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Estas notas representam um lembrete dos principais tópicos discutidos em sala de aula.
Para o estudo aprofundado, deve-se utilizar a bibliografia recomendada pela disciplina.
Hoje o processo deve ser cíclico, interativo e integrado. Cada definição em qualquer
um dos projetos pode afetar e retro alimentar todos os demais projetos complementares e,
até mesmo, o próprio projeto principal, que é o arquitetônico.
Nesta nova concepção de elaboração dos projetos, de modo integrado, toda e qualquer
interferência entre o projeto hidráulico e qualquer outro projeto, tais como o estrutural, ou
o de instalações elétricas. ou o de climatização, deve ser solucionada durante esta fase de
elaboração dos projetos. Nada deve ser deixado para solucionar na obra como, infelizmente,
vem ocorrendo em escala cada vez mais significativa.
Mercados 5 litros/m2/dia
Exemplo de aplicação: determinar o consumo diário de água para um edifício residencial que
terá 15 andares, com 4 apartamentos de 3 dormitórios por andar.
Solução:
1. Previsão de consumo diário per capita em apartamentos residenciais: Cp = 200 l/dia.
Solução:
Exercícios:
Respostas: 15,6 m3, 86,1 m3, 30 m3, 2,8 m3, 70 m3, 240 m3/288 m3, 614,4 m3/768 m3.
2) Definir o volume de água necessário, por dia, para um conjunto habitacional com 14
sobrados geminados de 3 dormitórios e 16 sobrados geminados de 2 dormitórios.
A norma brasileira NBR 5626 recomenda que a reserva total, acumulada em todos os
reservatórios, não seja inferior ao consumo diário, mas não ultrapasse três vezes tal valor.
Os reservatórios com capacidade superior a 1.000 l devem ser compartimentados, para que o
sistema de distribuição não seja interrompido durante as operações de limpeza.
As reservas para outras finalidades, tais como combate a incêndio com hidrantes ou
com sprinklers, podem ser incorporadas ao volume total, desde que as respectivas saídas
sejam independentes e posicionadas de tal forma que o volume de cada reserva não seja
utilizado para outra finalidade.
O reservatório deve ser instalado no local mais elevado da edificação, para que a
distribuição interna seja feita por gravidade, com pressão suficiente em todos os pontos a
serem servidos, principalmente nos chuveiros, como ilustra a figura 1, a seguir.
Fig. 1 – Reserva e distribuição quando a carga na rede permite alimentar um reservatório superior.
Este abastecimento direto para o reservatório superior é possível desde que o valor
da diferença (∆H) entre a carga manométrica mínima na rede pública (Hdisponível), garantida
pela concessionária, e a altura da entrada do reservatório em relação à rede (∆z), seja
superior ao valor da soma das perdas de carga (hf), desde a tomada de água na rede até a
entrada da caixa, como ilustra a figura 2, a seguir.
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Fig. 2 – Carga disponível na rede suficiente para alimentar diretamente o reservatório superior.
Se o valor desta diferença é inferior ao das perdas de carga, ∆H < hf, a água da rede
não consegue chegar naturalmente até o reservatório superior. Torna-se necessário, então,
instalar um reservatório inferior, para receber a água da rede pública, e um conjunto de
bombas de recalque, para abastecer o reservatório superior que, por gravidade, alimentará
os pontos de utilização, como ilustra a figura 3, a seguir.
Cd – consumo diário;
N – quantidade de dias seguidos previstos com falta d‛água na rede pública;
Vcih – volume para combate a incêndio com hidrantes;
Vcis – volume para combate a incêndio com sprinklers, quando houver;
Vac - volume para sistema de ar condicionado central, dependendo do sistema.
Exercícios:
1) Determinar a previsão de consumo de água, definir as formas de reservar e os volumes dos
reservatórios, para um conjunto residencial constituído de 14 edifícios de 8 andares, com 4
apartamentos de 2 dormitórios por andar. O histórico da região indica que é comum faltar
água por até 2 dias seguidos. O projeto de combate a incêndio, neste caso, especifica um
volume de 10 m3 para os hidrantes de cada edifício.
Resp.: Cd = 104,9 m3; VRS = 42 m3; VRI = 63 m3; Cd = 20 m3; VRS = 20 m3.
- a Vazão de Recalque (Qr), definida em metros cúbicos por hora (m3/h), em litros por
segundo (l/s), ou qualquer outra medida de quantidade por algum intervalo de tempo,
O valor da vazão de recalque (Qr) é definido pelo volume estimado para o consumo
diário (Cd), dividido pelo valor total da soma dos intervalos de tempo em que se pretende que
a bomba de recalque funcione por dia.
Na prática, o funcionamento das bombas de recalque não é continuo, pois elas são
acionadas, automaticamente, para repor a água consumida, apenas quando o nível d’água no
reservatório superior atinge certa marca pré estabelecida. Sendo assim, a soma dos
intervalos de tempo de funcionamento também é um valor estimado e, geralmente, pré
estabelecido por conveniência em relação aos custos de instalação e de manutenção.
Para uma dada altura manométrica, quanto menor for o tempo de funcionamento pré
estabelecido, maior a vazão necessária e, portanto, mais elevado o custo da bomba. Mas, ao
mesmo tempo, menor será o seu desgaste e a necessidade de manutenção.
A norma NBR 5626 estabelece que a vazão horária de recalque não deve ser inferior
a um valor equivalente a 15% do volume de Consumo Diário (Cd). Se 15% de Cd deve ser
recalcado em 1 hora, então, 100% de Cd será recalcado em, no máximo, 6,7 horas. Sendo
assim, o período de funcionamento previsto para as bombas de recalque não deve ser maior
do que 6,7 horas.
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Exemplo de aplicação:
a) determinar a máxima vazão de recalque das bombas a serem instaladas em um edifício
residencial cujo consumo diário foi previsto em 20.000 l.
onde,
Dr = diâmetro de recalque em m,
Qr = vazão de recalque em m3/s,
h = tempo de funcionamento em horas.
Para a vazão Qr = 1,11 l/s, ou 0,00111 m3/s, e h = 5 horas, por exemplo, teremos
Dr = 1,3 x 0,0333 x 0,6756 = 0,0299 m = 30 mm.
O diâmetro nominal (DN) disponível seria DN = 32 mm.
Exercícios:
1) Definir a mínima vazão de recalque das bombas e o diâmetro nominal da tubulação a serem
instalados em edifício residencial de 15 andares, com 8 apartamentos de 2 dormitórios.
2) Definir a mínima vazão de recalque das bombas e o diâmetro nominal da tubulação a serem
instalados em um hotel padrão simples, com 320 quartos para até 4 hóspedes.
Solução:
A altura total, do fundo do reservatório inferior até o topo do reservatório superior será
Exercícios:
1) Considerando que o valor total das perdas de carga na instalação de recalque do prédio do
exemplo acima seja equivalente a 15,6 mca, que o consumo diário total seja cerca de 32 m3,
definir o diâmetro desta tubulação de recalque e os parâmetros vazão mínima de recalque e
carga manométrica para as bombas de recalque.
Fig. 5 – Vista esquemática de um típico ramal de distribuição de instalação predial de água fria.
Fig. 6 – Planta esquemática de um típico ramal de distribuição de instalação predial de água fria.
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O dimensionamento da tubulação das linhas de distribuição de água fria consiste em
garantir que cada peça de utilização conte com uma vazão não inferior às vazões de projeto
estabelecidas na tabela 1 da norma NBR 5626/98, apresentada a seguir.
Tabela 1 – Vazão nos pontos de utilização em função do aparelho sanitário e da peça de utilização.
Para permitir tais vazões, dentro do limite de velocidade, cada peça requer um
diâmetro mínimo de tubulação, cujos valores são apresentados a seguir, na tabela 2.
Para dimensionar segundo este critério, a NBR 5626 recomenda o Método das Somas
dos Pesos, que consiste em atribuir pesos à probabilidade de uso simultâneo para cada
aparelho sanitário, cujos valores são apresentados na tabela 3.
A vazão máxima provável em cada trecho de uma linha será proporcional à soma de
todos os pesos das peças nela instalados. O valor desta vazão é obtido por
(em litros/segundo)
O diâmetro indicado para cada trecho será, então, aquele que permite velocidades de
escoamento inferiores a 3,00 m/s, para as vazões assim obtidas.
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Exemplo de aplicação: definir os valores das vazões máximas prováveis e dos diâmetros
necessários para a tubulação da instalação representada na figura 7, a seguir.
Para o trecho DK somam-se todos os pesos: ∑P = 1,0 + 3,5 = 4,5 Q = 0,64 l/s.
A velocidade do fluxo para esta vazão, neste tudo de Ø = 15 mm, ou 1,5 cm, será
v = Q / A = 300 (cm3/s) / π x 0,752 (cm2) = 169, 9 cm/s = 1,7 m/s < 3,0 m/s.
Então, todo este sub-ramal poderia ser executado com tubos e conexões de 15 mm de
diâmetro. Resta ainda verificar se as perdas de carga não seriam excessivas.
- para algumas das peças do sub-ramal da cozinha e lavanderia, como o tanque e as máquinas
de lavar, o diâmetro nominal mínimo é de 20 mm.
A velocidade do fluxo para esta vazão, neste tudo de Ø = 20 mm, ou 2,0 cm, será
v = Q / A = 560 (cm3/s) / π x 1,02 (cm2) = 178, 3 cm/s = 1,8 m/s < 3,0 m/s.
Então, todo este sub-ramal poderia ser executado com tubos e conexões de 15 mm de
diâmetro. Da mesma forma, ainda é necessário verificar se as perdas de carga não seriam
excessivas, o que será feito mais adiante.
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O critério do Consumo Máximo Possível considera a utilização simultânea de todas
as peças instaladas num ramal. Esta situação não é a mais comum, mas pode ocorrer em
alguns tipos de instalação. Os chuveiros de vestiários, como o ilustrado na figura 8, por
exemplo, podem ser utilizados todos ao mesmo tempo, ao final de determinadas atividades
coletivas, tais como turnos de trabalho ou competições esportivas.
Este método consiste em atribuir valor 1,0 à área da seção transversal do tubo com
diâmetro Ø = 15 mm (1/2 polegada), que é o menor diâmetro comercial de tubo, e expressar
os demais diâmetros como múltiplos desta unidade, pelo valor das suas seções equivalentes,
apresentados a seguir, na tabela 4.
Para o dimensionamento de uma linha, como a ilustrada pela figura 8, inicia-se pelo
sub-ramal mais distante e vai-se acrescentando os seguintes.
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Em geral, monta-se uma planilha como a ilustrada a seguir, contendo a sequência dos
trechos na primeira linha. Na segunda linha coloca-se o diâmetro mínimo necessário para cada
peça de utilização. Na terceira linha, coloca-se o valor da seção equivalente deste diâmetro
mínimo. Na quarta linha coloca-se o resultado acumulado da soma da seção equivalente do
trecho com a soma de todas as seções equivalentes a montante, isto é, anteriores ao trecho.
Na quinta linha, coloca-se o diâmetro nominal necessário para atender à soma das
equivalências em cada trecho.
TRECHO AB BC CD DE EF FG GH HJ IJ JK
Ø mínimo de alimentação 15 15 15 15 15 15 15 15 15 20
Equivalência com a seção do Ø = 15mm 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2,9
Soma das equivalências 1 2 3 4 5 6 7 8 9 11,9
Ø necessário para o trecho 15 20 25 25 25 25 32 32 32 40
Após a definição dos diâmetros, seja pelo critério do consumo máximo provável ou
pelo máximo possível, ainda é necessário verificar se a carga de pressão (H) de serviço ficará
dentro dos limites estabelecidos pela NBR 5626, ou seja,
É interessante lembrar que, para uma dada vazão, quanto maior o valor da área da
seção da tubulação, menor será a velocidade do fluxo. Velocidades menores acarretam
perdas de carga menores, tanto por turbulência quanto por atrito mais reduzidos.
A Carga de Pressão (H) em cada ponto do escoamento em conduto forçado, seja numa
instalação de recalque ou em uma linha de distribuição, como no ponto de uso do chuveiro
ilustrado anteriormente na figura 5, é igual à Carga Geométrica (∆z) neste ponto menos a
soma de todas as Perdas de Carga (hf) ocorridas na linha, até este ponto.
As perdas de carga são influenciadas tanto pela rugosidade das paredes do conduto
quanto pela velocidade do escoamento.
A seguir, toma-se o valor da perda de carga por metro de tubulação, que pode ser
obtido com as tabelas que utilizam a Fórmula Universal ou a Fórmula de Hazen-Wiliams, e
multiplica-se pelo valor deste comprimento total.
Exemplos:
Exercícios:
1) determinar o valor da perda de carga (hf) em uma instalação de recalque com 90,10 m de
comprimento retilíneo e 67,8 m de comprimento equivalente, com tubulação de 75 mm de
diâmetro nominal, rugosidade e = 0,50 (Colebrook) e velocidade média v = 2,00 m/s.
2) determinar o valor da perda de carga (hf) em uma instalação de recalque com 123,40 m de
comprimento retilíneo e 56,70 m de comprimento equivalente, com tubulação de 50 mm de
diâmetro nominal, rugosidade e = 1,0 (Colebrook) e vazão Q = 7,8 m3/s. Resp.: hf = 141,43 mca.
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