária
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei,
contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Obs.: “O simples inadimplemento de obrigações tributárias não caracteriza infração
legal” (STJ, 2.ª Turma, REsp 513.912/MG, rel. Min. Francisco Peçanha Martins, j.
07.06.2005, DJ 01.08.2005, p. 380). Súmula 430, STJ: “O inadimplemento da
obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do
sócio-gerente”.
24 - Do Espólio
Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada
herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe
coube.
# Espólio - Condomínio Pro Indiviso (Universalidade)
# Partilha - Condomínio Pro Diviso (Singularidade)