Estudo de vibrações mecânicas e desbalanceamento

Edson Nascimento dos Santos

Ivan Ronald Serathiuk da Silveira
Jefferson Silva Gonçalves
Keyllor Pereira da Silva Surek
Vitória Régia Ramos Gonzales

Departamento de Engenharia / Unisociesc

LPI – Laboratório de Práticas Integradas
Professor Júlio César Secolo Ganacim

Resumo. Este relatório visa explorar os conceitos físicos que auxiliam na compreensão da
análise dos efeitos vibratórios em sistemas rotativos de máquinas. A extensão desses efeitos,
embora tenha sido conceituado de forma introdutória, em função da complexidade do tema,
proporcionou assimilação de algumas causas responsáveis pelo desbalanceamento em rotores de
bombas centrífugas.

Palavras chave: vibração, desbalanceamento, bombas centrífugas.

Desde então, outros estudiosos contribuíram

Introdução
Este trabalho tem por objetivo apresentar o
estudo das vibrações mecânicas em sistemas de
bombeamento, focando os motivos que causam
perturbações e quais os parâmetros utilizados para
realizar o balanceamento nos rotores.
Para isto, abordaremos uma análise conceitual
dos fenômenos físicos, movimentos oscilatórios,
ciclo dos movimentos (período de vibração),
amplitude vibratória, deslocamento da posição de
equilíbrio, grau de liberdade e dispositivo para
medição de vibração em bombas centrífugas.
Os parâmetros coletados são fundamentais para
analisar de forma eficiente os níveis de vibração em
elementos de máquinas, sendo necessário muitas
vezes, o uso de ferramentas computacionais para
melhor delinear um modelo de solução.
O modelo é gerado a partir da identificação das
variáveis responsáveis pelos danos. E para
solucionar problemas de vibração, tem-se aplicado
o balanceamento ativo nos rotores das bombas, que
por fim também acabam proporcionando um
aumento na confiabilidade do equipamento.
Os fenômenos de vibração podem ter origem
natural como, por exemplo, terremotos ou podem
ser provocados por forças externas devido algumas
características dos elementos envolvidos.
A interação da quantidade de energia entre
diferentes sistemas foi observada cerca de 570-497
a.C., pelo filósofo e matemático Pitágoras de
Samos, o qual elaborou os primeiros estudos e
registros empíricos de natureza vibratória.
Pitágoras estabeleceu um método de medir a
freqüência sonora. E através de suas experiências
provou que as freqüências naturais são propriedades
dos sistemas e que não dependem da magnitude das
forças atuantes (Andrew, 1955).
para o progresso e desenvolvimento das teorias de
vibrações, o que resultou no favorecimento de
soluções nos diversos campos da engenharia, como
por exemplo, em projetos de fundação, estruturas,
sistema de controle, sistemas com dutos, esteiras
transportadoras, turbinas, motores, entre outros.
Mas por outro aspecto este fenômeno é também
responsável por danos, e por esta razão o estudo de
seus efeitos é de suma importância para o
aprimoramento da cadeia produtiva.
Conceitos fundamentais
A introdução de alguns conceitos abordados
neste item tem o intuito de promover um melhor
entendimento e associação dos elementos físicos
que são requisitos para compreender a interação das
variáveis que influenciam os efeitos vibratórios.
O termo vibração facilmente nos remete a idéia
da existência de algum tipo de movimento, o qual é
responsável por uma determinada perturbação ou
desequilíbrio.
As abordagens conceituais das grandezas
escalares e vetoriais do movimento circular estão
relacionadas com os princípios das Leis de Newton.
De acordo com Halliday (2012), Newton
enunciou a segunda lei da seguinte maneira:
“A resultante das forças que atuam sobre um
corpo é igual ao produto da sua massa pela
aceleração com a qual ele irá se movimentar”
A figura abaixo representa o movimento de
rotação, onde a velocidade angular ω (rad/s) é a
razão do deslocamento angular ∆ϴ (rad) sobre um
intervalo de tempo ∆t (s), que aponta para o sentido
anti-horário, portanto seu deslocamento é positivo.

Figura 1 – Trajetória circular
A aceleração angular ac (rad/s²) é a resultante de
duas acelerações: a aceleração tangencial e a
aceleração centrípeta, sendo esta expressa pela
seguinte equação (Halliday, 2012):
ac = ω² / r (raio)
Equação 1 – Aceleração centrípeta
Sabendo que o movimento é executado por um
corpo e que por sua vez possui uma massa m (kg),
então é possível determinar sua força através da
aplicação da segunda lei de Newton, utilizando a
equação abaixo (Halliday, 2012):
Fc = m. ω².r (raio)
Equação 2 – Força centrípeta
É importante ressaltar que a segunda lei deve
apenas relacionar na soma vetorial as forças
atuantes sobre o corpo a ser analisado, não
admitindo forças exercidas por outros corpos.
O entendimento da distinção da primeira e
segunda lei é fundamental para a compreensão da
terceira lei, cuja é uma extensão das demais, sendo
conhecida como lei da ação e reação.
A terceira lei de Newton, segundo Halliday
(2012) tem a seguinte definição:
“Quando um corpo exerce uma força num
segundo corpo, este último reagirá sobre o
primeiro com uma força de mesma intensidade e
sentido contrário”.
A análise do movimento circular inclui o
período de revolução, podendo este, ser medido por
uma unidade de tempo T, ou seja, mede o tempo
gasto que o movimento leva para executar 01 (uma)
volta completa (360°).
Já a freqüência f, indica a quantidade de voltas
executadas pelo movimento por um determinado
tempo. As unidades correspondentes são Hertz
(ciclo por segundo) ou rpm (rotações por minuto).
São expressas pelas seguintes equações
(Halliday, 2012):
f = 1/T ou T = 1/f
Equação 3 – Freqüência e Período
Desta forma podemos concluir que a freqüência
é o equivalente ao inverso do período de revolução.
Outro conceito importante a definir é o da
energia cinética total e para isto, é preciso calcular
o momento de inércia que corresponde à letra I e
sua unidade corresponde a kg.m².
Esta grandeza é obtida pelo somatório das
massas de cada elemento do corpo rígido, que
multiplica pelo quadrado de sua distância em
relação ao eixo de rotação, conforme mostra a
equação (Halliday, 2012):
I = Ʃi. mi. r²i
Equação 4 – Momento de inércia
A energia cinética de rotação considera o
movimento de um corpo rígido, de geometria
variada girando em torno de um eixo. Podendo ser
classificada em energia cinética de translação e
energia cinética de rotação. De acordo com o
Sistema Internacional sua unidade é dada por
kg.m²/s e é expressa pela seguinte equação
(Halliday, 2012):
Krot = ½. I. ω²
Equação 5 – Energia cinética de rotação
O momento de inércia depende da localização
do eixo de rotação e há situações em que a massa
distribuída no corpo rígido pode não estar simétrica
ao ponto central do eixo, e caso isso ocorra,
podemos afirmar que, quanto mais distante a massa
fica com relação ao eixo, maior será o efeito de
desbalanceamento do movimento.
A figura a seguir exemplifica um corpo com
geometria de formato em barra, com rotação
centralizada e descentralizada em relação ao eixo.
Onde R representa a distância do eixo em rotação
em relação à posição da barra.
Figura 2 – Distribuição de massa em relação ao eixo
Outra conclusão é que, quanto maior o
momento de inércia, maior é a energia cinética do
corpo girando para uma dada velocidade angular.
A energia cinética equivale ao trabalho
realizado para movimentar um corpo desde o seu
repouso até a velocidade a considerar, sendo assim,
à medida que o momento de inércia aumenta torna-
se mais difícil de fazer o corpo se movimentar a
partir do estado de repouso, e mais difícil de fazê-lo
parar quando estiver em movimento rotacional.
Movimentos oscilatórios ou de vibração
O movimento oscilatório decorre das seguintes
variáveis: o período de tempo que o movimento
ocorre, a freqüência ou quantidade de ciclos
executados em uma unidade de tempo e a amplitude
máxima atingida.
A interação entre essas variáveis podem
proporcionar as seguintes classificações:

Nível de excitação livre e forçada;

Tipo de amortecimento.
Chamaremos de sistema aquilo que corresponde
a uma substância de trabalho a ser considerada,
portanto, um determinado sistema continua a vibrar
livremente após sofrer um impulso inicial e esta
definição é classificada como nível de excitação
livre.
Já a excitação forçada corresponde à influência
de forças externas repetitivas que atuam no
movimento, como no caso da bomba que é atuada
por motor.
Cada sistema capaz de vibrar/excitar possui uma
freqüência natural própria e se essas forças externas
atuantes convergirem com a mesma freqüência
natural, passa a ocorrer um fenômeno conhecido
como superposição de ondas ou ressonância, o qual
é responsável por alterar a energia do sistema
causando um aumento na amplitude do movimento
ao longo do tempo.
Os gráficos abaixo exemplificam a superposição
de ondas, onde a amplitude esta representada no
eixo das ordenadas e o tempo no eixo das abscissas:
Gráfico 1 – Freqüência natural do sistema
Gráfico 2 – Força externa periódica
Gráfico 3 – Aumento da amplitude (superposição)
Com relação ao amortecimento, as vibrações
classificadas como não amortecidas tem como
característica a conservação da energia. Se a
vibração tiver excitação livre significa que não
ocorrerá à diminuição da amplitude e o sistema
vibrará indefinidamente.
Se a vibração for do tipo forçada, a amplitude
poderá aumentar e conseqüentemente a energia
também (Soleto, 2006).
Já no caso das vibrações amortecidas, o sistema
perde energia devido o atrito, e se a excitação for
do tipo livre, a amplitude decai e o sistema pode
tender a posição de equilíbrio (Soleto, 2006).
Na vibração forçada, a amplitude pode ou não
diminuir, e essa variação depende da quantidade de
energia que a excitação repõe no sistema.
Grau de Liberdade
O grau de liberdade é fundamental para análise
de problemas de natureza rotacional e vibratória.
Este conceito integra a análise dimensional através
do uso das coordenadas.
A escolha da quantidade de eixos cartesianos a
serem analisados de um sistema, determina se será
unidirecional, bidirecional ou tridimensional. A
partir daí é possível começar a modelar o método
utilizado para delinear os tipos de soluções a serem
empregadas para um sistema com perturbação.
Os números de graus de liberdade podem variar
de acordo com a complexidade do sistema
mecânico analisado. Podendo ser denominado em
1, 2 ou n graus de liberdade.
Cada grau corresponde ao número de
coordenadas cinematicamente independentes que
são necessárias para descrever completamente o
movimento espacial em um determinado instante
(Soleto, 2006).
Este método de grau é capaz de produzir uma
análise reduzida das interferências em varias partes
do sistema real (Soleto, 2006).
Problemas com características diversas, como
por exemplo, a ressonância, a transmissão e o
balanceamento podem ser estudados através do
grau de liberdade.

Definição e classificação de bombas e rotores
Na agricultura antiga cerca de 1500 a.C, os
egípcios desenvolveram os primeiros mecanismos
que serviram para transportar água de um lugar para
outro (Wikipédia, 2018).
Com o tempo estes mecanismos evoluíram, até
que, o matemático grego Arquimedes criou a
primeira bomba hidráulica tipo parafuso, a fim de
atender o sistema de irrigação dos jardins verticais
da Babilônia em meados do século VII a.C
(Wikipédia, 2018).
Este tipo de bomba vem sendo utilizada ainda
nos dias de hoje, principalmente em áreas que
necessitam de estação elevatória de água e esgoto,
recirculação de lodo e bombeio de sólidos.
Fundamentalmente podemos definir bomba
como sendo uma máquina que recebe energia
potencial (força motriz de um motor ou turbina), e
transforma parte dessa potência em energia cinética
(movimento) e posteriormente em energia potencial
(pressão), e estas energias são transferidas ao fluído
que se deseja bombear (Mattos & De Falco, 1998).
O emprego de bombas ocorre em processos de
transferência em que um sistema necessita de
aumento de pressão do fluído e/ou ganho na
velocidade de escoamento.
As bombas são classificadas pela forma como a
energia é transferida ao fluído transportado ou pelo
tipo de aplicação.
Existem duas categorias de bombas disponíveis
no mercado: centrífuga e de deslocamento positivo.
Cada tipo de bomba pertence a uma determinada
categoria a depender do seu funcionamento.
Radial
Dinâmica ou
Fluxo Misto
Turbo-bomba (Centrífuga)
Axial
Pistão
Alternativa Êmbolo
Bombas
Volumétrica Diafragma
ou
Deslocamento
Engrenagem
Positivo Lóbulo
Rotativa
Parafuso
Palheta
Tabela 1 – Tipos de bombas
Embora a bomba centrífuga e a de deslocamento
positivo tenham em comum a utilização de força
mecânica para movimentação do fluído, ambas
possuem diferenças em seu princípio de trabalho,
funcionamento, coeficientes e desempenho.
Principais componentes de bomba centrífuga e
tipos de rotores
As bombas centrífugas essencialmente possuem
os seguintes componentes na sua construção:
O corpo ou carcaça, é a parte estacionária que
envolve o rotor, acondiciona e direciona o fluído
para a tubulação.
A voluta, que também é a parte fixa e se
assemelha ao formato de funil encurvado e tem a
finalidade de aumentar a área no ponto de descarga
do fluído.
O eixo de acionamento é a parte móvel e é
responsável por transmitir a força motriz ao qual
está acoplado o rotor, fazendo-o girar.
O rotor ou impelidor é o elemento rotativo e tem
o formato de disco provido de pás (palhetas) que
impulsionam o fluído e tem a função de transformar
a energia cinética (velocidade) em energia potencial
(pressão).
Dependendo da velocidade da bomba, o rotor
pode ser do tipo radial, semi-axial ou axial.
Radial Semi-Axial Axial
Figura 3 – Tipos de rotores
A seleção do tipo de rotor também depende das
condições do fluído a ser bombeamento.
O rotor radial ou fechado é mais adequado para
fluídos sem partículas em suspensão para evitar
risco de obstrução na palheta.
Para fluídos sujos ou viscosos recomenda-se o
uso de rotor semi-axial ou axial.
O semi-axial (fluxo misto) ou semi-aberto
possui uma parede no rotor e é recomendado para
fluídos sujos, aqueles que possuem partículas em
suspensão.
O axial ou aberto tende a ter melhor escoamento
para fluídos viscosos e também para aqueles que
possuem sólidos em suspensão. Este tipo de rotor
sofre mais desgaste na palheta.
Características das forças quanto ao movimento
do fluído no rotor
No rotor radial a energia cinética ocorre em
função da composição das forças centrifugas na
massa do fluído, ou seja, o fluído se movimenta do
centro para a periferia do rotor, no sentido
perpendicular ao eixo.
Este rotor possui bom desempenho quando se
deseja fornecer uma carga elevada ao fluído limpo
cuja vazão é relativamente baixa.
No rotor semi-axial uma parte da energia gerada
é proveniente da força centrífuga e a outra parte
devido à força de arrasto. O fluído neste caso se
movimenta na direção inclinada (diagonal) ao eixo
de rotação entre os ângulos de 90o e 180o.
No rotor axial a energia cinética é transferida à
massa do fluído exclusivamente por forças de
arrasto. Sendo assim, o fluído se movimenta no
sentido paralelo ao eixo de rotação.
Quantidade de rotores em bombas
Cada tipo de aplicação necessita de uma análise
diversificada de parâmetros para poder especificar
adequadamente uma bomba.
E quando se trata de bomba centrífuga podemos
estabelecer como parâmetro inicial, a capacidade de
pressão de trabalho que deve ser gerada para
atender a demanda do processo.
Segundo Mattos e De Falco (1998), esta pressão
define o número de estágios que a bomba deve ter
para trabalhar, e estes estágios são determinados
pela quantidade de rotores existentes.
As bombas de simples estágio (um rotor) são
comumente utilizadas em instalações que exigem
pressões baixas e/ou média. E apresenta como
vantagem um menor consumo de energia, melhor
relação custo-benefício e facilidade na manutenção.
Figura 4 – Bomba centrífuga de simples estágio
Já as bombas de múltiplo estágio possuem dois
ou mais rotores acoplados no mesmo eixo. E pelo
fato do acionamento ser proveniente de um único
motor, conseqüentemente gera economia de energia
elétrica se comparado a uma instalação que
contenha bombas em série.
Figura 5 – Bomba centrífuga de múltiplos estágios
Estas bombas são normalmente empregadas em
processos que necessitam gerar altas pressões com
maior rapidez, como por exemplo, em áreas de
saneamento cujas distâncias de bombeio são longas,
pressurização de poços de petróleo, alimentação de
caldeiras entre outras aplicações.
Princípio de operação e funcionamento de
bomba centrífuga
Para iniciar corretamente a operação de uma
bomba centrífuga é necessário que a válvula a
montante da bomba esteja aberta para que a
tubulação de sucção e a região de entrada da bomba
estejam preenchidas com fluído a ser bombeado.
Este primeiro procedimento recebe o nome de
escorva, que tem por objetivo substituir o ar que
fica no interior da região de sucção por fluído.
Ao ligar o motor que fica acoplado à bomba é
gerada uma energia de fonte motriz que movimenta
o rotor, que por sua vez começa a executar o
movimento de rotação.
Esse movimento cria uma baixa pressão na
sucção da bomba, mas o suficiente para transferir o
fluído para o próprio rotor.
Se a bomba não for escorvada, ao invés de ter
líquido no interior haverá ar, e neste caso a pressão
desenvolvida na sucção será muito pequena devido
à baixa densidade do ar. Isso pode originar vácuo
na entrada, o que naturalmente dificultaria o
deslocamento do fluído para o interior do rotor,
podendo ainda ocasionar no não funcionamento da
bomba.
Considerando que houve admissão de fluído no
rotor, as palhetas passam a acelerá-lo, aumentando
assim sua velocidade e desta forma é transferida a
energia cinética de rotação (velocidade) ao fluído,
como visto anteriormente.
Este fluído é encaminhado por toda extensão do
canal da palheta até atingir a região periférica,
também conhecida como zona de alta pressão. A
partir desse ponto o fluído acessa a voluta.
Como a voluta é a parte estacionária e possui
uma área transversal maior na face da descarga,
isso faz com que a velocidade do fluído diminua
causando uma desaceleração, permitindo que a
energia cinética seja convertida em energia
potencial de pressão.
Podemos dizer que as transformações de energia
acontecem em virtude de duas partes principais da
bomba, sendo o rotor e a voluta.
Assim sendo, a bomba centrífuga cumpre com
sua função que é gerar um ∆P, onde a pressão de
sucção é menor que pressão produzida na descarga;
e o aumento de vazão é compensado pelo aumento
de área na região da voluta (cônica), permitindo que
a velocidade de escoamento do fluído seja estável
na maioria dos casos.
No momento da partida da bomba, a válvula a
montante deve estar totalmente aberta conforme
descrito antes. Já a válvula de descarga deve ser
aberta gradualmente para evitar mudanças bruscas
na vazão, o que poderia ocasionar uma perda de
carga na sucção.
Outros fatores devem ser levados em
consideração no quesito de partida e operação de
bombas, porém este item limita-se somente aos
conceitos relacionados acima.
Problemas relacionados às bombas centrífugas
As bombas que deixam de atender ao processo
ou apresentam algum sintoma que resulta em risco
operacional necessita de manutenção.
Em alguns casos é possível realizar um
diagnóstico preliminar de falha, mas há situações
que requerem uma investigação mais detalhada para
determinar a causa.
As falhas possuem diversas naturezas e a do
tipo elétrica é a que representar menor dano.
Já os problemas hidráulicos ocorrem com maior
freqüência se comparando as do tipo elétrico e
mecânico. Se os defeitos não forem analisados
corretamente e tratados com rigor, estes podem
ampliar a magnitude do dano, podendo ainda
induzir as falhas elétricas e mecânicas.
As falhas mecânicas por sua vez, tendem a
serem sistemáticas devido à existência de diversos
elementos fixos e móveis que interagem entre si.
Os elementos mecânicos estão sujeitos a
diversas inconformidades, podendo ser defeitos de
fabricação, erros de montagem, dimensionamento
incorreto, lubrificação e vedação precária ou
inadequada, desgaste natural dos componentes, mau
uso, ausência de manutenção preventiva, entre
outros.
Os problemas relacionados abaixo são os mais
comuns e ocorrem com maior regularidade e podem
ser classificados como críticos por ocasionarem
perdas no processo e danos mais severos:

Vibração e/ou ruído,

Cavitação,

Vazamentos,

Perda de rendimento,

Aquecimento excessivo,

Consumo de potência acima do esperado.
Se as causas das falhas não forem detectadas em
sua origem, dificilmente a solução aplicada
corrigirá o problema. E se não for corrigido a vida
útil da bomba tende a diminuir e o custo de
manutenção tende a aumentar.
Os itens abordados a seguir, cercam em
específico a problemática dos efeitos de vibração e
possíveis soluções para o desbalanceamento nos
rotores de bombas centrífugas.
Possíveis causas de vibrações em bombas
Em geral, os fatores relacionados abaixo podem
desencadear vibrações em bombas:

Desalinhamento do acoplamento,

Desbalanceamento dinâmico do rotor,

Distância da periferia do rotor inadequada,

Rotor obstruído,

Eixo empenado,

Folgas excessivas,

Lubrificação deficiente,

Cavitação,

Rolamento danificado,

Mancal de rolamento com desgaste,

Atrito entre os elementos fixos e móveis,

Tubulação próxima à bomba não apoiada
corretamente em suportes,

Fundação mal dimensionada,

Chumbadores fora da especificação,

N.P.S.H. (Net Positive Suction Head)
disponível insuficiente,

Vazão abaixo do fluxo mínimo estável
(recirculação interna).
Dentre estas e outras causas é possível realizar
uma análise de vibração de acordo com cada
natureza, porém este estudo limita-se ao conteúdo
relacionado ao desbalanceamento.
Tipos de desbalanceamento e conseqüências
O termo desbalanceamento remete a noção de
desbalanço de massa ou má distribuição. É a
condição onde há desequilíbrio da distância cuja
massa é dividida.
Para compreender a relação dessa distância é
necessário identificar o centro da gravidade (CG)
do corpo, ou seja, é o ponto onde toda a força peso
pode ser equilibrada.
O desvio na distribuição de massa pode ser
caracterizado em três tipos, podendo ser, o
desbalanceamento estático, conjugado e dinâmico.
O desbalanceamento estático ocorre quando o
eixo de rotação do rotor é deslocado em relação ao
eixo de inércia, neste caso, a massa do rotor não se
encontra perfeitamente distribuída ao redor do eixo
de inércia.
Figura 6 – Desbalanceamento estático
Quando os eixos estão paralelos significa dizer
que o desbalanceamento, o deslocamento está em
um único plano.
Como visto anteriormente, quanto maior for o
momento de inércia do corpo, mais difícil se torna a
condição de alterar seu estado. Seja esta condição
tendendo a uma redução na velocidade até alcançar
o momento de repouso ou, seja a condição inversa,
onde o corpo tende a aumentar sua velocidade.
E para diminuir ou eliminar o desbalanceamento
estático é necessário deslocar o eixo de rotação em
direção ao centro da gravidade, e para isto, é
necessário adicionar ou remover certa quantidade
de massa ao corpo a ser balanceado.
Quando essa massa é aplicada ao corpo faz com
que, o distanciamento do centro de gravidade
atenue em função da força radial, que têm a mesma
proporção em módulo da força causadora do
desvio, mas em direção contrária.
No caso do desbalanceamento estático a massa
atribuída deve ser aplicada em apenas um ponto.
A problemática do distanciamento dos eixos e
desvio de massa do desbalanceamento estático se
assemelha em relação ao desbalanceamento
conjugado e dinâmico, porém ambos possuem
algumas particularidades quanto à posição.
No desbalanceamento conjugado o eixo de
rotação pode intersectar o eixo de inércia no centro
da gravidade e diferentemente do estático, este se
encontra em posição angular.
Figura 7 – Desbalanceamento conjugado com intersecção do CG
Outro modo que o conjugado pode se apresentar
é mantendo a posição angular entre os eixos e com
o centro da gravidade deslocado. Conforme figura
abaixo.
Figura 8 – Desbalanceamento conjugado sem intersecção do CG
Neste tipo de desbalanceamento as forças são de
origem externa, podendo ser geradas através dos
mancais, portanto são forças paralelas e possuem
mesma magnitude. São forças resultantes da reação,
conforme declara o teorema da terceira lei de
Newton.
Já o desbalanceamento dinâmico é a
combinação do estático e conjugado, e ocorre em
dois planos. Desta forma o deslocamento dos eixos
se manifesta em mais de uma coordenada do plano
cartesiano e não são paralelos.
O centro da gravidade pode ou não intersectar o
eixo de rotação, conforme demonstrado nas figuras
a seguir.
Figura 9 – Desbalanceamento dinâmico em dois planos com
intersecção do CG
Figura 10 – Desbalanceamento dinâmico em dois planos sem
intersecção do CG
A atribuição da massa como fator de correção
neste tipo de desbalanceamento tem como
igualdade com relação aos demais, de ser somente
aplicado nos planos perpendiculares ao eixo de
rotação.
Este tipo de desbalanceamento é freqüentemente
observado em rotores de corpos rígidos. Pois um
rotor que esteja em operação é capaz de produzir
diversos tipos de energia as quais se propagam para
o elemento de transmissão e outras partes do
conjunto da bomba.
É comum que a amplitude das vibrações seja
influenciada por outras forças e fatores, como a
massa da carcaça, mancal e seus elementos
internos, rigidez da estrutura de suportação, tipo da
fundação, proximidade da velocidade de operação
congruente as freqüências ressonantes de outros
elementos.
Os efeitos da vibração por desbalanceamento
dependendo da sua magnitude pode gerar danos
severos em máquinas rotativas num geral.
Estes desvios podem ocasionar redução da vida
útil da bomba, comprometimento da qualidade do
produto devido às falhas na operação, colapso
mecânico, suspensão do processo fabril, riscos
quanto à segurança do trabalho e até mesmo
degradação do meio ambiente dependendo da
instalação.
Portanto é essencial realizar de forma correta a
identificação das causas que provocam vibrações
em um sistema.
Medição de vibração
O método de medição de vibração é o processo
pelo qual as falhas dos elementos móveis são
identificadas a partir da taxa de variação das forças
dinâmicas resultantes.
No caso dos rotores, quando estão em
movimento não é possível determinar as falhas
exatas dos pontos de desvios de massa, até porque o
desgaste do rotor se dá por diversos fatores.
Mas é possível determinar as forças radiais e
axiais que o rotor transmite para os mancais,
carcaça e outros componentes.
O desenho abaixo expressa de forma
simplificada a direção dessas forças atuantes em
coordenadas tridimensionais. Onde F representa a
direção do esforço ou força, e M o momento ou
magnitude da força aplicada ao sistema rotacional.
Figura 11 – Coordenadas dos esforços
É fundamental que os pontos escolhidos para
realizar as medições sejam conservativos, ou seja,
as coletas de sinais preferencialmente devem ser
feitas sempre no mesmo local do equipamento.
A tomada de medição deve estar localizada num
ponto rígido e próxima da fonte de excitação. Esta
condição é importante para que haja menor
influência da impedância mecânica sobre o sinal a
ser medido.
Para o desbalanceamento a técnica de medição
de vibração ocorre nas direções dos três eixos do
plano cartesiano, pois permite um diagnóstico mais
preciso das fontes de excitação.
Por exemplo, as medições provenientes dos
rolamentos e engrenagens geralmente são
orientadas na direção da carga, sendo na direção
radial.
A figura abaixo exemplifica alguns pontos
convencionais de medição do conjunto motor-
bomba.
Figura 12 – Pontos de medição (sensores – cor vermelha)
Basicamente existem três tipos de princípios de
medição de vibração:

Sensores eletrodinâmicos: são capazes de
detectar vibrações com freqüências
superiores a 3 Hz.

Sensores piezelétricos: são capazes de
detectar vibrações com freqüências
superiores a 3 Hz.

Sensores indutivos: do tipo não intrusivo e
detectam tanto o deslocamento estático
quanto e dinâmico.
Outro dispositivo essencial para o processo de
medição são os analisadores. Podem ser do tipo
conciliador com filtro, onde é fornecido um
percentual constante de gama ou pode ser do tipo
espectro em tempo real.
Os analisadores são equipamentos inteligentes,
microprocessados e possuem um sistema
embarcado para análise computacional.
Sendo eles, responsáveis pela integridade do
sinal coletado e emitido. Dentre diversas funções,
destacam-se as comparações de espectros e
determinação do fator de correção da velocidade de
rotação.
Método de análise de balanceamento
O balanceamento dinâmico pode ser aplicado
em rotores de cilindros, exaustores, pás de
ventiladores, acoplamentos, rotores de acesso
fechado com pratos de compensação, turbinas e
bombas.
Para executar o balanceamento é importante ter
acesso aos relatórios de desvios e manutenção, para
poder efetuar um estudo de comportamento quanto
à rotina, níveis normais e críticos de operação.
Além disso, é necessário conhecer o projeto da
bomba através do data sheet, onde as informações
específicas de fabricação do equipamento estão
contidas, como por exemplo, as dimensões e massa
do rotor.
Outra informação relevante são as faixas de
ressonância da bomba, assim, ao implementar o
balanceamento dinâmico é possível evitar a
superposição da amplitude e ângulos das fases de
vibração em função da rotação.
No balanceamento dinâmico a análise vetorial
das forças resultantes nos dois planos como visto
anteriormente, é vital para proceder com sucesso à
colocação das massas corretoras do desbalanço.
Estes fatores de análise e correção têm sido cada
vez mais precisos, devido o uso de equipamentos
eletrônicos de alta confiabilidade por apresentarem
as seguintes características:

Balanceamento em qualquer rotação;

Correção das leituras de forças dos planos
dos mancais para os planos de
balanceamento;

Apresentação do resultado em gramas para
as massas corretoras;

Indicação de posição angular de correção
em graus - 0° a 360°;

Divisão da massa em posições possíveis de
correção;

Indicação de posição do rotor “parado”;

Os rotores balanceados são catalogados
para montagem de banco de dados, entre
outros.
Além dessas características é possível realizar
um diagnóstico exato para determinar se é
necessário realizar uma intervenção urgente ou não.
Como cada componente mecânico possui
freqüência própria e reagem de forma diferente
quanto às excitações; o método escolhido para a
análise de vibração deve ser específico ou
conjugado em muitos dos casos.
Os métodos para os diagnósticos são variados e
estão expressos a seguir:

Análise FFT (Fast Fourier Transform):
usada na detecção dos defeitos mais
freqüentes em máquinas. Por exemplo,
desalinhamento e desequilíbrio;

Medição da fase: é usada juntamente com
a análise FFT, para diferenciar defeitos da
máquina, como, desalinhamentos e
desbalanceamento;

Análise de ordem: variante da análise FFT,
é usada em máquinas com rotação
variável. No espectro é avaliado o
múltiplo da rotação em vez da freqüência;

Análise da envoltória: aplicada no
diagnóstico de danos em engrenagens e
rolamentos radiais.

Sinal temporal: adequado para a análise do
sinal medido e para a detecção de
flutuações e transientes.

Análise de ressonância: aplicada na
identificação de freqüências próprias e
vibrações naturais de uma máquina ou
estrutura. Este método inclui teste de
impacto, registro da curva de aceleração e
desaceleração e obtenção de linhas
dinâmicas de um eixo.
Vantagens do balanceamento

Redução de falhas;

Informação sobre as causas dos defeitos;

Localização dos componentes afetados;

Redução na interrupção do processo
operacional;

Planejamento do tempo de manutenção da
bomba;

Diminuição dos custos de manutenção;

Redução de estoque e sobressalentes;

Aumento da vida útil do equipamento.
Estudo de caso
Os próximos itens descrevem exclusivamente o
estudo de caso, exceto o item de conclusão.
Visão geral do processo
As diversas aplicações de sistema de exaustão
de pó estão nos setores industriais de papel e
celulose, siderúrgicas, caldeirarias, fundições,
usinagem, transportes e produções de grãos,
fertilizantes, farmacêuticas, madeireiras, energia,
portos e terminais de transbordo, entre outros.
Todos estes setores possuem, em seu processo
produtivo, máquinas e movimentações que geram
contaminantes no ar, e estes necessitam ser tratados
para serem lançados à atmosfera.
O estudo apresentado refere-se à empresa de
fundição WHB Fundição.
Os próximos itens mostram o que acontece
numa empresa siderúrgica no qual ocorrem vários
processos que contaminam do ar, como por
exemplo, os transportes de areia nova e areia verde,
transportes de aditivos complementares para o
processo de moldagens das peças, movimentação
de caminhões e máquinas para o apoio da produção.
Os fornos de indução do processo de fundição
também exalam pó e, portanto, se faz necessário a
adição de um sistema para tratamento do ar.
Todos esses processos geram um excesso de
particulado no ar, ficando responsável o exaustor de
pó de realizar a limpeza do ar para poder devolver a
atmosfera.
O exaustor desempoeirador do tambor de
desmoldagem tem função de retirar o excesso de
areia que foi usada para preparar o molde de uma
determinada peça.
Ao fundir e encher esses moldes com metal
fundido, o processo passa para o resfriamento
natural. Esses moldes são retirados da areia e esse
processo acontece no interior do tambor de
desmoldagem gerando uma grande quantidade de
particulados na ambiente fabril.
No estudo sobre vibração no rotor do exaustor
do tambor de desmoldagem e pelas imagens
recolhidas percebemos o excesso de umidade do
local onde a sucção acontece. E por conseqüência
gera desgastes nas pás por oxidação e reduz a
resistência mecânica da mesma.
Nas imagens ainda podemos observar que as pás
do rotor não estão uniformes, e isso acontece
devido ao ar estar com excesso de umidade e
particulados que aceleram a oxidação.
Com a ausência dos filtros e excesso de
umidade, o rotor após um tempo de trabalho
apresenta desbalanceamento e desgastes prematuros
em sua estrutura e complementos, tais com; eixo,
buchas e rolamentos. Elevando assim, o preço da
manutenção ao ponto de superfaturar o orçamento
anual estimado.
Após uma analise técnica com acompanhamento
de softwares para avaliar a umidade do ar
(higrômetros) no local de sucção, constatou-se
excesso de umidade e isso acelerou
progressivamente a oxidação das pás do rotor,
gerando uma vibração acima do especificado pelo
fabricante do exaustor de desempoeiramento.

Mancal de rolamento com manutenção
deficiente, com buchas/e/ ou rolamentos
desgastados, causando folgas demasiadas e
conseqüente vibração;

Rotor centrífugo utilizado em bomba
centrífuga para aspiração de poeiras e
fumos pertencente ao eixo motriz da polia
indicada na Figura 13:

Ficha técnica do exaustor de desempoeiramento

Vazão 90000m³/h
Pressão estática 315 mmCA
Potencia consumida 140,7 BHP
Rotação 1110 rpm
Temperatura do gás 70/90 °C
Acionamento motor elétrico
Potencia de acionamento 75 CV
Números de pólos 6
Freqüência 60 Hz
Figura 14 – Rotor de aspiração
Tensão 220/380V
Carcaça 315 S/M

Haletas de movimentação (de particulados
Tabela 2 – Dados do exaustor suspensos no ar) com desgaste oriundo de
umidade excessiva do ar causando assim
Relação de problemas detectados corrosão por oxidação;
Antes de se fazer uma elaborada análise de caso,
é necessário que se faça a correta identificação dos
problemas ocorridos, como defeitos e quebras de
peças e componentes.
Problemas identificados:

Polia Poli “V” motriz do rotor (conectada

ao rotor por eixo de mancal) apresenta
fraturas em sua superfície usinada.
Possíveis problemas para que esta tenha
dado defeito:

Figura 15 – Haletas de movimentação

Rotor com regiões que apresentam

esmagamentos e áreas amassadas causadas
possivelmente por balanceamento
inadequado, e causando assim vibrações
no sistema rotativo;

Figura 13 – Poli “V”

Correia Poli “V” esticada demasiadamente,

causando assim desgaste prematuro do
mancal de rolamento que faz a fixação do
eixo deste e causando desvio geométrico
do centro de referência do eixo do mancal
com o próprio mancal; Figura 16 – Haletas de movimentação

Outra hipótese que pode ser considerada é
o fato do eixo mancal trabalhar
desalinhado;

Defeitos causados também por abrasão das
chapas metálicas do rotor pelas partículas
suspensas no ar;

Vibrações ocorrentes do piso, devido ao
tráfego pesado de veículos nas ruas
próximas;

Se piso foi isolado adequadamente para
absorção de vibrações;

Eixo empenado, causando desalinhamento
da centróide do rotor e da polia;

Rotor excêntrico, causado pelo
deslocamento geométrico do centro do
rotor em relação ao centro de gravidade
deste.
Definição de problemas
Para a mitigação dos problemas apresentados
neste caso são necessárias algumas etapas de estudo
das causas tais como:
De ordem normativa:

As polias e eixos devem apresentar
alinhamento geométrico satisfatórios, que
atendam requisitos técnicos indicados por
fornecedores do mancal e polia em questão
(Figura 13).

Verificar as condições de processo, se
não estão fora dos requisitos considerados,
como se secadores de ar são insuficientes e
ineficientes, filtros de mangas não são
suficientes e se são observados com
freqüência.

Verificar se a montagem dos componentes
será feita de forma correta;

Inserir calços específicos anti-vibração em
todos os equipamentos que tiverem
dissipação de vibrações, e para que estes
não recebam vibrações do piso;

Utilizar de componentes como
acoplamentos de eixo para que a polia e o
rotor trabalhem com eixos separados. Este
elemento de união é capaz de absorver
desalinhamentos e vibrações. Assim não
transmite vibração de uma peça à outra.

Falha relativa ao projeto de engenharia se

está adequado ou não, se não possui
inconsistências;

Se as premissas do projeto foram
atendidas;

Se o processo não foi
“superdimensionado” aumentando assim a
exigência sob os componentes
pertencentes ao sistema e diminuindo Figura 17 – Instalação de bomba
conseqüentemente a vida útil dos
componentes empregados e especificados
O correto balanceamento do rotor, polia e
pelo projeto; eixos.

De caráter preditivo:

A fabricação e a montagem dos

componentes envolvidos foram feitas
corretamente, conforme requisitos de
projeto e fornecedores;

O plano de manutenção dos componentes é
seguido conforme orientações técnicas;

Se as condições do processo seguem
requisitos ideais necessários para que os
componentes integrantes de todo o Figura 18 – Balanceamento
conjunto desempenhem suas funções
conforme especificado e com sua vida útil A vibração causada pelo desbalanceamento
ideal. aumenta a carga dinâmica nos mancais de suas
máquinas, aumentando seu desgaste e resultando
Resolução dos problemas numa menor vida útil. Causa ainda fraturas por
fadiga, podendo quebrar peças girantes,

O rotor deve ser construído de forma a
especialmente se sua máquina passa por freqüências
atender as condições de processo.
ressonantes.
Conforme mostrado acima o elemento não
apresenta resistência mecânica adequada
para tal trabalho;
 quando o centro da gravidade da massa não
Fatores que afetam a vibração coincide com o eixo de rotação.
Identificar corretamente os níveis de

Desbalanceamento de partes rotativas e desbalanceamento e outras fontes geradoras de
balanceamento do rotor;
falhas é uma condição imprescindível na solução de

Freqüência natural e ressonância;
problemas relacionados à operação e manutenção.

Ressonância transmitida pelos dutos.
Os métodos de análises de vibração têm
Quando pulsações de pressão induzidas
apresentado maior eficiência e confiabilidade nos
pela bomba são refletidas pelo sistema de resultados, devido à utilização de equipamentos
tubulações a adicionadas em fase ao pulso eletrônicos.
da fonte, a amplitude do pulso é
Estes equipamentos são capazes de realizar um
aumentada. Altas pressões resultantes
levantamento detalhado das ocorrências e estes
podem causar falhas mecânicas tanto na
dados de entrada, servem para realizar as
tubulação quanto nos componentes da
comparações com os parâmetros que garantem o
bomba, podendo gerar níveis de ruídos bom funcionamento do equipamento.
inaceitáveis e causar vibração dos Embora estes dispositivos apresentem grande
componentes do sistema.
precisão na relação dos parâmetros avaliados, às
vezes, isto não basta para concluir uma analise de
A experiência tem mostrado que as seguintes
correção, pois a fonte geradora da falha pode estar
medidas podem provar ser efetivas na correção da
no processo.
ressonância hidráulica:
No estudo de caso apresentado fica evidente que
o desbalanceamento no rotor do desempoeirador

Modificar a tubulação ressonante;
ocorreu pela ausência de um sistema filtrante.

Alterar a rotação da bomba;
A solução deste problema pode estar

Mudar as características internas de
relacionado na instalação de filtros à montante do
projetos da bomba;
desempoeirador, com isso haveria redução da
umidade do ar e dos particulados aspirados, que
Modificações na bomba, tubulação ou estruturas
conseqüentemente diminuiria a oxidação do rotor.
de suporte que não mudam a resposta da pulsação
(freqüência natural hidráulica) do sistema
bomba/tubulação não corrigirão a condição
Referências
ressonante.
[1] Andrew D. Dimarogonas, “Vibration for
Perturbação hidráulica
Engineers” 1955. Prentice Hall.
A seguir está uma lista de algumas perturbações [2] Halliday, Resnick, Walker, “Fundamentos
hidráulicas: de Física – Mecânica” 2012. LTC.
[3] Halliday, Resnick, Walker, “Fundamentos

Recirculação e forças radiais em vazões de Física – Gravitação, Ondas e Termodinâmica”
baixas; 2012. LTC.

Separação do fluido em altas vazões; [4] Soleto Jr, França “Introdução às Vibrações

Cavitação devido a problemas com NPSH; Mecânicas” 2006. Blucher.

Perturbações na vazão na entrada da [5]https://pt.wikipedia.org/wiki/Bomba_hidráuli
bomba devido a inapropriado projeto; ca#História

Sólidos particulados colidindo com a [6] Mattos & De Falco “Bombas Industriais”
bomba e causando desbalanceamento. 1998. Interciência.
[7] Arco-Verde, Melquesedeque Melo
Conclusão “Identificação de Falhas em Sistemas Rotativos
Empregando Técnicas Não-Lineares” 2008.
Este relatório teve por objetivo elucidar os
princípios físicos, sobretudo as leis de Newton,
principalmente as que envolvem os conceitos de
ação/reação e sistema conservativo de energia, com
o propósito de auxiliar a compreensão da dinâmica
que acontece nos elementos mecânicos.
O desenvolvimento do estudo teve como base a
relação dos efeitos de vibração em rotores de
bombas centrifugas.
Em máquinas rotativas é comum que o maior
apontamento das falhas mecânicas por vibração, se
dê devido ao desbalanceamento. E isso ocorre