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Cidalia Maria da Mota Lopes
(COORDENACAO)
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Aor) eolareun (entAS CIENCIAS SOCIAIS EHUMANAS
EA FISCALIDADE:
0 OLHAR DA CIENCIA POLITICA
ANTONIO CARLOS DOS SANTOS‘As Ciéncias Sociais e Humanas e a Fiscalidade: 0 olhar da Ciéncia Politica 5
“A verdadeira democracia é um compartimento
que esta ocupado
- eo homem tera de esperar”
A meméria tem futuro,
eis uma ideia nada pessimista”
Gongalo M. Tavares, Uma Viagem 4 India
1. A FISCALIDADE COMO FENOMENO SOCIAL TOTAL
Os atos mais simples do quotidiano condensam uma complexidade e multipli-
cidade de facetas em que habitualmente nado pensamos. Quando entro num café
e peco uma bica ao balco, que ato é este? Alguns vero nele um habito pessoal,
idéntico ao de milhares de portugueses. Sublinharao o facto de nem todos os povos
terem tal habito e, mesmo quando o tém, nem todos apreciarem o mesmo tipo
de café. O olhar dirige-se aqui para o processo cultural que nos levou a gostar de
café, Outros porventura atentarao no facto de estarmos simultaneamente perante
um ato de producéo (0 fabrico do café), um servigo que é prestado e um ato de
consumo (beber 0 café), preocupando-se com a forma como se estabelece o prego.
Todos estes atos implicam a exist@ncia de uma organizagéo empresarial dotada
de recursos financeiros e humanos e de uma contabilidade propria, mesmo que
simplificada. Alguns acrescentardo que o café é um produto importado e estaraio
interessados no peso desse produto na nossa balanca comercial. Em ultima instancia,
n&o deixardo de procurar uma explicacao para a importancia do café no Portugal de
hoje, assumindo como hipétese de trabalho a aventura colonial dos portugueses.
Outros ainda centrardo a sua atencdo na existéncia de um facto repetitivo (tomo
café todos os dias; 0 dono do café todos os dias serve inumeros clientes), nas re-
lagdes sociais que se estabelecem entre os fornecedores e consumidores de café,
entre os prdprios fornecedores (uma associagéo empresarial) ou mesmo entre os
prdéprios amadores de café que podem constituir, por exemplo, uma confraria do café.