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18 a 21 de setembro de 2012
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Somado a esses fatores naturais, tem-se, ainda, o elevado índice pluviométrico, que se encontra em
torno de 2.834 mm anual (SEGEP, 2010), inflamado por um sistema de canalização de rios
inadequado e sucateado, incapaz de escoar toda a água precipitada:
Além disso, a intensificação do processo de urbanização e expansão para outras áreas, como a
Avenida Augusto Montenegro, a rodovia BR – 316 e as ilhas no entorno de Belém (TRINDADE JR,
1998; CASTRO, 2004), promoveu a transformação progressiva do ambiente natural da cidade, em
razão do aumento de construções urbanas, e consequentemente, da intensificação da
impermeabilização do solo. Esses fatores contribuíram para o aumento das áreas sensíveis às
inundações, conforme mostra a figura e o quadro abaixo.
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Figura 03: Espacialização dos principais pontos de inundações identificados pela defesa civil em 2009.
Quadro 01: Principais pontos de inundações identificados pela defesa civil em 2009
1 Rod. Augusto Montenegro com psg. Aurora 24 Av. Senador Lemos entre psg. das Flores e Canal do Galo
2 Rod. Augusto Montenegro com Rod. Transmageuirão 25 Av. Marechal Hermes entre Av. Visconde de Souza Franco até o canal do reduto
3 Rod. Augusto Montenegro em frente ao conjunto Morada do Sol 26 Av. Almirante Barroso entre psg. Gama Malcher até Av. Tavares Bastos
4 Rod. Augusto Montenegro com trevo do conjunto Satélite 27 Av. João Paulo II entre Tv. Vileta e Tv. Timbó
5 Rod. Augusto Montenegro em frente ao conjunto Castromoura 28 Av. João Paulo II entre psg. Gaspar Dutra e psg. Osvaldo Coelho
6 Rod. Augusto Montenegro com a estrada do Maracacuera 29 Av. João Paulo II entre Tv. Mauriti e Tv. Mariz e Barros
7 R. dos Mundurucus entre Tv 9 de Janeiro e Tv 14 de Março 30 Av. Pedro Miranda entre Tv. Antonio Baena e Tv. Vileta
8 R. dos Pariquis entre Tv 9 de Janeiro e Tv 14 de Março 31 Av. Marquês de Herval entre Av. Dr. Fretias e R. Alferes Costa
9 Tv 9 de Janeiro entre R. dos Pariquis e R. dos Mundrucus 32 Tv. Lomas com a 25 de Setembro
10 R. Padre Eutíquio entre psg. Gaiapós e Canal da Quintino 33 Av. Pedro Alvares Cabral com Dr. Freitas
11 Av. Fernado Guilhon entre R. Apinagés e Tv 14 de Março 34 Av. Perimetral em frente ao Serpro
12 Av. Fernado Guilhon entre R. Honório e Av.Bernardo Sayão 35 R. Augusto Corrêa entre R. Barão de Igarapé-miri até Av. Bernardo Sayão
13 Rua Barão de Igarapé Miri com Av. José Bonifácio 36 Tv. Castelo Branco com Rua Paes e Souza
14 R. Barão de Mamoré com Paes e Souza 37 R. Aristides Lobo com Av. Presidente Vargas
15 R. dos Mundurucus entre R. Barão de Mamoré com psg. G.Passos 38 R. Ó de Almeida com Av. Presidente Vargas
16 Av. Conselheiro Furtado entre R. Barão de Mamoré com R. Teófilo Condurú 39 R. João Balbi com Tv. 14 de Março
17 R. Teófilo Condurú entre Av. Conselheiro Furtado e R. dos Mundurucus 40 Av. Almirante Wandenkolk com R. João Balbi
18 Av. Celso Malcher entre psg. Vilhena e R. São Domingos 41 Tv. 9 de Janeiro entre Av. Magalhães Barata e Av. Governador José Malcher
19 R. São Domingos entre Av. Celso Malcher e Av. Perimetral 42 Av. Governador José Malcher entre Tv. 9 de Janeiro e Canal Antonia Nunes
20 R. Teófilo Condurú entre R. Silva Rosado e Rua Roso Danin 43 Tv. Castelo Branco com Rua Boa Ventura da Silva
21 Av. Alcindo Cacela entre R. São Miguel e Apinagés 44 Tv. Antônio Barreto com canal da Três de Maio
22 Av. Pedro Álvares Cabral com Dom Romualdo de Seixas 45 Tv. Domingos Marreiros com canal da Três de Maio
Desta maneira, ao se considerar a conexão entre estes fatores, não fica difícil compreender e
reconhecer os principais responsáveis pelas recorrentes cenas de inundações que afetam
constantemente a cidade de Belém.
Entre trabalhos mais recentes, pode-se destacar os trabalhos desenvolvidos por Sausen et al. (2011),
que mediante os recentes desastres na região sul do país, apossou-se das geotecnologias para a
análise e avaliação dos prejuízos causados pelas inundações no Rio Grande do Sul no período de
setembro de 2009 a Janeiro de 2010. Segundo eles as:
Pandovani et al. (2011), exibem em seu trabalho as bases conceituais e tecnológicas de um Sistema
de Monitoramento e Alerta de Inundações e Secas para o Pantanal (SISMONPAN), que utiliza-se
desses instrumentos para a integração entre informações espaciais e geográficas e os modelos de
previsão dos níveis dos rios, permitindo a projeção de cenários e a previsão de inundações e secas
na região do Pantanal.
Desta maneira, fica evidente que as geotecnologias surgem como recursos imprescindíveis para a
ampliação da capacidade de armazenamento e mapeamento de dados e informações geográficas,
auxiliando os processos de análise, controle, monitoramento, prevenção e, até mesmo, simulação
desses fenômenos.
2 - Metodologia
Desta maneira, objetivando realizar o mapeamento das áreas propensas naturalmente a estes
fenômenos, gerou-se, através de uma metodologia básica, um “Mapa de Risco à Inundação”, levando
em consideração as altitudes da cidade de Belém-PA. Para isso, obteve-se a imagem da missão
SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) com resolução espacial (RE) de 90 metros e resolução
altimétrica (RA) de 16 metros, em seguida, foi realizada uma interpolação com os dados do
levantamento topográfico feito em 1998 pela CODEM, onde pode-se obter 30 metros de RE e 10
metros de RA, o que possibilitou a definição do limite das áreas de risco às inundações de uma
forma mais real.
Para que a tomada de decisão seja a mais precisa possível, extrapolou-se a cota máxima de
inundação para 8 metros, o que significa que de 0 a 8 metros de altitude pode ser alagado,
dependendo das intempéries. Entretanto, vale ressaltar que, nesse ensaio para se definir maior ou
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menor risco, não levou-se em consideração os fatores socioeconômicos, de saneamento e
pluviometria, necessários para um estudo mais amplo e complexo.
3 - Resultados
O resultado é mostrado nas figuras abaixo, em que é possível visualizar o limite territorial da cidade
de Belém. As manchas vermelhas representam as áreas propensas naturalmente a inundações e as
manchas vermelhas cortadas por linhas pretas, indicam as áreas sujeita a inundações por bairros da
cidade.
Por meio da espacialização das áreas vulneráreis a inundações, pode-se perceber que elas estão
localizadas majoritariamente nas áreas correspondentes a primeira légua patrimonial da cidade, como
também, nas áreas próximas a terrenos de marinha. A tabela abaixo mostra os 10 principais bairros
sujeitos as inundações na cidade.
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Figura 05: Bairros com maior risco as inundações
Porcentagem
Ranking Bairros
de risco (%)
1° Universitário 92,13
2° Jurunas 94,96
3° Telégrafo 95,19
4° Terra-Firme 97,56
5° Miramar 99,36
7° Barreiro 99,58
8° Condor 99,95
9° Sacramenta 99,98
4 - Conclusões
Conclui-se, portanto, que para que as políticas públicas sejam eficazes, é fundamental que as
autoridades públicas considerem as peculiaridades e particularidades naturais da cidade,
remanejando as pessoas das áreas propensas às inundações, além de garantir investimentos na
educação ambiental, visando diminuir a quantidade de despejo de lixo nos rios e igarapés de Belém e
buscar soluções de engenharia mais adequadas.
Vale ressaltar também que o município de Belém já devia ter em uma de suas secretarias um sistema
gerenciador de recursos hídricos, que tivesse a função de prognosticar escassez de água,
degradação de corpos hídricos, áreas de inundações e outros problemas pertinentes, para uma
tomada de decisão mais eficaz. Contemplando a complexidade desta problemática, que envolve um
vasto numero de variáveis, além da construção de um Sistema de Informação Geográfico (SIG)
capaz de condensar um amplo número de informações e prognosticar as áreas susceptíveis aos
riscos de inundações, imprescindíveis para uma gestão pertinente do território do município.
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5 - Referências Bibliográficas
BARBOSA, F. D. A. D. R. Medidas de Proteção e Controle de Inundações Urbanas na Bacia do Rio
Mamanguape/PB. Dissertação(Programa de pós-graduação em em engenharia urbana). João
Pessoa: UFPB/BC, 2006.
COSTA, E. B. D.; FERREIRA, T. A. Planejamento Urbano e Gestão de Riscos Vida e Morte nas
Cidades Brasileiras. OLAM - Ciência & Tecnologia, Rio Claro / SP, 10, Agosto - Dezembro 2010. 26.
SAUSEN, T. M. et al. Uso de geotecnologias para análise e avaliação dos prejuízos causados pelas
inundações no Rio Grande do Sul – Setembro de 2009 a Janeiro de 2010. Anais XV Simpósio de
Sensoriamento Remoto. Curitiba: INPE. 2011. p. 6050 - 6057.