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MAGNUS KELI RODRIGUES DA SILVA JUNIOR

RESUMO MEDITAÇÕES METAFÍSICAS, DE DESCARTES

Santa Cruz
2019
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RESUMO MEDITAÇÕES METAFÍSICAS

DESCARTES, R; SANTIAGO, H. Meditações metafísicas. São Paulo: Martins Fontes,


2005

Descartes autor do Discurso sobre o Método, foi expressão maior do racionalismo e pioneiro
na geometria analítica. Acreditava que para se chegar ao conhecimento perfeito era necessário
um raciocínio bem conduzido. Em sua obra Meditações Metafísicas nos traz seis famosas
meditações, no qual aplica o método da dúvida para os seus pensamentos.
Em sua primeira meditação “Das coisas que podem colocar em dúvida” o autor relata que
desde os seus primeiros anos de vida havia recebido muitas falsas opiniões como verdade e as
coisas que tinha tomado como princípio eram duvidosas. Assim, se desfez de todas as opiniões
que dera crédito e começou do zero, partindo da dúvida e não da certeza. Entretanto, Descartes,
viu que não era necessário, para se chegar a verdade, provar que todas elas são falsas e focou
nos princípios nos quais estava apoiado “não é necessário que examine cada uma em particular,
o que seria um trabalho infinito; mas, visto que a ruína dos alicerces carrega necessariamente
consigo todo o resto do edifício”. (p.30)
Os sentidos são a porta de entrada para as informações e experiencias, porém são enganosos.
Em sua análise percebeu que tudo que recebeste como verdadeiro e seguro veio por meio dos
sentidos e que muitas vezes foste enganado “experimentei algumas vezes que esses sentidos
eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez”
(p.31). Mesmo que o sentido o engane, Descartes, continua sua busca por um ponto fixo e
indubitável. Ao pensar sobre o seu sonho, de está sentado a beira de uma lareira, conclui que
não são apenas os sentidos que nos enganar e que a loucura e o sonho podem fazer o mesmo
pois não há como distinguir a vigília do sono. As coisas representadas no sono são como
quadros de pinturas, essas imagens formadas são da natureza corpórea, existem
verdadeiramente pois mesmo que um pintor use artifícios ou ideias do sobrenatural ele utilizará
elementos verdadeiros e físicos.
Mais à frente Descarte tenta provar a existência de um Deus “há muito que tenho no meu
espírito certa opinião de que há um Deus que tudo pode e por quem fui criado e produzido tal
como sou” (p.35). Sendo a existência de Deus a garantia de existência e permanecia de uma
natureza “Eis por que cuidarei zelosamente de não receber em minha crença nenhuma falsidade,
e prepararei tão bem meu espírito a todos os ardis desse grande enganador que, por poderoso e
ardiloso que seja, nunca poderá impor-me algo” (p.38).
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Ao final da sua primeira meditação, o autor compara a sua busca pela verdade indubitável ao
trabalho de um escravo que goza de uma liberdade ilusória “Eis por que cuidarei zelosamente
de não receber em minha crença nenhuma falsidade, e prepararei tão bem meu espírito a todos
os ardis desse grande enganador que, por poderoso e ardiloso que seja, nunca poderá impor-me
algo” (p.39)
A Segunda meditação “Da natureza do espírito humano; e de como ele é mais fácil de
conhecer do que o corpo”, em meio as duvidas e todas as coisas que lhe foram postas, Descartes
chega à conclusão que é “uma coisa que pensa” e que sua existência depende do pensar.
“e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada seja,
enquanto eu pensar ser alguma coisa [...] enfim concluir e ter por constante que
esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes
que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.” (p.43)
Sendo o cogito algo que já está nele e não necessário que alguém ponha nele “Não haverá
algum Deus, ou alguma outra potência, que me ponha no espírito tais pensamentos? Isso não é
necessário; pois talvez seja eu capaz de produzi-los por mim mesmo” (p.43)
Assim, por mais radical que seja dúvida o espirito não pode duvidar de si mesmo. Sendo tudo
duvidável menos a sua própria existência. Todavia, sendo a potência de julgar do cogito
pensante o elemento que diferencia o corpo de natureza corpórea do pedaço de cera, exemplo
citado pelo autor, evidenciando a distinção entre coisa da natureza intelectual e que pertence ao
corpo. A meditação segunda da base para as seguintes, sendo retornada na terceira “Sou uma
coisa que pensa, isto é, que dúvida, que afirma, que nega, que conhece poucas coisas, que ignora
muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também imagina e que sente.”(p.57).
Na terceira meditação, o autor concebe que as coisas vistas como muito clara e muito distintas
podem ser consideradas verdadeiras. Porém, havia algo exterior a ele que se manifestavam e
era a ideia de Deus, mesmo tendo ainda dúvida sobre a índole desse ser, “me veio ao espírito
que talvez algum Deus tivesse podido me dar tal natureza que eu me enganasse mesmo no
concernente às coisas que me parecem as mais manifestas.” (p.59).
Nessa meditação Deus é apontado como o autor da ideia de causa perfeita existente em nós,
sendo a causa da própria ideia de Deus independente do ser pensante. “coisa manifesta pela luz
natural que deve haver ao menos tanta realidade na causa eficiente e total quanto no seu efeito.”
(p.65). E assim, partindo da dúvida Descartes chega conclusão de um Deus perfeito e um
espírito pensante.

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