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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

MARCELO MALVIO ALVES DE LIMA

TECNOLOGIA E INSTALAÇÃO DE
ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO EM EDIFÍCIOS

SÃO PAULO
2009
2

MARCELO MALVIO ALVES DE LIMA

TECNOLOGIA E INSTALAÇÃO DE
ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO EM EDIFÍCIOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi

Orientador: Prof. MSc. Calebe Paiva Gomes de Souza

SÃO PAULO
2009
3

MARCELO MALVIO ALVES DE LIMA

TECNOLOGIA E INSTALAÇÃO DE
ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO EM EDIFÍCIOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi

Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2009.

______________________________________________
Prof. MSc. Calebe Paiva Gomes de Souza

______________________________________________
Profº Drº Antonio Rubens Portugal Mazzilli

Comentários:______________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
4

Agradeço a meu pai pelos exemplos transmitidos por suas atitudes.


5

AGRADECIMENTOS

A todo esforço, interesse e dedicação de meus mestres para realização desse


trabalho e no meu aprimoramento técnico que é tão importante para minha vida
profissional.
6

RESUMO

Este trabalho descreve o serviço composto de material e mão de obra de


esquadrias de alumínio desde a da produção, com seus diferentes perfis de
desempenho, passando pelas fases de fabricação, linha de montagem, variação
nos métodos de instalação, materiais acústicos e de vedação.

Palavras Chave: Instalação, prática, vantagens e desvantagens


7

ABSTRACT

This work describes the service consisting of material and labor of aluminium
frames from production, with their different performance profiles, through
manufacture, assembly line, changes in methods of installation, sealing and
acoustic material.

Keywords: Installation, practical, advantages and disadvantages

LISTA DE FIGURAS
p.
8

Figura 5.1: Fluxograma das fases de produção das esquadrias ...................... 21


Figura 5.2: Detalhe do contramarco chumbado e acabado na alvenaria ......... 21
Figura 5.3: Detalhe do marco para porta de correr ............................................ 22
Figura 5.4: Detalhe da janela fixada no marco ................................................... 22
Figura 5.5: Irregularidade excessiva e falta de linearidade para assentamento
de esquadria de alumínio ..................................................................................... 25
Figura 5.6: Detalhe da fixação do marco com espuma de poliuretano
expandida ............................................................................................................... 26
Figura 5.7: Esquema de fixação da esquadria com espuma de poliuretano
expandida ............................................................................................................... 26
Figura 5.8: Detalhe da fachada cortina, tipo pele de vidro ................................ 28
Figura 5.9: Arremates na face interna da esquadria .......................................... 29
Figura 6.1: Esquadria de alumínio fixada em estrutura pré-fabricada de
concreto ................................................................................................................. 35
Figura 6.2: Detalhe da esquadria sob a junta da estrutura ............................... 36
Figura 6.3: Detalhe do vidro afetado pela infiltração da junta da estrutura .... 36
Figura 6.4 – Estrutura pré-fabricada de concreto armado ................................ 37
Figura 6.5 – Detalhe de Parabolt .......................................................................... 38
9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR Norma Brasileira

CTSA Classe de Transmissão de Sons Aéreos


10

SUMÁRIO
p.

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 15 

2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................ 15 

2.2 Objetivo Específico ...................................................................................................... 15 

3. MÉTODO DE TRABALHO.................................................................................... 16 

4. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 17 

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 18 

5.1  Histórico ..................................................................................................................... 18 

5.2 Perfis de desempenho ................................................................................................. 18 

5.3 Linha de montagem ...................................................................................................... 19 


5.3.1  Fases de produção ................................................................................................ 19 
5.3.1.1  Contramarco ....................................................................................................... 20 
5.3.1.2  Marco ................................................................................................................... 21 
5.3.1.3  Folha .................................................................................................................... 21 
5.3.1.4  Acessórios........................................................................................................... 22 
5.3.1.5  Vidros ................................................................................................................... 22 

5.4 Montagem final .............................................................................................................. 23 

5.5 Instalação ........................................................................................................................ 23 


5.5.1  Instalação de esquadrias sem a utilização de contramarco ........................... 23 
5.5.2  Instalação de esquadrias com a utilização de contramarco ........................... 25 
5.5.3  Instalação de esquadrias de fachada tipo pele de vidro ................................. 26 
5.5.4  Arremates ................................................................................................................ 27 

5.6 A acústica nas esquadrias ......................................................................................... 28 


11

5.7 Juntas e materiais de vedação .................................................................................. 28 


5.7.1  Juntas Cheias ......................................................................................................... 29 
5.7.2  Juntas Abertas ....................................................................................................... 29 

5.8 Tipos de Selante ............................................................................................................ 29 


5.8.1  Massa de Vidraceiro .............................................................................................. 30 
5.8.2  Selantes Butílicos .................................................................................................. 30 
5.8.3  Selantes Acrílicos .................................................................................................. 30 
5.8.4  Selante de Polissulfeto ......................................................................................... 31 
5.8.5  Selante de Poliuretano .......................................................................................... 31 
5.8.6  Selantes de Silicone .............................................................................................. 31 
5.8.7  Propriedades dos Selantes .................................................................................. 31 

5.9 Controle de Qualidade ................................................................................................. 32 

6  ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 33 

6.1 Descrição e localização............................................................................................... 33 

6.2 Instalação de esquadrias sem a utilização de contramarco em estrutura pré-


fabricadas de concreto. ..................................................................................................... 33 

6.3 Instalação de esquadrias de fachada tipo pele de vidro .................................... 35 


6.3.1  Medição da fachada .............................................................................................. 36 
6.3.2  Fixação .................................................................................................................... 36 

7  ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................... 38 

8  CONCLUSÕES .................................................................................................. 39 

9  RECOMENDAÇÕES.......................................................................................... 40 

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 41 

ANEXO A .................................................................................................................. 42 

ANEXO B .................................................................................................................. 43 

ANEXO C .................................................................................................................. 44 


12

ANEXO D .................................................................................................................. 45 

ANEXO E .................................................................................................................. 46 

ANEXO F .................................................................................................................. 47 


13

1. INTRODUÇÃO

A tendência da grande maioria dos bens de consumo da atualidade é ter a


melhor relação custo benefício possível, que no caso da construção civil nos dias
atuais é regra. Para que um empreendimento tenha sucesso e sua metodologia
de execução e utilização de materiais e métodos construtivos volte a ser repetido,
um item importante de projeto e muito significativo no custo total da obra são as
esquadrias. Com o passar das décadas sofreram alterações em suas formas e
materiais substituindo o trabalho artesanal pela linha de produção em larga
escala.

A busca pela otimização dos serviços fizeram com que o desenvolvimento desse
setor buscasse materiais mais leves, resistentes e de baixos índices de
manutenção para a execução do produto que utilizamos hoje em dia. O método
de produção que utilizamos hoje em dia reduz drasticamente a quantidade de
mão de obra pelo volume executado e extingue por completo a mão de obra
artística que torna inviável a produção em larga escala com um custo adequado à
realidade atual.

Um marco para a grande mudança das formas foi a conquista da execução do


vidro plano, que possibilita a interação visual com o meio externo. Essa evolução
aliada ao alumínio que é uma liga metálica leve e resistente, que depois de
moldada em perfis pode sofrer o incremento de outros materiais que aumentam o
desempenho em conforto termo acústico e estanque.

Em paralelo com essas transformações, para fecharmos o ciclo desse produto


temos que salientar a mão-de-obra e seus diferentes métodos de instalação, que
vão desde a forma mais simples sem a utilização de contramarco, até a fachada
tipo pele de vidro.

Este trabalho abrange os métodos de execução das instalações das esquadrias


de alumínio, com suas diferentes possibilidades, vantagens e desvantagens,
14

sistemas para a entrega do produto final, no que o cronograma físico influencia


na escolha do método e na qualidade de execução.
15

2. OBJETIVOS

Este trabalho compara os diferentes métodos de instalação de esquadrias de


alumínio existentes no mercado, avaliando-os desde a execução até o
desempenho do produto final apresentando as vantagens e desvantagens de
cada método.

2.1 Objetivo Geral

Abordar os pontos positivos e negativos das diferentes possibilidades de


instalação de esquadrias de alumínio, enumerando as linhas usualmente
aplicadas no mercado atual, passando pelas especificações termo-acústico e de
estanqueidade.

2.2 Objetivo Específico

Elencar os perfis utilizados, acessórios, materiais de preenchimento no caso de


especificações acústicas.

Comparar a instalação de esquadrias convencionais com e sem a instalação de


contra marco.

Determinar, as principais variáveis que podem apontar o uso de um método de


instalação ideal para um determinado tipo de obra.
16

3. MÉTODO DE TRABALHO

Revisão bibliográfica em livros, periódicos, sites, pesquisa das diferentes linhas,


perfis e materiais que compõe a estrutura de alumínio pronta, entrevistas com
profissionais da área, visitas a linha de produção de caixilhos, visitas a obras em
execução, escolha de uma obra específica para ser o estudo de caso.
17

4. JUSTIFICATIVA

Este trabalho contempla um produto e serviço amplamente utilizado em muitos


seguimentos da construção civil, e como produto final é utilizado por um grande
numero de pessoas.

A estrutura de alumínio montada com seus diferentes perfis existentes forma um


item indispensável nas edificações atuais, mantendo o usuário em contato com o
meio externo e garantindo sua segurança física com um conforto térmico e
acústico.

A abrangência deste trabalho vai desde a linha de montagem até o produto final
acabado e instalado, passando pelos materiais empregues, métodos de
instalação, índices de manutenção e as diferentes formas de emprego desses
perfis para se chegar ao produto final especificado em projeto.

A utilização deste trabalho mensura as possibilidades com vantagens e


desvantagens dos diferentes métodos de instalação de esquadrias de alumínio,
servindo de consulta por profissionais da área.
18

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1 Histórico

Com o passar dos anos, podemos observar que as esquadrias não são um
simples artifício construtivo que liga o meio externo do meio privado, e sim o
simbolismo de gerações com seus detalhes arquitetônicos impulsionados pelos
valores culturais e estéticos vividos. A riqueza de detalhes das edificações
antigas é acompanhada nas portas e janelas por um trabalho artístico e manual,
que com o passar dos anos foi sendo substituído por processos mais otimizados
e de larga escala, acompanhando também as tendências da arquitetura moderna
que necessita de uma matéria prima com uma maior característica à resistência
na utilização de grandes vãos.

No passar dos anos e com a evolução dos diferentes segmentos que se


complementam em algum momento é que percebemos que as inovações num
determinado setor, como no das esquadrias de alumínio só podem acontecer
quando acompanhado, por exemplo, da evolução da matéria prima que dá
condições para alcançarmos novas formas de agradar o nosso olhar que é a
verdadeira intenção final.

A concepção que hoje temos de uma esquadria foi marcada pelo


desenvolvimento de estruturas portantes e pela evolução na fabricação do vidro
plano que teve início na Alemanha no século XI e vem sendo aperfeiçoado até
hoje.

5.2 Perfis de desempenho

O desempenho de uma esquadria depende das características de utilização e


instalação. Para isso, deve-se observar o projeto das mesmas atentando-se para
as dimensões, posições na fachada e também o meio externo onde ela está
inserida.
19

Os principais requisitos que serviram de base para a elaboração da norma NBR


10821 (ABNT, 2000), utilizados para a obtenção do perfil de desempenho de uma
janela são:

¾ Estanqueidade à água de chuva;


¾ Estanqueidade ao ar;
¾ Estanqueidade a insetos e poeiras;
¾ Isolação sonora;
¾ Iluminação
¾ Ventilação;
¾ Facilidade de manuseio;
¾ Manutenção;
¾ Durabilidade;
¾ Resistência aos esforços de uso;
¾ Resistência a cargas de vento;
¾ Economia.

Para cada parâmetro acima citado, existem diferentes níveis de exigências que
variam de acordo com a necessidade e o meio em que o produto vai ser utilizado.
Isso serve para a definição das diferentes linhas encontradas no mercado e do
método de instalação escolhido.

5.3 Linha de montagem

Setor responsável pela fabricação e montagem do produto final com suas


diferentes fases de produção.

5.3.1 Fases de produção

Etapas de produção da linha de montagem, que juntas formam o produto final


acabado.
20

Figura 5.1- Fluxograma das fases de produção das esquadrias

5.3.1.1 Contramarco

O contramarco é um quadro guia de alumínio, chumbado diretamente à alvenaria,


conforme Figura 5.2. Serve para garantir a vedação e a exatidão do vão, ele é
instalado por meio de chumbadores que auxiliam no posicionamento garantindo o
nível e prumo corretos.

Figura 5.2- Detalhe do contramarco chumbado e acabado na alvenaria


Fonte: Obra Viva (2009)
21

5.3.1.2 Marco

É o quadro aparente que circunda a esquadria. Funciona como batente nas


portas e janelas de abrir ou como trilhos nas portas e janelas de correr, conforme
Figura 5.3.

Figura 5.3- Detalhe do marco para porta de correr


Fonte: Esqualitech (2009)

5.3.1.3 Folha

São os quadros móveis que correm ou abrem dentro do marco, conforme Figura
5.4, onde são instalados os vidros ou venezianas.

Figura 5.4- Detalhe da janela fixada no marco.


Fonte: Abal (2009)
22

5.3.1.4 Acessórios

Os acessórios mais usados são os trincos, puxadores, roldanas, escovas de


vedação, limitadores e etc. Eles são normalmente instalados pelos fabricantes.

5.3.1.5 Vidros

É importante observar a espessura do vidro em relação à área. Eles se dividem,


conforme Engº. Antonio Avagliano e Engº. Marcelo Mancini, no Manual Técnico
de Caixilhos e Janelas, nos seguintes tipos:

¾ Recozido (comum); feito pelo processo da fusão a aproximadamente


1500º C e obtido a partir do resfriamento. Tem como características a baixa
resistência a impactos, com um módulo de trabalho a flexão de 60 Mpa.
¾ Temperado (segurança); feito pelo processo de encruamento que é o
aquecimento e resfriamento rápido afim de que suas moléculas internas se
tornem mais resistentes, obtendo-se uma maior resistência a impactos,
alcançando um módulo de trabalho a flexão de 500 Mpa.
¾ Laminado (segurança); é a junção de dois vidros recozidos com uma
película de butiral de polivinil. Essa composição tem a característica de não
se desmanchar quando quebrado.
¾ Laminado antibalas (segurança); é a sobreposição de vários vidros
laminados com espessuras adequadas para os diferentes níveis de
segurança.
¾ Armado (segurança); é um vidro comum com uma trama de aço em seu
interior
¾ Termoabsorvente; pela sua composição ele absorve mais energia e faz
com que a energia transmitida seja menor do que vidros incolores comuns.
¾ Composto; indicado para quando se quer reduzir as perdas de calor por
condução, sem se reduzir os ganhos de energia solar.
¾ Termorefletor; constitui-se de uma placa de vidro com filme refletor em
uma das superfícies que tem a característica de refletir uma parte
significativa da energia solar incidente.
23

5.4 Montagem final

Para a colocação dos marcos, podendo ou não ter a instalação do contramarco,


ocorre à instalação das esquadrias já com vidros ou venezianas e a regulagem
dos acessórios, podendo ser instalados arremates para melhor acabamento no
encontro do marco e alvenaria.

5.5 Instalação

Conforme o Manual Técnico de Caixilhos e Janelas, a instalação incorreta dos


caixilhos de uma obra é a origem de grande parte das patologias, para a
minimização desses problemas, devemos considerar:

¾ Transporte e estocagem dos caixilhos seja feito de forma correta;


¾ Os vão devem ter dimensões e tolerâncias verificadas;
¾ As janelas devem permanecer protegidas até a entrega da obra;
¾ A calafetagem, ou preenchimento, deve ser feita com material compatível
com as exigências a ela submetidas;

5.5.1 Instalação de esquadrias sem a utilização de contramarco

Dentre os diferentes métodos de instalação de esquadrias de alumínio, sem a


utilização do contramarco, é sem dúvida o mais simples e o que menos garante a
qualidade a estanqueidade no sentido mais específico da isolação a água, que é
a desvantagem no produto final desse sistema de instalação quando executado
sem as técnicas adequadas, conforme figura 5.5. A vedação nesse caso é
garantida pelo perfeito requadramento do vão de modo a não ficar frestas depois
da instalação do marco. Para que ocorra o perfeito requadramento do vão é
necessário a utilização de um gabarito feito de um material metálico que garanta
a rigidez necessária para a utilização contínua da peça. A utilização de um bloco
de qualidade, com características dimensionais criteriosas, é fundamental para se
garantir a perfeita medida do vão, conforme Engenheiro Fulvio Berçot Miranda
(2009).
24

Figura 5.5 – Irregularidade excessiva e falta de linearidade para assentamento de esquadria de alumínio
Fonte: Revista Techne (2009)

Esse método é realizado através da fixação da esquadria num vão já requadrado,


sem o prévio chumbamento do contramarco na alvenaria. Uma das vantagens
desse método é no sentido econômico pela não aquisição do contramarco e
também pela maior velocidade na execução por não ter essa etapa no
cronograma de execução.

Para a boa interface entre a alvenaria e a esquadria prevalece a boa técnica


tradicional, conforme vemos a seguir:

¾ O correto posicionamento e alinhamento da esquadria;


¾ A garantia dimensional do vão para correta instalação da esquadria;
¾ Qualidade na fixação e vedação na interface da esquadria e alvenaria;
¾ A preservação funcional e estética no decorrer da obra.

Para a fixação da esquadria no vão, ao contrario da utilização da argamassa de


cimento e areia no chumbamento do contramarco. Nesse caso utiliza-se um
sistema de fixação mecânica com bucha e parafuso, fazendo a vedação com
espuma de poliuretano expansível, conforme as figuras 5.6 e 5.7.
25

Figura 5.6- Detalhe da fixação do marco com espuma de poliuretano expandida


Fonte: Pini Web (2009)

Figura 5.7 – Esquema de fixação da esquadria com espuma de poliuretano expandida


Fonte: Pini Web (2009)

5.5.2 Instalação de esquadrias com a utilização de contramarco

O contramarco é peça fundamental para a boa qualidade da instalação do marco


sem a exigência fiel de regularidade do vão, ele age como um gabarito,
garantindo a regularidade do vão onde o marco vai ser instalado e para que a
esquadria não seja chumbada diretamente na alvenaria, garantindo a isolação do
meio externo. Para mantermos uma boa qualidade na instalação, conforme o site
pini web, algumas recomendações devem ser seguidas como por exemplo:
26

¾ O desempenho da esquadria depende de um bom chumbamento do


contramarco para que se garanta a estanqueidade à água e a segurança
estrutural;
¾ É necessária uma folga de pelo menos 25 mm entre a alvenaria e o
contramarco para ocorrer o perfeito chumbamento com argamassa de
cimento e areia;
¾ O chumbamento deve ser feito de forma que a argamassa penetre em
todo seu perímetro, preenchendo todos os vazios para evitar infiltrações;
¾ Para a instalação da esquadria, o contramarco deve estar limpo com um
pano embebido em álcool para, posteriormente, receber o silicone ou a fita
vedante entre o contramarco e a esquadria.

Com a utilização do contramarco, se ganha uma nova etapa na execução da obra


e também a necessidade de aquisição desse item, fato esse que deve ser
observado tanto no ponto de vista econômico como no tempo a ser gasto no
cronograma físico da obra.

Um fator importante na escolha do método é analisar o tipo de obra que se está


executando, a similaridade dos vãos, o tipo de bloco que será empregue, o
material de revestimento e a qualidade da mão-de-obra existente no local da
obra. A escolha de qualquer método construtivo deve ser observado num âmbito
maior da obra, e não analisando particularidades pontuais de cada método.

5.5.3 Instalação de esquadrias de fachada tipo pele de vidro

Nos projetos de arquitetura com a necessidade da criação de diferentes formas


de se dispor as estruturas de alumínio e vidro numa fachada, com esse avanço
cria-se a fachada tipo pele de vidro que é a fixação de quadros de alumínio com o
vidro colado por fora, numa estrutura principal de alumínio que está fixada a
fachada da edificação a fim de garantir um visual onde só apareça o vidro,
deixando as estruturas de alumínio pelo lado de dentro.
27

Esse método de execução e fabricação atende a parâmetros do partido


arquitetônico e do alto padrão da edificação, deixando em segundo plano ou
embutido no valor do empreendimento o custo mais elevado desse método.

Para o preenchimento das juntas entre os vidros, que garantem a dilatação da


estrutura no todo, existem alguns tipo de selantes já apresentados nesse
trabalho, destacando para essa finalidade os selantes a base de silicone,
conforme figura 5.8.

Figura 5.8 – Detalhe da fachada cortina, tipo pele de vidro


Fonte: Revista Techne (2009)

Acompanhando esse sistema, normalmente se utiliza, entre outros, vidros


refletivos, leitosos, duplos e até com persianas no meio que além de garantirem
maior conforto termo-acústico, também vem com um visual mais agradável.

5.5.4 Arremates

É o acabamento entre o caixilho e a alvenaria na parte interna, que são


normalmente fixados por encaixe de pressão, mostrados na Figura 5.9.
28

Figura 5.9- Arremates na face interna da esquadria

5.6 A acústica nas esquadrias

Segundo Engº. José Carlos no Manual Técnico de Caixilhos e Janelas, a grande


maioria das situações de projeto envolvendo o desempenho acústico pode ser
solucionada pelo seu CTSA, ou classe de transmissão de som aéreo. Grande
maioria das esquadrias convencionais do mercado com vidros de 3mm atende
parâmetros razoáveis de CTSA.

5.7 Juntas e materiais de vedação

Apesar da pouca espessura, as juntas de uma janela são consideradas as mais


sofisticadas de uma edificação, sendo quatro as possibilidades de infiltração de
água pelas janelas, segundo o Manual Técnico de Caixilhos e Janelas:

i.nas juntas do marco ou contra marco da janela com o vão da fachada;


ii.nas juntas do marco com a folha móvel da janela;
iii.entre o pano de vidro e as travessas e montantes da folha da janela;
iv.pelas frestas dos perfis do marco ou da folha.

As juntas são as partes mais vulneráveis das janelas, principalmente sobre a


estanqueidade ao ar, água e isolação acústica. Para se evitar a infiltração de
água numa janela, é importante observar a posição dela na fachada e se utilizar
29

quando possível, de elementos construtivos que auxiliem na proteção do


conjunto, como beirais, pingadeiras entre outros.

Existem materiais variados que fazem o papel das juntas entre as diversas partes
da janela, dentre os tipos de juntas existem as cheias e as abertas, conforme o
Manual técnico da Caixilhos e Janelas.

5.7.1 Juntas Cheias

Conhecidas como fechadas ou selantes, ela garante a estanqueidade através do


preenchimento completo dos vazios, algumas vezes com função estrutural, no
caso das fachadas tipo pele de vidro.

Até a algum tempo atrás a massa de vidraceiro era o material mais utilizado
nesse tipo de junta, sendo substituído por selantes ou gaxetas que contem uma
maior durabilidade e elasticidade, conforme o Manual técnico da Caixilhos e
Janelas.

5.7.2 Juntas Abertas

Conhecidas também por juntas drenadas, sua principal característica é


apresentar uma parte central vazia, fazendo com que a parte frontal se torne uma
barreira contra infiltrações onde se aplica o selante, conforme o Manual técnico
da Caixilhos e Janelas.

5.8 Tipos de Selante

Selante é uma composição elastomérica que consegue ser aplicado em


temperatura ambiente, eles são usados para isolar, calafetar e colar dois
suportes quaisquer. A principal característica é absorver movimentações de
alongamento e compressão normalmente utilizados em juntas cheias. Conforme
o Manual Técnico de Caixilhos e Janelas, os selantes mais conhecidos serão
tratados nos subitens a seguir:
30

5.8.1 Massa de Vidraceiro

É o mais tradicional, simples e de menor desempenho entre os selantes e que


acompanha também o menor custo. Constituído basicamente de compostos de
óleo de linhaça ele possui baixos índices de adesão e alongamento, tornando-se
duro e quebradiço após o primeiro ano. É utilizado onde a qualidade e
durabilidade não são exigidas, conforme o Manual técnico da Caixilhos e Janelas.

5.8.2 Selantes Butílicos

A base de poliisobutuleno: devido a sua vedação ao vapor d’água são utilizados


em vidros duplos, vedações internas e fendas, ele tem um custo relativamente
baixo, com boa resistência a água e adesão, mas com um tempo de vida útil
limitado, pouca elasticidade e fraca memória quando tracionado, tende a
manchar os suportes com o tempo pela exudação de óleos, conforme o Manual
técnico da Caixilhos e Janelas.

5.8.3 Selantes Acrílicos

À base de água: possuem características semelhantes aos butílicos, são de fácil


aplicação, não possuem odor e podem ser aplicados em superfícies úmidas, boa
adesão em vidros e cerâmicas, podem ser repintados facilmente e são aplicados
principalmente em juntas internas, pois não suportam bem as variações do meio
externo, tornando-se moles ou duros com a variação da temperatura. Não
recomendados a juntas submetidas a grandes variações de temperatura.

Em soluções: são polímeros acrílicos que nunca chegam a curar totalmente,


possuem boa adesão sobre a maioria dos suportes, resistindo a intempéries por
cerca de dez anos, quando bem aplicados. Como ponto negativo possui um forte
odor durante a cura, e uma limitada memória elástica, conforme o Manual técnico
da Caixilhos e Janelas.
31

5.8.4 Selante de Polissulfeto

É um composto de polímeros, podendo ser formulado de acordo com sua


necessidade. Atinge bom índice de movimentação, boa elasticidade e adesão
perfeita dependendo do substrato e possui uma boa memória tração-
compressão.

Tem baixa resistência aos raios ultravioletas e por isso não é recomendado para
colagem estrutural, sendo mais utilizado em vidros duplos, conforme o Manual
técnico da Caixilhos e Janelas.

5.8.5 Selante de Poliuretano

Polímero a base de poliuretano, usados principalmente em juntas de dilatação e


de tráfego pela sua alta resistência ao atrito. Fornece razoável resistência a
exposição aos agentes climáticos e ao envelhecimento, boa elasticidade, boa
memória elástica e pode ser pintado. Não é recomendado a intensa exposição
solar, conforme o Manual técnico da Caixilhos e Janelas.

5.8.6 Selantes de Silicone

É a terceira geração dos selantes, possui grande elasticidade absorvendo


movimentações de juntas de até 100%, resistem bem ao envelhecimento e aos
agentes climáticos, garantem adesão sobre a maioria dos substratos, não podem
ser pintados e são mais caros que os outros, conforme o Manual técnico da
Caixilhos e Janelas.

5.8.7 Propriedades dos Selantes

A capacidade de movimentação é a principal característica de um selante,


atendendo satisfatoriamente as solicitações de dilatação das diferentes
aplicações. Seguido pela adesão ao suporte, que garante a vedação do conjunto,
conforme o Manual técnico da Caixilhos e Janelas.
32

5.9 Controle de Qualidade

A durabilidade e o bom desempenho ao longo do tempo são parâmetros básicos


para a escolha do material utilizado, que no nosso caso do alumínio, fornece a
maior durabilidade com a menor manutenção.

A vida útil do alumínio anodizado em aplicações de ambiente externo, não


depende somente da espessura de sua camada anódica, mas também da
freqüência de lavagens que podem retirar depósitos de sua superfície, não
ocorrendo no alumínio revestido com pintura eletrostática, conforme o Manual
técnico da Caixilhos e Janelas.
33

6 ESTUDO DE CASO

A seguir, as variáveis na instalação de esquadrias com os casos mais críticos,


como na instalação sem contramarco em estrutura pré-fabricadas de concreto e
pele de vidro.

6.1 Descrição e localização

Trata-se de uma obra executada com estrutura pré-fabricada de concreto,


conforme projeto do Anexo A. A composição do acabamento da fachada é feita
por quadros individuais e pele de vidro, conforme projeto do Anexo B, localizada
à Avenida Brás Leme, nº 1.800 – Santana, São Paulo – SP.

6.2 Instalação de esquadrias sem a utilização de contramarco em


estrutura pré-fabricadas de concreto.

Quando ocorre instalação de esquadrias de alumínio em estruturas pré-


fabricadas não revestidas por argamassa, a opção é a da instalação sem o
contramarco pela dificuldade de instalação e acabamento. A peculiaridade na
instalação de esquadrias de alumínio nesse tipo de estrutura é que não existe a
exata regularidade dos vãos desse método construtivo, conforme ilustrado na
Figura 6.1.
34

Figura 6.1 – Esquadria de alumínio fixada em estrutura pré-fabricada de concreto

Para garantirmos o perfeito fechamento dos vão e pela não regularidade


encontrada nesse tipo de estrutura de concreto, é feita a medição dos mesmos
um a um, conforme Anexo C. Para que ocorra a menor folga possível no caixilho
a fim de se garantir a melhor vedação.

Com essa diferença entre os vidros num mesmo vão, para que essa
irregularidade seja absorvida por uma medida padrão, foi criado, neste caso, um
perfil “U” de maior dimensão onde o vidro é fixado com uma folga para essa
variação dimensional.

Quando se executa o serviço de esquadrias de alumínio em estruturas pré-


fabricadas de concreto, deve-se tomar as devidas precauções de vedação da
estrutura em suas juntas para que não ocorra percolação de água e assim possa
afetar o conjunto da esquadria, conforme Figura 6.2 e Figura 6.3.
35

Figura 6.2 – Detalhe da esquadria sob a junta da estrutura

Figura 6.3 – Detalhe do vidro afetado pela infiltração da junta na estrutura

6.3 Instalação de esquadrias de fachada tipo pele de vidro

A instalação de esquadrias tipo pele de vidro numa fachada pré-fabricada de


concreto, conforme Figura 6.4, não sofre tanta variação quanto na instalação de
janelas, até por conta que não são construídos edifícios altos com esse método
construtivo, diminuindo assim a margem de erros no prumo da edificação.
36

Figura 6.4 – Estrutura pré-fabricada de concreto armado

Para a execução do revestimento da fachada tipo pele de vidro, alguma medidas


devem ser feitas para a execução, como veremos a seguir.

6.3.1 Medição da fachada

A medição da fachada é feita em projeto de arquitetura e conferida no local, para se


garantir a exatidão na produção dos componentes que formam o conjunto do
revestimento. Com essas medidas é feito o projeto da fachada com suas medidas,
modulação dos vãos, eixos de fachada e ancoragem, conforme o Anexo D, para
fixação das colunas e travessas que servem de apoio para fixação dos quadros
onde os vidros estão colados.

6.3.2 Fixação

Para seguir uma seqüencia de execução, como exemplo a coluna B3 em seu


detalhe conforme projeto no Anexo E, e Anexo F.

Para a coluna B3 ser posicionada, é fixo conforme os eixos constantes no projeto


executivo, dois perfis na fachada por intermédio de buchas expansíveis chamadas
de parabolts, Figura 6.5, que tem a finalidade de alinhar qualquer desaprumo que
possa existir na estrutura.
37

Figura 6.5 – Detalhe de Parabolt


Fonte: Paulufusos (2009)

Depois do posicionamento das colunas, ocorre a fixação das travessas. Nelas


vão fixados os quadros de alumínio e vidro onde é formado o acabamento final,
que são vedadas com silicone estrutural.
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7 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados e constatações apuradas foram tirados do pouco material existente


sobre o tema e da vida prática. Onde se cria a sensibilidade, juntamente com a
teoria, para desenvolvermos o conhecimento e melhorar nossa tomada de
decisões para a obtenção do melhor produto final possível.

A escolha do melhor método de instalação de esquadrias de alumínio, vai de


encontro com outras questões mais abrangentes no todo da obra, como custo,
prazo, e até o controle de qualidade dos serviços executados que antecedem ao
processo de instalação das esquadrias.

Para a instalação das esquadrias sem o contramarco, deve-se ter


necessariamente uma obra com rígidos critérios de execução a fim de garantir o
perfeito alinhamento e prumo das peças estruturais.

Nas esquadrias instaladas com contramarcos, existe uma garantia maior na


obtenção do vão desejado, com isso conseguimos minimizar a ocorrência de
infiltrações em um numero maior de unidades fixadas. Essa “folga” que existe
nesse método de instalação não justifica e nem encobre possíveis erros de
execução dos serviços que antecedem a instalação das esquadrias de alumínio,
pelo contrário, só se consegue a perfeita estanqueidade no produto final se o
contramarco for devidamente chumbado, para isso, quanto melhor o vão estiver
executado, menor a probabilidade do desnivelamento e da falta de prumo na
peça.
39

8 CONCLUSÕES

Normalmente num serviço de instalação de esquadrias de alumínio, existe uma


grande repetição de uma determinada peça. Esse procedimento num ambiente
em que se depende de muitas pessoas envolvidas para obtenção de um produto
final, e que esse serviço se encontra nas etapas finais, devemos por mais
rigoroso que seja o controle de qualidade, nos precaver com métodos
construtivos que nos assegurem uma maior qualidade do produto final.

Com uma grande quantidade de vãos, aumenta a probabilidade de apresentar


infiltração de água ou ar, isso pode se dar pela maior dificuldade de garantir que
todos os vãos estejam com exatamente a mesma medida.

Assim a conclusão que a relação custo benefício da utilização do contramarco é


muito favorável, pois o custo da peça pode ser absorvido em outras etapas da
obra, possibilitando que se tenha uma maior garantia da qualidade da edificação.
40

9 RECOMENDAÇÕES

Para se alcançar um objetivo final ótimo, deve-se realizar os procedimentos de


execução e instalação não só das esquadrias, mas de toda a obra, pois sempre
um serviço depende do outro, de forma rígida e controlada a fim de assegurar
que todas as etapas sejam concluídas da melhor forma para o serviço seguinte.
Essa metodologia de trabalho com certeza vai assegurar com que as instalações
das esquadrias de alumínio sejam bem executadas e as possíveis falhas sejam
minimizadas ao máximo.
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REFERÊNCIAS

ENG.º ARY RODRIGUES PEREZ E TAL (ED.). MANUAL TÉCNICO DE


CAIXILHOS E JANELAS. 1º SÃO PAULO: PINI, 1991.

RONALDO; ISABELA (Org.). Rebocos, Marcos e Contramarcos - Parte II.


Disponível em: <http://www.obraviva.com.br/fotorebocoparte2.htm>. Acesso em:
05 ago. 2009.

ENGENHEIRO FULVIO BERÇOT MIRANDA. Instalação de Janelas de


Alumínio. Disponível em: <http://www.revistatechne.com.br/engenharia-
civil/108/artigo31714-1.asp>. Acesso em: 05 ago. 2009.

PINI WEB (Ed.). Estanqueidade à água em vãos verticais externos. Disponível


em: <http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/149/artigo-estanqueidade-
a-agua-em-vaos-verticais-externos-149946-1.asp>. Acesso em: 05 set. 2009.
42

ANEXO A

Fachada:
43

ANEXO B

Planta baixa:
44

ANEXO C

Planta da medida dos vão:


45

ANEXO D

Planta das colunas e travessas:


46

ANEXO E

Detalhe da coluna:
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ANEXO F

Detalhe da coluna fixa a fachada:

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