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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN

BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

RESENHA CRÍTICA DO FILME

O NOME DA ROSA (1986)

Walkiria Graziele de Brito Morais

Natal/RN
10 de março de 2019
Introdução

Marcado por uma Europa recém-saída do feudalismo e dando os seus primeiros sinais
de capitalismo, o filme “O nome da rosa” se passa na idade média, baseado em fatos
históricos, ocorridas por volta do ano de 1327 em um mosteiro católico no norte da Itália.
O enredo traz à tona verdades obscuras que a igreja da época tentava esconder, como
atos sexuais pecaminosos, onde membros do clero aproveitavam-se da miséria dos
camponeses para abusar de suas mulheres em troca de algum tipo de alimento, além de
rituais pagãos praticados pelos próprios monges. Mas o que mais o tal mosteiro prezava
em esconder eram os livros tidos como profanos, eram esses, obras que traziam em seu
conteúdo verdades que poderiam fazer o leitor questionar a verdade absoluta da igreja
da época.
Resenha Crítica

O filme começa com um mistério em torno da morte de um monge, que teria


supostamente sido jogado de uma torre e a chegada de um frade franciscano e seu
noviço, William De Baskerville e Adso respectivamente, para investigarem o ocorrido, o
que é tratado até então como de origem sobrenatural. Já em contato com o caso William
chega à conclusão que, trata-se na verdade de suicídio, o que teria colocado fim no
mistério se mais um monge não tivesse aparecido morto, dessa vez com indícios que
deixam claro que se trata de um assassinato. Seguindo com a investigação mais novas
vítimas aparecem ao longo da trama, todas com uma peculiaridade em comum, trazem
consigo, dedo e língua manchados de tinta.
No decorrer da investigação, William começa a perceber uma relação entre as mortes e
um livro proibido, categorizado como profano. Ao tentar ter acesso livro, William
descobre uma enorme biblioteca cheias de labirintos, passagens secretas e códigos,
que está restrita apenas a alguns monges.
Com a chegada da Santa inquisição, além das mortes mais alguns fatos perturbam o
frade e seu noviço, como a acusação de uma camponesa, com quem Adso teve
relações sexuais proibidas e desenvolveu um afeto, e outro dois monges, sendo esses
culpados por pratica de magia negra e por atos cometidos antes do mosteiro, onde eram
de uma ordem religiosa avessa a riqueza exacerbada da igreja católica, que para vinga-
se matavam bispos e membros da burguesia, afim de devolver suas riquezas aos
explorados camponeses.
Paralelo aos crimes o enredo traz uma batalha ideológica entre dominicanos, que
buscavam manter riquezas, e franciscanos, que acreditavam que a essência da igreja
deveria ser humanitária e por isso distribuir os seus bens com os mais necessitados.
Depois de muita procura, William e Adso encontram o livro proibido e junto a ele o real
assassino, o bibliotecário cego, Jorge. O clímax do filme acontece quando o frade
franciscano finalmente descobre que arma usada pelo bibliotecário para matar suas
vítimas era justamente o próprio livro proibido, que contem veneno mortal em suas
páginas para aqueles que o folhear, já que é uma pratica muito comum da época, passar
as páginas de livro com a ajuda da saliva.
O motivo principal para esconder os livros considerados profanos, era impedir que os
tidos como leigos, tivessem acesso a obras de autores que de alguma forma criticavam
atitudes e dogmas da igreja, como a obra poética de Aristóteles, que tratava da comedia
e do riso, algo inaceitável e que poderia colocar em jogo, o fundamental poder católico.

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