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Parte I
O vulcão submarino Bogoslof das ilhas Aleutas (Alasca, Estados Unidos da América) terminou o ano de
2016 em fase eruptiva. Dos seus 1500 m medidos a partir do fundo oceânico, o Bogoslof emerge 150
metros acima do nível do mar de Bering.
Atualmente, a parte emersa deste vulcão corresponde a uma ilha com uma área de 0,70 km2. A primeira
emergência conhecida deste vulcão, acima do nível do mar, foi registada durante uma erupção
subaquática em 1796. Desde então, partes da ilha foram sucessivamente adicionadas, e erodidas, por
sucessivos episódios eruptivos que ocorreram até 1992.
O Bogoslof é um dos muitos vulcões que constituem o arco insular aleuta (figura 1), sendo classificado
como um estratovulcão, em que lava alterna com tefra.
No dia 20 de dezembro de 2016, o Bogoslof entrou de novo em erupção. Segundo o Alaska Volcano
Observatory (AVO), o evento foi testemunhado por pilotos que avistaram uma nuvem de cinzas, que
atingiu cerca de 10 km de altitude tendo progredido para norte.
Entretanto, o AVO confirmou a ocorrência de uma breve explosão no dia 22 de dezembro. Desta vez, o
evento eruptivo desta ilha vulcânica inabitada foi detetado através da análise de dados sísmicos e por
equipamento de infra-sons instalados em ilhas vizinhas, e parece ter durado cerca de 30 minutos. No
entanto, o AVO e o United States Geological Survey (USGS) emitiram um alerta vermelho para a aviação
nesta área. No dia 29 de dezembro ocorreu outra erupção, precedida de atividade sísmica, com libertação
de uma pluma de cinzas que se estima ter atingido os 6 km de altitude.
Devido à imprevisibilidade da situação, o Bogoslof findou o ano de 2016 em alerta vermelho para a aviação
e para a sua potencial atividade eruptiva.
Adaptado de [última consulta em 31 de dezembro de 2016]:
Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos
(http://www.cvarg.azores.gov.pt/Paginas/home-cvarg.aspx):
Figura 1. Localização
tectónica e ilhas
vulcânicas ativas do arco
insular aleuta.
1. De acordo com os dados fornecidos, ao longo da sua história geológica, o Bogoslof tem manifestado
erupções
(A) explosivas. (C) explosivas e mistas.
(B) efusivas. (D) efusivas e mistas.
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2. Uma análise geoquímica das lavas do estratovulcão Bosgolof poderia revelar
(A) percentagens variáveis de sílica, em diferentes estratos do aparelho vulcânico.
(B) baixos valores de sílica e elevados teores de magnésio e de ferro em todos os estratos do
aparelho vulcânico.
(C) percentagens de sílica superiores a 75% em de sílica todos os estratos do aparelho vulcânico.
(D) percentagens variáveis de voláteis acumulados na tefra.
5. Na região das ilhas Aleutas ocorre um movimento ___ de placas litosféricas ___.
(A) divergente … sobre a astenosfera (C) convergente … oceânicas
(B) divergente … oceânicas (D) convergente … sobre a astenosfera
7. Tendo por referência a Teoria da Tectónia de placas, explique a formação das ilhas do arco insular
das Aleutas representado na figura 1.
8. As afirmações seguintes são relativas à atividade vulcânica em geral. Selecione a afirmação que as
classifica corretamente.
I. Erupções vulcânicas podem provocar mudanças climáticas pois a concentração de poeiras e os
gases vulcânicos na atmosfera superior pode interferir com a reflexão e absorção da radiação
solar.
II. As manifestações de vulcanismo secundário estão relacionadas com a energia térmica emitida
por corpos magmáticos quentes não muito profundos.
III. O vapor de água, o dióxido de carbono, o dióxido de enxofre e o metano são os principais
constituintes da fração magmática da astenosfera.
(A) I e II são verdadeiras; III é falsa. (C) III é verdadeira; I e II são falsas.
(B) I e III são verdadeiras; II é falsa. (D) II é verdadeira; I e III são falsas.
10. Faça corresponder cada uma das manifestações de vulcanismo expressas na coluna A, à respetiva
designação, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(a) Rocha magmática caracterizada por um baixo teor em sílica e 1. Chaminé vulcânica
baixa viscosidade. 2. Aparelho vulcânico
(b) Medida da massa total de rocha extruída durante uma erupção 3. Magnitude eruptiva
vulcânica, geralmente expressa em kg. 4. Basalto
(c) Forma resultante da extrusão de lava com elevada viscosidade, 5. Riolito
que se instala sobre o centro eruptivo. 6. Piroclasto
(d) Abertura pontual (cratera) ou linear (fissura) através da qual o 7. Domo lávico
material vulcânico irrompe à superfície da Terra. 8. Agulha vulcânica
(e) Conduta de saída do magma desde a câmara magmática até à
superfície, num vulcão.
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Parte II
No dia 13 de novembro de 2016, um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter abalou a ilha
sul da Nova Zelândia, com registo de duas vítimas mortais. Nas doze horas que se seguiram foram
registadas mais de 250 réplicas que foram diminuindo progressivamente de magnitude (de M=6
a M=3).
Situada no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, a Nova Zelândia é frequentemente abalada por
sismos violentos. O último grande terramoto, de 7,1 de magnitude, aconteceu no mês de
setembro do mesmo ano a nordeste de Gisborne, na ilha norte. nDe acordo com o Instituto
Geológico dos Estados Unidos da América, o epicentro foi localizado a 55 quilómetros de
Amberley e a cerca de 95 quilómetros de Christchurch, a 22 quilómetros de profundidade.
Habitantes de outras zonas do país, como Dunedin, a mais de 300 quilómetros de Christchurch,
e Auckland, na ilha norte do país, relataram ter sentido o abalo (figura 2).
A capital, Wellington, também foi duramente atingida, com danos nos edifícios e estradas. Várias
pessoas fugiram das suas casas devido à ameaça de tsunami, fenómeno que não se veio a
verificar.nO Centro de Tsunamis do Pacífico considerou não haver perigo da formação de um
tsunami, mas a Proteção Civil neozelandesa lançou um aviso para toda a costa este da ilha e para
as Ilhas Chatham, divulgando a carta de risco de tsunami (figura 3). A autoridade civil lembrou,
após esta ocorrência sísmica, que “a primeira onda pode não ser a maior” e aconselhou os
neozelandeses a manterem-se afastados da costa e a procurarem abrigo num ponto alto pois “as
ondas podem continuar a formar-se durante as próximas horas”.
Christchurch, a maior cidade da ilha sul e a terceira mais populosa da Nova Zelândia, foi abalada
em 2011 por um forte sismo que provocou a morte de mais 185 pessoas. Apesar da magnitude
mais baixa (6,3 na escala de Richter), a intensidade e violência do tremor provocaram maior
destruição, nomeadamente de uma parte do centro da localidade, tendo a famosa catedral da
cidade, construída no final do século XIX, ficado gravemente danificada.
M 7.8 - 55km NNE de Amberley, Nova Zelândia
2016-11-13 | 11:02:57 UTC | 42.729°S 173.056°E | 22.0 km de profundidade
6. A vibração sísmica que se propaga do foco ao epicentro é originada pelas ondas internas
(A) P.
(B) S.
(C) P e S.
(D) P, S, Rayleigh e Love.
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Biologia e Geologia 10
9. As afirmações I, II e III são relativas ao sismo de 13 de novembro de 2016 que ocorreu na Nova Zelândia.
Selecione a afirmação que as classifica corretamente.
I. O maior risco de tsunami no território neozelandês limitou-se à área epicentral deste sismo.
II. Em Auckland o risco de tsunami foi baixo porque esta região não é afetada por sismos.
III. O comprimento e a velocidade de deslocação dos tsunamis são diretamente proporcionais à
profundidade do oceano.
10.Explique a distribuição da atividade sísmica nas ilhas norte e sul da Nova Zelândia, em função da
profundidade do foco de sismos com magnitude superior ou igual a 7, de acordo com os dados
geotectónicos da figura 2.
Parte III
Três satélites gémeos, lançados em 2013 pela Agência Espacial Europeia (ESA), no âmbito da missão
Swarm, têm observado o campo magnético terrestre nos últimos três anos (figura 4). Com os dados
recolhidos por esta missão espacial, a ESA elabora modelos do campo geomagnético que permitem
identificar fenómenos que ocorrem no interior da Terra (figura 5). A compilação destes dados fizeram
uma descoberta surpreendente: a cerca de 3000 km de profundidade, sob a Sibéria e o Alasca, está a
correr um rio de ferro líquido.
Este rio tem cerca de 420 km de largura, estende-se por 7000 km de comprimento e é provável que atinja
os 5000 km de profundidade. A sua velocidade estimada é de 5 m/hora e terá triplicado nos últimos 15
anos. Esta corrente pode parecer muito lenta “mas nunca vimos nada mover-se tão depressa no interior
da Terra”, sublinha Christopher Finlay “e pode ser importante no dínamo que gera o campo magnético da
Terra. Também pode estar a causar mudanças na taxa de rotação do núcleo interno da Terra”.
Para a formação do campo magnético terrestre contribuem várias fontes: o núcleo externo, rochas
magnetizadas presentes na crusta terrestre e a ionosfera, uma das camadas exteriores da atmosfera. “As
medições precisas dos satélites da constelação Swarm vão permitir separar as diferentes fontes de
magnetismo, tornando mais claro o contributo do núcleo”, explica a ESA.
“É provável que haja mais surpresas”, antevê Rune Floberghagen, responsável da ESA pela missão Swarm.
“O campo magnético está sempre a mudar, o que até pode levar a corrente de de ferro derretido a mudar
de direção.”
Adaptado de:
Jornal Público
[https://www.publico.pt/2016/12/27/ciencia/noticia/ha-um-rio-de-
ferro-que-corre-cada-vez-mais-depressa-no-interior-da-terra-
1756178 ; última consulta em 27 de dezembro de 2016]
Livermore, P., Hollerbach, R. & Finlay, C. An accelerating high-latitude
jet in Earth’s core. Nature Geoscience (publicado online em 19 de
dezembro2016).
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Unidade de medida da
intensidade do campo
geomagnético –
nanoTesla (nT)
Figura 5. Modelo geomagnético da Terra registado entre janeiro e junho de 2014 (missão Swarm, ESA).
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Biologia e Geologia 10
4. As anomalias magnéticas
(A) constituem uma evidência indireta da inversão da polaridade do campo magnético terrestre ao
longo do tempo geológico.
(B) positivas ocorrem em zonas geológicas que se formaram em período de polaridade inversa.
(C) negativas ocorrem em zonas geológicas que se formaram em período de polaridade normal.
(D) ocorrem nos pólos magnéticos da geosfera, pois são zonas de fraqueza do campo magnético,
formando auroras polares.
7. Para a definição dos modelos físico e químico da estrutura interna da Terra concorrem diversas áreas
científicas. Faça corresponder cada uma das afirmações relativas às diferentes camadas estruturais
da geosfera expressas na coluna A, à respetiva designação, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(a) Constituída fundamentalmente por minerais 1. Crusta continental
ferromagnesianos e silicatos de alumínio e de magnésio. 2. Crusta oceânica
(b) Desvia a trajetória das ondas sísmicas internas diretas 3. Litosfera
originando zonas de sombra sísmica. 4. Astenosfera
(c) A sua temperatura atinge valores da ordem dos 7000 ⁰C. 5. Manto
(d) As complexas reações químicas que ocorrem a esta 6. Núcleo externo
profundidade estarão na origem da formação das plumas 7. Núcleo interno
térmicas. 8. Camada D’’
(e) Corresponde a cerca de 83% do volume da geosfera e 67% de
sua massa.
10. A geodinâmica interna e a externa modelam a geosfera desde a sua formação até à atualidade. São
considerados, respetivamente, agentes modeladores internos e externos da geosfera
(A) a erosão e o intemperismo.
(B) os glaciares e o vento.
(C) o vulcanismo e o tectonismo.
(D) o tectonismo e o intemperismo.