Em uma sociedade com sujeitos participantes percebemos características de muita
importância, uma delas é a formação de tomadas decisões através de um representante. O conceito de estado democrático abrange a noção de governo do povo, que exige para a sua eficiência, no contexto atual, a fixação direitos. Ressaltamos ainda, que a prática educacional é de extrema importância para a preservação de um regime democrático. Perpassando pela história, a relação entre escola e sociedade foi um pouco conturbada, dominada por um regime de autoritarismo e poucas relações sociais. A escola era destinada a poucos, apenas para aqueles que eram prestigiados socialmente. Além de exercer apenas funções formativas que buscavam punir e transmitir conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade. No Estado de Alagoas por volta dos anos 50 estava acontecendo o processo de modernização, porém sempre voltado para os engenhos de cana-de-açúcar e no cultivo de algodão (VERÇOSA, 2001). Nos caminhos da modernização Alagoas necessitava urgentemente experimentar uma nova aurora de democracia e progresso, mas Alagoas sempre foi marcada pelas influências da agroindústria açucareira, e “a industrialização tão esperada, tantas vezes prometida, e ansiosamente esperada, continuaria apenas no papel” (VERÇOSA, 2001,). E uma vez sofrendo essas influências, o campo educacional de Alagoas ampliaria seus níveis primários e médios, uma vez que, essa educação ganharia peso político. Dessa forma, o sonho da escolarização já poderia ser vivido pela classe média trabalhadora. Verçosa (2001) afirma que as diferenças políticas, porém, quando punham em risco interesses importantes, eram ainda frequentemente resolvidas através de métodos tradicionais violentos, polarizando opiniões e ressuscitando velhas alianças. E uma vez a sociedade Alagoana vivendo dessa forma, acostumou-se a abaixar a cabeça e obedecer, não superando o atraso. A educação em Alagoas, ainda hoje, vive com o conformismo e o estabelecimento de hierarquias sociais, com base no sobrenome político. Na esfera da educação alagoana, Moura (2003) verifica que o acesso limitado das pessoas a instrução primária, assim como o monopólio durante décadas do ensino franciscano, não permitiu a formação de mão-de-obra qualificada, além do descaso do governo em relação à aplicabilidade do dispositivo constitucional de democratização da educação. Quando questionamos a democratização da educação nos referimos a um processo estimulado pelos sujeitos da educação (alunos, professores, família), e diante desse cenário de desigualdade social vivido em Alagoas, a democratização da educação revolucionaria o ensino de educação básica, superando o elitismo implantado na escola. Atualmente, a democratização das escolas se dá através da participação dos alunos em grêmios estudantis, a promoção de eleições para gestores das escolas por meio de escolha pela comunidade, o professor da educação básica passa a deixar velhos rótulos, passa a ter uma atitude investigativa em relação ao seu contexto e a reavaliar os instrumentos que irá utilizar em seu trabalho. Diante desses cenários, uma educação democrática busca caminhos para situar-se e compreender a situação dos sujeitos que a nomeiam, procurando resolver os problemas contando com o coletivo, a participação de todos.
REFERÊNCIAS
MOURA, S. M. L. Alagoas Atlântica, diversidade cultural e formação de professores:
um currículo em processo. Maceió/ AL. Dissertação: (Mestrado em Educação). Maceió/ AL: Universidade Federal de Alagoas, 2003.
VERÇOSA, Elcio de Gusmão. Cultura e Educação nas Alagoas: história / histórias.