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São Mateus
Março de 2013
ii
São Mateus
Março de 2013
iii
COMISSÃO EXAMINADORA
iv
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, o Prof. Dr. Leonardo da Silva Arrieche, pelo apoio, iniciativa,
comprometimento, sem contar tudo que ele me possibilitou descobrir com este
trabalho e também por financiá-lo, sem a sua ajuda a realização deste feito seria
impossível, muito obrigada.
Às convidadas da minha banca, Profª. Drª. Gisele de Lorena Diniz Chaves, Engª.
Cristina Terci Cardozo Santos e Profª. Drª. Ana Beatriz Neves Brito, por aceitarem
avaliar este trabalho.
Às pessoas que aceitaram ser voluntários neste estudo, pela boa vontade e
disponibilidade em testar todos os produtos. Sem o comprometimento dos mesmos
seria impossível chegar a qualquer conclusão deste estudo.
À Tainá, por todo auxílio relacionado às normas ABNT, assim como, a sua ajuda e
companhia durante a realização dos testes sensoriais.
Aos meus pais e ao meu irmão, por me ajudarem no preparo do produto final, na
interpretação das fichas, me auxiliando na conversão dos dados a serem utilizados
na análise estatística. Também devo a eles, toda a compreensão e paciência
durante este trabalho, pois muitas vezes precisei abrir mão de vê-los para concluir
este estudo com sucesso.
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
Ai Resposta i da amostra A
Bi Resposta i da amostra B
H0 Hipótese de Nulidade
H1 Hipótese Alternativa
N Número de julgadores
p Nível descritivo
t Estatística t de Student
xiii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ..................................................................................................iv
RESUMO..................................................................................................................... v
ABSTRACT .................................................................................................................vi
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 16
2. OBJETIVOS .......................................................................................... 20
3.4. Macadâmia............................................................................................ 44
4. METODOLOGIA ................................................................................... 47
5.3. Análise Estatística dos Testes Sensoriais das Amostras Escolhidas .... 64
6. CONCLUSÕES ..................................................................................... 75
APÊNDICE ................................................................................................................ 85
ANEXOS ................................................................................................................... 97
16
1. INTRODUÇÃO
Dentre as indústrias com maior número de novos produtos lançados a cada ano
destaca-se a indústria de chocolate, que crescerá 29,7% até 2015
(EUROMONITOR, 2012, p. 3, apud BARRY CALLEBAUT, s.d.). A grande
concorrência entre elas, devido ao aumento na produção e a expectativa de
crescimento de seu consumo demanda constante inovação, fazendo com que essas
empresas invistam parte de seu capital no desenvolvimento de novas formulações e
novos tipos de chocolate.
Novos produtos à base de chocolate têm sido, nos últimos anos, foco de interesse
de estudos científicos para determinação da influência de variáveis em algumas
fases da produção de chocolate; estudo para aumentar vida útil dos produtos na
prateleira; novas formulações e análises sensoriais; avaliação da substituição da
gordura e os impactos acarretados; produção de chocolates com calorias reduzidas
e a otimização de equipamentos utilizados na produção de chocolate, como
apresentado nos trabalhos de ALI et al. (2001), VERCET (2003), SOKMEN; GUNES
(2006), RICHTER; LANNES (2007), ALAMPRESE; DATEI; SEMERARO (2007),
KEIJBETS; CHEN; VIEIRA (2010) e EL-KALYOUBI et al. (2011).
Uma provável opção de chocolate para pessoas com dieta restritiva e/ou intolerantes
a lactose poderia ser obtida através da utilização da macadâmia como substituto do
leite em pó, uma vez que adicionaria valor nutritivo ao chocolate, devido às suas
vitaminas, minerais, ácidos graxos e antioxidantes, sendo um produto livre de
componentes de origem animal.
20
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo KOTLER (1998), empresas dos mais variados setores precisam empenhar-
se no desenvolvimento de novos produtos, a fim de encontrar produtos substitutos
para manter ou desenvolver futuras vendas. Os consumidores também anseiam por
novos produtos e a concorrência fará o possível para fornecê-los. Dezesseis mil
novos produtos – incluindo extensões de linha e novas marcas - são introduzidos
anualmente nos supermercados, mercearias e farmácias.
Ao adquirir patentes;
Novas linhas de produtos: novos produtos que permitem que uma empresa
penetre em um mercado já existente pela primeira vez;
Estratégia do Geração de
Triagem de Ideias
Novo Produto Ideias
Desenvolvimento Desenvolvimento
Análise
da Estratégia de e Teste do
Comercial
Marketing Conceito
Desenvolvimento Teste de
Comercialização
do Produto Mercado
A fim de entender melhor estas etapas, cada uma delas será explicada
detalhadamente a seguir.
A maioria das empresas requer que seus executivos escrevam as ideias de novos
produtos em formulários padrões que poderão ser revisados por um comitê de novos
produtos. Esse documento descreve o produto, o mercado alvo e os concorrentes, e
faz algumas estimativas aproximadas do tamanho de mercado, preço do produto,
tempo de desenvolvimento e custos, custos de produção e taxa de retorno. Em
seguida o comitê avalia a ideia contra um conjunto de critérios gerais.
As ideias que sobrevivem podem ser triadas ainda mais usando um simples
processo de classificação, como o mostrado na Tabela 1. A primeira coluna lista os
fatores requeridos para um lançamento de produto bem sucedido no mercado. Na
coluna seguinte, a gerência classifica esses fatores com sua relativa importância. E
25
A B
Classificação
Fatores de Sucesso Posição entre ideia do produto e
Importância da Ideia
do Novo Produto capacidade da empresa
Relativa
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 (A x B)
Estratégia e
Objetivos da 0,20 X 0,160
Empresa
Capacidade de
Marketing e 0,20 X 0,180
Experiência
Recursos
0,15 X 0,105
Financeiros
Canais de
0,15 X 0,120
Distribuição
Capacidade de
0,10 X 0,080
Produção
Pesquisa e
0,10 X 0,070
Desenvolvimento
Compra e
0,05 X 0,025
Fornecimento
Total 1,0 0,740
Observações: Escala de Classificação: 0 – 0,40 pobre; 0,40 – 0,75 justa; 0,76 – 1,00
boa. Mínimo nível de aceitação: 0,70
Fonte: KOTLER et. al., 1999.
- Desenvolvimento do Conceito
- Teste do Conceito
Outro recurso que pode ser utilizado, a fim de testar o conceito, é a atribuição de
notas para o potencial do projeto, com relação a certos aspectos, como alinhamento
com as estratégias da companhia, atendimento das necessidades dos
consumidores, grau de diferenciação e indicadores financeiros (TOLEDO et al.,
2008).
Para alguns desses testes, uma palavra ou descrição da figura pode ser suficiente.
Contudo, uma apresentação mais física e concreta aumentará a confiabilidade do
teste do conceito. Atualmente, as empresas encontram algumas maneiras
inovadoras de tornar o conceito do produto mais real para o consumidor. Um
exemplo disso são os testes utilizando realidade virtual, através de computadores a
27
- Estratégia de Marketing
- Análise Comercial
- Teste de Mercado
- Comercialização
(Eq. 1)
30
O terceiro processo é a análise dos dados. A análise apropriada dos dados é a parte
crítica dos testes sensoriais. Dados gerados a partir de observações humanas são
31
interligados com semirretas (KEMP. S. E.; HOLLOWOOD, T.; HORT, J., 2009). Um
exemplo de gráfico aranha pode ser observado na Figura 2.
(Eq. 2)
35
A média das diferenças pode ser obtida através da Equação 3, mostrada abaixo.
(Eq. 3)
O desvio padrão das diferenças pode ser obtido através da Equação 4, abaixo.
(Eq. 4)
(Eq. 5)
- Mistura
polimorfismo, faz com que cada uma dessas formas possua diferentes pontos de
fusão (BONZAS; BROWN, 1995). Das formas cristalinas, a mais estável a oscilações
de temperatura ambiente é a forma β, enquanto as outras sofrem transições e se
fundem.
- Refino
Nesta etapa ocorre a redução da granulometria da massa, a fim de que 90% das
partículas sólidas atinjam tamanhos máximos em torno de 20 a 25 µm. Chocolates
contendo partículas muito pequenas, menores que 15 µm, são mais cremosos,
porém sua viscosidade tende a ser maior, e deve ser corrigida com o uso de um
maior teor de gordura e/ou emulsificantes. Já os produtos com tamanho de partícula
superior a 25 µm podem apresentar percepção arenosa durante a sua degustação
(ITAL, 1998).
- Conchagem
- Temperagem ou Pré-Cristalização
Os três parâmetros mais importantes que devem ser considerados nesta etapa são:
tempo, velocidade de agitação e temperatura. Nesse processo, o chocolate é
aquecido até que ocorra a fusão completa da fase gordurosa (na faixa de 40 a 45°C)
e em seguida passa por um resfriamento lento e gradual, com movimentos
constantes, até a temperatura de cristalização, a fim de induzir a formação de
cristais β estáveis de maneira homogênea. Nessa etapa a taxa de resfriamento é o
fator mais importante a ser controlado, e encontra-se por volta de 2°C/minuto
(HARTEL, 2001; MCGAULEY; MARANGONI, 2002; SCHENK; PESCHAR, 2004).
- Moldagem/Resfriamento/Desmolgagem
Após a temperagem, o chocolate passa por um processo onde ele adquire forma,
denominado de moldagem. Nele, a massa de chocolate fluida é colocada em moldes
a uma temperatura entre 30 e 40°C. Estes moldes podem ser metálicos ou plásticos,
a fim de economizar energia e manter a higiene (MINIFIE, 1989). Os moldes devem
ser previamente aquecidos para que não ocorra arrefecimento drástico da massa ao
entrar em contato com o molde. Esse aquecimento deve ser uniforme, para evitar
pontos quentes ou frios localizados. (ROSA et al., 2001). A temperatura na qual os
moldes são aquecidos é próxima à temperatura de temperagem do chocolate
(MINIFIE, 1989).
- Armazenamento
Cada vez mais o chocolate ganha espaço no mercado, não só pelas suas
propriedades sensoriais, como também pelos benefícios que podem trazer a saúde.
Estudos aprofundados, baseados em pesquisas científicas, sugerem que alguns
tipos de chocolates podem ter um potencial benéfico para a saúde quando
consumido com moderação (SCHMITZ, 2001).
Como pode ser visto a seguir, na Figura 5, há uma grande expectativa de aumento
de consumo de confeitos de chocolate até o ano de 2015. Os países em que esse
aumento é mais esperado são Índia, Polônia e Argentina, entre outros. Também
pode ser observado, através da Figura 5, que a expectativa de crescimento é
positiva em todos os países mostrados abaixo, ou seja, espera-se que o consumo de
chocolate aumente, sob diferentes taxas, em todo o mundo.
42
produção no ano de 2011. Além disso, de 2006 até 2011 o aumento da produção de
chocolate no Brasil foi de 60% (Uhy Moreira – Auditores apud ABICAB, 2012).
3.4. Macadâmia
traz também benefícios para a saúde, pois é rica em ômega 3, ácidos graxos e
antioxidantes que podem retardar o envelhecimento, conquistando cada vez mais
destaque no cenário nacional e internacional (TRIADE COMUNICAÇÃO, 2010).
3.4.1. Regionalidade
No Estado do Espírito Santo, os plantios de macadâmia iniciaram-se no final da
década de 80. Desde então, o Estado tornou-se o segundo maior produtor do país,
com 31% da produção brasileira, ficando atrás apenas do Estado de São Paulo, com
33%. Cientes de sua importância para o mercado nacional, os produtores capixabas
passaram a investir em um acompanhamento de qualidade ainda mais efetivo da
noz. Além disso, o Estado também possui um clima favorável ao cultivo e um intenso
controle de qualidade da amêndoa triturada (TRIADE COMUNICAÇÃO, 2010).
limpo. Outro produto que pode ser obtido com o uso da macadâmia é o chocolate,
tanto como fonte de gordura, substituto do leite ou em pedaços no próprio chocolate.
4. METODOLOGIA
Na Figura 8, a seguir, está descrita a sequência de etapas que serão realizadas para
a obtenção do produto final, o chocolate à base de macadâmia.
Teste de Aceitação do
Produto
Os testes foram realizados com 4 provadores por vez em uma sala da universidade
de aproximadamente 70 m², sem ar condicionado, onde os participantes tinham
privacidade pois foram posicionados em cantos diagonalmente opostos. Cada um
deles respondia 4 questionários: o primeiro, uma ficha cadastral a respeito de
características e preferências pessoais (APÊNDICE A); o segundo era o teste
triangular (APÊNDICE B); o terceiro era o teste de ordenação de dureza (APÊNDICE
C); e o último era o teste de ordenação sabor amargo (APÊNDICE D).
Entre a prova de uma amostra e outra, foi recomendado aos provadores que
bebessem água com gás, disposta na própria mesa de análise, a fim de neutralizar o
sabor. Escolheu-se a água sem gás uma vez que a mesma é capaz de limpar as
papilas gustativas devido à ação do gás carbônico nela presente.
(fim)
5 g de Mini Tablete de Chocolate
8 g de Batom Garoto de Lote
D --------------------------- ao Leite com 34% de Cacau da
com início 206
Cacau Show
Quadro 1. Especificações dos chocolates utilizados nos testes sensoriais no treinamento da equipe
Extrato de macadâmia
Açúcar cristal
Lecitina de soja
mantido sob aquecimento durante todo o processo de preparo das amostras. Como
misturador foi utilizado um mixer comercial.
As fases realizadas durante essa etapa do trabalho podem ser conferidas na Figura
3. A primeira etapa consiste na mistura e refino dos ingredientes. Foi adicionada
metade da massa de manteiga de cacau e esperou-se menos de um minuto até que
toda ela estivesse derretida. Uma vez liquefeita foi adicionado o liquor de cacau e
misturado durante 3±1 minutos com o auxílio do mixer até que a mistura ficasse
homogênea. Foram adicionados a macadâmia e o açúcar, um por um, em pequenas
quantidades de cada vez, mantendo a agitação, até que a massa ficasse
homogênea. Durante esta etapa foi aferida a temperatura da mistura de tempos em
tempos para não ultrapassar os 45°C.
- Foram realizadas cinco formulações à base de liquor de cacau, mas apenas duas
delas possuíam sabor próximo ao do chocolate comercial, sendo portanto as
escolhidas para a realização dos testes sensoriais com os provadores treinados.
Apesar das cinco formulações serem feitas com os mesmos componentes, as
massas de cada componente diferiu de uma formulação para outra, mesmo que em
pequena quantidade, devido à diferença de restrições de uma para outra. As
equações da programação linear que deram origem a essas formulações serão
descritas a seguir.
Função Objetivo:
Restrições:
(Eq. 7)
(Eq. 8)
53
(Eq. 9)
(Eq. 10)
(Eq. 11)
(Eq. 12)
(Eq. 13)
(Eq. 14)
(Eq. 15)
(Eq. 16)
(Eq. 17)
Para cada um desses testes, atributos sensoriais distintos foram avaliados, conforme
será descrito a seguir. As fichas utilizadas para cada um dos testes encontram-se
nos apêndices E, F, G H, I, J e K.
- Cor - Forma
- Brilho - Odor
FRACO FORTE
Figura 10. Escala linear não estruturada
- Dureza: Propriedade de textura em relação à força necessária para obter uma dada
deformação, penetração e/ou cisalhamento permanente. Alguns exemplos
de produtos com diferentes graus de dureza são: amêndoa (dura),
azeitona (firme), o requeijão (mole) (ABNT, 1993a).
- Espalhabilidade: Propriedade física de alguns chocolates que faz com que eles
derretam-se na boca de forma homogênea (MINIM, 2000).
Toda a análise estatística visa determinar qual das duas formulações testadas
aproxima-se mais do chocolate escolhido como padrão. Após a escolha da
formulação mais próxima, repetiu-se o procedimento de preparo da amostra, com a
substituição do mixer por uma batedeira com hélices helicoidais e da chapa de
aquecimento por um fogão comercial, a fim de realizar o teste de aceitação do
produto final.
57
Para todos os testes da etapa de análise sensorial foram utilizados gráficos aranha
com os resultados obtidos, tanto para os testes de escala hedônica quanto para os
testes de escala de magnitude, levando em consideração as 3 amostras analisadas
em cada teste, a fim de determinar o quão próximos as amostras testes
encontravam-se da amostra padrão.
Os valores que se encontram entre parênteses na Figura 11, foram exibidos apenas
para ilustrar a conversão da resposta em um valor numérico para a análise
estatística, mas não foram exibidos para os voluntários na ficha do teste.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após realizar todas as etapas propostas na metodologia foi possível obter resultados
singulares e satisfatórios sobre o produto final. A seguir serão apresentados os
resultados obtidos em cada um dos testes aplicados durante essa etapa, assim
como possíveis explicações para cada um deles.
Após a realização dos testes, foi feita a análise das respostas fornecidas pelos
provadores, e os resultados encontram-se a seguir.
118 89 35 58
115 40 86 59
A partir dos resultados obtidos durante a seleção dos analistas sensoriais foi
possível notar que:
O fato dos três testes serem realizados em sequência, durante uma mesma
manhã, não atrapalhou no desempenho dos voluntários, uma vez que dos 30
participantes, 22 foram aprovados para a equipe de analistas sensoriais com
resultado igual ou superior a 80% de acertos, o que corresponde a 73% dos
voluntários que realizaram o treinamento.
Dentre os 22 analistas sensoriais escolhidos, observou-se que 14 deles
acertaram 100% dos testes, o que corresponde a 64% dos analistas
sensoriais treinados.
Algumas das restrições adicionadas para cada uma das formulações basearam-se
num percentual distinto de sólidos totais de cacau. O chocolate, segundo BRASIL
(2005) deve conter, no mínimo, 25% em massa, de sólidos totais de cacau. Então os
percentuais a serem utilizados deveriam ser superiores ou iguais a 25% e foram eles
25, 27, 35, 45 e 50% em massa de sólidos totais de cacau. Além dessas restrições,
foram utilizadas equações para restringir a massa de macadâmia adicionada,
variando entre faixas percentuais de 0 a 5%, 5 a 10%, 10 a 15% e 15 a 20% da
massa total.
Além disso, a adição de grande quantidade de sólidos de cacau não foi constatada
como sendo positiva, uma vez que o liquor de cacau apresenta sabor amargo e a
manteiga de cacau é composta principalmente por gordura, mas ambos não
possuem quantidade significativa de açúcar. Com a adição maior de produtos de
cacau ocorreu a diminuição na quantidade de outros produtos como o açúcar,
fundamental por reduzir o sabor amargo do chocolate.
Das formulações preparadas com liquor de cacau, apenas duas foram escolhidas,
uma vez que as outras amostras, algumas possuíam sabor e odor desagradáveis,
enquanto outras, pouco brilho ou alto grau de derretimento.
Escolhidas
É possível notar que a amostra teste 1 apresentou maior atratividade que a amostra
teste 2 para os parâmetros cor, brilho e odor. Em contrapartida a amostra teste 2
obteve melhor desempenho que a amostra teste 1 nos aspectos textura ao toque,
forma e homogeneidade. As amostras teste diferiram significativamente entre si
apenas com relação aos parâmetros de forma e odor.
65
Cor
4
3
2
1
Homogeneidade 0 Brilho
-1
-2 Amostra Padrão
-3
-4 Amostra Teste 1
Amostra Teste 2
Forma
Figura 12. Gráfico aranha dos resultados obtidos no teste de escala hedônica
Através dos resultados obtidos nos testes de atratividade não é possível indicar qual
das amostras teste é a mais atrativa, uma vez que a margem de diferença no
resultado final entre ambas é muito pequena, inferior a 2%, não sendo possível,
portanto, afirmar que uma amostra teste é superior a outra em atratividade, em
relação aos atributos analisados.
Para a obtenção do valor a ser utilizado para a análise estatística foi realizada uma
conversão de um intervalo medido com uma régua milimetrada para um número que
variava numa escala de -6 a 6, com precisão de 0,1. Cada resposta foi interpretada e
traduzida para um número neste intervalo, para posterior análise. Para cada um dos
atributos testados para cada uma das amostras foram obtidos os valores de média
amostral e desvio padrão amostral. Os resultados obtidos nesses testes podem ser
conferidos no Quadro 8 e encontram-se ilustrados no gráfico da Figura 13.
Cor
6
4
2
Espalhabilidade 0 Dureza
-2
-4 Amostra Padrão
-6 Amostra Teste 1
Amostra Teste 2
Adesividade Fraturabilidade
Grau de
Derretimento
Figura 13. Gráfico aranha de todos os resultados obtidos no teste de estimativa de magnitude
No entanto, o fato de uma amostra teste possuir um atributo que se aproxime mais
da amostra padrão do que a outra não é garantia que este parâmetro seja o mesmo,
ou até mesmo próximo, quando comparado ao padrão. É possível notar que apesar
da amostra teste 2 se aproximar da amostra padrão em um maior número de
atributos, a amostra teste 2 é mais semelhante a amostra teste 1 do que ao padrão.
Após a exclusão das respostas mais distantes da média, é possível verificar que os
valores de desvio padrão diminuíram significativamente e apenas o parâmetro de
espalhabilidade da amostra padrão ainda possui um valor de desvio padrão próximo
a ordem de grandeza da média, sendo um resultado, portanto, mais confiável,
exceto para este parâmetro da amostra citado.
Cor
6
4
2
Espalhabilidade 0 Dureza
-2
-4 Padrão
-6 Amostra Teste 1
Amostra Teste 2
Adesividade Fraturabilidade
Grau de
Derretimento
Figura 14. Gráfico aranha dos resultados obtidos no teste de estimativa de magnitude excluindo-se as
respostas afastadas da média
Outro fator que pode ter sido fundamental para que houvesse problemas da
temperagem foi a escolha do processo de temperagem convencional, onde a
amostra é resfriada e depois é novamente aquecida, uma vez que atualmente as
indústrias, ao realizar o preparo de chocolates em laboratório, não reaquecem o
chocolate, parando a têmpera na etapa de resfriamento a cerca de 29°C para o
chocolate ao leite.
Uma vez excluídos os pontos afastados da média, testou-se as três amostras a fim
de verificar diferenças entre elas através da análise do teste t de Student pareado,
mostrados nos Quadros 10, 11 e 12, que verifica se há diferença entre as amostras
teste e entre cada uma delas com relação à amostra padrão.
Através deste teste pode-se notar também que o erro padrão para as diferenças
entre a amostra padrão e amostra teste 1 foi insignificante para todos os atributos
testados, o que mostra que há uma baixa variabilidade populacional uma vez que
este valor corresponde ao desvio padrão teórico de toda a população.
Através deste teste pode-se notar também que o erro padrão para as diferenças
entre a amostra padrão e amostra testes 2 foi insignificante para todos os atributos
testados, exceto espalhabilidade. Uma vez que este esse o valor deste erro para o
parâmetro espalhabilidade possui ordem de grandeza próxima ao da média, é
possível afirmar então que há então uma variabilidade populacional para o resultado
deste atributo uma vez que este valor corresponde ao desvio padrão teórico de toda
a população.
71
Amostras Teste 1 e 2
Fratura- Grau de
Resultados Cor Dureza Adesividade Espalhabilidade
bilidade Derretimento
Mdif -2,3533 0,6467 0,2000 -0,4000 -0,6133 1,8733
Sdif 1,5170 1,5634 1,3969 2,0574 1,8708 2,0211
SE 0,3917 0,4037 0,3607 0,5312 0,4830 0,5219
t -6,0083 1,6020 0,5545 -0,7530 -1,2698 3,5898
Hipótese
H1 H0 H0 H0 H0 H1
Verdadeira
Quadro 12. Resultados do teste t de Student pareado das amostras teste 1 e 2
De acordo com os resultados do teste t pareado entre as amostras teste foi possível
confirmar fatos verificados através do gráfico da Figura 14 e do Quadro 9.
Comprovou-se que as amostras teste se assemelham nos parâmetros dureza,
fraturabilidade, grau de derretimento e adesividade, diferindo em apenas dois dos
atributos testados, uma vez que a hipótese de nulidade foi aceita para todos os
outros parâmetros citados para um nível de 5% de significância, como pode ser
observado no Quadro 12.
Através deste teste pode-se notar também que o erro padrão para as diferenças
entre as amostras teste foi insignificante para todos os atributos testados, o que
mostra que há uma baixa variabilidade populacional uma vez que este valor
corresponde ao desvio padrão teórico de toda a população.
Através dos testes realizados durante esta etapa foi possível verificar que a amostra
teste 2 apresentou o melhor desempenho global dentre as amostras testadas, por
duas razões:
Através do teste de atratividade foi possível observar que a amostra teste 2 foi
considerada mais atrativa que a amostra teste 1 obtendo um desempenho
superior de 1,36%.
A amostra teste 2 não apresentou diferença significativa em relação à
amostra padrão para os parâmetros cor, adesividade e espalhabilidade,
enquanto a amostra teste 1 diferiu significativamente do padrão em relação a
cinco dos seis atributos testados, assemelhando-se ao padrão apenas com
relação ao parâmetro espalhabilidade.
72
Uma vez que o valor 2,5 encontra-se mais próximo ao valor 3, é possível concluir
que a maioria dos consumidores que realizaram o teste de aceitação gostou muito
da amostra testada. Ao levar em consideração o desvio padrão é possível afirmar
que a resposta à aceitação do produto final variou de gostei ligeiramente a gostei
73
Além dos dados calculados, foi feito um histograma mostrando a frequência de cada
resposta e sua respectiva curva de distribuição normal, mostrados na Figura 16,
caracterizando assim a confiabilidade dos dados.
Histograma do Teste de Aceitação
10
38%
9
N = 24; Mean = 2,5; StdDv = 1,2854; Max = 4; Min = -1
7
(número de observações)
25%
6
Frequência
21%
5
8%
2
4% 4%
1
0
-1 0 1 2 3 4
Respostas
Figura 16. Distribuição de frequência dos resultados obtidos no teste de aceitação do produto
1.0
0.0
-0.5
-1.0
-1.5
-2.0
-2.5
-2 -1 0 1 2 3 4 5
Respostas Observadas
Figura 17. Probabilidade normal das respostas fornecidas no teste de aceitação do produto
6. CONCLUSÕES
Após determinar que a amostra teste 2 possuía maior número de atributos sem
diferença significativa da amostra padrão, foi realizado o teste de aceitação do
78
produto final a fim de verificar com um grupo de avaliadores não treinados o quanto
eles gostaram do produto. A aceitação do produto será abordada a seguir.
Uma vez que não houve diferença significativa entre os parâmetros cor, adesividade
e espalhabilidade entre a amostra teste 2 e a amostra padrão, além do índice de
atratividade da amostra teste 2 ser 1,36% superior a amostra teste 1, a amostra
teste 2 foi escolhida como sendo a que mais se aproxima do padrão e a que possui
melhores chances de aceitação de mercado. O resultado da atratividade da amostra
do chocolate à base de macadâmia selecionado foi extremamente satisfatório,
obtendo uma nota final de 2.5, que mais se aproxima do valor 3 que corresponde a
resposta gostei muito na escala utilizada no teste.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALI, A.; SELAMAT, J.; CHE MAN, Y. B.; SURIA, A. M. Effect of storage temperature
on texture, polymorphic structure, bloom formation and sensory attributes of filled
dark chocolate. Food Chemistry, v. 72, i. 4, p. 491-497, Mar. 2001.
EARLE, M. D.; REID, F.; KING, D. W.; TATE, G.; NEWTON, G. Product development
and marketing. Food Technology in New Zeland, v. 3, n. 1, p. 11-24, 1968.
IFT/SED. Sensory evaluation guide for testing food and beverage products. Food
Technology. v. 35 (11), pages 550-559, Nov. 1981.
SMITH, R. Chemical Process Design and Integration. 2nd Ed. John Wiley & Sons.
Inglaterra, 2005.
STATSOFT, Inc. STATISTICA: data analysis software system, version 7.1., 2005.
APÊNDICE
Nome:
8. Visamos o treinamento e seleção de julgadores que colaborarão em trabalho de pesquisa, que tem
como meta o desenvolvimento de produtos alimentícios inovadores. Gostaria de continuar a
participar voluntariamente deste estudo como analista sensorial?
( ) Sim ( ) Não
OBRIGADO!
ANÁLISE SENSORIAL
“Disciplina científica utilizada para evocar, medir, analisar e interpretar reações das características de
alimentos e outros materiais de forma como são percebidas pelos sentidos da visão, olfato, gosto,
tato e audição (AMERINE et al., 1965).”
AMERINE, M. A.; PANGBORN, E. B.; ROESSLER. Principles of sensory evaluation of food. Food
Science and Technology Monographs. Academic Press, New York, 1965. P. 338-339.
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Nome:
Número do Provador:
Número do Teste:
Código da Sessão:
Você receberá 3 amostras codificadas. Duas delas são iguais e uma é diferente.
Obrigada pela sua participação. Por favor retorne esta ficha para a assistente.
87
Por favor, beba um pouco de água antes de começar. Você poderá beber
novamente durante o teste, caso considere necessário.
Dureza: é a força requerida para romper uma substância entre os dentes molares
(sólidos) ou entre a língua e o palato (semi-sólidos). Alguns exemplos de produtos
com diferentes graus de dureza são: amêndoa (dura), azeitona (firme), o requeijão
(mole).
Ordene as amostras da que for menos dura para a que é mais dura, utilizando os
seguintes números:
(Se você tem alguma pergunta, por favor, fale com a assistente agora)
Obrigada pela sua participação. Por favor retorne esta ficha para a assistente.
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Por favor, beba um pouco de água antes de começar. Você poderá beber
novamente durante o teste, caso considere necessário.
Ordene as amostras da que possui o sabor menos amargo para a que possui o
sabor mais amargo, utilizando os seguintes números:
(Se você tem alguma pergunta, por favor, fale com a assistente agora)
Obrigada pela sua participação. Por favor retorne esta ficha para a assistente.
89
Nome:
Pontuação
Observe as amostras de referência, uma com a cor fraca (chocolate branco) e outra com a cor forte
(chocolate com 55% de cacau), que correspondem aos limites superiores e inferiores já marcados na
escala. Logo após, observe a cor da amostra em análise e marque com um traço vertical sua
intensidade na escala correspondente.
ESCALA DE REFERÊNCIA
Chocolate Branco Chocolate com 55% de
cacau
FRACO FORTE
PADRÃO
FRACO FORTE
AMOSTRA 1
FRACO FORTE
AMOSTRA 2
FRACO FORTE
LAWLESS, H.T.; HEYMANN, H. Sensory Evaluation of Food: Principles and Practices. 2nd Ed.,
Springer, Nova York, 2010.
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Perfure superficialmente (sem romper) as amostras de referência com o auxílio de um dente do garfo,
uma mais mole (bala de gelatina) e outra mais dura (bala hard candy de frutas), que correspondem
aos limites superiores e inferiores já marcados na escala. Logo após, limpe as mãos com lenço
umedecido e repita o procedimento para as amostras em análise e marque com um traço vertical sua
intensidade na escala correspondente.
ESCALA DE REFERÊNCIA
FRACO FORTE
PADRÃO
FRACO FORTE
AMOSTRA 1
FRACO FORTE
AMOSTRA 2
FRACO FORTE
Corte as amostras de referência ao meio, com o lado cego da faca, como se fosse uma guilhotina,
uma com menor grau de fraturabilidade (bolo de milho) e outra com maior grau de fraturabilidade
(bala hard candy de frutas), que correspondem aos limites superiores e inferiores já marcados na
escala. Quanto maior a força necessária para cortar, maior é a fraturabilidade. Logo após, limpe as
mãos com lenço umedecido e repita o procedimento para as amostras em análise e marque com um
traço vertical sua intensidade na escala correspondente.
ESCALA DE REFERÊNCIA
Bolo de Milho Bala Hard Candy de Frutas
FRACO FORTE
PADRÃO
FRACO FORTE
AMOSTRA 1
FRACO FORTE
AMOSTRA 2
FRACO FORTE
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12806: Análise sensorial dos alimentos
e bebidas. Rio de Janeiro, 1993.
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Segure as amostras de referência com o polegar e o indicador, uma com maior grau de derretimetno
(manteiga) e outra com menor grau de derretimento (manteiga de cacau), que correspondem aos
limites superiores e inferiores já marcados na escala de referência, observe o início do derretimento e
conte até 30. Quanto maior a quantidade derretida da amostra, menor é a resistência ao derretimento.
Logo após, limpe as mãos com lenço umedecido, repita o procedimento para as amostras em análise
e marque com um traço vertical sua intensidade na escala correspondente.
ESCALA DE REFERÊNCIA
Manteiga Manteiga de Cacau
FRACO FORTE
PADRÃO
FRACO FORTE
AMOSTRA 1
FRACO FORTE
AMOSTRA 2
FRACO FORTE
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Segure as amostras de referência com os dedos polegar e indicador, pressionando um dedo contra o
outro, espere que a amostra encontre-se parcialmente derretida, a fim de avaliar o grau de
adesividade de cada amostra. Para a amostra de referência de baixa adesividade (vaselina) utilize os
dedos da mão esquerda, já para a amostra de alta adesividade (fita adesiva) e para as amostras teste
e para o padrão utilize os dedos da mão direita (alta adesividade). A vaselina e a fita adesiva
correspondem aos limites superiores e inferiores já marcados na escala de referência. Após o teste
de cada amostra, limpe as mãos com lenço umedecido e marque com um traço vertical a intensidade
das amostras de teste.
ESCALA DE REFERÊNCIA
Vaselina Fita Adesiva
FRACO FORTE
PADRÃO
FRACO FORTE
AMOSTRA 1
FRACO FORTE
AMOSTRA 2
FRACO FORTE
LAWLESS, H.T.; HEYMANN, H. Sensory Evaluation of Food: Principles and Practices. 2nd Ed.,
Springer, Nova York, 2010.
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Derreta parcialmente e espalhe as amostras de referência com o dedo indicador sobre o dorso da
mão esquerda, uma com baixo grau de espalhabilidade (pomada minâncora) e outra com alto grau de
espalhabilidade (vaselina), que correspondem aos limites superiores e inferiores já marcados na
escala de referência. Logo após cada teste, limpe as mãos com lenço umedecido e repita o
procedimento na mão direita para as amostras em análise e marque com um traço vertical sua
intensidade na escala correspondente.
ESCALA DE REFERÊNCIA
FRACO FORTE
PADRÃO
FRACO FORTE
AMOSTRA 1
FRACO FORTE
AMOSTRA 2
FRACO FORTE
Teste de Aceitação
Chocolate à base de macadâmia
Nome: Data:
Número do Teste:
Por favor, marque a opção abaixo que melhor descreve seu recente consumo de
chocolate.
Prove as amostras e marque uma das opções abaixo a respeito da sua opinião geral do
produto.
ANEXOS
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Porção de uma barra de Choco Soy Crispies (23g)
Quantidade por Porção %VD(*)
Valor Calórico 124 kcal=521 kJ 6%
Carboidratos 14g 5%
Proteínas 1,2g 2%
Gorduras Totais 7,2g 13%
Gorduras Saturadas 3,0g 14%
Gorduras Trans 0g **
Fibra Alimentar 0,6g 2%
Sódio 6mg 0%
Fonte: OLVEBRA, 2010
98
b
Fonte: ABNT, 1993 , p. 5.
99