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Fundamentos sobre Tratamentos

Térmicos dos Aços

Prof. Dr. Dalmarino Setti

Larsson (1996)
UTFPR – DAMEC-PB

Conceito de Tratamento Térmico

Tratamento Térmico de um metal ou liga é um


processo tecnológico, e inclui operações
controladas de aquecimento e resfriamento,
conduzidas com o objetivo de alterar a
microestrutura do metal ou liga, e que, resultam
na obtenção das propriedades requeridas.
(Kopeliovich, 2010)

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Transformações Fase Liga Fe-C

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Princípio Básico Tratamento Térmico dos Aços

A transformação da Austenita (Fe-, Fe CFC) das


Ligas Ferrosas (Aços e Ferros Fundidos) em
outras fases e microestruturas é uma das
bases mais importantes do tratamento térmico
destas ligas.

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Princípio Básico Tratamento Térmico dos Aços

Diferentes fases e microestruturas formadas a


partir da Austenita são obtidas por diferentes
mecanismos (formas e taxas de resfriamento).

Diferentes fases e microestruturas obtidas a partir


da Austenita geram diferentes propriedades
nos componentes tratados termicamente.

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Decomposição da Austenita

 Ferrita alotriomórfica (alotromorfa)


 Ferrita Widmanstätten
 Perlita (Ferrita + Cementita) em colônias.
 Bainita (Ferrita + Cementita) em placas.
 Martensita
 Martensita Revenida

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Fases das Ligas Fe-C

a) Austenita - Ferro- (CFC)


b) Ferrita - Ferro-α (CCC)
c) Martensita (TCC)
7 d) Cementita (Ortorrômbica) – Fe3C
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Ferrita Alotriomórfica (Alotromorfa)

 Ferrita alotriomórfica (alotromorfa) se forma em


uma ampla faixa de temperaturas no campo -.
 A nucleação desta fase ocorre inicialmente
paralelamente ao contorno de grão austenítico.
 Na ferrita idiomorfa a nucleação ocorre sem o
contado com o contorno de grão austenítico.
 A nucleação tende a ser heterogênea
normalmente em uma inclusão não metálica.
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Ferrita Alotriomórfica (Alotromorfa)

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Ferrita Alotriomórfica: Aço Fe-C-Si-Mn

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Ferrita Widmanstätten

 A Ferrita Widmanstätten tem morfologia de


placas laterais.
 A formação da Ferrita Widmanstätten ocorre a
temperaturas abaixo da ferrita alotriomórfica.
 A nucleação da Ferrita Widmanstätten primária
ocorre no contorno de grão austenítico.
 A nucleação da Ferrita Widmanstätten
secundária ocorre a partir da ferrita alotriomórfica.

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Ferrita Widmanstätten

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Ferrita Widmanstätten: Aço Fe-C-Mn

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Perlita

 Perlita é uma microestrutura em colônias formada


por uma mistura lamelar de ferrita e cementita.
 A Perlita se forma a partir da austenita em regiões
onde preexiste ferrita alotriomórfica (interface de
alta energia)
 O espaçamento das lamelas diminui com a
redução da temperatura de transformação.
 A formação de perlita pode ser adequadamente
prevista pelo diagrama de equilíbrio Fe-C.
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Perlita

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Perlita

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Bainita

 A microestrutura bainita é constituída por um


agregado de placas (ripas) de ferrita com
carbonetos separada por filme fino de
austenita, martensita ou cementita.
 As ripas de ferrita formam feixes.
 A transformação bainítica ocorre abaixo da
reação perlítica e acima da transformação
martensítica.
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Bainita

 A bainita pode ser superior formada a


temperaturas acima de 350º C e a bainita inferior
formada a temperaturas abaixo de 350º C.
 Fe3C é o carboneto na bainita superior.
 Fe2,4C () é o carboneto na bainita inferior.

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Bainita

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Bainita

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Bainita

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Bainita

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Martensita

 A martensita é formada pelo resfriamento com


taxa adequada para inibir a decomposição da
austenita em ferrita e cementita.
 A formação de martensita ocorre por
cisalhamento de planos e não por difusão como
na perlita.
 A transformação ocorre instantaneamente a partir
do momento que a temperatura de Mi é atingida.
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Martensita

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Martensita

 Se o resfriamento acabar entre Mi e Mf, um certo


teor de austenita pode estar presente na
microestrutura. (austenita retida).
 A martensita distorce a rede cúbica do ferro
causando um alongamento do plano c.
 A martensita tem estrutura cristalina tetragonal de
corpo centrado.
 A martensita é uma fase de alta dureza e
25 resistência mecânica. (depende % C).
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Martensita

Distorção de Bain

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Martensita

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Martensita

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Martensita Revenida

 A formação de martensita causa aumento de volume,


gerando elevadas tensões na microestrutura.
 Apesar da elevada dureza e resistência mecânica da
martensita(com teor de carbono adequado) a sua
resiliência e tenacidade são inadequadas para
aplicações práticas.
 O revenido é um aquecimento realizado após a
formação da martensita para promover o alívio das
tensões.
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1º Estágio do Revenido

 No 1º estágio do revenido (100-200ºC). Ocorre a


formação de carbeto (Fe2,4C) a partir da
martensita.

 A martensita neste estágio encontra-se


supersaturada e pode sofrer mais decomposição
com aquecimento a temperaturas mais elevadas.

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2º Estágio do Revenido

 No 2º estágio do revenido (200-350ºC). Ocorre a


decomposição da austenita retida em ferrita e
cementita.

 A eliminação da austenita retida é importante


para preservar a tenacidade, pois sob tensão a
austenita retida se transforma em martensita.

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3º Estágio do Revenido

 No 3º estágio do revenido (250-750ºC). A


cementita precipita dentro da martensita.

 Com a formação da cementita o carbono é


removido da solução sólida e a tetragonalidade
da martensita é perdida.

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4º Estágio do Revenido

 No 4º estágio do revenido (acima de 700ºC). As


altas temperaturas levam a formação de
carbetos estáveis de elementos de liga como
M7C3 e M23C6.
 Nos aços com Cr, V, Mo e Ti estes carbetos
estão associados com aumento de dureza é o
chamado endurecimento secundário.
 A precipitação destes carbetos leva dissolução
da cementita.
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Formação da Austenita

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Formação da Austenita

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