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129 p. il.
ISBN: 978-85-8210-022-6
CDU 556.18(815.1/815.2)
EQUIPE TÉCNICA – IGAM EQUIPE TÉCNICA – IEMA
Responsável Técnico Eng. Agro. Luiz Antônio Barros Agência Nacional de Águas – ANA
Eng. Percival Ignácio de Souza Geógr. Márcia Couto de Melo Nelson Neto de Freitas
Adv. Márcia Laene de Andrade Pinto Ney Maranhão
Coordenação Técnica Eng. Geól. Marcos Bartasson Tannus
Eng. Agr. Alexandre E. de Carvalho Biól. Maria C. Grimaldi da Fonseca Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM
Eng. Henrique Bender Kotzian Econ. Otávio Pereira Célia Maria Brandão Froes
Eng. Paulo Maciel Junior Eng. Hídrico Rafael Neves Merlo Lilian Marcia Domingues
Eng. Agro. Renata del G. Rodriguez
Equipe Técnica Biól. Rodrigo Agra Balbueno Instituto Estadual de Meio Ambiente do Espírito Santo – IEMA
Let. Alexandra Sílvia Rezende Eng. Agr. Rudimar Echer Aline Keller Serau
Eng. Civil Alice Castilho Eng. Civil Sandra Sonntag Mônica Gonçalves
Econ. Anna Adélia Ayres Penna Geógr. Silvia R. de Almeida Magalhães
Eng. Civil Carlos Alves Mees Econ. Tania Maria Zannete
Eng. Quím Ciomara R. de Carvalho Eng. Amb. Tatiana Alvim Bracarense
Geól. Cláudio Neto Lummertz Eng.Vinicius Roman
Eng. Cristiane Peixoto Vieira Geógr. Yash Rocha Maciel CBH DOCE Daniela Martins Cunha
Geógr. Dalila de Souza Alves Biól. Willi Bruschi Joema Gonçalves de Alvarenga Luiz Antônio Sabino
Sociólogo Eduardo Audibert Estag. de Geologia Allan Buchi Francisco Hermes Lopes
Biól. Fábio S. Vilella Estag. de Geologia Luiza Werneck Gilse Olinda Moreira Barbieri CBH MANHUAÇU
Eng. Agr. Fernando Setembrino Meirelles Estag. de Eng. Quím. Fabrícia M. Gonçalves Isaura Pereira da Paixão
Jorn. Ivan Gonçalves Mendes Estag. de Jornalismo Rodrigo M. Chaves CBH PIRANGA Maria Aparecida Salles Franco
Eng. Geól. João C. Cardoso do Carmo José Adalberto de Rezende Paulo Roberto Vieira Corrêa
Econ. João Santiago Baptista Neto Acompanhamento e Fiscalização do Márcio Motta Ramos
Adv. José Maria A. M. Dias Contrato - IGAM CBH GUANDU
Eng. José Nelson Almeida Machado Célia Maria Brandão Fróes CBH PIRACICABA Cleres de Martins Schwambach
Geól. Juliana de Resende Fabião Polynice Rabello Mourão Júnior Valdete Soares dos Santos
Lilian Márcia Domingues
Eng. Civil Julio Fortini de Souza Cláudia Diniz Pinto Coelho Jose Maria Barbieri Borlote
Maria Cândida Oliveira Bello Correa
Rômulo Ramos Corgosinho CBH SÃO JOSÉ
Andréia Ruas das Neves
CBH SANTO ANTÔNIO Luiz Mauro Pereira de Souza
Leonardo Mitre Alvim de Castro Patrick Pallasi da Silva
Mário Augusto Cintra Ramos Virgínia Duarte de Lucena
Carlos Humberto de Oliveira Cruz Vera Lúcia Miranda Guimarães
Maria do Socorro Hemétrio Caldeira Maria Aparecida Quiuqui de Abreu
Rejane Beatriz Mendes
CBH SANTA MARIA DO DOCE
CBH SUAÇUI Aliamar Comério
Paulo Célio de Figueiredo Paola Alfonso Lo Mônaco
Maria Helena Batista Murta
Waleska Bretas Armond Mendes
CBH CARATINGA
João Alves Filho
Leopoldo Loreto de Charmelo
GRUPO TÉCNICO DE
ACOMPANHAMENTO – GAT LISTA DE
FIGURAS
Coordenação do GAT Figura 1 Localização da bacia do rio Doce. 21
Nelson Neto de Freitas – Agência Nacional
Figura 2 Unidades de análise da bacia do rio Doce. 22
de Águas
Figura 3 Crescimento populacional nas unidades de análise da bacia
Colaboradores Externos do rio Doce, de 1980 a 2007. 25
Achilles Monteiro – Serviço Geológico do Figura 4 Composição do PIB por unidade de análise na bacia do rio Doce. 26
Brasil (CPRM)
Celso Dutra – Ministério da Integração Figura 5 Hidrelétricas e PCHs na bacia do rio Doce. 28
Luis Claudio Figueiredo – VALE S.A. Figura 6 Biomas na bacia do rio Doce. 29
Marcio de Oliveira Cândido – Serviço
Geológico do Brasil (CPRM) Figura 7 Áreas prioritárias para a conservação na bacia do rio Doce. 30
Marcio Coury – RURALMINAS Figura 8 Uso do solo na bacia do rio Doce. 31
Paulo Diniz – Operador Nacional do Sistema
Figura 9 Uso e cobertura do solo por unidade de planejamento na bacia do rio Doce. 32
Elétrico
Renato Santana – Empresa de Pesquisas Figura 10 Precipitação média anual na bacia (1961 a 1990). (Fonte: IGAM, 2008) 33
Energéticas Figura 11 Disponibilidade hídrica superficial por sub-bacia. 33
Maria Aparecida do Nascimento – CBH
Caratinga Figura 12 Vazões específicas médias (qMLT) na bacia do rio Doce. 34
Kleber Rodrigues - CBH Caratinga Figura 13 Principais usos outorgados na bacia do rio Doce 35
Anismara Florêncio – CBH Piracicaba
Figura 14 Percentual de demanda hídrica por tipo de uso. 36
Flávia Cabral Senna – CBH Pirang
Figura 15 Parâmetros de análise de qualidade da água na bacia
do rio Doce – coliformes termotolerantes. 37
Figura 16 Distribuição da vazão específica na bacia do rio Doce com base nos poços
tubulares inventariados. 38
Figura 17 Enquadramento no âmbito do plano para o rio Doce e principais afluentes. 40
Figura 18 Retirada projetada total por cenário na bacia do rio Doce (2006-2030). 41
Figura 19 Saldo hídrico para o Cenário Tendencial (2030) 43
Figura 20 Classificação em termos de Coliformes Termotolerantes considerando
a vazão de diluição como sendo a Q95 no Cenário Tendencial (2030) 44
LISTA DE SUMÁRIO
QUADROS APRESENTAÇÃO 16
1 INTRODUÇÃO 17
Quadro 1 Saldos hídricos para as sub-bacias do rio Doce, considerando
distintos cenários (m³/s) 42 2 CONTEXTO GERAL PARA A FORMULAÇÃO DO PLANO 18
2.1 Objetivos do Plano 18
Quadro 2 Questões Referenciais e Objetivos do PIRH DOCE 46
2.2 O Processo de Elaboração do Plano 20
Quadro 3 Questões Referenciais e Metas Superiores do PIRH Doce 47
2.3 Caracterização da Bacia, Principais Problemas
Quadro 4 Metas de Gestão Hierarquizadas 48 e suas Relações com a Água 20
Quadro 5 Relações entre entre questões referenciais, objetivos, metas, 2.3.1 Aspectos físicos 20
programas, ações e indicadores 56 2.3.2 Socioeconomia 24
2.3.3 Ambiente 28
Quadro 6 Perspectivas e desafios para o atendimento das metas superiores
do PIRH Doce 80 2.4 Situação dos Recursos Hídricos 32
2.5 Enquadramento dos Corpos d’Água 38
Quadro 7 Classificação dos programas, subprogramas e projetos quanto a sua
hierarquia, com base na relevância e urgência das metas relacionadas 83 2.6 Visão de Futuro: Prognóstico 40
3 QUESTÕES REFERENCIAIS, OBJETIVOS E METAS 45
Quadro 8 Espacialização territorial dos Programas, Subprogramas e Projetos 84
4 PROGRAMAS DO PLANO 54
Quadro 9 Orçamento Global por Programas 88
4.1 Perspectivas e Desafios para o Alcance
Quadro 10 Distribuição das Ações ao longo do tempo de acordo com das Metas Propostas 55
a hierarquia (R$/ano). 90 4.2 Hierarquização dos Programas do Plano 82
Quadro 11 Critérios de discretização 92 4.3 Espacialização dos Programas 82
Quadro 12 Recursos necessários para implantação dos programas, por unidade 5 ORÇAMENTO E AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE
de análise, para o período 2010 – 2020 (R$). 94 DAS INTERVENÇÕES PRETENDIDAS 86
5.1 Critérios de Viabilidade 86
Quadro 13 Arrecadação estimada por sub-bacia 96
5.2 Viabilidade Financeira do PIRH Doce 87
Quadro 14 Capacidade de investimento de cada unidade de análise. 96
5.2.1 Critérios para a distribuição dos investimentos
Quadro 15 Investimentos em programas de saneamento 97 por Unidade de Análise 92
Quadro 16 Avaliação da capacidade de investimento de cada unidade 5.2.2 Avaliação da viabilidade, excetuando os programas
de saneamento 97
de análise, exceto saneamento 98
5.3 Viabilidade Financeira para as Ações de Saneamento 99
Quadro 17 Usos e fontes de investimento do PIRH Doce 103
5.3.1 Diretrizes metodológicas 100
5.3.2 Resultados alcançados 101
6 DIRETRIZES GERAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PIRH DOCE 103
6.1 Quadro Político Geral 103
6.1.1 Aspectos políticos, administrativos e institucionais 104
6.1.2 Obstáculos e minimização de efeitos adversos 104
6.2. Encadeamento dos Eventos 106
6.2.1 Ações políticas e institucionais 106
6.2.2 Implantação dos instrumentos de gestão 106
6.2.3 Implementação do arranjo institucional 106
7 CONCLUSÕES E RESULTADOS ESPERADOS 108
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 111
1
APRESENTAÇÃO
O presente documento constitui o Relatório
Executivo do Plano Integrado de Recursos
Nas duas primeiras etapas foram elabora-
dos o Diagnóstico da Bacia e o Prognóstico
INTRODUÇÃO
Hídricos da Bacia Hidrográfica do rio Doce dos Recursos Hídricos no Horizonte do Pla-
– PIRH Doce e busca apresentar, de maneira no, em que se avaliaram, respectivamente, a
sintética e acessível, a mensagem básica do condição atual da qualidade da água e das
Plano, destacando os temas mais relevantes disponibilidades hídricas, e a projeção des- Este Relatório Executivo do PIRH Doce está or- anterior, são listados os programas do Plano,
e suas relações com os recursos hídricos e sas condições, conforme distintos cenários, ganizado em 07 (sete) capítulos, incluindo este suas ações, indicadores e hierarquias de ação.
com os programas propostos. até o ano de 2030. introdutório, que cobrem os seguintes aspectos: Na sequência, são analisadas as perspectivas
de atendimento das metas, na forma de uma
O PIRH Doce representa o desejo manifes- A etapa final constituiu-se na definição das Contexto Geral para a Formulação do Plano: avaliação sucinta de viabilidade operacional
to de todos os envolvidos no processo par- metas sugeridas para a bacia e na descrição nesse item são apresentados os aspectos re- das mesmas, a hierarquia dos Programas e
ticipativo que foi empreendido de junho de dos programas, projetos e ações preconiza- levantes que deram origem ao presente es- a espacialização da urgência das ações em
2008 ao final do ano de 2009, no sentido de das, incluindo seus objetivos, justificativas, tudo, incluindo a descrição do esforço dos cada uma das nove (09) unidades de análise
se consolidar o planejamento de ações vol- procedimentos, atores envolvidos e diversos Comitês e das comunidades envolvidas na da bacia.
tadas ao enfrentamento dos principais pro- outros elementos que os caracterizam, se- condução do processo. Uma síntese do Diag-
blemas relacionados aos recursos hídricos guido da análise das condições e perspecti- nóstico é apresentada, incluindo os elemen- Orçamento e Avaliação da Viabilidade das
na bacia do rio Doce. vas de atendimentos das metas, a partir da tos marcantes da situação socioambiental da Intervenções Pretendidas: nesse capítulo é
efetiva implantação dos programas, incluin- bacia do rio Doce, com ênfase nos aspectos apresentado o orçamento global da ações do
O Plano constitui, portanto, o resultado do do a viabilidade financeira do Plano. da situação quali-quantititativa dos recursos Plano, para o horizonte de planejamento ado-
esforço conjunto de representantes do CBH
hídricos. Os principais elementos da formula- tado. Também são analisados critérios bási-
Doce, de nove comitês de bacia hidrográfi- Nessa última etapa também foram desenvol-
ção de cenários são apresentados, incluindo cos de viabilidade de implantação dos pro-
ca dos estados de Minas Gerais e do Espírito vidos, entre outros, estudos relacionados a
o cenário tendencial e os cenários alternati- gramas, considerando os recursos oriundos
Santo, e dos órgãos gestores de recursos hí- um arranjo institucional viável para a gestão
vos avaliados, como forma de antever situa- da cobrança pelo uso das águas e as possi-
dricos, representados pela Agência Nacional dos recursos hídricos da bacia, bem como
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
A Consultora desenvolveu seus trabalhos Geográficas, denominado SIG-Plano, reposi- da qualidade da água.
com acompanhamento permanente do GAT, tório de toda a informação coletada durante titucional eficiente, sustentável e articulado
por meio de reuniões mensais de trabalho, as distintas etapas de elaboração do Plano, Questões Referenciais, Objetivos e Metas: o entre os diversos atores envolvidos, de ma-
acrescidas de 30 (trinta) reuniões públicas bem como suporte de toda a representação capítulo apresenta as questões referenciais neira a dar suporte de gestão ao PIRH Doce e
realizadas em diferentes localidades da ba- cartográfica contida neste estudo. que nortearam a elaboração do Plano, conso- às ações preconizadas para a bacia.
cia, quando se apresentaram os resultados lidadas a partir do diagnóstico da bacia, esta-
belecendo-se os objetivos e as metas para o Conclusões e Resultados Esperados: por fim,
das distintas etapas em que o trabalho se
horizonte de planejamento do Plano. são apresentadas as principais conclusões
desenvolveu, quais sejam: Diagnóstico, Prog-
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
dos desafios para a gestão dos recursos hí-
nóstico e Programas do Plano Integrado.
Programas do Plano: por meio de um quadro dricos da bacia, incluindo, como visão de fu-
sintético, relacionados às questões referen- turo, o cenário desejado para cada uma das
ciais, objetivos e metas descritas no capítulo questões referenciais do Plano.
16 17
situação dos recursos hídricos e demais • Conceber ações destinadas a atenuar
2
feições com implicações sobre as mes- as consequências de eventos hidrológi-
mas, com vistas a subsidiar a elaboração cos extremos.
e implementação, após a elaboração do
• Oferecer diretrizes para a implementa-
FORMULAÇÃO DO PLANO
dos recursos hídricos da bacia.
contribuir para o fortalecimento do Sis-
• Definir as medidas necessárias para pro- tema de Gerenciamento de Recursos Hí-
teger, recuperar e promover a qualidade dricos pela articulação e participação de
dos recursos hídricos com vistas à saú- todas as demais instâncias da bacia liga-
de humana, à vida aquática e à qualida- das à gestão dos recursos hídricos.
O Plano Integrado de Recursos Hídricos da Doce nos estados de Minas Gerais e Espíri-
Bacia do Rio Doce – PIRH Doce, representa de ambiental. • Manter e ampliar a participação dos seg-
to Santo, do CBH Doce e dos órgãos ges-
o desejo manifesto de todos os participantes tores, representados pela Agência Nacional mentos da sociedade no processo de
• Estabelecer metas de melhoria da qua-
do processo participativo que foi desenvol- de Águas – ANA, Instituto Mineiro de Gestão construção e implementação do PIRH
lidade das águas, de aumento da capa-
vido de junho de 2008 ao final do ano de Doce, bem como nos programas e proje-
das Águas – IGAM, e Instituto Estadual de cidade de produção de água e de uma
2009, no sentido de se consolidar o planeja- tos dele derivados.
Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espí- justa distribuição da água disponível na
mento de ações voltadas ao enfrentamento rito Santo – IEMA, reunidos por meio de um bacia, acordadas por todos os atores • Desenhar um arranjo institucional sus-
dos principais problemas de qualidade e dis- Grupo de Acompanhamento Técnico – GAT. da bacia. tentável para a gestão dos recursos hí-
ponibilidade de recursos hídricos na bacia
A diretriz máxima que norteou o referido dricos da bacia.
do rio Doce. • Fomentar o uso múltiplo, racional e sus-
trabalho foi a constante na Lei Nº 9.433/97,
tentável dos recursos hídricos da bacia • Promover iniciativas destinadas ao de-
O PIRH Doce, nessa primeira versão, consti- que institui a Política Nacional dos Recursos
mediante avaliação e controle das dis- senvolvimento tecnológico e à capacita-
tui o resultado do esforço de representantes Hídricos, no tocante à participação pública e ção de recursos humanos, à comunica-
ponibilidades e determinação das con-
dos nove comitês das bacias afluentes ao rio espírito democrático. ção social e à educação ambiental em
dições em que tem lugar o uso da água
na bacia, em benefício das gerações recursos hídricos na bacia.
presentes e futuras, levando em conta
• Com vistas ao atingimento dos objetivos
planos setoriais, regionais e locais em
anteriores, apontar respostas técnicas,
2.1
andamento ou com implantação previs- institucionais e legais para os principais
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
hídricos da bacia e demais componentes do o uso do solo com as diretrizes e in- realização, as fontes de onde os mesmos
ao desenvolvimento sustentável e à melho-
tervenções relacionadas ao uso dos re- deverão proceder e o seu desenvolvi-
do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos ria da qualidade de vida na bacia hidrográ-
cursos hídricos. mento no tempo.
com responsabilidade sobre a bacia do rio fica do rio Doce.
Doce, com vistas à gestão efetiva dos recur-
sos hídricos superficiais e subterrâneos da O PIRH Doce e os Planos de Ações de Re-
bacia, de modo a garantir o seu uso múlti- cursos Hídricos das Bacias Afluentes –
plo, racional e sustentável em benefício das PARHs – tiveram ainda os seguintes objeti-
RELATÓRIO
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gerações presentes e futuras. vos específicos:
PIRH
um dos fatores determinantes no clima da
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Possui área de drenagem de aproximada- Entretanto, tem-se os Comitês da bacia do rão e verões frescos, presente nas vertentes
A bacia do rio Doce situa-se na região Su- mente 86.715 km2, dos quais 86% pertencem rio Santa Maria do Doce, do rio Guandu e do das serras da Mantiqueira e do Espinhaço e
deste, entre os paralelos 17°45’ e 21°15’ S e ao Estado de Minas Gerais e o restante ao rio São José. Para fins deste estudo, foram nas nascentes do rio Doce; tropical de alti-
os meridianos 39°30’ e 43°45’ W, integrando Espírito Santo (Figura 1). constituídas as Unidades de Análise Guandu, tude com chuvas de verão e verões quentes,
20 21
que nos vales planta-se milho, arroz, etc. A A Depressão do rio Doce instalada ao lon-
principal limitação desses solos é o relevo. go do rio e seus afluentes é uma zona re-
Tendo em vista que quase a totalidade da baixada com altitudes variando de 250 a
área ocupada com podizólico está em relevo 500m, configurando-se como uma depres-
forte ondulado e/ou montanhoso, e, devido são interplanáltica. O contato com as for-
ao problema da grande susceptibilidade à mas de relevo dos planaltos circundantes é
erosão que esses tipos de solo apresentam, muito bem marcado por desníveis altimé-
sua utilização fica restrita ao uso com pasta- tricos abruptos.
gens e culturas permanentes de ciclo longo,
A constituição litológica – biotita xistos,
tais como café e citrus. Outros tipos de solo
migmatittos, granitos e anfibolitos – in-
que ocorrem em menor percentagem são:
fluenciada pelas oscilações climáticas con-
latossolo húmico, solos litólicos, cambissolos
tribui para a formação de espessos mantos
e afloramentos de rochas, dentre outros.
de intemperismo, permitindo o desenvolvi-
Levando-se em consideração que não só as mento de solos profundos em vários locais.
diferenças altimétricas que definem os gran- A retirada da cobertura vegetal contribui
des compartimentos topográficos, mas tam- para a remoção desses solos pela acelera-
bém critérios de ordem litoestrutural, encon- ção dos processos morfodinâmicos indica-
tram-se na área da bacia do rio Doce 6 (seis) dos por ravinas e sulcos. A remobilização
unidades geomorfológicas: Planaltos Disse- de material alterado possibilita a formação
cados do Centro-Sul e do Leste de Minas, de depósitos coluviais.
Depressão do rio Doce, Serra do Espinhaço, Ao longo de toda a região do médio rio Doce,
Figura 2 – Unidades de análise da bacia do rio Doce. Quadrilátero Ferrífero, Superfícies aplaina- no baixo curso do rio Piracicaba e no alto
das sublitorâneas e Planície Fluviomarinha. curso do rio Norete, observa-se uma densa
Os Planaltos Dissecados do Centro-Sul e do rede de lagos, de profundidades variáveis,
Leste de Minas correspondem a mais exten- cuja origem é explicada em MEIS (1977): “a
presente nas nascentes de seus afluentes; e trou junto ao talvegue dos cursos de água, sa unidade geomorfológica, ocupando cer- incapacidade dos pequenos tributários de
clima quente com chuvas de verão presente em áreas suscetíveis a inundações. ca de 70% da área. É constituída predomi- acompanhar a subida do nível de base dos
nos trechos médio e baixo do rio Doce e de coletores em processo de colmatagem con-
Na bacia do rio Doce predominam Latosso- nantemente por formas de dissecação flu-
seus afluentes. tribui para que suas embocaduras fossem
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
critica de junho a agosto, com precipitação são predominantes. São formados de rochas sa a ser W-E. O canal do rio possui também
naltos, ocorrendo diversos alinhamentos de
variando entre 150 a 250mm. predominantemente gnaissicas, leuco e me- padrões diferenciados, com segmentos de
cristas na direção N-S e SW-NE. A drenagem
socráticas, sobretudo de caráter ácido, mag- meandros, retilíneo e anastomosado e ainda
O relevo da bacia é forte ondulado a mon- constituída pelos afluentes da margem direi-
máticos charnoquitos, xistos e de depósitos presença de ilhas, principalmente no médio
tanhoso (bastante acidentado), sendo, por ta do rio Doce é encaixada e apresenta um
argilo-arenosos. curso. As planícies fluviais são amplas e os
isso, caracterizado como um “mar de mor- controle estrutural em parte de seus cursos.
terraços, em sua maioria, constituídos por ma-
ros”. Essa situação, em função das declivi- Os Argissolos Vermelho Amarelo foram for- A instabilidade das vertentes é um fenôme-
terial arenoso e argiloarenosos, com cerca de
dades ocorrentes, limita fortemente as ativi- mados a partir de gnaisses diversos, além de no comumente observado nessa unidade,
3m de desnível. Eventualmente, esses terraços
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dades econômicas e a ocupação urbana do charnoquitos, xistos e magmáticos. O prin- mais especificamente na zona dos pontões são inundados durante cheias excepcionais.
solo. O relevo movimentado condicionou a cipal uso desse solo é a pastagem com ca- com a ocorrência generalizada de formas de
produção do espaço urbano, que se concen- pim colonião nos solos eutróficos, enquanto erosão acelerada, tais como escorregamen- A unidade morfoestrutural que se caracteri-
tos e voçorocas. za por um conjunto de relevos ruiniformes
22 23
resultantes de processos de dissecação flu- superfície, essa unidade configura-se como do leste mineiro e do noroeste capixaba, na bacia do rio Doce possui uma população
vial em rochas predominantemente quartzí- um conjunto de interflúvios tabulares, ela- uma vez que fornece a água necessária aos inferior a 10 mil habitantes.
ticas do Super Grupo Espinhaço e do Grupo borados pela drenagem do rio São José e usos doméstico, agropecuário, industrial e
Pancas. Em seu interior são encontrados Em relação aos aspectos demográficos, a ba-
Macaúbas é denominada de Serra do Espi- geração de energia elétrica, dentre outros.
agrupamentos de cristas e pontões, resi- cia do rio Doce abriga população da ordem
nhaço, que ocupa pequena porção na área Além disso, funciona como canais recepto-
duais dos planaltos dissecados. Ao norte de 3,3 milhões de habitantes. Observa-se
da bacia. Distinguem-se dois setores: um res e transportadores dos rejeitos e efluen-
predominam formas de colinas suaves e va- que as bacias do Piranga e Piracicaba (DO1
constituído predominantemente de cristas, tes produzidos por essas atividades econô-
les de fundo chato. e DO2), com o maior PIB industrial, concen-
picos com vales encaixados e vertentes re- micas e dos esgotos domésticos da grande
tram aproximadamente 48% da população
tilíneas íngremes e extensos escarpamentos, maioria dos municípios ali existentes.
As planícies fluviomarinhas são constituídas da bacia.
com topos em torno de 1300 – 1500m. Nesta
por planícies fluviais e terraços de origem A população residente na bacia do rio Doce
unidade encontram-se as cabeceiras do rio A bacia hidrográfica do rio Piracicaba, mais
marinha e fluviomarinha, englobando os se- encontra-se distribuída em 229 municípios,
Santo Antônio, afluente da margem esquer- industrializada, apresenta maior taxa de
dimentos aluviais e marinhos depositados sendo 203 mineiros e 26 capixabas. Des-
da do rio Doce. crescimento populacional. As bacias me-
durante o Pleistoceno e Holoceno, ao lon- ses 229 municípios, apesar de apresenta-
go do rio Doce até a sua foz. Essas planícies nos industrializadas, por sua vez, e com uma
O Quadrilátero Ferrífero caracteriza-se por rem parte de suas terras inseridas na bacia
apresentam ambiente diversificado e com- dinâmica econômica menos ativa, como
um conjunto de relevos acidentados, loca- do Doce, 18 deles não possuem suas sedes é o caso das sub-bacias do Santo Antônio
lizado na extremidade sudoeste da área. plexo, influenciados por oscilações eustáti-
urbanas incluídas na bacia, ou seja, suas se- (DO3) e Guandu, tiveram diminuição ou ma-
Apresenta altitudes elevadas, que variam de cas e climáticas e pelo controle do tectonis-
des municipais encontram-se fora do limite nutenção do contingente populacional ao
1.100 a 1700m, sendo que na Serra do Caraça mo regional.
da área de drenagem da bacia. Portanto, si- longo do período analisado.
atingem até 2.064m. Configura-se como uma As características de solos e relevo antes tuam-se em terras da bacia hidrográfica do
unidade morfoestrutural em que as estruturas descritas levam a bacia do rio Doce a uma Doce, 211 sedes municipais. É possível afirmar que a população da bacia
geológicas exercem um importante controle condição de fragilidade no tocante à sus- do rio Doce, tanto na parte mineira quanto
nos processos de dissecação do relevo, no As UPGRH’s dos rios Piranga e Suaçuí são as na capixaba, cresceu em taxas menores que
ceptibilidade à erosão. Com efeito, 58% da
qual sobressaem os alinhamentos de cristas que abrangem a maior quantidade de muni- as observadas nos respectivos estados, ta-
área da bacia se encontra na categoria de
com vales encaixados e vertentes ravinadas. susceptibilidade forte e 30% na categoria de cípios –77 (sendo 62 com sedes na Unidade) xas estas inferiores a 0,7% a.a., o que signi-
Nesta unidade, encontram-se as nascentes susceptibilidade média. As caracteristiccas e 48 (sendo 41 com sedes na Unidade), res- fica perda na participação da população da
do rio Piracicaba, um dos principais afluentes intrínsecas, de ordem natural, aliadas à utili- pectivamente. A maior parte dos municípios bacia em relação às populações estaduais.
do rio Doce. Na cabeceira do rio Carmo, tem- zação intensa dos solos pelos diversos usos,
se um conjunto de cristas e vertentes abrup- indicam uma questão de destaque no âmbi-
tas alinhadas na direção E-W e blocos quart- to do Plano.
Plano Integrado De Recursos Hídricos
População
respondem à área de transição entre as for- e desenvolvimento da economia da região,
mações litorâneas e as colinas elevadas dos principalmente pelo ouro extraído. Esses 400.000
PIRH
PIRH
Planaltos Dissecados do Centro-Sul e do rios correspondiam a pontos de referência 300.000
Leste de Minas, resultante da atuação de para os bandeirantes durante os seus des-
processos de aplainamento do Pleistoceno. locamentos. Em suas margens, foram cons- 200.000
Caracterizam-se por extensas áreas planas truídas as primeiras vilas, que mais tarde se
100.000
e um conjunto de interflúvios tabulares (t) tornaram cidades, e a partir daí se desenvol-
elaborados sobre sedimentos terciários do veu todo o processo de ocupação da região 0
Grupo Barreiras, predominantemente areni- que se potencializou nas últimas décadas do DO1 DO2 DO3 DO4 DO5 DO6 Guandu Sta Maria São José
do Doce
tos feldspáticos e arcósios.
RELATÓRIO
RELATÓRIO
século XX.
EXECUTIVO
EXECUTIVO
1980 1991 2000 2007
Em seu setor ocidental, onde os processos Ainda hoje o sistema de drenagem desem-
Figura 3 – Crescimento populacional nas unidades de análise da
erosivos pós-pleistocênicos seccionaram a penha um papel fundamental na economia
bacia do rio Doce, de 1980 a 2007.
24 25
Gerais e Espírito Santo predomina a explora- tra no Espírito Santo, já fora da bacia do Rio
ção de rochas ornamentais. Doce; a BR 101, que serve a parte capixaba
da bacia, atravessa a região do Baixo Doce
Nas demais unidades de análise da bacia do de sul para norte passando por Linhares.
rio Doce, o PIB do setor de serviços é prepon-
derante. O PIB da agropecuária, por sua vez, Além das rodovias, existe a Estrada Ferro-
é mais expressivo em termos percentuais nas viária Vitória a Minas (EFVM) que liga Belo
unidades do baixo rio Doce (Figura 4). Horizonte a Vitória, numa extensão de 898
km passando pelo Vale do Aço, sendo in-
Na região encontra-se instalado o maior com- corporada pela CVRD –Companhia Vale do
plexo siderúrgico da América Latina, com Rio Doce em 1940. Essa ferrovia faz o trans-
destaque para a Companhia Siderúrgica Bel- porte de passageiros e mercadorias (miné-
go Mineira, a ACESITA e a USIMINAS. Ao lado rio de ferro, carvão mineral, calcário, ferro,
da siderurgia, estão associadas empresas de aço, produtos agrícolas , etc.). É considerada
mineração, com destaque para a Companhia a ferrovia mais rentável do País e uma das
Vale do Rio Doce –CVRD e empresas reflo- poucas ferrovias que ainda faz o transporte
restadoras, que cultivam o eucalipto para for- de passageiros.
necer matéria-prima às indústrias de celulose.
Todo esse complexo industrial é responsável A bacia tem, atualmente, uma população su-
por grande parte das exportações brasileiras perior a 3,5 milhões de habitantes. O Vale do
de minério de ferro, aço e celulose, sendo, Aço tem o maior adensamento populacional
portanto, de grande importância para a re- da bacia e constata-se a existência de um
gião onde estão instaladas. fluxo migratório que se direciona, sobretu-
do, para as maiores cidades, como Ipatinga
Figura 4 – Composição do PIB por unidade de análise na bacia do rio Doce. Apesar de ser notável a geração de capi- e Governador Valadares. Em decorrência, há
tal na bacia em função da existência desse uma tendência de diminuição populacional
complexo siderúrgico, também se verifica a nos municípios com população de até 20 mil
desigualdade no interior da bacia. O maior habitantes, que representam mais de 85%
desenvolvimento das atividades econômi- dos municípios da bacia do rio Doce.
O crescimento da população urbana foi de A atividade econômica da bacia do rio Doce
cas aconteceu somente em algumas de suas
cerca de 1,39 milhão de pessoas no período é bastante diversificada, destacando-se: a
áreas, como o Vale do Aço e na região de A população urbana representa cerca de
agropecuária (reflorestamento, lavouras tra-
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
-obra em municípios de menor porte, princi-
população rural ainda representa 47,75% da segue na direção sudoeste – nordeste pas- palmente onde a população rural predomina.
sua população total, enquanto que no grupo Existe uma forte concentração industrial na sando por Belo Horizonte e depois impor-
de municípios com população superior a 50 região do rio Piracicaba, onde o PIB do setor tantes cidades da bacia como Ipatinga e Go- A maior concentração populacional e eco-
mil habitantes o grau de urbanização já ultra- industrial supera 50% do PIB total da bacia, vernador Valadares; a BR 116, importante ro- nômica nas bacias dos rios Piranga (DO1) e
passa 93%. Verifica-se a maior concentração havendo plantas siderúrgicas e fabricação dovia brasileira que cruza a região do Médio Piracicaba (DO2), nas partes altas da bacia
urbana da bacia na Região Metropolitana do de celulose na região metropolitana de Ipa- Doce na direção de sul para norte, passando do Doce, fazem com que a carga remanes-
Vale do Aço, onde residem mais de 438 mil tinga. As atividades de exploração mineral, por Caratinga e Governador Valadares; a BR cente de DBO destas sub-bacias respondam
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
pessoas, o que representa 13% da população principalmente aquelas relacionadas à extra- 262 que segue na direção leste – oeste atra- por mais de 50% da carga de toda a bacia. A
da bacia do rio Doce. O grau médio de urba- ção de minério de ferro, se concentram, de vessa Belo Horizonte, passa entre João Mon- contaminação sanitária por esgotos domés-
nização para a bacia do rio Doce, em 2007, modo geral, nas cabeceiras do rio Piracica- levade e Rio Piracicaba, cruza com a BR 116 ticos é um dos principais problemas verifica-
já era da ordem de 73%. ba. Ao longo da divisa dos estados de Minas nas proximidades de Manhuaçu e depois en- dos na bacia. Em 2006, apenas nove cidades
26 27
em Minas Gerais, e 11 no Espírito Santo, den- Gerais (Santo Antônio, Suaçuí e Caratinga),
tre as 211 sedes municipais, apresentavam quanto no Espírito Santo (Santa Maria do
sistemas de tratamento de esgotos. Doce) apresentam valores abaixo da média
dos estados.
Dados mais recentes indentificam mais 15
municípios dispondo de projeto em algum A bacia do rio Doce apresenta um importan-
nível (concepção, básico ou executivo), dois te potencial hidrelétrico, setor que apresen-
municípios com ETEs em construção (Go- ta uma intensa dinâmica de implantação de
vernador Valadares e Piedade da Caratinga) novos empreendimentos nos últimos anos,
e 26 municípios mineiros incluídos no plane- em função da ativação de economia. Os
jamento da COPASA. O tratamento dado aos empreendimentos hidrelétricos existentes e
resíduos sólidos na bacia também é deficien- projetados para a bacia estão apresentados
te. Em sua maioria, as cidades se utilizam de na Figura 5.
lixões como disposição final. Apenas a bacia
do rio Piranga, em Minas Gerais – com maior 2.3.3 Ambiente
PIB na região –, e as sub-bacias do baixo rio
Doce, no Espírito Santo, apresentam índices A bacia do rio Doce está inserida, em 98%
de tratamento de resíduos sólidos acima da da sua área, dentro do Bioma Brasileiro de-
média dos respectivos estados. nominado Mata Atlântica, sendo o restante
pertencente ao Bioma Cerrado (Figura 6).
De maneira geral, os índices de cobertura A Mata Atlântica compreende a cobertu-
de abastecimento de água domiciliar são ra florestal que se estende sobre a cadeia
satisfatórios. Entretanto, no que diz respei- montanhosa litorânea ao longo do Oceano
to à cobertura do sistema de esgotamento Atlântico, nas regiões Nordeste, Sudeste e Figura 6 – Biomas na bacia do rio Doce.
sanitário, algumas bacias, tanto em Minas Sul do Brasil, incluindo também o Leste do
Paraguai e Missiones, na Argentina. Além de total de 1.110.182 km2, o que equivalia a apro-
ser um dos maiores repositórios de biodiver- ximadamente 13% do território brasileiro,
sidade do planeta, o bioma Mata Atlântica ocupando quase integralmente os estados
é considerado um dos mais importantes e do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Espírito
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
hidrográficas da América do Sul (Amazôni-
de fundo de vale, ou por veredas, além de ca/Tocantins, São Francisco e Prata), o que
manchas de floresta em terrenos de interflú- resulta em um elevado potencial aquífero
vio. Considerado como um hotspots mundial que favorece a sua biodiversidade.
de biodiversidade, o Cerrado apresenta ex-
trema abundância de espécies endêmicas e A Mata Atlântica foi o primeiro bioma bra-
sofre uma excepcional perda de habitat. sileiro a ser ocupado e explorado. Com a
chegada dos colonizadores no século XV, a
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
No Brasil, a Mata Atlântica é o terceiro maior Mata Atlântica foi sistematicamente suprimi-
bioma, depois da Amazônia e do Cerrado. da tanto pela exploração madeireira quanto
Suas formações vegetais e ecossistemas as- para dar lugar a plantações de cana-de-açú-
Figura 5 – Hidrelétricas e PCHs na bacia do rio Doce. sociados cobriam originalmente uma área car, café, abertura de pastagens, e reflores-
28 29
tamento com espécies exóticas. Há também dade e de endemismo, mas encontra-se em
de se destacar o desenvolvimento urbano situação crítica de alteração de seus ecos-
e industrial, que demanda matéria-prima e sistemas naturais, pois seus domínios abri-
outros insumos, que necessitam da expan- gam 70% da população brasileira, além das
são das atividades antrópicas em direção as maiores cidades e os mais importantes pólos
áreas de floresta. industriais do Brasil.
O Cerrado tem pelo menos 67% de área já A delimitação de áreas prioritárias procura
convertida por uso humano intensivo. Até a enfatizar a proteção de espécies ameaçadas,
metade do século XX, a região central do Bra- raras e endêmicas, uma vez que a conserva-
sil era pouco ocupada e o Cerrado nativo ti- ção de seus habitats salvaguarda outras es-
nha baixo valor econômico, devido à natureza pécies e, inevitavelmente, contribui para a
esparsa de sua vegetação, à baixa densidade conservação dos ecossistemas (GLOWKA et
faunística e por possuir sua estação seca pro- al., 1996 in DRUMMOND et al, 2005). Uma
nunciada com queimadas frequentes.
vez definidas como prioritárias, as áreas fo-
Dessa maneira, os ambientes naturais da ram classificadas nas seguintes categorias
bacia do rio Doce foram e ainda são grada- de importância biológica: especial, extrema,
tivamente substituídos pela pecuária, agri- muito alta, alta e potencial.
cultura, reflorestamento, ocupação urbana e
O mapa-síntese das áreas prioritárias (Figura
outras formas de intervenção antrópica.
7) apresenta as áreas mais importantes para
Os esforços para a conservação da Mata a conservação da biodiversidade na bacia
Atlântica enfrentam grandes desafios. O do rio Doce. Elas foram definidas pela sobre-
bioma apresenta altos índices de biodiversi- posição e pela análise dos mapas gerados
PIRH
sofrendo redução de área plantada. Em con-
Quanto ao uso do solo na bacia (Figura 8), traposição, os cultivos permanentes como
observa-se que a vegetação nativa foi bas- cana, café e eucalipto têm apresentado um
tante pressionada ao longo da ocupação hu- aumento da área ocupada. O rebanho bovi-
mana na bacia. A mata ciliar dos principais no também tem apresentado aumento da
cursos d’água foi bastante alterada pelo fato quantidade de cabeças, denotando um au-
de as áreas marginais aos talvegues serem mento da atividade da pecuária e, por ex-
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
mais propícias à implantação de lavouras, tensão, da área destinada às pastagens. O
pastagens e ocupação urbana. Os remanes- gráfico a seguir (Figura 9) demonstra uma
centes florestais da bacia ficaram restritos às síntese do uso e cobertura do solo por uni-
Figura 7 – Áreas prioritárias para a conservação na bacia do rio Doce. áreas mais declivosas do terreno. dade de planejamento na bacia do rio Doce,
30 31
observando-se a dominância da agropecuá- assoreamento é um dos problemas sérios hidrológico da bacia do rio Doce apresen- de características relacionadas, entre outras
ria, seguida das áreas de reflorestamentos. que atinge a bacia, em especial o baixo cur- tam marcante variação sazonal. coisas, ao tipo de solo da bacia e ao regime
so do rio Doce, que recebe carga de sedi- de chuvas.
O desmatamento generalizado e o mau uso Em termos de disponibilidade de recursos
mentos provenientes das áreas a montante.
dos solos, seja para a monocultura do eu- hídricos, a bacia do rio Doce pode ser con- Em geral, as bacias hidrográficas locali-
calipto como para agricultura ou pastagem, O problema da erosão é ainda agravado nas siderada privilegiada dentro do contexto zadas sob formações sedimentares com
tem conduzido a região a um intenso pro- áreas em que as rochas e o solo têm em sua nacional. Observa-se que as maiores vazões maiores áreas de drenagem e/ou com regu-
cesso de erosão, cujos sedimentos resultan- composição química grandes concentrações específicas não estão associadas às maio- laridade das chuvas apresentam vazões de
tes tendem a assorear os cursos d’água. O de alumínio. res áreas de drenagem e sim a um conjunto estiagem entre 15 e 20% da vazão média.
Outros Usos
80% Antropizados
Reflorestamento
60%
40% Agropecuária
20%
Outras Formações
Naturais
0%
Floresta
e
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Figura 10 – Precipitação média anual na Bacia (1961 a 1990). (Fonte: IGAM, 2008)
M
S
ta
an
S
Figura 9 – Uso e cobertura do solo por unidade de planejamento na bacia do rio Doce. 180
Plano Integrado De Recursos Hídricos
2.4
140
Da Bacia Hidrográfica Do Rio Doce
vazão (m³/s)
80
QMLT
PIRH
PIRH
Este item contempla a síntese do diagnós- tribuição espacial, as chuvas na região se 60
Q95
Q7,10
tico das águas superficiais e subterrâneas, concentram ao longo da Serra do Espinha-
apresentando os resultados referentes a plu- ço, nas cabeceiras da bacia, havendo uma 40
rio Casca
rio Piracicaba
rio Caratinga
rio Guandu
rio Pancas
rio Suaçuí Grande
rio Matipó
bacia incremental*
rio São José
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
O regime pluviométrico da região (Figura No período de inverno, as vazões médias ob-
10) caracteriza-se por uma concentração servadas nos cursos d’água são bastante di-
de chuvas no período de verão, nos meses minuídas, podendo ocasionar déficits hídri-
de novembro a maio. Em termos de dis- cos localizados. A precipitação e o regime Figura 11 – Disponibilidade hídrica superficial por sub-bacia.
32 33
Por outro lado, as bacias localizadas em ter- fato mostra a diversidade da disponibilidade bacias do Piracicaba (DO2) e Piranga (DO1) cia, havendo uma situação desfavorável nas
renos cristalinos, com regime de chuva ir- hídrica na bacia (Figura 11), o que pode de- as demandas para abastecimento humano sub-bacias dos rios Pancas e Santa Joana,
regular possuem vazões de estiagem muito mandar diferentes ações para cada sub-ba- são mais expressivas. As demandas para no Espírito Santo. Isso indica que o restante
baixas, em geral, inferiores a 10% da vazão cia específica. abastecimento industrial são bastante con- da bacia não encontra restrições de uso da
média. (Caderno Regional Atlântico Sudes- água, podendo atender adequadamente aos
A vazão específica indica as regiões mais e centradas na bacia do Piracicaba.
te, PNRH, 2005). seus usos consuntivos preponderantes, ao
menos produtoras de água (Figura 12). Na
O balanço hídrico demonstra uma situa- se considerar uma situação normal de vazão
Na bacia do rio Doce, comparando-se os bacia do rio Doce, a vazão específica varia
ção favorável em praticamente toda a ba- na bacia.
valores da Q7,10 com a QMLT, esses percen- de menos de 8 L/s.km2, na sub-bacia do rio
tuais variam de valores da ordem de 10% no Suaçuí Grande, até mais de 22 L/s.km2, na
Baixo Doce a valores superiores a 30% nas sub-bacia do rio do Carmo, sendo a média
sub-bacias localizadas nas cabeceiras. Este da bacia igual a 11 L/s.km2.
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
O panorama das principais atividades eco- cujas vazões outorgadas são as mais eleva-
nômicas nos dá uma ideia do uso dos re- das de toda a bacia.
cursos hídricos em toda a bacia indicando
aqueles que são preponderantes em de- Sobre a distribuição das demandas (Figura
terminadas regiões (Figura 13). Assim, de 14), tem-se que a retirada de água para ir-
acordo com dados de outorga de captação rigação representa mais de 75% do volume
RELATÓRIO
RELATÓRIO
atualmente explorado na bacia do rio Doce.
EXECUTIVO
EXECUTIVO
de água o maior uso do recurso se refere
ao abastecimento industrial nas regiões Essas retiradas são mais expressivas no cur-
das bacias do rio Piracicaba e Santo Antô- so do baixo Doce, nas bacias dos rios São
nio (UPGRH DO2 e DO3, respectivamente), José e Santa Maria do Doce. Percebe-se nas Rio Doce em Colatina - ES
Foto: Zig Koch / Banco de Imagens da ANA
34 35
suspensos), bem como compostos deriva- 498 pontos apresentam a seguinte distri-
dos da degradação de insumos agrícolas buição por unidade aquífera: 72 estão cap-
(fósforo, cobre, manganês), também relacio- tando água do aquífero poroso, 41 no aquí-
nado à erosão do solo. fero fissurado em quartzitos, 17 no sistema
fissurado em rochas xistosas e o restante,
O IQA (índice de qualidade de água), que agre- que totaliza 368 poços, captando água
ga distintos parâmetros na avaliação da quali- subterrânea, no sistema aquífero fissurado
dade de água de um determinado curso d’água, instalado em rochas cristalinas graníticas-g-
apresenta decaimento no período de chuvas, naíssicas. Os poços secos foram desconsi-
evidenciando o problema do carreamento de derados nessa análise.
contaminantes para os corpos hídricos.
A representação das zonas de vazões espe-
A respeito da disponibilidade hídrica sub- cíficas evidencia uma tendência para ocor-
terrânea, a base de dados disponível apre- rência de produtividade mais alta na UPGRH
senta 935 captações, provenientes do ban- Piracicaba, no trecho próximo à cidade de
co de dados do SIAGAS/CPRM. Desse total Ipatinga. Essa situação reflete o bom condi-
foram selecionados os 498 poços que apre- cionamento hidrogeológico dos aluviões do
sentavam dados de vazão específica. Esses rio Piracicaba.
PIRH
guns fatores que são determinantes na ocor- à erosão.
rência de contaminações pontuais e difusas,
tais como: As análises de qualidade de água evidenciam
que o parâmetro relacionado a coliformes
• Lançamento de efluentes domésticos “in termotolerantes é o que apresenta o maior
natura” de esgotos sanitários, sem o de- índice de ultrapassagem dos limites estabe-
vido tratamento, causando a contamina- lecidos para o padrão classe 2 (Figura 15).
ção por coliformes termotolerantes.
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
As análises de qualidade de água, em todos
• Disposição inadequada de resíduos sóli- os pontos observados, apresentam parâme-
dos, pela geração de chorume e carrea- tros elevados para o padrão classe 2, rela- Figura 15 – Parâmetros de análise de qualidade da água na bacia do rio Doce –
mento dos mesmos aos corpos hídricos. cionados à erosão do solo (turbidez, sólidos coliformes termotolerantes.
36 37
usos mais nobres, tais como abastecimento o estudo do enquadramento foi obtida na
humano com processos simples de desinfec- fase inicial dos trabalhos de desenvolvimen-
ção e preservação de ambientes aquáticos to do PIRH Doce, ou seja, o Diagnóstico da
em unidades de conservação. A Classe IV, Bacia, feito com dados secundários. No pre-
por sua vez, menos exigente em qualidade sente estudo, também foram utilizadas ima-
de água, destina-se à navegação e à harmo- gens de satélite, com o objetivo de coletar
nia paisagística (sua qualidade não é com- informações e identificar os problemas nos
patível, por exemplo, para usos para abaste- trechos objeto de estudo de enquadramento
cimento humano e irrigação). Os usos mais no âmbito do plano.
nobres têm requisitos mais exigentes em re-
Por meio das informações coletadas du-
lação à qualidade da água.
rante a fase de diagnóstico, em que estão
Atualmente, com exceção da sub-bacia do caracterizados os principais usos e a situa-
rio Piracicaba1, os demais afluentes da bacia ção atual da qualidade dos rios, foi possível
do rio Doce não possuem enquadramento dar início ao processo de estabelecimento
definido em normas legais. de metas e objetivos de qualidade de água,
definindo-se, como uma meta tangível, “o
A Resolução 91/2008 do CNRH indica que rio que queremos”.
o processo de elaboração da proposta de
enquadramento deverá ser desenvolvida em Dessa maneira, os órgãos gestores defini-
conformidade com o Plano de Recursos Hí- ram que os trabalhos fossem conduzidos no
Figura 16 – Distribuição da vazão específica na bacia do rio Doce com base dricos da bacia, preferencialmente durante a sentido de se ter uma situação de enquadra-
nos poços tubulares inventariados. sua elaboração, e com os Planos de Recur- mento proposto no âmbito do Plano, pro-
sos Hídricos Nacional, Estadual ou Distrital, vendo desde já a orientação para o alcance
com a ampla participação da comunidade. das metas do PIRH relacionadas à melho-
No trecho litorâneo, o traçado das zonas de Os dados levantados no banco de dados do
ria da qualidade das águas. Posteriormen-
isovazões fica prejudicado pela escassez de SIAGAS/CPRM apontam que a espessura sa-
Assim, a realização do enquadramento deve te, esse estudo deverá ser complementado
dados. Nessa região destaca-se uma zona turada média do aquífero granular assume as
se dar tomando-se como diretriz a metodo- e detalhado, chegando-se à elaboração do
de maior produtividade nas proximidades da seguintes espessuras, por unidade geológica:
logia indicada na citada Resolução do CNRH, respectivo programa de efetivação.
cidade de Linhares, onde o sistema Barreiras no Grupo Barreiras é da ordem de 50 metros,
que contempla as seguintes etapas:
mostra uma maior produtividade. Entretan- nos sedimentos marinhos é 30 metros e nos Nesse sentido, a elaboração do PIRH Doce
Plano Integrado De Recursos Hídricos
2.5
• Programa para efetivação.
Enquadramento dos Na Figura 17 é apresentado um mapa com os
corpos d’água No que se refere ao diagnóstico, grande par- trechos estudados no âmbito do Plano, com
PIRH
PIRH
te dos dados e informações necessárias para sua proposição de enquadramento.
RELATÓRIO
Especial, I, II, III e IV, são enquadradas em
EXECUTIVO
EXECUTIVO
Esses objetivos de qualidade de água são ex- função dos usos preponderantes em um de- Foz do Rio Doce em Regência - ES
Foto: Zig Koch / Banco de Imagens da ANA
pressos por meio das Classes de Qualidade, terminado segmento de corpo d’água. As
sendo que cada classe possui um conjunto águas de Classe Especial se destinam aos
38 39
é maior, em virtude de uma eventual dina- Os valores projetados de demanda foram
mização da economia (Cenário com Desen- calculados por meio de fatores de multipli-
volvimento e Desenvolvido com Gestão), e cação que atualizam o valor do cenário atual
cenários em que se prevê uma diminuição para o valor do ano desejado. A Figura 18
das taxas atuais de crescimento das deman- apresenta a curva de evolução da demanda
das de água e de aporte de carga poluidora de água para os distintos cenários analisa-
(Cenário Pouco Desenvolvido e Pouco De- dos. No Cenário Tendencial, a retirada se ele-
senvolvido com Gestão). Tais cenários foram varia para 45,963 m3/s, correspondente a um
projetados para o período de 24 anos, con- crescimento de 54,5%.
siderando o ano de 2006 como base e 2030
como último ano da projeção. A análise de distintos cenários baseia-se no
pressuposto de que os comportamentos de-
O Cenário Tendencial, adotado como cená- mográfico e o econômico, principais planos
rio do plano, baseia-se na projeção, que ex- estruturadores dos cenários, podem sofrer
trapola para o futuro, da tendência de evo- variações significativas em relação à tendên-
lução presente de distintos indicadores para cia atual. Novas situações ou conjunturas re-
os quais se dispõe de mensuração. Esses gionais, nacionais ou internacionais, podem
indicadores (comportamento demográfico interferir positivamente ou negativamente
e econômico) permitem estimar a evolução no sistema, alterando para mais ou para me-
da demanda de água no futuro, bem como a nos as projeções de demanda para o futuro.
carga de poluição lançada nos corpos hídri-
cos da bacia. Entretanto, há que se considerar que a proje-
ção de elevação das demandas de água não
Tendencial
Figura 17 – Enquadramento no âmbito do plano para o rio Doce e principais afluentes. Desenvolvimento 51,467
Plano Integrado De Recursos Hídricos
2.6
40,918
Visão de futuro:
prognóstico 37,708
PIRH
PIRH
A análise prognóstica constitui uma ativida- basicamente, uma ferramenta de projeção 3
29,733 m /s
de essencial no planejamento da gestão dos da tendência atual para o futuro, não de-
recursos hídricos de uma bacia hidrográfica. vendo ser tomado como uma previsão, mas
Ela pressupõe a composição de um cenário como um instrumento de prospecção e pla-
nejamento.
RELATÓRIO
RELATÓRIO
futuro como forma de antever a evolução do
EXECUTIVO
EXECUTIVO
quadro das disponibilidades e qualidade das 2006 2010 2015 2020 2025 2030
Dentro do PIRH Doce, além do Cenário Ten-
águas da bacia, em um horizonte de tempo dencial, também foram analisados cenários
previamente definido. Essa análise oferece, em que a pressão sobre os recursos hídricos Figura 18 – Retirada projetada total por cenário na bacia do rio Doce (2006-2030).
40 41
se dá de maneira uniforme. Determinados água a serem “ativadas”, por meio da cons- a) Ao se projetar o saldo hídrico para o ano o saldo hídrico é positivo, ocorrem pontos
usos, tais como irrigação ou uso industrial, trução de novos reservatórios, da implanta- de 2030 (Figura 19), os déficits hídricos onde ocorrem comprometimentos críticos
podem sofrer elevação ao mesmo tempo em ção de poços e/ou da importação de vazões passaram a ocorrer também nas bacias (demanda supera a disponibilidade) no ho-
que a dessedentação animal, por exemplo, de regiões vizinhas. dos rios São José e na região da Barra rizonte de 2030. Essa situação corre nas
sofre redução. Essa variação também pode Seca, na porção baixa da bacia do Doce, sub-bacias dos rios Piracicaba (notadamen-
ocorrer quanto ao local da bacia onde o uso Os balanços foram calculados com base resultado da elevação estimada das de- te próximo à região metropolitana de Ipatin-
se concentra. nos critérios de vazão máxima outorgável mandas para a irrigação. Nas sub-bacias ga), Piranga e Caratinga, na região mineira, e
(Qout), diferenciados de acordo com a re- mineiras, que ocorrem na parte superior na sub-bacia do Guandu, no Espírito Santo.
De posse das disponibilidades hídricas, con- gião: 30% da Q7,10 em Minas Gerais e 50% e média da bacia do Doce, não se ob-
frontadas com as demandas futuras, é possí- da Q7,10 no Espírito Santo. Os saldos hídricos servam déficits hídricos, embora o sal- Esses resultados apontam para a necessi-
vel identificar situações críticas de déficit hí- obtidos a partir dos balanços para a situa- do hídrico sofra considerável redução na dade de projetar intervenções localizadas,
drico nas sub-bacias analisadas. O resultado ção atual e para o ano de 2030, de cada um sub-bacia do Piracicaba, pois ali se con- mesmo em bacias onde o balanço hídrico,
do balanço é o saldo hídrico, cujos valores dos cenários analisados, estão mostrados no centram os principais núcleos urbanos e calculado globalmente, apresente resulta-
negativos representam as quantidades de Quadro 1. o pólo industrial da região. do positivo.
PIRH
Pancas 0,98 0,49 0,57 - 0,08 1,24 - 0,75
São José 2,75 1,38 1,34 0,03 3,51 - 2,14
Barra Seca 14,90 7,45 4,49 2,96 12,50 - 5,05
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
drico, embora os valores resultantes sejam por meio de barramentos, coadjuvados por
relativamente baixos, de 0,49 e 0,08 m³/s, medidas de contenção de demandas, como
respectivamente. Esses déficits são facil- uso racional da água, controle de perdas, etc.
mente supridos com medidas simples de au- Figura 19 – Saldo hídrico para o cenário tendencial (2030).
42 43
3 QUESTÕES REFERENCIAIS,
OBJETIVOS E METAS
Como resultado da etapa de Diagnóstico, levou a proposição de um grupo de progra-
abrangendo as diferentes dimensões – hí- mas específico para isso.
drica, ambiental, institucional – consideradas
pelos estudos, foram identificados os 07 Quanto ao horizonte temporal, as metas fo-
(sete) grandes temas ou questões referen- ram estabelecidas tendo por base um perío-
ciais para o Plano, a saber: do de 20 anos, considerando-se os anseios
da população da bacia, de acordo com o
I. Qualidade da Água expresso pelos Comitês. Entretanto, metas
de gestão para prazos mais curtos, inter-
II. Quantidade de Água - Balanços Hídricos
mediárias e progressivas estão associadas
III. Suscetibilidade a Enchentes a horizontes menores, adequadas aos esfor-
ços a serem implementados para se atingir
IV. Universalização do Saneamento os referidos anseios. Em síntese, as metas
foram divididas em superiores, ou metas do
V. Incremento de Áreas Legalmente Prote-
plano a serem perseguidas em um horizonte
gidas
de tempo mais largo, e metas de gestão, a
Figura 20 – Classificação em termos de Coliformes Termotolerantes considerando a vazão de diluição
como sendo a Q95 no cenário tendencial (2030).
VI.
Implementação dos Instrumentos de serem obtidas em um horizonte de planeja-
Gestão de Recursos Hídricos mento de até 10 anos.
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
baixas vazões e concentração populacional definidos para serem alcançados ao lon-
Na bacia do rio Doce são poucas as estações condiciona a ocorrência de condições mais go do tempo de análise. Em uma descrição planejamento, que contribuam efetivamente
de tratamento existentes. Embora as princi- críticas (Figura 20). mais conceitual, as metas são resultados com o atendimento da meta, mas cuja ob-
quantitativos ou qualitativos que se preten- tenção está ou podem estar sob a gestão do
de alcançar em um prazo determinado, dada arranjo institucional proposto.
a estratégia escolhida, no contexto do am-
Assim, as metas apresentadas dividem-se
Rio Doce em Colatina - ES
biente existente para concretizar uma visão
em metas superiores, que não dependem
Foto: Zig Koch / Banco de Imagens da ANA de futuro e cumprir a missão do programa.
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
apenas da atuação do arranjo institucional, e
Em relação ao ambiente existente supraci- metas de questão, cujo alcance dar-se-á me-
tado, considerou-se a necessidade da im- diante programas, subprogramas ou proje-
plantação de um arranjo institucional, o que tos, apresentados no capítulo subsequente.
44 45
Nessse contexto, são apresentados a seguir Para cada uma das 07 (sete) metas princi- Quadro 3 – Questões Referenciais e Metas Superiores do PIRH Doce
quadros que sintetizam as relações entre ques- pais ou superiores, vinculadas às grandes
tões referenciais, objetivos e metas do Plano. questões que foram idenificadas ao final do Questão Referencial Descrição da Meta
PIRH
rios de água e pela população da bacia, que permite a arrecadação dos recursos
Dos instrumentos previstos na legislação – plano necessários para a implantação das medidas previstas, ao mesmo tempo em que
de bacia, enquadramento, outorga, cobrança, incentiva o uso racional dos recursos hídricos e permita o desenvolvimento so-
Implementação de todos os cioeconômico da bacia.
sistema de informações –, apenas a outorga está
VI. Implementação dos Instrumentos de Gestão dos
implementada, parcialmente, e o plano de bacia
Instrumentos de Gestão Recursos Hídricos (plano de bacia,
e o enquadramento estão sendo implementados.
de Recursos Hídricos enquadramento, outorga, cobrança,
Sem uma gestão efetiva, essa situação de baixa
sistema de informações, etc.).
velocidade de implantação do sistema de gestão
de recursos hídricos deve ser mantida.
As ações previstas no PIRH Doce são implantadas de acordo com os cronogramas
A implementação do PIRH Doce exigirá uma VII. Implementação das e os custos previstos, sendo que o arranjo institucional e os recursos disponibiliza-
RELATÓRIO
RELATÓRIO
Estabelecer uma estrutura
EXECUTIVO
EXECUTIVO
estrutura gerencial capaz de integrar diversas Ações do PIRH Doce dos são suficientes para a obtenção de níveis satisfatórios de eficiência da gestão
organizacional (material, recursos integrada dos recursos hídricos.
VII. Implementação das ações distintas, estabelecendo procedimentos de
humanos e de procedimentos) que
Ações do PIRH Doce planejamento constantes e eficazes. Na situação
dê suporte ao gerenciamento das
sem uma gestão integrada, não há ambiente
ações do PIRH Doce.
propício para a realização do PIRH.
46 47
Quadro 4 – Metas de Gestão hierarquizadas
Até o ano de 2030, as águas superficiais da bacia do rio Doce terão qualidade
1
da água compatível ou melhor do que a Classe 2 em toda a extensão da bacia
1.2 Articulação com as concessionárias dos serviços de saneamento operacional Alta Alta 6 1
1.5 Diagnóstico analítico dos efluentes das pequenas e microempresas urbanas concluído Média Baixa 3 4
Até o ano de 2030, não são observados conflitos pelo uso da água, sendo que a demanda atual
e futura projetada é atendida pela vazão de referência atual ou suplementada pela implantação
2
de medidas estruturais e não estruturais que elevem este valor de referência até o mínimo suficiente
para atender àquelas demandas
2.7 Estratégias de aumento de eficiência do uso da água na agricultura definidas e implantadas Média Média 4 3
3.3
PIRH
PIRH
Mapeamento de áreas críticas de deslizamento concluído Média Média 4 3
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
3.9 Análise de viabilidade de obras de contenção ou laminação concluída Média Baixa 3 4
48 49
Quadro 4 – Metas de Gestão hierarquizadas (continuação)
3.11 Projeto Básico e EIA das obras de contenção ou laminação contratados - Média Baixa 3 4
3.15 Projeto Básico e EIA das obras de controle de cheias contratados Média Baixa 3 4
3.17 Articulação entre Defesa Civil e comitês da bacia do rio Doce Alta Alta 6 1
Até o ano de 2030, os índices do esgotamento sanitário nas áreas urbanas e rurais, do esgotamento
pluvial das cidades com mais de 5mil habitantes e de recolhimento, tratamento e destinação final de
resíduos sólidos são iguais ou superiores aos valores médios dos estados em que cada sub-bacia
4
está localizada. O abastecimento de água atinge a 100% dos núcleos residenciais. Em 2020,
a redução da carga orgânica dos esgotos sanitários é da ordem de 90% e existem aterros sanitários
e unidades de triagem e compostagem em toda a bacia.
4.2 Articulação com as concessionárias dos serviços de saneamento operacional Alta Alta 6 1
4.4 Estudo de viabilidade de tratamento e destinação final de resíduos sólidos concluído Alta Média 5 2
Até o ano 2030, a bacia do rio Doce apresenta uma elevação do número de unidades de conservação
efetivamente implantadas e manejadas, atingindo um patamar de 10% de seu território com restrição
Plano Integrado De Recursos Hídricos
5.3 Proposição de uma política de incentivo à criação de novas Unidades de Conservação apresentada Média Média 4 3
PIRH
5.5 Proposição de plano de recuperação de APPs concluída Média Média 4 3
5.6 Estudo de viabilidade para recuperação de APPs e formação de corredores ecológicos concluído Média Média 4 3
Até o final de 2011, a bacia do rio Doce apresenta um arranjo institucional de gestão integrada
6
dos recursos hídricos, com todos os instrumentos de gestão definidos e implantados.
RELATÓRIO
6.2 Sistema de informações implantado Alta Média 5 2
EXECUTIVO
EXECUTIVO
6.3 Cadastro de usuários concluído Alta Alta 6 1
50 51
Quadro 4 – Metas de Gestão hierarquizadas (continuação)
6.12 Valores referenciais de cobrança pelo uso da água definidos Alta Média 5 2
As ações previstas no PIRH Doce estão implantadas de acordo com os cronogramas e os custos
7 previstos, sendo que o arranjo institucional e os recursos disponibilizados são suficientes para
a obtenção de níveis satisfatórios de eficiência da gestão integrada dos recursos hídricos.
7.5 Monitoramento da implantação das ações selecionadas para aumento de disponibilidade hídrica Alta Média 5 2
Alta (3) 6 1 1
PIRH
PIRH
Alta (3) Média (2) 5 2 2
Baixa (1) 4 3 3
Alta (3) 5 2 4
Baixa (1) 3 4
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
Alta (3) 4 3
Baixa (1) 2 5
52 53
para executá-los, estes são determina- no seu cotidiano e para o futuro da região.
4
dos por estudos e projetos anteriores ou
definidos em contratos por fornecimento O programa 7.3, de treinamento e capacita-
de mão de obra por tempo limitado. ção, deve ser executado no início do proces-
so de gestão, permitindo o alcance de um
4.1
rias para uma gestão eficiente dos recur-
Gestão de Recursos Hídricos
Perspectivas e desafios para o
PIRH
PIRH
sos hídricos. São ações que necessitam
7. Implementação das Ações do PIRH Doce de conhecimento e capacidade técnica,
bem como têm prazo determinado de
alcance das metas propostas
No Quadro 5 são apresentados os progra- execução. Por isso, são usualmente con-
mas, subprogramas e projetos2 que foram tratadas junto a empresas de consultoria
concebidos para promover o alcance das O Quadro 6 discute as perspectivas de uma rede de dependência entre as diferen-
ou de engenharia.
metas do Plano. Também são apresenta- atendimento das metas superiores do PIRH tes metas e entre os programas, subprogra-
das as principais ações que deverão ser • Obras e serviços – essas ações englobam Doce, apontando os principais desafios em mas e projetos que foram concebidos, de
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
instalações de equipamentos, aluguel de cada caso. Observa-se que as metas previs- forma que a não execução ou ainda a execu-
bens e equipamentos e prestação de ser- tas são possíveis de serem alcançadas, com ção incompleta ou não efetiva de uma ação
2 O detalhamento dos programas, subprogramas e
projetos pode ser consultado no Relatório Final do viços não identificados previamente. Em- graus de dificuldade variáveis conforme o proposta poderá comprometer o alcance de
PIRH Doce bora necessitem de capacidade técnica caso, mas também deve-se destacar que há outras metas.
54 55
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos, metas, programas, ações e indicadores
Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Programas Relacionados Ações Indicadores da Meta
da Meta
Grupo 1 – Qualidade da Água
PIRH
ESTUDOS E PROJETOS - Levantamento
das características dos principais
poluentes lançados na rede pública sem
tratamento em uma cidade por unidade
1.5 Diagnóstico analítico
P 13 – Programa de apoio de análise; avaliação de seu efeito sobre a
dos efluentes das pequenas Grau de contaminação dos esgotos
ao controle de efluentes em qualidade da água e conflitos com outros
e microempresas urbanas cloacais na entrada da ETE.
pequenas e microempresas usos; análise de viabilidade do tratamento
concluído.
desses efluentes; estabelecimento de uma
política de apoio ao tratamento destes
efluentes, com definição de uma linha de
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
crédito.
56 57
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos, metas, programas, ações e indicadores (continuação)
Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Programas Relacionados Ações Indicadores da Meta
da Meta
Grupo 2. Quantidade de Água
ESTUDOS E PROJETOS -
P 21 - Programa Redução de conflitos atuais
2.1 Inventário de locais para Identificação, mapeamento e análise
de Incremento de e futuros, entre usos ou entre
barramentos concluído. de locais aptos para implantação de
Disponibilidade Hídrica usuários, preservação da vida
barragens.
aquática nos cursos d’água da
bacia pela manutenção de vazões
ESTUDOS E PROJETOS - Projeto mínimas; grau e alteração dos
2.2 Análise de viabilidade P 21 - Programa
básico, estudo de viabilidade e valores de vazão mínima e máxima
Atingir um cenário em de obras de regularização de Incremento de
estudos ambientais das obras de longo período.
Observado déficit nos que não ocorram déficits concluída. Disponibilidade Hídrica
selecionadas.
balanços hídricos em hídricos quando houver
determinados trechos de o atendimento aos usos
rio, segundo as simulações consuntivos atuais e LEVANTAMENTOS E CADASTROS
II. Disponibilidade de Água - Levantamento dos poços
realizadas; Demandas projetados; Eliminar e P 61.3 - Subprograma
- Balanços Hídricos 2.3 Regularização de poços existentes, com a determinação
de irrigação elevadas na gerenciar as situações de Gestão das Águas
porção inferior da bacia, conflito de uso, durante concluída. de sua condição legal; apoio
subterrâneas Outorgas para uso de água
sem base de informações todo o ano, atendendo à regularização dos poços;
fechamento dos poços irregulares. subterrânea, redução de conflitos
consistente. aos usos prioritários
pelo uso da água subterrânea,
definidos na legislação.
análise de qualidade da água
ESTUDOS E PROJETOS - subterrânea
P 61.3 - Subprograma Monitoramento quali-quantitativo
2.4 Diagnóstico do uso da
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
referenciais concluída. Publicação de critérios harmônicos
informações constatadas no de novos valores de referência para
para a bacia do Doce por parte dos
Diagnóstico da Bacia; P 61 - outorga.
Conselhos de Recursos Hídricos
Projeto de Desenvolvimento
(Nacional, de Minas Gerais e do
de um sistema de
Espírito Santo).
unformações sobre recursos
hídricos da bacia do rio
Doce.
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
58 59
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos, metas, programas, ações e indicadores (continuação)
Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Programas Relacionados Ações Indicadores da Meta
da Meta
Grupo 2. Quantidade de Água
PIRH
Convivência com as Secas possibilidades de redução de da estiagem; índice de acerto
definidas e implantadas.
prejuízos e de sistema de previsão do sistema de alerta; índice de
e alerta. antecipação temporal da ocorrência
de estiagens de alcance regional.
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
de consumo e de aumento de
de financiamento definidos. e P 61 de financiamento selecionadas, com
disponibilidade hídrica para fins de
justificativa.
financiamento.
60 61
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos,metas, programas, ações e indicadores (continuação)
Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Programas Relacionados Ações Indicadores da Meta
da Meta
Grupo 3 – Susceptibilidade a Enchentes
Até o ano de 2030, as
perdas de vidas humanas
Grau de redução de perdas
na bacia devidas às cheias
humanas e materiais nos eventos
são reduzidas a zero e as
extremos; grau de mobilização de
perdas econômicas são
recursos materiais e humanos para
reduzidas a 10% do valor
mitigação dos efeitos da estiagem;
atual, com ações locais para
índice de acerto do sistema de
combater as enchentes
alerta; índice de antecipação
de origem convectiva e
temporal da ocorrência de cheias
com ações regionais, para
regionais.
combater as cheias de
origem frontal.
ESTUDOS E PROJETOS -
3.2 Sistema de alerta P 31 - Programa
Implantação e ativação do novo
operacional. Convivência com as Cheias
sistema de alerta.
ESTUDOS E PROJETOS -
3.3 Mapeamento de áreas
P 31 - Programa Levantamento, identificação e
críticas de deslizamento
Convivência com as Cheias caracterização das áreas críticas de
concluído.
deslizamento.
ESTUDOS E PROJETOS -
3.4 Sistema de alerta P 31 - Programa Implantação e ativação de um
simplificado implantado. Convivência com as Cheias sistema de alerta simplificado nas
Reduzir os danos e as cabeceiras da bacia.
Ocorrência frequente perdas causados pela
de enchentes em zonas ocorrência de enchentes, ESTUDOS E PROJETOS - Criação
III. Suscetibilidade a 3.5 Modelo hidrológico de P 31 - Programa
urbanas, ao longo do por meio de ações de de um modelo hidrológico de cheias
Enchentes cheias definido Convivência com as Cheias
curso do rio Doce e seus previsão, mitigação dos para a bacia.
afluentes. efeitos e enfrentamento
das cheias. ESTUDOS E PROJETOS -
Plano Integrado De Recursos Hídricos
ESTUDOS E PROJETOS -
3.8 Inventário de locais de Identificação e análise de locais
PIRH
PIRH
P 31 - Programa
barramentos de contenção aptos para implantação de
Convivência com as Cheias
ou laminação concluído. barragens de laminação de cheias,
execução dos anteprojetos.
ESTUDOS E PROJETOS -
3.10 Alternativas de Apresentação dos projetos viáveis
P 31 - Programa
RELATÓRIO
RELATÓRIO
contenção ou laminação para laminação ou contenção
EXECUTIVO
EXECUTIVO
Convivência com as Cheias
apresentadas. de cheias aos órgãos gestores e
comitês de bacia.
Programas Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Ações Indicadores da Meta
Relacionados da Meta
Grupo 3 – Susceptibilidade a Enchentes
ESTUDOS E PROJETOS -
3.12 Inventário de locais Identificação e análise de locais
P 31 - Programa
de controle de cheias aptos para implantação de obras de
Convivência com as Cheias
concluído. controle local de cheias, execução
dos anteprojetos.
ARTICULAÇÃO - Realização de
3.17 Articulação entre reuniões de trabalho e assinatura
P 31 - Programa Formalização da articulação por
Defesa Civil e comitês da de um protocolo de intenções entre
Convivência com as Cheias meio de um protocolo de intenções.
bacia do rio Doce. os comitês de bacia e a Defesa Civil
dos dois estados.
Grupo 4 – Universaliz ação do Saneamento
PIRH
Saneamento esgotamento sanitário ou de saneamento ambiental. vidros e papel.
dos núcleos residenciais.
coleta de resíduos sólidos Em 2020, existem aterros
abaixo da média estadual. sanitários e unidades de
triagem e compostagem
em toda a bacia.
RELATÓRIO
municipais de saneamento. planos municipais de saneamento do município; índice de redução do
EXECUTIVO
EXECUTIVO
Saneamento
faltantes. registro de doenças de veiculação
hídrica no município.
64 65
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos, metas, programas, ações e indicadores (continuação)
Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Programas Relacionados Ações Indicadores da Meta
da Meta
Grupo 4 – Universalização do Saneamento
ARTICULAÇÃO - Reuniões de
articulação entre os órgãos gestores,
4.2 Articulação com
P41 – Programa os comitês, as empresas de
as concessionárias dos Assinatura do protocolo de intenções
Universalização do saneamento, consórcios municipais
serviços de saneamento entre os atores.
Saneamento e prefeituras para discussão e
operacional.
deliberação sobre os planos municipais
de saneamento.
PIRH
área da bacia.
corredores ecológicos
eficientes para a dispersão
e conservação das
espécies de fauna e flora
identificadas como de
importância e relevância
para a bacia.
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
66 67
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos, metas, programas, ações e indicadores (continuação)
Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Programas Relacionados Ações Indicadores da Meta
da Meta
Grupo 5 – Incremento de Áreas Legalmente Protegidas
ESTUDOS E PROJETOS -
P 51 - Programa de
5.2 Proposição de novas Identificação, mapeamento,
Avaliação Ambiental para
Unidades de Conservação levantamento de informações Grau de alteração do IQA; grau de
definição de áreas com
apresentada. básicas e estudo de viabilidade para alteração da cobertura vegetal.
restrição de uso
implantação de novas UCs.
PIRH
ESTUDOS E PROJETOS - Estudo
de viabilidade técnica, financeira,
5.6 Estudo de viabilidade social e ambiental de recuperação
P 52 - Programa de
para recuperação de APPs de APPs e formação de corredores
Recomposição de APPs e
e formação de corredores ecológicos de interesse para
nascentes
ecológicos concluído. a preservação e melhoria da
qualidade e quantidade de recursos
hídricos.
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
68 69
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos, metas, programas, ações e indicadores (continuação)
Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Programas Relacionados Ações Indicadores da Meta
da Meta
Grupo 6 – Implementação dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos
Implementar a
integração de todos
os Instrumentos de
Gestão dos Recursos
Dos instrumentos Hídricos (plano de bacia, P 61 - Programa de
previstos na legislação enquadramento, outorga, monitoramento e
– plano de bacia, cobrança, sistema de acompanhamento da
enquadramento, informações); Criar e implementação da
outorga, cobrança, manter uma estrutura gestão integrada dos
VI. Implementação dos
Sistema de Informações, organizacional (material, recursos hídricos; P
Instrumentos de Gestão
apenas a outorga recursos humanos e 61.2 - Subprograma
de Recursos Hídricos
está implementada, de procedimentos) Fortalecimento dos
parcialmente, e o que dê suporte ao Comitês na Bacia segundo
plano de bacia e o gerenciamento das o arranjo institucional
enquadramento estão ações do PIRH Doce; elaborado no âmbito
sendo implementados. Estabelecer a gestão do plano e objetivando OBRAS E SERVIÇOS - Criação das Quantidade de tempo e de recursos
racional, descentralizada a consolidação dos condições operacionais para o dispendidos na contratação,
6.1 Arranjo institucional
e participativa dos Sistemas Estaduais arranjo institucional; contratação de controle, monitoramento e
implantado.
recursos hídricos da de Gerenciamento de serviços de consultoria para apoio avaliação de ações estruturais e não
bacia do rio Doce Recursos Hídricos; P 61. à gestão. estruturais propostas.
- Projeto Diretrizes para
a Gestão da Região do
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
70 71
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos, metas, programas, ações e indicadores (continuação)
Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Programas Relacionados Ações Indicadores da Meta
da Meta
Grupo 6 – Implementação dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos
P 61 - Programa de
monitoramento e
acompanhamento da
implementação da gestão
integrada dos recursos
hídricos; P 61. - Projeto
Desenvolvimento de um
Sistema de Informações ESTUDOS E PROJETOS - Criação
sobre Recursos Hídricos de um sistema de informações
6.2 Sistema de informações da bacia do rio Doce; para a bacia, com interface web, Acessibilidade ao sistema por parte
implantado. P 62 - Programa de utilizando dados dos sistemas dos atores de gestão da bacia.
monitoramento dos estaduais e federal de recursos
Recursos Hídricos - hídricos.
quantidade e qualidade;
P 62.1 Subprograma de
levantamentos de dados
para preenchimento de
falhas ou lacunas de
informações constatadas
no diagnóstico da bacia
P 61.1 Subprograma
Cadastramento e LEVANTAMENTOS E CADASTRO -
manutenção do cadastro Levantamento cadastral dos usos e
Implementar a integração 6.3 Cadastro de usuários Número de usuários identificados,
dos usos e dos usuários de usuários na bacia, com atualização
de todos os Instrumentos concluído. caracterizados e georrefrenciados.
recursos hídricos da bacia; e caracterização das retiradas,
de Gestão dos Recursos P 61.3 Subprograma gestão retornos e lançamento de efluentes.
Hídricos (plano de bacia, das águas subterrâneas
Dos instrumentos
enquadramento, outorga,
previstos na legislação
cobrança, sistema de
– plano de bacia, LEVANTAMENTOS E CADASTRO -
informações); Criar e Outorgas para uso de água
enquadramento, Levantamento cadastral dos poços
manter uma estrutura subterrânea, redução de conflitos
outorga, cobrança, 6.4 Cadastro de poços P 61.3 Subprograma gestão da bacia, com caracterização,
VI. Implementação dos organizacional (material, pelo uso da água subterrânea,
Sistema de Informações, concluído. das águas subterrâneas coleta de amostras para análise
Instrumentos de Gestão recursos humanos e análise de qualidade da água
apenas a outorga de qualidade e análise de
de Recursos Hídricos de procedimentos) subterrânea.
está implementada, documentação técnica.
que dê suporte ao
parcialmente, e o
gerenciamento das
plano de bacia e o
ações do PIRH Doce;
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
OBRAS E SERVIÇOS - Instalação de
P 62 - Programa de um sistema de coleta de amostras
6.7 Rede de amostragem monitoramento dos para caracterização da qualidade Relatórios e disponibilidade de
operacional. Recursos Hídricos - da água na bacia em concordância dados na web.
quantidade e qualidade com a rede de estações
fluviométrica.
P 61 - Programa de
monitoramento e
ARTICULAÇÃO - Definição e Publicação de critérios harmônicos
acompanhamento da
publicação dos critérios futuros de para a bacia do Doce por parte dos
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
6.8 Critérios de outorga implementação da gestão
outorga, prazos de compatibilização Conselhos de Recursos Hídricos
publicados. integrada dos recursos
e metas progressivas de (Nacional, de Minas Gerais e do
hídricos; P 71 - Programa
atendimento ao enquadramento. Espírito Santo).
Comunicação do Programa
de Ações
72 73
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos, metas, programas, ações e indicadores (continuação)
Programas Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Ações Indicadores da Meta
Relacionados da Meta
Grupo 6 – Implementação dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos
P 61 - Programa de
ESTUDOS E PROJETOS - Revisão Publicação de critérios
monitoramento e
dos valores referenciais de harmônicos para a bacia do
6.9 Critérios de outorga acompanhamento da
outorga; análise dos novos dados Doce por parte dos Conselhos de
revistos. implementação da gestão
hidrológicos, especialmente das Recursos Hídricos (Nacional, de
integrada dos recursos
vazões referenciais de outorga. Minas Gerais e do Espírito Santo).
hídricos
PIRH
P 61 - Programa de ARTICULAÇÃO - Reuniões
monitoramento e de trabalho para avaliação e
6.14 Aprovação dos planos acompanhamento da aprovação dos investimentos com Ata de aprovação por parte dos
de investimentos. implementação da gestão base nos recursos arrecadados; Comitês.
integrada dos recursos eleição de prioridades por
hídricos sub-bacia.
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
74 75
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos, metas, programas, ações e indicadores (continuação)
Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Programas Relacionados Ações Indicadores da Meta
da Meta
Grupo 7 - Implementação das Ações do PIRH Doce
ARTICULAÇÃO - Acompanhamento
PIRH
PIRH
e monitoramento da implantação
7.5 Monitoramento da P 62 - Programa de das ações, estratégias e parcelas
Grau de alteração do regime
implantação das ações monitoramento dos demonstrativas; verificação da
hídrico, relatório tecnicoanalítico
selecionadas para aumento Recursos Hídricos - melhoria dos recursos hídricos em
sobre elevação da vazão mínima
de disponibilidade hídrica. quantidade e qualidade termos de quantidade e qualidade;
nas áreas monitoradas.
avaliação da eficácia das ações
realizadas e definição da validade de
sua multiplicação na bacia.
ARTICULAÇÃO - Acompanhamento
RELATÓRIO
RELATÓRIO
P 62 - Programa de
EXECUTIVO
EXECUTIVO
7.6 Monitoramento da e monitoramento dos eventos de Relatório tecnicoanalítico sobre
monitoramento dos
ocorrência de cheias e de cheia e seus efeitos; verificação cheias e resposta das estruturas
Recursos Hídricos -
seus efeitos. da implantação das estruturas implantadas.
quantidade e qualidade
recomendadas.
76 77
Quadro 5 – Relações entre questões referenciais, objetivos, metas, programas, ações e indicadores (continuação)
Hierarquia
Questão Referencial Situação Atual Objetivos Metas de Gestão Programas Relacionados Ações Indicadores da Meta
da Meta
Grupo 7 - Implementação das Ações do PIRH Doce
ARTICULAÇÃO - Acompanhamento
e monitoramento da implantação
das ações, estratégias e planos
P 62 - Programa de municipais de saneamento; Redução de doenças de
7.7 Monitoramento
monitoramento dos verificação da melhoria dos veiculação hídrica, redução da
da universalização do
Recursos Hídricos - recursos hídricos em termos de esquistossomose, redução de
saneamento na bacia.
quantidade e qualidade quantidade e qualidade; avaliação coliformes fecais.
da eficácia das ações realizadas
e definição da validade de sua
multiplicação na bacia.
A implementação do
PIRH Doce exigirá uma Estabelecer uma estrutura
estrutura gerencial capaz organizacional (material, ARTICULAÇÃO - Acompanhamento
7.8 Monitoramento da P 62 - Programa de
VII. Implementação das de integrar diversas ações recursos humanos e de e monitoramento da criação de
implantação de unidades monitoramento dos Redução de SST, DBO, fósforo e
Ações do PIRH Doce distintas, estabelecendo procedimentos) que dê novas UCs, da recuperação de
de conservação e Recursos Hídricos - turbidez nas amostras de água.
procedimentos de suporte ao gerenciamento APPs e da formação de corredores
recuperação de APPs. quantidade e qualidade
planejamento consistentes das ações do PIRH Doce. ecológicos.
e eficazes.
ARTICULAÇÃO - Avaliação da
execução do PIRH e dos PARHs;
P 61 - Programa de
análise dos efeitos de implantação
monitoramento e
do Plano nas condições da bacia;
7.9 Atualização do PIRH e acompanhamento da Ata dos comitês aprovando a
análise da eficiência e eficácia do
dos PARHs. implementação da gestão revisão dos PARHs e do PIRH.
arranjo institucional; redefinição de
integrada dos recursos
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
Relevância Urgência Soma Hierarquia Cor símbolo
Alta (3) 6 1
Alta (3) Média (2) 5 2
Baixa (1) 4 3
Alta (3) 5 2
Média (2) Média (2) 4 3
Baixa (1) 3 4
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
Alta (3) 4 3
Baixa (1) Média (2) 3 4
Baixa (1) 2 2
78 79
Quadro 6 – Perspectivas e desafios para o atendimento das metas superiores do PIRH Doce
Em 20 anos (ou no ano de 2030), não são observados conflitos pelo uso da água,
Espera-se uma redução significativa de conflitos pelo uso da água, principalmente pelo ordenamento da
sendo que a demanda atual e futura projetada é atendida pela vazão de referência
outorga. As intervenções estruturais podem necessitar de um tempo longo, por conta do processo de
Quantidade de Água atual ou suplementada pela implantação de medidas estruturais e não estruturais
licenciamento ambiental e captação de recursos. As intervenções não estruturais devem ser monitoradas
que elevem esse valor de referência até o mínimo suficiente para atender àquelas
constantemente, avaliando sua eficácia.
demandas.
Em 20 anos, as perdas de vidas humanas na bacia devidas às cheias são reduzidas A meta deve ser atingida parcialmente com a expansão e melhoria do sistema de alerta,
Susceptibilidade a a zero e as perdas econômicas são reduzidas a 10% do valor atual, com ações lo- que deve possibilitar a realização de ações preventivas e corretivas de forma antecipada.
Enchentes cais para combater as enchentes de origem convectiva e com ações regionais, para No entanto, a ocupação de áreas críticas está relacionada a problemas sociais, alheios ao
combater as cheias de origem frontal. plano e à falta de planos diretores municipais efetivamente implantados.
Em 20 anos (ano 2030), a bacia do rio Doce apresenta uma elevação do número de
Unidades de Conservação e das áreas legalmente protegidas de forma a contemplar
A expansão das áreas legalmente protegidas deve ser observada na bacia, impulsionada pelos programas do
Incremento de Áreas a totalidade dos biomas de interesse e a formação de corredores ecológicos eficien-
PIRH e por outras ações institucionais, como o Bolsa Verde. A formação efetiva de corredores ecológicos deve
Legalmente Protegidas tes para a dispersão e conservação das espécies de fauna e flora identificadas como
ser iniciada no horizonte de planejamento.
de importância e relevância para a bacia, atingindo um patamar de 10% de seu terri-
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
um sistema de cobrança pelo uso da água aceito pelos usuários de água e pela po-
Hídricos frer atrasos pela ocorrência de fatores externos, como processos eleitorais.
pulação da bacia, que permite a arrecadação dos recursos necessários para a im-
plantação das medidas previstas, ao mesmo tempo em que incentiva o uso racional
dos recursos hídricos e permita o desenvolvimento socioeconômico da bacia; e um
conjunto de planos de bacias hidrográficos harmônicos entre si e com os cenários
de enquadramento, os critérios de outorga e os valores de cobrança pelo uso da
água.
Em dois anos, as ações previstas no PIRH Doce estão implantadas de acordo com
Não são previstas maiores dificuldades em atingir a meta proposta, além dos comumente
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
Implementação das os cronogramas e os custos previstos, sendo que o arranjo institucional e os recur-
observados nos projetos que dependem de recursos públicos, uma vez que o processo
Ações do PIRH Doce sos disponibilizados são suficientes para a obtenção de níveis satisfatórios de efi-
de cobrança ainda não estará implantado.
ciência da gestão integrada dos recursos hídricos.
80 81
Quadro 7 – Classificação dos programas, subprogramas e projetos quanto a sua
4.2
hierarquia, com base na relevância e urgência das metas relacionadas
Hierarquização dos P 11 – Programa de Saneamento da Bacia
programas do Plano P 12 – Programa de Controle de Atividades Geradoras de Sedimentos
P 13 – Programa de Apoio ao controle de efluentes em pequenas e microempresas
P 21 – Programa de Incremento de Disponibilidade Hídrica-
P 22 - Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura
A partir da relação dos programas com as Essa classificação foi utilizada para distribuir
P 23 - Programa de Redução de Perdas no Abastecimento Público de Água
metas e da classificação das metas quanto as ações ao longo dos dez primeiros anos.
a sua relevância e urgência, é possível es- As ações com maior hierarquia têm início P 24 – Implementação do Programa “Produtor de Água”
tabelecer a hierarquização dos programas, no primeiro ano. As demais, foram sendo P 25 – Ações de convivência com a seca
subprogramas e projetos. Considerou-se distribuídas ao longo do tempo, com defa- P 25.a Estudos para avaliação dos efeitos das possíveis mudanças climáticas globais nas relações entre
disponibilidades e demandas hídricas e proposição de medidas adaptativas
a situação mais crítica da meta como re- sagem de dois anos. Isso alterou a previsão
ferencial para a classificação da ação. O de recursos necessários para esse período, P 31 – Programa de Convivência com as Cheias
resultado mostrado no Quadro 7 é coe- pois reduziu os anos de monitoramento ou P 41 – Programa de Universalização do Saneamento
rente com o esperado, com destaque para de manutenção das ações, mas tal redução P 42 – Programa de Expansão do Saneamento Rural
as ações dos grupos 6 e 7, além do sanea- é praticamente insignificante (0,58%), pois P 51 - Programa de Avaliação Ambiental para Definição de Áreas com Restrição de Uso
mento. No caso dos PARHs, esta situação não atingiu os investimentos em saneamen- P 51.a Projeto Restrição de uso das áreas de entorno de aproveitamentos hidrelétricos
poderá ser alterada pela especificidade de to, responsáveis por praticamente 90% dos P 52 - Programa de Recomposição de APP’s e nascentes
cada unidade de análise. custos considerados. P 52.a – Projeto de recuperação de lagoas assoreadas e degradadas
P 61 – Programa de Monitoramento e Acompanhamento da Implementação da Gestão Integrada dos Recursos
Hídricos
P 61 1 Subprograma de Cadastramento e Manutenção do Cadastro dos Usuários de recursos hídricos da bacia
P 61 2 Subprograma de Fortalecimento dos Comitês na bacia segundo o arranjo institucional elaborado no âmbito
do plano e objetivando a consolidação dos Sistemas Estaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
4.3
P 61.a Projeto Desenvolvimento de um Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos da bacia do rio Doce
Espacialização dos P 61.b Estudos complementares para elaboração de proposta de enquadramento dos corpos d’água
programas
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
ção das metas mais urgentes ou relevantes. P 71 - Programa de Comunicação do Programa de Ações
programas essenciais, importantes, desejá- Assim, embora os programas tenham sido P 72 – Programa de Educação Ambiental
veis, de pequena importância ou acessório
concebidos com prazo de execução, as da- P 73 - Programa de Treinamento e Capacitação
para cada unidade de análise. Assim, iden-
tas de início podem não ser coincidentes
tifica-se o local de execução das ações pro- Legenda:
em cada uma das unidades de análise ou
postas ao mesmo tempo em que se indica a Hierarquia Cor
sua importância para a unidade considera- mesmo uma ação pode não ser realizada
em determinadas unidades. Essa espaciali- 1
da. Essa espacialização, junto à distribuição
RELATÓRIO
RELATÓRIO
zação poderá ser confirmada no desenvol- 2
EXECUTIVO
EXECUTIVO
temporal das metas de gestão, permite a
vimento de cada um dos PARHs. O Quadro 3
visão mais ampla das ações, que será com-
4
plementada com a avaliação da distribuição 8 apresenta a espacialização das ações en-
5
dos programas ao longo do tempo. tre as unidades de análise.
82 83
Quadro 8 – Espacialização territorial dos Programas, Subprogramas e Projetos
Unidade de Análise
Santa Maria
Piracicaba
Manhuaçu
Caratinga
Programas, subprogramas e projetos do PIRH Doce
São José
do Doce
Antônio
Guandu
Piranga
Suaçuí
Santo
P 11 - Programa de Saneamento da bacia
P 12 – Programa de Controle das Atividades Geradoras de Sedimentos
P 13 – Programa de Apoio ao controle de efluentes em pequenas e micro empresas
P 21 - Programa de Incremento de Disponibilidade Hídrica
P 22 - Programa de Incentivo ao Uso Racional de Água na Agricultura
P 23 - Programa de Redução de Perdas no Abastecimento Público de Água
P 24 - Programa Produtor de Água
P 25 - Programa de Convivência com a Seca
P 25.a - Estudos para avaliação dos efeitos das possíveis mudanças climáticas globais nas relações entre
disponibilidades e demandas hídricas e proposição de medidas adaptativas
P 31 - Programa de Convivência com as Cheias
P 41 - Programa de Universalização do Saneamento
P 42 - Programa de Expansão do Saneamento Rural
P 51 - Programa de Avaliação Ambiental para definição de áreas com restrição de uso
P 51.a - Projeto Restrição de uso das áreas de entorno de aproveitamentos hidrelétricos
P 52 - Programa de Recomposição de APPs e nascentes
P 52.a – Projeto de Recuperação de lagoas assoreadas e degradadas
P 61 - Programa de Monitoramento e Acompanhamento da Implementação da Gestão Integrada dos Recursos Hídricos
na Bacia do Rio Doce
P 61.1 - Subprograma de Cadastramento e manutenção do cadastro dos usuários de recursos hídricos da bacia
P 61.2 - Subprograma de Fortalecimento dos Comitês na bacia segundo o arranjo institucional elaborado
no âmbito do plano e objetivando a consolidação dos Sistemas Estaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
P 61.3 - Subprograma de Gestão das Águas subterrâneas
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
P 62.1 - Subprograma de Levantamentos de dados para preenchimento de falhas ou lacunas de informações constatadas
no Diagnóstico da Bacia
P 71 - Programa de Comunicação do Programa de Ações
P 72 - Programa de Educação Ambiental
P 73 - Programa de Treinamento e Capacitação
Legenda:
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
Ação acessória ou sem significado para a unidade de análise
Ação de pequena importância para a unidade de análise
5
recursos advindos da cobrança pelo uso da cenciamento ambiental ou tem impacto am-
DA VIABILIDADE DAS
tificadas linhas de crédito e avaliada a capa- cursos para financiar os estudos ambientais
cidade de captação de recursos por parte necessários para o respectivo licenciamento.
INTERVENÇÕES PRETENDIDAS
das empresas concessionárias, das princi-
pais prefeituras e dos governos estaduais. Critérios de viabilidade socioinstitucional
A distribuição dos recursos advindos da co-
brança serão apresentados na sequência. • Compatibilidade com as prioridades de-
finidas pelo Comitê.
A avaliação preliminar de viabilidade orien- ou projeto proposto. Essa avaliação tem ca-
Os custos previstos foram baseados em
ta-se por meio de uma lógica seletiva e de ráter preliminar e serve para identificar as • Abrangência social dos benefícios.
ações semelhantes, em desenvolvimento, em
filtragem. Procura, por meio dos critérios de condições globais de viabilidade de cada contratação ou já realizadas, sendo que mui- • Existência de potencial de mobilização
viabilidade, definir um nível mínimo de viabi- ação, no âmbito do Programa de Ações do tas vezes foram adotados critérios de investi- social para implementação da ação.
lidade para as ações e programas propostos.
PIRH Doce, identificando-se se a ação ou mento unitário como forma de estimar o cus-
to total dos programas. A relação entre custo • Aceitação pelas práticas socioculturais
A verificação da viabilidade consiste na apli- projeto atende ou não ao critério de viabili-
e efeito não foi calculada, mas as ações ana- predominantes na região.
cação de critérios definidos em cada ação dade considerado.
lisadas foram indicadas por consenso com o • Existência de suporte institucional para
GAT. Isso indica que são anseios das comu- efetividade da ação ou projeto.
nidades representadas nos Comitês, sendo
5.1
os investimentos previstos entendidos como • Baixa complexidade da articulação insti-
Critérios de necessários e priorizáveis em relação a outras tucional necessária à implementação da
viabilidade ações discutidas. Uma reavaliação de ações e ação ou projeto (interação com outros
programas setoriais ou políticas públicas).
cronogramas deve ser realizada pelo arranjo
institucional no início das atividades de ges-
As ações propostas foram concebidas sobre
A seguir são apresentados os critérios de As ações propostas (programas, subprogra- tão integrada da bacia.
as demandas da população, observando as
viabilidade definidos para a avaliação, con- mas e projetos) atendem aos critérios de via-
manifestações dos Comitês e seus represen-
forme os grupos temáticos determinados. bilidade desse grupo, especialmente quando Critérios de viabilidade ambiental tantes. O arranjo institucional será reforçado
consideradas as metas de gestão. Evidente-
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
• Abrangência regional (ou macrolocal) setor de saneamento, cuja responsabilidade
5.2
dos efeitos da ação ou projeto. não é do arranjo institucional proposto.
• Independência da implementação de
Viabilidade financeira
outra(s) ação(ões) para efetivação dos Critérios de viabilidade financeira do PIRH Doce
efeitos esperados.
• Previsibilidade dos custos de implantação
• Efetividade na resolução ou minimização ou implementação das ações e projetos
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
do problema-alvo. (orçamento “fechado” ou “em aberto”). Os programas, subprogramas e projetos pro- timentos (Quadro 9). O Quadro 10 mostra a
postos para a bacia foram orçados, conside- distribuição da implantação dos programas
• Porte da ação ou projeto compatível com • Compatibilidade entre previsão de cus- rando o período de 10 (dez) anos, proposto ao longo do tempo, resultando em um mon-
a dimensão do problema-alvo. tos e efeitos desejados. como horizonte para a estimativa de inves- tante total de R$ 1.344.880.645,03.
86 87
Quadro 9 – Orçamento Global por Programas
Valor p/ 10 Anos
Ação
(R$)
P 11 - Programa de Saneamento da Bacia 916.592.923,00
P 12 - Programa de Controle de Atividades Geradoras de Sedimentos 6.010.000,00
P 13 – Programa de Apoio ao Controle de Efluentes em Pequenas e Microempresas 6.300.000,00
P 21 - Programa de Incremento de Disponibilidade Hídrica 8.000.000,00
P 22 - Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura 4.000.000,00
P 23 - Programa de Redução de Perdas no Abastecimento Público de Água 105.211.512,00
P 24 - Implementação do Programa Produtor de Água 10.800.000,00
P 25 – Ações de Convivência com a Seca 13.800.000,00
P 25.a Estudos para Avaliação dos Efeitos das Possíveis Mudanças Climáticas Globais nas
350.000,00
Relações Entre Disponibilidades e Demandas Hídricas e Proposição de Medidas Adaptativas
PIRH
P 62 1 Subprograma de Levantamentos de dados para preenchimento de falhas ou lacunas
1.700.000,00
de informações constatadas no diagnóstico da bacia
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
De acordo com a hierarquização dos pro- hierárquica, sendo as mais críticas iniciando
gramas estabeleceu-se um cronograma com no ano de 2010 e as menos críticas no ano
defasagem de dois anos para cada classe de 2018. Foz do Rio Doce em Regência - ES
Foto: Zig Koch / Banco de Imagens da ANA
88 89
Quadro 10 – Distribuição das Ações ao longo do tempo de acordo com a hierarquia (R$/ano).
Programas, Subprogramas 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Total
P 11 – Programa de Saneamento da Sub-bacia 229.148.230,86 302.475.664,73 91.659.292,34 36.663.716,94 36.663.716,94 36.663.716,94 36.663.716,94 36.663.716,94 36.663.716,94 36.663.716,94 36.663.716,94 916.592.923,44
P 12 – Programa de Controle de Atividades Geradoras de
887.330,08 226.552,36 1.074.630,14 443.082,86 1.532.375,00 589.044,46 494.647,64 368.338,18 278.117,14 115.882,14 0,00 6.010.000,00
Sedimentos
P 13 – Programa de Apoio ao controle de efluentes em pequenas
0,00 0,00 0,00 0,00 3.150.000,00 3.150.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6.300.000,00
e microempresas
P 21 – Programa de Incremento de Disponibilidade Hídrica 2.000.000,00 1.000.000,00 1.300.000,00 900.000,00 700.000,00 700.000,00 200.000,00 200.000,00 400.000,00 400.000,00 200.000,00 8.000.000,00
P 22 – Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na
900.000,00 600.000,00 450.000,00 400.000,00 350.000,00 200.000,00 415.000,00 385.000,00 200.000,00 50.000,00 50.000,00 4.000.000,00
Agricultura
P 23 – Programa de Redução de Perdas no Abastecimento
5.163.023,94 5.163.023,94 13.330.740,13 10.230.563,68 13.840.193,47 13.512.299,59 9.952.303,41 9.442.468,69 8.932.633,98 8.604.740,09 7.039.520,66 105.211.511,59
Público de Água
P 24 - Implementação do Programa Produtor de Água 0,00 0,00 5.670.000,00 945.000,00 1.755.000,00 1.080.000,00 1.080.000,00 135.000,00 135.000,00 0,00 0,00 10.800.000,00
P 25 – Ações de Convivência com a Seca 2.587.500,00 1.293.750,00 2.190.750,00 1.776.750,00 1.431.750,00 1.173.000,00 1.000.500,00 1.000.500,00 1.000.500,00 172.500,00 172.500,00 13.800.000,00
P 25.a Estudos para avaliação dos efeitos das possíveis
mudanças climáticas globais nas relações entre disponibilidades 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 203.584,44 146.415,56 0,00 350.000,00
e demandas hídricas e proposição de medidas adaptativas
P 31 – Programa de Convivência com as Cheias 614.045,26 684.376,44 1.341.429,21 1.185.822,90 1.043.392,32 476.304,25 366.947,58 217.367,15 191.124,96 191.124,96 191.124,96 6.503.060,00
P 41 – Programa de Universalização do Saneamento 19.024.868,75 19.024.868,75 34.241.866,25 34.241.866,25 18.262.715,00 18.262.715,00 18.262.715,00 7.816.585,00 7.816.585,00 2.836.182,50 2.836.182,50 182.627.150,00
P 42 – Programa de Expansão do Saneamento Rural 0,00 0,00 1.643.838,73 268.934,34 1.055.328,28 400.000,00 369.767,33 131.065,66 131.065,66 0,00 0,00 4.000.000,00
P 51 – Programa de Avaliação Ambiental para Definição de Áreas
0,00 0,00 2.450.000,00 350.000,00 350.000,00 350.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3.500.000,00
com Restrição de Uso
P 51.a Projeto de Restrição de Uso das áreas de entorno de
0,00 0,00 1.441.673,87 190.447,15 498.773,28 234.493,74 59.552,85 59.552,85 15.506,26 0,00 0,00 2.500.000,00
aproveitamentos hidrelétricos
P 52 – Programa de Recomposição de APP’s e nascentes 0,00 0,00 3.446.409,96 242.705,14 2.946.422,83 432.000,00 432.000,00 432.000,00 383.461,96 189.294,86 135.705,24 8.640.000,00
P 52.a – Projeto de Recuperação de lagoas assoreadas e
0,00 0,00 181.500,00 22.500,00 22.500,00 22.500,00 10.500,00 10.500,00 0,00 0,00 0,00 270.000,00
degradadas
P 61 – Programa de Monitoramento e Acompanhamento da
2.400.000,00 1.348.860,06 1.200.000,00 1.051.139,94 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6.000.000,00
Implementação da Gestão Integrada dos Recursos Hídricos
P 61 1 Subprograma de Cadastramento e manutenção do
18.125.243,63 1.782.756,37 1.764.000,00 1.764.000,00 1.764.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 25.200.000,00
cadastro dos usuários de recursos hídricos da Sub-bacia
P 61 2 Subprograma de Fortalecimento dos Comitês na bacia
segundo o arranjo institucional elaborado no âmbito do plano
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
do rio Doce, assim como da região da Planície Costeira do 0,00 0,00 750.000,00 750.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.500.000,00
Espírito Santo na bacia do rio Doce
P 61.d – Projeto de Consolidação de mecanismos de articulação
e integração da fiscalização exercida pela ANA, IGAM e IEMA na 0,00 0,00 1.224.000,00 1.188.000,00 1.188.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3.600.000,00
bacia
P 61.e – Projeto de Avaliação da aceitação da proposta de
0,00 0,00 800.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 800.000,00
cobrança
P 62 – Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos 1.795.800,00 419.020,00 419.020,00 419.020,00 419.020,00 419.020,00 419.020,00 419.020,00 419.020,00 419.020,00 419.020,00 5.986.000,00
P 62 1 Subprograma de Levantamentos de dados para
RELATÓRIO
RELATÓRIO
preenchimento de falhas ou lacunas de informações constatadas 0,00 0,00 850.000,00 850.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.700.000,00
EXECUTIVO
EXECUTIVO
no diagnóstico da bacia
P 71 – Programa de Comunicação do Programa de Ações 1.500.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 2.500.000,00
P 72 – Programa de Educação Ambiental 0,00 0,00 1.144.000,00 1.100.000,00 308.000,00 308.000,00 308.000,00 308.000,00 308.000,00 308.000,00 308.000,00 4.400.000,00
P 73 – Programa de Treinamento e Capacitação 0,00 0,00 770.000,00 247.500,00 247.500,00 247.500,00 247.500,00 247.500,00 247.500,00 247.500,00 247.500,00 2.750.000,00
90 Total 286.974.154,92 336.185.869,53 172.361.483,34 97.065.607,22 87.987.087,12 78.678.993,98 70.740.570,75 58.295.014,46 57.784.216,34 50.444.377,06 48.363.270,30 1.344.880.645,03 91
5.2.1 Critérios para a distribuição dos
investimentos por Unidade de Análise
Entre os programas, há os que foram conce- • Pela população da unidade de análise.
bidos de forma geral e ampla para a bacia,
como o de educação ambiental, por exem- • Pela população rural na área de análise.
plo, e outros que foram propostos conside- • Pelas unidades com deficiência hídrica
rando a realidade municipal como parâmetro prevista.
de formulação de custo. Assim, há ações na-
turalmente discretizadas e outras para quais • De forma uniforme entre as unidades de
foram considerados diferentes critérios de análise.
distribuição dos custos, que foram:
O Quadro 11 apresenta os critérios de discre-
• Por área territorial da unidade de análise. tização adotados, divididos em orçamento,
Pela área irrigada por unidade de análise. área, área irrigada e população.
UPGRH/UA
Programas,
Subprogramas Santa
e Projetos do São Maria
DO1 DO2 D03 D04 D05 D06 Guandu
PIRH Doce José do
Doce
Critério de
20,26% 6,55% 12,41% 24,86% 7,70% 10,60% 11,24% 2,85% 3,53%
área
Critério de
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
Critério de
7,14% 2,19% 0,81% 2,26% 5,08% 4,51% 7,29% 64,16% 6,56%
área irrigada
Critério de
deficiência 12,50% 12,50% 37,50% 12,50% 25,00%
hídrica
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
O resultado da aplicação destes critérios é
apresentado no Quadro 12, a seguir.
92 Rio Doce em Jusante de Linhares - ES 93
Foto: Zig Koch / Banco de Imagens da ANA
Quadro 12 – Recursos necessários para implantação dos programas, por unidade de análise, para o período 2010 – 2020 (R$).
UPGRH/UA
Programas, subprogramas e projetos do PIRH Doce Santa Maria do
Piranga Piracicaba Santo Antônio Suaçuí Caratinga Manhuaçu São José Guandu TOTAL
Doce
P 11 - Programa de Saneamento da bacia R$ 169.038.475 R$ 246.373.778 R$ 51.912.184 R$ 129.734.191 R$ 83.375.839 R$ 92.025.756 R$ 89.402.539 R$ 30.061.181 R$ 24.668.980 R$ 916.592.923
P 12 - Programa de Controle de Atividades Geradoras de Sedimentos R$ 1.217.802 R$ 393.805 R$ 745.541 R$ 1.494.131 R$ 462.835 R$ 637.005 R$ 675.263 R$ 212.427 R$ 171.190 R$ 6.010.000
P 13 – Programa de Apoio ao controle de efluentes em pequenas
R$ 1.294.858 R$ 1.461.608 R$ 292.225 R$ 1.137.920 R$ 533.216 R$ 573.536 R$ 133.218 R$ 218.969 R$ 654.450 R$ 6.300.000
e micro empresas
P 21 - Programa de Incremento de Disponibilidade Hídrica- R$ - R$ 1.000.000 R$ - R$ - R$ 1.000.000 R$ - R$ 3.000.000 R$ 2.000.000 R$ 1.000.000 R$ 8.000.000
P 22 - Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura R$ - R$ 500.000 R$ - R$ - R$ 500.000 R$ - R$ 1.500.000 R$ 1.000.000 R$ 500.000 R$ 4.000.000
P 23 - Programa de Redução de Perdas no Abastecimento Público de
R$ 20.667.843 R$ 25.902.771 R$ 5.013.540 R$ 20.011.118 R$ 7.470.351 R$ 8.032.752 R$ 10.196.694 R$ 6.557.878 R$ 1.358.565 R$ 105.211.512
Água
P 24 - Implementação do Programa Produtor de Água R$ - R$ 1.350.000 R$ - R$ - R$ 1.350.000 R$ - R$ 4.050.000 R$ 2.700.000 R$ 1.350.000 R$ 10.800.000
P 25 – Ações de Convivência com a Seca R$ - R$ 1.725.000 R$ - R$ - R$ 1.725.000 R$ - R$ 5.175.000 R$ 3.450.000 R$ 1.725.000 R$ 13.800.000
P 25.a Estudos para avaliação dos efeitos das possíveis mudanças
climáticas globais nas relações entre disponibilidades e demandas R$ 70.920 R$ 22.934 R$ 43.418 R$ 87.013 R$ 26.954 R$ 37.097 R$ 39.325 R$ 12.371 R$ 9.969 R$ 350.000
hídricas e proposição de medidas adaptativas
P 31 - Programa de Convivência com as Cheias R$ 1.336.593,61 R$ 1.508.717,77 R$ 301.643,58 R$ 1.174.597,65 R$ 550.402,07 R$ 592.022,40 R$ 137.511,46 R$ 226.027,13 R$ 675.544,35 R$ 6.503.060
P 41 - Programa de Universalização do Saneamento R$ 56.723.650 R$ 20.333.400 R$ 12.796.350 R$ 46.077.100 R$ 17.226.025 R$ 23.090.625 R$ 4.170.000 R$ 1.050.000 R$ 1.160.000 R$ 182.627.150
P 42 – Programa de Expansão do Saneamento Rural R$ 1.127.085 R$ 183.572 R$ 302.327 R$ 702.558 R$ 327.528 R$ 513.321 R$ 508.349 R$ 165.600 R$ 169.661 R$ 4.000.000
P 51 - Programa de Avaliação Ambiental para Definição de Áreas com
R$ 709.203 R$ 229.337 R$ 434.175 R$ 870.126 R$ 269.538 R$ 370.968 R$ 393.248 R$ 123.710 R$ 99.694 R$ 3.500.000
Restrição de Uso
P 51.a Projeto Restrição de uso das áreas de entorno de aproveitamentos
R$ 506.573 R$ 163.812 R$ 310.125 R$ 621.519 R$ 192.527 R$ 264.977 R$ 280.891 R$ 88.364 R$ 71.210 R$ 2.500.000
hidrelétricos
P 52 - Programa de Recomposição de APP’s e nascentes R$ 1.750.717 R$ 566.136 R$ 1.071.792 R$ 2.147.969 R$ 665.374 R$ 915.761 R$ 970.761 R$ 305.387 R$ 246.103 R$ 8.640.000
P 52.a – Projeto de Recuperação de lagoas assoreadas e degradadas R$ 30.000 R$ 30.000 R$ 30.000 R$ 30.000 R$ 30.000 R$ 30.000 R$ 30.000 R$ 30.000 R$ 30.000 R$ 270.000
P 61 - Programa de Monitoramento e Acompanhamento da
R$ 1.215.776 R$ 393.150 R$ 744.300 R$ 1.491.645 R$ 462.065 R$ 635.945 R$ 674.139 R$ 212.074 R$ 170.905 R$ 6.000.000
Implementação da Gestão Integrada dos Recursos Hídricos
P 61 1 Subprograma de Cadastramento e manutenção do cadastro dos
R$ 5.106.258 R$ 1.651.230 R$ 3.126.061 R$ 6.264.909 R$ 1.940.675 R$ 2.670.970 R$ 2.831.386 R$ 890.711 R$ 717.800 R$ 25.200.000
usuários de recursos hídricos da Bacia
P 61 2 Subprograma de Fortalecimento dos Comitês na bacia segundo
o arranjo institucional elaborado no âmbito do plano e objetivando a
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
Doce, assim como da região da Planície Costeira do Espírito Santo na
R$ 750.000 R$ 750.000 R$ 1.500.000
bacia do
rio Doce
P 61.d Projeto de Consolidação de mecanismos de articulação e
R$ 729.465 R$ 235.890 R$ 446.580 R$ 894.987 R$ 277.239 R$ 381.567 R$ 404.484 R$ 127.244 R$ 102.543 R$ 3.600.000
integração da fiscalização exercida pela ANA, IGAM e IEMA na bacia
P 61.e – Projeto de Avaliação da aceitação da proposta de cobrança R$ 162.103 R$ 52.420 R$ 99.240 R$ 198.886 R$ 61.609 R$ 84.793 R$ 89.885 R$ 28.277 R$ 22.787 R$ 800.000
P 62 - Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos R$ 1.212.939 R$ 392.233 R$ 742.564 R$ 1.488.165 R$ 460.987 R$ 634.461 R$ 672.566 R$ 211.579 R$ 170.506 R$ 5.986.000
RELATÓRIO
R$ 344.470 R$ 111.392 R$ 210.885 R$ 422.633 R$ 130.919 R$ 180.185 R$ 191.006 R$ 60.088 R$ 48.423 R$ 1.700.000
EXECUTIVO
EXECUTIVO
falhas ou lacunas de informações constatadas no diagnóstico da bacia
P 71 - Programa de Comunicação do Programa de Ações R$ 506.573 R$ 163.812 R$ 310.125 R$ 621.519 R$ 192.527 R$ 264.977 R$ 280.891 R$ 88.364 R$ 71.210 R$ 2.500.000
P 72 – Programa de Educação Ambiental R$ 891.569 R$ 288.310 R$ 545.820 R$ 1.093.873 R$ 338.848 R$ 466.360 R$ 494.369 R$ 155.521 R$ 125.330 R$ 4.400.000
P 73 - Programa de Treinamento e Capacitação R$ 557.231 R$ 180.194 R$ 341.138 R$ 683.671 R$ 211.780 R$ 291.475 R$ 308.981 R$ 97.201 R$ 78.331 R$ 2.750.000
94 Total R$ 267.374.371 R$ 306.018.097 R$ 81.209.293 R$ 219.882.119 R$ 120.701.578 R$ 133.903.404 R$ 128.632.949 R$ 51.326.076 R$ 35.832.758 R$ 1.344.880.645 95
Algumas ações, como as de saneamento, são Os recursos necessários à execução das de- Observa-se que, considerando a totalidade cobrança responderiam por aproximada-
de responsabilidade de órgãos de saneamen- mais ações devem ser obtidos pela Cobran- dos investimentos previstos, os recursos da mente 10% do total.
to, empresas concessionárias e prefeituras. ça pelo Uso da Água. Foram propostas duas
Os recursos necessários para financiar essas bases de cobrança, denominadas de simula-
ações serão buscados junto a outras fontes. ção I e II (Quadro 13). Quadro 15 – Investimentos em programas de saneamento
PIRH
DO2 306.018.097 30.601.810 4.640.929,00 15,17%
DO3 81.209.293 8.120.929 1.513.021,00 18,63%
DO4 219.882.119 21.988.212 1.124.062,00 5,11%
DO5 120.701.578 12.070.158 689.382,00 5,71%
DO6 133.903.404 13.390.340 853.704,00 6,38%
São José 128.632.949 12.863.295 1.072.969,00 8,34%
Guandu 35.832.758 3.583.276 302.378,00 8,44%
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
Santa Maria do
51.326.076 5.132.608 247.402,00 4,82%
Doce
Total 1.344.880.645 134.488.065 13.244.776,00 9,85%
Rio Doce em Colatina - ES
Foto: Zig Koch / Banco de Imagens da ANA
96 97
Quadro 16 – Avaliação da capacidade de investimento de cada Unidade de Análise, exceto saneamento
Programas DO1 DO2 DO3 DO4 DO5 DO6 São José Sta Maria do Doce Guandu Total
Programas de Saneamento
P 11 - Programa de Saneamento da bacia 169.038.475 246.373.778 51.912.184 129.734.191 83.375.839 92.025.756 89.402.539 30.061.181 24.668.980 916.592.923
P 23 - Programa de Redução de Perdas no
20.667.843 25.902.771 5.013.540 20.011.118 7.470.351 8.032.752 10.196.694 6.557.878 1.358.565 105.211.512
Abastecimento Público de Água
P 41 - Programa de Universalização do
56.723.650 20.333.400 12.796.350 46.077.100 17.226.025 23.090.625 4.170.000 1.050.000 1.160.000 182.627.150
Saneamento
Total Saneamento (recursos a cargo de outros
246.429.968 292.609.949 69.722.074 195.822.409 108.072.215 123.149.133 103.769.233 37.669.059 27.187.545 1.204.431.585
agentes)
Total Demais Programas do Plano 20.944.403 13.408.148 11.487.219 24.059.710 12.629.362 10.754.271 24.863.715 13.657.017 8.645.213 140.449.058
Custo médio em relação a oito anos de
2.618.050 1.676.019 1.435.902 3.007.464 1.578.670 1.344.284 3.107.964 1.707.127 1.080.652 17.556.132
cobrança
Valor da cobrança (anual) 2.800.929 4.640.929 1.513.021 1.124.062 689.382 853.704 1.072.969 247.402 302.378 13.244.776
Repasse à Agência (7,5%) 210.070 348.070 113.477 84.305 51.704 64.028 80.473 18.555 22.678 993.358
Capacidade de investimento anual 2.590.859 4.292.859 1.399.544 1.039.757 637.678 789.676 992.496 228.847 279.700 12.251.418
Diferença -27.191 2.616.841 -36.358 -1.967.707 -940.992 -554.608 -2.115.468 -1.478.280 -800.952 -5.304.714
Diferença sobre Capacidade de Investimento -1,05% 60,96% -2,60% -189,25% -147,57% -70,23% -213,15% -645,97% -286,36% -43,30%
Do resultado dessa avaliação observa-se considerados os recursos oriundos da arre- - cujas ações estruturais foram concebidas Pelos dados apresentados, conclui-se pela
que apenas a UPGRH DO2 – Piracicaba apre- cadação nos rios de domínio da união, da apenas no nível de parcela demonstrativa e viabilidade da execução do PIRH com base
senta algum superávit substancial, enquanto ordem de R$ 15,6 milhões e representando projeto-piloto, em decorrência dos elevados na Cobrança pelo Uso da Água, com com-
que todas as outras têm déficits, com desta- 54% da arrecadação prevista, ou aproxima- custos envolvidos, face à grande extensão de plementação dos recursos para o setor de
Plano Integrado De Recursos Hídricos
5.3
Guandu de quase três anos e as DO4, DO5 de R$ 6,5 milhões, verificado nesse caso
e São José têm um déficit entre um e dois onde os programas de saneamento não fo-
ram considerados, deve ser destinado para,
Viabilidade financeira para as
anos de arrecadação.
pelo menos, duas finalidades principais: ações de saneamento
Em síntese, ao considerar apenas os recur-
PIRH
PIRH
sos oriundos da cobrança nos rios de domí- a) Eventuais aportes de contrapartida e ela-
nio dos estados, observa-se um déficit total boração de projetos no contexto dos pro- Dada às características do conjunto de in- um panorama das principais linhas existen-
da ordem de R$ 7,93 milhões/ano. gramas relacionados à melhoria da qualida-
vestimentos projetados no PIRH Doce, espe- tes para o financiamento do programa de in-
de da água (P11) e com a universalização do
cialmente no tocante à predominância dos vestimentos do PIRH Doce.
Para fazer frente a esse déficit devem ser saneamento (P41).
investimentos em saneamento, conforme já
Cumpre destacar que a síntese aqui apresen-
b) Ampliação do alcance daqueles programas especificado nos Quadros 15 e 16, onde o
3 A diferença acumulada, de R$ 5,3 milhões, indica- tada visa apenas contextualizar a abordagem
cujas intervenções estruturais foram conce-
RELATÓRIO
RELATÓRIO
montante de aproximadamente R$1,2 bilhão
EXECUTIVO
EXECUTIVO
da no Quadro 16, considerou o superávit da DO2. empreendida, para bem identificar diferentes
Todavia, é pouco provável que o eventual superávit bidas apenas em caráter de projeto piloto, (ou 89,56% do orçamento total) referem-se fontes de financiamento e descrever as con-
observado em um afluente seja alocado para com- como por exemplo o Programa 12 - de con-
pensar déficit nos demais. Assim, o déficit total es-
a investimentos ligados à melhoria dos ser- dicionantes que deverão ser atendidas para
trole de atividades geradoras de sedimentos
timado nessa avaliação é de R$ 7,9 milhões/ano. viços daquele setor, é necessário estabelecer ter acesso aos recursos. Para acessar o com-
98 99
pleto conteúdo do estudo, recomenda-se a • A situação econômico-financeira da O terceiro objetivo específico foi estabeleci- ordem de 3% apenas para manter o es-
consulta de sua versão integral contida no COPASA-MG e CESAN-ES, dando des- do para fornecer aos técnicos e aos “policy toque de capital existente (1%), acompa-
Relatório Final (RF1) do PIRH Doce. taque ao potencial de investimentos makers” com interface no PIRH Doce uma vi- nhar o crescimento e as necessidades da
dessas companhias. são do leque de fontes de recursos onerosos população (1,3%), e, progressivamente,
5.3.1 Diretrizes metodológicas e não-onerosos a disposição atualmente, para universalizar os serviços de água/sanea-
Para cumprir com os referidos objetivos bus- a realização de investimentos em projetos do mento (0,6% em vinte anos) e eletricida-
O objetivo geral das atividades foi o de es- cou-se, primeiramente, caracterizar em pe- setor de saneamento. Contudo, cumpre ob- de (0,1% em cinco anos).
tudar as possibilidades de acesso aos Recur- ríodos recentes (2006 a 2008) o comporta- servar que outras fontes possam vir a ser in-
sos Onerosos e Orçamentários para financiar mento orçamentário da União, dos estados • Uma expansão para 4%-6% do PIB, in-
corporadas em um futuro próximo, ou ainda,
os investimentos no âmbito do Programa do de Minas Gerais e Espírito Santo e dos mu- vestido ao longo de vinte anos, para al-
que as informações das fontes de recursos
PIRH Doce, principalmente aqueles neces- nicípios com população igual ou maior a 20 cançar os níveis observados atualmente
relatadas no presente trabalho possam trazer
sários à melhoria do déficit da prestação de mil habitantes pertences à bacia hidrográfi- na Coréia do Sul e em outros países in-
novas observações sobre suas condições.
serviços de saneamento. ca do rio Doce. dustrializados do Leste da Ásia, ou mes-
O quarto objetivo foi desenvolvido para ana- mo acompanhar o processo de moderni-
Os seguintes aspectos específicos foram Essa caracterização foi realizada, tanto pela lisar o comportamento e as perspectivas zação da infraestrutura da China.
considerados: ótica da despesa (com destaque à rubrica dos investimentos que as concessionárias
saneamento) como em relação ao compor- Embora a realidade brasileira, até o presen-
estaduais dos serviços de saneamento nos
• A execução Orçamentária da União, Esta- tamento das receitas, sendo justificada pela te, ainda não tenha atingido os padrões de
estados de Espírito Santo e Minas Gerais,
do do Espírito Santo, Estado de Minas Ge- necessidade de visualizar e entender o com- investimento em infraestrutura como os co-
COPASA-MG e CESAN-ES estabeleceram
rais e dos municípios da bacia do rio Doce portamento orçamentário dos respectivos mentados acima, os resultados apresenta-
em suas áreas geográficas de atuação, tendo
com populações ≥ que 20 mil habitantes, entes públicos, principalmente em relação dos deixaram claro que existem condições
em vista que o esforço de investimento des-
no período de 2006 a 2008, dando des- aos seus padrões e prioridades de gastos e propícias à implementação de um programa
sas concessionárias tende a ser fundamental
taque às despesas com saneamento. a evolução e composição de suas receitas. de investimento como o preconizado pelos
para o cumprimento das metas do programa
Com isso, buscou-se entender qual situação objetivos estratégicos do PIRH Doce e, prin-
em questão.
• Os relatórios sobre o cumprimento da da alocação dos recursos desses entes pú- cipalmente, na implementação de ações que
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) por blicos para que no futuro sejam formados visem reduzir o déficit ou universalizar os
parte do Estado do Espírito Santo, Esta- 5.3.2 Resultados alcançados serviços de saneamento da bacia.
cenários estratégicos e tomadas ações rea-
do de Minas Gerais e dos municípios da
listas, visando à busca de parceiros e fontes Como é comprovado em diversos estudos Em que pese esse entendimento, principal-
bacia do rio Doce com populações ≥ que
para a execução do programa de investi- internacionais, investimento em infraestru- mente no que tange ao diagnóstico da exe-
20 mil habitantes, dando destaque aos
mentos do PIRH Doce. tura por períodos relativamente longos é cução orçamentária do setor público com
limites para as Operações de Crédito Na-
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
Obviamente que a dificuldade comentada
• Bancos de Fomento Internacionais e Nacional da Saúde – FUNASA. tendo por referência a experiência dos paí- é de cunho nacional e estrutural, e como
Agências de Cooperação e Fomento ses desenvolvidos e das economias emer- é sabido, tem múltiplas causas, mas diz
O segundo objetivo específico foi estabele-
Internacional. gentes que transitaram mais recentemente respeito fundamentalmente a obstáculos
cido com o intuído de diagnosticar a pos-
e de forma acelerada para níveis mais ele- como, por exemplo:
sibilidade de acesso a recursos onerosos e
• FUNASA vados de renda, observa-se que para eco-
financiamentos por parte dos entes públicos • As restrições fiscais e a elevada rigidez
nomias com as características da brasileira
• FNMA em questão, pois é a partir da observância orçamentária voltadas, principalmente,
seriam necessários os seguintes parâmetros
RELATÓRIO
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EXECUTIVO
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dos limites para operações de crédito, esta- de investimento: como no caso do governo federal, para
• FHIDRO-MG belecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal pagamento e rolagem da dívida públi-
– LRF, que a administração pública brasileira • Uma relação investimento/Produto In- ca, fato que ocorreu com mais intensi-
• FUNDÁGUA-ES pode pleitear tais recursos. terno Bruto (PIB), em infraestrutura, da dade após o imposto inflacionário ter
100 101
deixado de ser instrumental para o seu Ressalta-se, ainda, que, atualmente, a inclu- Quadro 17 – Usos e fontes de investimento do PIRH Doce
financiamento. são de um projeto, programa ou obra de in-
fraestrutura no âmbito do PAC (Programa USOS
• A limitação na capacidade de planeja- de Aceleração do Crescimento do governo Itens Valores
mento setorial e de execução do go- federal), apresenta repercussão direta na
verno, pela progressiva deterioração da P11 - Programa de Saneamento da Bacia 916.592.923,00
agilidade de acesso às robustas linhas de fi-
qualidade da administração pública, con- nanciamentos existentes no mercado brasi- P23 - Programa de Redução de Perdas no Abastecimento
105.211.512,00
tribuindo par isso a histórica politização leiro. No caso do setor de saneamento, tradi- Público de Água
de instâncias diretamente envolvidas na cionalmente e historicamente, essas amplas P41 - Programa de Universalização do Saneamento 182.627.150,00
implementação dos investimentos. linhas de financiamento operadas pelo BN- Total dos Usos 1.204.431.585,00
DES e CEF, voltadas tanto para o setor públi- FONTES
• A ausência ou fragilidade de marcos le-
co como para o setor privado, são lastreadas
gais e regulatórios, como por exemplo Itens Percentual Valores
pelos recursos do FAT (Fundo de Amparo ao
no setor de saneamento, capazes de dar
Trabalhador) e do FGTS (Fundo de Garantia FUNASA - orçamento 5% 60.221.579,25
segurança jurídica e assegurar a estabili-
por Tempo de Serviço) e, em ambas, o papel Outros Ministérios e Fundos - orçamento 5% 60.221.579,25
dade e a transparência das regras. Nesse
do Ministério das Cidades e do próprio go- Governos Estaduais - orçamento 20% 240.886.317,00
contexto, a fronteira de investimento das
verno federal possui relevância estratégica
empresas, em particular do setor priva- Governos Estaduais - obtenção de empréstimo 15% 180.664.737,75
no processo decisório.
do, contrai-se na exata medida da per- Prefeituras - orçamento 10% 120.443.158,50
cepção de maior risco, e os investidores Conjugada a boa possibilidade de acesso
Prefeituras - obtenção de empréstimo 20% 240.886.317,00
passam a exigir taxas de retorno propor- ao crédito para a implementação do pro-
cionalmente superiores. grama, tanto por meio do BNDES como da Companhias de Saneamento - orçamento 25% 301.107.896,25
CEF, também, o trabalho trouxe à luz a sa- Total das Fontes 100% 1.204.431.585,00
• A instabilidade macroeconômica das
tisfatória condição para obtenção de crédito
últimas três décadas que gerou distor-
dos municípios e até dos estados analisados,
ções significativas nos preços dos ati-
sendo que essa constatação credita aos en-
vos e nas condições de financiamento
6
tes públicos em questão possibilidades adi-
ao investimento. Cabe destacar aqui o
cionais de acesso às variadas fontes de fi-
elevado custo de capital no País (que
apresenta as mais altas taxas praticadas
nanciamento internacionais apresentadas.
DIRETRIZES GERAIS
PARA IMPLEMENTAÇÃO
Plano Integrado De Recursos Hídricos
DO PIRH DOCE
tratégicos do PIRH Doce, principalmente em
Da Bacia Hidrográfica Do Rio Doce
6.1
necedor de recursos. de investimento já executados, e a serem
PIRH
PIRH
Não obstante, também, os estudos anterior-
implementados nos próximos anos, fato esse
que propicia uma necessária aliança estraté-
QUADRO
mente apresentados e pertinentes à susten- gica entre o comitê gestor do programa e as POLÍTICO GERAL
tabilidade do programa de investimento do referidas empresas.
PIRH Doce demonstraram que alguns dos
municípios da bacia têm um recorte propício Finalmente, com base no presente estudo, a Os objetivos integrantes das questões so- questões – sejam elas de vinculação direta
ao acesso de recursos não- onerosos para sa- Consultora estabeleceu uma primeira apro- cioinstitucionais e políticas apresentam des- com os recursos hídricos, sejam de natureza
RELATÓRIO
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neamento, por meio do encaminhamento de ximação para as discussões objetivando a tacada importância no contexto das ações e ambiental ou socioinstitucional – devem ser
projetos a FUNASA. É preciso destacar que consolidação de um quadro de usos e fontes programas do PIRH Doce, visto que possuem buscadas formas de planejamento articula-
esse encaminhamento é otimizado quando (Quadro 17), para a implementação do con- nítido caráter promotor, viabilizador e facili- dos, sob pena de não se conseguir atingir os
amparado pela priorização dada pelo PAC. junto de investimentos do PIRH Doce. tador das propostas do Plano. Para todas as objetivos traçados pelo PIRH Doce.
102 103
6.1.1 Aspectos políticos, nientes da Cobrança pelo Uso das Águas. Em em projetos individualizados e específicos, Para tanto, o que é urgente e está ao alcance
administrativos e institucionais decorrência da implementação dos instru- sejam em parcerias que reúnam em um pro- dos atores da bacia é priorizar a implanta-
mentos de gestão e do arranjo institucional grama ou projeto distintas entidades e várias ção do arranjo institucional e rapidamente
Caberá às direções do CBH-Doce e CBHs será possível, em 2011, iniciar-se a Cobrança, fontes de recursos. aprovar o início do funcionamento de uma
de rios afluentes, com apoio da entidade mas o seu produto, isoladamente, não será entidade executiva de apoio aos Comitês, a
executiva (UAR/ANA Rio Doce ou a futura As dificuldades de gestão poderão ser mini-
suficiente para atender às metas do Plano. Agência de Bacia do Rio Doce.
Agência de Bacia), realizar contatos com mizadas com a instalação dos Instrumentos
órgãos e entidades públicas, autoridades e O produto da Cobrança terá um efeito ca- de Gestão (outorga e cobrança, prioritaria- Por outro lado, enquanto não houver recur-
parlamentares, visando à obtenção de re- talisador importante na implementação do mente) e do Arranjo Institucional (criação sos próprios, provenientes do produto da
cursos financeiros necessários à implemen- PIRH Doce. Para cada valor gerado pela Co- do Comitê de Integração e da Agência de Cobrança pelo Uso das Águas, não há ga-
tação de ações e trabalhos definidos no brança há aplicação de outro tanto por en- Bacia, basicamente). rantia que aconteçam articulações para apli-
PIRH Doce. A Comissão Interestadual Parla- tidades e órgãos parceiros, principalmente cação de recursos financeiros com base no
Os atores da bacia, destacando-se entre eles
mentar de Estudos para o Desenvolvimento as prefeituras municipais e as entidades de Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
o poder público, por meio dos chefes dos
da bacia do rio Doce - CIPE rio Doce deverá gestão estaduais e da União. O produto da Doce, envolvendo outros parceiros. A tradi-
executivos municipais participantes dos Co-
receber documentos e propostas sistemati- Cobrança pode, ainda, quando devidamente ção mostra que ao não contar com recursos
mitês de bacia, possuem papel fundamental
zadas que permitam emendas coletivas nos consolidado, ser utilizado como garantidor financeiros próprios, o sistema de recursos
nas articulações político-institucionais ci-
orçamentos anuais e plurianuais, tanto dos de programa de financiamento, o que permi- hídricos e de gestão da bacia deixa de ser re-
tadas. Já os órgãos gestores têm um papel
estados de Minas Gerais e Espírito Santo, tirá alcançar ou até mesmo antecipar metas ferência e os atores da bacia, os interessados
destacado no apoio à gestão da bacia, prin-
como da União, agregando-se justificadas definidas no Plano. cipalmente para a operacionalidade da ou- em obras para seus municípios, os interes-
com base no PIRH e PARHs, aprovados pe- torga e da cobrança e para incitar o proces- sados em preservação ambiental, e os mais
As dificuldades iniciais de implementação
los colegiados da bacia, portanto com a for- so de implantação do Arranjo Institucional, distintos protagonistas passam a frequentar
do PIRH Doce não são, portanto, apenas fi-
ça e respaldo político de prefeitos, usuários no caso o sistema Comitê de Integração- Co- outros ambientes em busca de recursos e de
nanceiras, mas de ordem institucional, ne-
das águas e lideranças da sociedade civil mitês de Bacias de rios afluentes -Agência apoio às suas demandas.
cessitando uma decisão rápida e muita bem
organizada que representam cerca de 3,5 de Bacia única, conforme proposto no RP 07.
negociada sobre a Proposta de Arranjo Insti- A falta de um arranjo institucional adequa-
milhões de habitantes.
tucional. Merece ser lembrado que a implan- A falta de recursos financeiros para um pla- do é, portanto, o principal obstáculo à im-
Mas, além de recursos orçamentários, há tação do arranjo institucional estará sendo no de bacias não é uma prerrogativa exclusi- plantação das ações do PIRH e dos PARHs.
que se prever interação do CBH Doce/CBHs conduzida com a implementação da cobran- va da bacia do rio Doce. Em todas as bacias Experiências relevantes mostram que, mui-
com órgãos e entidades públicas estaduais e ça pelo uso das águas, que é antecedida hidrográficas essa dificuldade está presente. tas vezes, recursos financeiros não conse-
da União e com a frente parlamentar citada pela melhoria do cadastro de usuários e por A minimização dessa dificuldade vai aconte- guem ser aplicados e políticas ambientais
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
a CIPE será o de obter apoio, na Câmara cursos hídricos.
dos Deputados e nas Assembleias Legisla-
tivas dos estados, na tramitação de Projeto As dificuldades financeiras poderão ser re-
de Lei de Ratificação de Protocolo de In- duzidas por meio de articulações político
tenções de Consórcio Público Agência da -institucionais que permitam emendas aos
bacia do rio Doce, caso seja esta a persona- orçamentos da União e dos estados de MG
lidade jurídica aprovada. e ES para ações e obras contempladas no
RELATÓRIO
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EXECUTIVO
EXECUTIVO
Plano, bem como de negociações e sensibili-
A implementação das ações do PIRH Doce zação que permitam a aplicação de recursos
terá que considerar que, em primeiro mo- orçamentários de órgãos e entidades públi-
mento, não haverá recursos próprios, prove- cas e privadas na bacia do rio Doce, sejam Rio Doce em Jusante em Regência — ES
Foto: Zig Koch / Banco de Imagens da ANA
104 105
cedimentos em curso, para se evitar, no fu- ções com a proposta e consensar as respon-
6.2
turo, dificuldades e até mesmo contestações sabilidades de cada parte.
ENCADEAMENTO judiciais à cobrança. A experiência mostra
DOS EVENTOS que não basta a força da legislação, os usuá- Os procedimentos de integração dos Comi-
tês e de gestão compartilhada das águas de
rios precisam estar convencidos a aderir e a
participar da gestão. dominialidade da União e dos estados de-
vem estar aceitos e regulamentados pelos
O roteiro de implementação do PIRH Doce A criação de entidade executiva de apoio A aprovação dos critérios e mecanismos da Comitês, bem como o reconhecimento da
tratado nesse capítulo deve considerar e aos colegiados, tendo como suporte a co- cobrança é de competência dos colegia- Ag Doce, como agência única. As minutas
compatibilizar as metas do Plano, o progra- brança pelo uso das águas. dos deliberativos. A utilização do “fator de de resolução, a serem submetidas aos res-
ma de investimentos, as diretrizes para im- gestão” na equação da cobrança, tanto em pectivos Comitês, devem estar consensadas,
A atual estrutura institucional na bacia do rio
plementação dos instrumentos de gestão e águas de dominialidade da União, como dos como é o caso da composição dos membros
Doce – diretorias dos Comitês de Bacia e câ-
o arranjo institucional proposto. estados, na forma utilizada nas bacias PCJ do comitê federal e a criação da CTe.
maras técnicas, com apoio da Unidade Ad-
ministrativa Regional da ANA – UAR-ANA/ e do Paraíba do Sul, é mais uma maneira de
Os Conselhos Estaduais e CNRH devem ser
6.2.1 Ações políticas e institucionais Rio Doce e dos órgãos gestores estaduais –
assegurar, aos usuários e demais atores, que
informados sobre a evolução dos trabalhos e
o que foi cobrado retorna à bacia de origem.
deverá se responsabilizar pelos trabalhos de de todo o processo em andamento na bacia
Esse tema foi abordado no item anterior e, A matéria (única e idêntica para todos) ver-
implementação do arranjo Institucional, com do rio Doce, para que se possa compatibilizar
resumidamente, significa a mobilização das sando sobre os critérios e mecanismo de
base em cronograma aprovado pelos cole- os trabalhos na bacia com as agendas das as-
forças políticas e institucionais para ações cobrança necessita de aprovação em cada
giados das bacias. sembleias deliberativas dos Conselhos.
visando à obtenção de recursos financeiros Comitê de bacia, depois nos Conselhos Es-
e melhorias na legislação ambiental para taduais e no CNRH. Os critérios e mecanis-
a bacia do rio Doce. Trata-se, portanto, de 1º) Momento de criar e de instalar mos da cobrança contam com a experiência 4º) Parcerias com os órgãos gestores
ações que se iniciam mesmo antes de um a entidade executiva estaduais e com a União
vivenciada no Paraíba do Sul e PCJ.
plano de bacia e que perduram ao longo de Todos os passos para a criação da Ag Doce
A outorga e o cadastro, que contém as infor- No momento de instalação da Ag Doce o pro-
todo o horizonte do Plano, conforme co- podem ser dados antes da implantação da
mações necessárias ao estabelecimento do cesso de negociação e as minutas de acordos
mentado anteriormente. Cobrança pelo Uso das Águas, mas não a a serem celebrados com os órgãos gestores
valor da cobrança a cada usuário, têm sido
sua instalação. Ao se proceder a sua insta- (única e idêntica para todos) devem estar
responsabilidades dos órgãos gestores, prin-
6.2.2 Implantação dos instrumentos lação, as demandas irão recair sobre essa
cipalmente nessa etapa inicial de implanta- praticamente prontos, restando apenas o ato
de gestão entidade e passarão a ocorrer despesas e
ção da cobrança e da entidade executiva. solene de coleta das assinaturas. Os acordos
se não houver estrutura e recursos finan- da Ag Doce com os órgãos gestores serão
Plano Integrado De Recursos Hídricos
PIRH
2º) Outorga, cadastro e os critérios e comprometimento dos atores e das institui- de lei que a autorizasse.
6.2.3 Implementação do arranjo mecanismos de cobrança
institucional Antes de se iniciar a cobrança é necessá-
O arranjo institucional proposto para a bacia rio regularizar as outorgas e o cadastro dos
do rio Doce considera a necessidade de fo- usuários para, em seguida, propor e aprovar
car dois componentes: os critérios e mecanismos da Cobrança pelo
RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
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Uso das Águas, que dependem das infor-
• A melhoria do funcionamento e das rela- mações do cadastro. Os usuários, não só os
ções entre os Comitês, ou seja, a “Gover- membros participantes dos comitês, devem
nança dos Colegiados”. ser informados e sensibilizados sobre os pro-
106 107
Rio Doce em Colatina - ES
Foto: Zig Koch / Banco de Imagens da ANA
em pontos de escassez evidente, por meio No que diz respeito às áreas protegidas, o
7
de obras de engenharia pontuais, como bar- enfoque previsto é, essencialmente, de reor-
ragens, captações subterrâneas, aduções, ganização do território, dentro do conceito
etc. Em segundo lugar, investe no conceito já apresentado de renaturalização de bacias.
CONCLUSÕES E
de renaturalização de bacias, ao incorporar A recuperação de áreas de preservação per-
o Programa Produtor de Água, para o qual já manente e a análise de áreas potencialmente
existem iniciativas legais e opções de finan- importantes e representativas para preser-
PIRH
rio em distintos pontos. O Plano propõe não do rio Doce, onde existem reservas minerais
nico e operacional do programa. A eficiência cassez mais intensos. O prognóstico realiza- importantes e um significativo parque indus-
dessas ações está relacionada à modificação apenas a modernização do sistema de aler-
do, projetando demandas para 2030, aponta trial siderúrgico.
abrangente dos modelos de uso e ocupa- ta, atualmente já em execução, mas também
saldos hídricos negativos nas bacias capi-
ção do solo atualmente verificados na re- em ações acessórias de definição de zo- O crescimento da população nas sub-ba-
xabas e em pontos localizados das bacias
gião, onde predominam, principalmente na nas de enchente, normatização de usos em cias de maior dinâmica econômica, como a
afluentes do Piracicaba, Caratinga e Guandu.
porção média da bacia, pastagens com alto áreas suscetíveis à inundação, apoio à im- bacia do rio Piracicaba, pode aumentar a já
nível de degradação. Outras atividades agrí- Nesse sentido, o Plano contempla programas plantação de sistemas de alerta municipais problemática situação do saneamento, onde
RELATÓRIO
RELATÓRIO
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colas, como cafeicultura e reflorestamentos que enfrentam essa questão de distintas ma- simplificados. O que se propõe, na verdade, os esgotos domésticos e a disposição ina-
também contribuem, de diversas formas, neiras. Em primeiro lugar, por meio do Pro- é avançar sobre o tema, com atenção so- dequada dos resíduos sólidos são um dos
para a formação de processos erosivos em grama de Incremento Hídrico, aponta para a bre municípios atualmente não beneficiados principais problemas identificados. O inten-
áreas mais propensas a esses fenômenos. necessidade de investimentos localizados, pelo sistema de alerta. so crescimento agricultura irrigada na por-
108 109
ção capixaba da bacia, por sua vez, também Eliminar e gerenciar as situações de
8
pode conduzir a uma situação de escassez conflito de uso, durante todo o ano,
hídrica nas bacias do Santa Maria do Doce, predominando os usos mais nobres.
Guandu e Santa Joana.
III) Suscetibilidade a enchentes
Dentro de um contexto de expansão do sis-
tema gerador de energia elétrica, os estudos
Redução de danos quando da ocorrên-
cia de enchentes. REFERÊNCIAS
de inventário hidrelétrico também projetam
para a bacia um cenário de intensificação de
implantação de Pequenas Centrais Hidrelé-
IV) Universalização do saneamento
Melhoria dos indicadores de saneamen-
BIBLIOGRÁFICAS
tricas. Embora esses empreendimentos se- to (tratamento de esgotos, resíduos só-
jam objeto de um rigoroso processo de li- lidos e drenagem urbana).
cenciamento ambiental, as apreensões cau- V) Incremento de áreas legalmente protegidas
sadas na sociedade em torno do tema torna Aumentar as áreas sob proteção formal
justificável a adoção de um instrumento de (unidades de Conservação e áreas de
gestão dos recursos hídricos, representado, Abell, R.; Thieme, M.L.; Revenga, C.; Bryer, M.; Kottelat, M.; Bogutskaya, N.; Coad,
Preservação Permanente), com pelo
neste caso, pelo PIRH Doce. B.; Mandrak, N.; Balderas, S.C.; Bussing, W.; Stiassny, M.L.J.; Skelton, P.; Allen, G.R.;
menos uma unidade de conservação de
Unmack, P.; Naseka, A.; Ng, R.; Sindorf, N.; Robertson, J.; Armijo, E.; Higgins, J.V.; Hei-
Dessa maneira, ao final do período de apli- proteção integral em cada bacia afluente.
bel, T. J.; Wikramanayake, E.; Olson, D.; López, H.L.; Reis, R.E.; Lundberg, J.G.; Sabaj
cação do PIRH Doce, o que se deseja para Instituir uma ação consistente de recom- Pérez, M.H.; Petry, P. Freshwater ecoregions of the world: a new map of biogeographic
a bacia, em linhas gerais, segundo os temas posição de APP na área da bacia. units for freshwater biodiversity conservation. BioScience 58 (5): 406-414, 2008.
norteadores, é:
VI) Implementação dos Instrumen- ABHA. Equiparação da associação regional multissetorial de usuários de recursos hídricos
I) Qualidade da Água tos de Gestão de Recursos Hídricos da bacia do rio Araguari ABHA à agência de bacia. ABHA. Araguari, MG, 2005.
Melhoria gradativa da qualidade da Implementação de todos os Instrumen-
água nos trechos mais críticos. ABRELPE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS
tos de Gestão dos Recursos Hídricos
ESPECIAIS. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. 2007.
Atendimento ao enquadramento. (plano de bacia, enquadramento, outor-
ga, cobrança, sistema de informações). ADOCE - AGÊNCIA TÉCNICA DA BACIA DO RIO DOCE. Departamento Nacional de Energia
II) Quantidade de Água - Balanços Hídricos Elétrica – DNAEE . Monitoramento da qualidade das águas superficiais na Bacia do Rio Doce.
Atingir um cenário onde não ocorram VII) Implementação das ações do PIRH Doce
Resultados analíticos. Período: 1993 a 1998.
déficits hídricos, com atendimento aos Estabelecer uma estrutura organizacio-
Plano Integrado De Recursos Hídricos
AGEVAP. Estatuto social da Associação Pró-gestão das águas da Bacia do Rio Paraíba do Sul.
Resende, 2009.
AGEVAP/CEIVAP. Cobrança pelo uso da água bruta na Bacia do Rio Paraíba do Sul. Agevap,
PIRH
PIRH
2007.
________, ÁGUAS DO RIO DOCE, Publicação do 4º Fórum das Águas do Rio Doce, Linhares,
ES 2008
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RELATÓRIO
RELATÓRIO
EXECUTIVO
EXECUTIVO
do Rio Doce, Linhares, ES 2008 – Informação do SAAE de Linhares pág. 18
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Foto: Zig Koch / Banco de Imagens da ANA
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PIRH
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