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INSTALAÇÕES PREDIAIS HIDRÁULICAS - Notas de Aulas – 1sem17

Estas notas representam um lembrete dos principais tópicos discutidos em sala de aula.
Para o estudo aprofundado, deve-se utilizar a bibliografia recomendada pela disciplina.

O principal objetivo destas notas é destacar os princípios que regem a definição e o


dimensionamento das instalações hidráulicas das edificações mais comuns na construção civil.

A norma que regulamenta a elaboração do projeto e a execução de tais instalações é a


NBR 5626, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ela será mencionada
sempre que necessário para o esclarecimento de especificações e da terminologia técnica,
muito embora este texto não tenha a pretensão de esgotar o assunto.

O processo de concepção das instalações hidráulico sanitárias prediais deve estar


intimamente integrado com todo o processo de realização do empreendimento, desde a
elaboração do projeto arquitetônico até a definição dos demais projetos complementares.

Devido à complexidade das edificações atuais, a clássica divisão de trabalhos para a


elaboração dos projetos, esquematicamente representada na figura abaixo, constituída de
etapas paralelas, consecutivas e quase independentes, que ainda ocorre em larga escala, já
não faz sentido.

Hoje o processo deve ser cíclico, interativo e integrado. Cada definição em qualquer
um dos projetos pode afetar e retro alimentar todos os demais projetos complementares e,
até mesmo, o próprio projeto principal, que é o arquitetônico.

Nesta nova concepção de elaboração dos projetos, de modo integrado, toda e qualquer
interferência entre o projeto hidráulico e qualquer outro projeto, tais como o estrutural, ou
o de instalações elétricas. ou o de climatização, deve ser solucionada durante esta fase de
elaboração dos projetos. Nada deve ser deixado para solucionar na obra como, infelizmente,
vem ocorrendo em escala cada vez mais significativa.

Sendo assim, apenas com finalidade didática e organizacional, o projeto hidráulico


sanitário pode ser dividido nas etapas a seguir relacionadas.

a) Definição da quantidade de água necessária para o empreendimento;


b) Definição da forma de reservar e das linhas de distribuição;
c) Dimensionamento e detalhamento de todas as peças constituintes da instalação.
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Definição da Quantidade de Água Necessária

A definição da quantidade de água necessária para um empreendimento significa, na


verdade, a definição de uma vazão, não de um volume. Trata-se da estimativa do consumo
diário de água (Cd) por toda a população (P) prevista para o empreendimento, em função de
índices de consumo médio de cada pessoa (Cp) nas atividades que nele serão realizadas, que
pode ser expresso como
Cd = Σ (Cp x P) (litros/dia)
Tanto o consumo médio por pessoa (Cp) quanto a quantidade de pessoas (P) são
obtidos com base em tabelas organizadas a partir de atividades semelhantes. A tabela a
seguir apresenta alguns dos principais índices de Consumo diário per Capita (Cp), conforme a
natureza da ocupação do edifício.

Natureza Consumo por pessoa

Casas populares ou rurais 120 litros/dia

Residências 150 litros/dia

Residências de luxo 300 litros/dia

Apartamentos 200 litros/dia

Asilos ou orfanatos 150 litros/dia

Creches - Prédios Públicos 50 litros/dia

Escolas Estaduais 1º e 2º Grau 25 litros/aluno/dia

Escolas Semi-Internatos 100 litros/aluno/dia

Escolas Internatos 150 litros/aluno/dia

Prédios Públicos, Comerciais e de Escritórios 50 litros/dia

Hospitais (sem lavanderia) 500 litros/leito/dia

Hospitais (com lavanderia) 750 litros/leito/dia

Hotéis (sem cozinha e sem lavanderia) 120 litros/hóspede/dia

Hotéis (com cozinha e lavanderia) 300 litros/hóspede/dia

Prédios com alojamentos provisórios, cozinha e lavanderia 120 litros/dia

Mercados 5 litros/m2/dia

Cinemas e teatros 2 litros/lugar/dia

Restaurantes e similares 25 litros/refeição/dia

Lavanderias 30 litros/kg de roupa seca

Jardins 1,5 litros/m2

Postos de abastecimento e serviços automotivos 150 litro/veículo


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A tabela a seguir, por sua vez, apresenta os índices de população (P) para edifícios
destinados às atividades mais comuns nos ambientes urbanos.

Tipo de edifício População (P)

Escritórios 1 pessoa a cada 9 m2

Lojas 1 pessoa a cada 3 m2

Hotéis 1 pessoa a cada 15 m2

Hospitais 1 pessoa a cada 15 m2

P = 2 x Nd + Ne ou 5 pessoas por residência


Apartamentos ou casas Nd = quantidade de dormitórios
Ne = quantidade de dormitórios de serviço

Exemplo de aplicação: determinar o consumo diário de água para um edifício residencial que
terá 15 andares, com 4 apartamentos de 3 dormitórios por andar.

Solução:
1. Previsão de consumo diário per capita em apartamentos residenciais: Cp = 200 l/dia.

2. Previsão de população em apartamento residencial de 3 dormitórios:


P = 2 x Nd + Ne = 2 x 3 + 0 = 6 pessoas.

3. Previsão da população do edifício:


P = 15 andares x 4 apartamentos x 6 pessoas = 360 pessoas.

4. Previsão de consumo diário: Cd = Cp x P = 200 l/dia x 360 pessoas = 72.000 l = 72 m3.

Exemplo de aplicação: estimar o consumo diário de água para um complexo empresarial


constituído de dois edifícios para escritórios, sendo um com 34 andares de 750 m2 e o outro
com 28 andares de 420 m2, um hotel com 140 quartos para até 2 hóspedes, 180 quartos para
até 3 hóspedes e 35 quartos para até 4 hóspedes, com previsão de 80% de taxa de ocupação
média e que não oferecerá serviços de cozinha nem de lavanderia. O pavimento térreo, que
será comum para todos estes edifícios, conterá um centro comercial com 120 lojas de 45 m2
cada e uma praça de alimentação com previsão para servir de 3 a 4 mil refeições por dia.

Solução:

1. Previsão de consumo diário para o edifício de escritórios maior:


1.1 - consumo per capita em escritórios: Cp = 50 l/dia.
1.2 - população média estimada para escritórios: 1 pessoa a cada 9 m2,
- área útil do edifício: 34 x 750 m2 = 25.500 m2,
- população P = 25.500 m2 / 9 pessoas/m2 = 2.834 pessoas,

Cd = 50 l/dia x 2.834 pessoas = 141.700 litros/dia = 141,7 m3/dia.


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2. Previsão de consumo diário para o edifício de escritórios menor:
2.1 - consumo per capita em escritórios: Cp = 50 l/dia.
2.2 - população média estimada para escritórios: 1 pessoa a cada 9 m2,
- área útil do edifício: 28 x 420 m2 = 11.760 m2,
- população P = 11.760 m2 / 9 pessoas/m2 = 1.307 pessoas,

Cd = 50 l/dia x 1.307 pessoas = 65.350 litros/dia = 65,35 m3/dia.

3. Previsão de consumo diário para o hotel:


3.1 - consumo per capita em hotéis sem cozinha e lavanderia: Cp = 120 l/dia.
3.2 - população estimada para este hotel:
- 140 quartos para até 2 hóspedes = 280 pessoas
- 180 quartos para até 3 hóspedes = 540 pessoas
- 35 quartos para até 4 hóspedes = 140 pessoas
- população total, P = 960 pessoas,

Cd = 120 l/dia x 960 pessoas = 115.200 litros/dia = 115,2 m3/dia.


4. Previsão de consumo diário para as lojas do centro comercial:
4.1 - consumo per capita para lojas: Cp = 50 l/dia.
4.2 - população média estimada para lojas: 1 pessoa a cada 3 m2,
- área útil de lojas: 120 x 45 m2 = 5.400 m2,
- população P = 5.400 m2 / 3 pessoas/m2 = 1.800 pessoas,

Cd = 50 l/dia x 1.800 pessoas = 90.000 litros/dia = 90,0 m3/dia.

5. Previsão de consumo diário para a praça de alimentação:


5.1 - consumo por refeição servida: Cp = 25 l.
5.2 – quantidade de refeições: 4.000/dia,

Cd = 25 l/refeição x 4.000 refeições/dia = 100.000 litros/dia = 100,0 m3/dia.

6. Estimativa do consumo diário para todo o empreendimento, Cd = 512,25 m3/dia.

Exercícios:

1) Estimar o consumo diário de água de um complexo multiuso, constituído de um centro


comercial com 4 lojas de 234 m2, 123 lojas de 42 m2, 2 supermercados de 3.000 m2, 8 salas
de cinemas com 175 lugares e uma praça de alimentação com previsão para servir até 2.800
refeições por dia. O setor residencial será constituído de 3 edifícios de 20 andares tipo,
com 4 apartamentos de 3 dormitórios, e 8 edifícios de 24 andares tipo, com 4 apartamentos
de 2 dormitórios.

Respostas: 15,6 m3, 86,1 m3, 30 m3, 2,8 m3, 70 m3, 240 m3/288 m3, 614,4 m3/768 m3.

2) Definir o volume de água necessário, por dia, para um conjunto habitacional com 14
sobrados geminados de 3 dormitórios e 16 sobrados geminados de 2 dormitórios.

Respostas: 0,75 m3/dia ou 0,9 m3/dia; 0,60 m3/dia ou 0,75 m3/dia;


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Definição da forma de Reservar e das linhas de distribuição.

O volume a ser reservado destina-se, basicamente, a manter o suprimento para o


consumo diário, caso ocorram eventuais faltas d‛água na rede pública. Em regiões onde é
comum faltar água na rede pública, o volume a ser reservado deve considerar o equivalente
ao consumo diário e mais esse valor multiplicado pela quantidade de dias consecutivos em que
esta falta costuma ocorrer.

A norma brasileira NBR 5626 recomenda que a reserva total, acumulada em todos os
reservatórios, não seja inferior ao consumo diário, mas não ultrapasse três vezes tal valor.
Os reservatórios com capacidade superior a 1.000 l devem ser compartimentados, para que o
sistema de distribuição não seja interrompido durante as operações de limpeza.

As reservas para outras finalidades, tais como combate a incêndio com hidrantes ou
com sprinklers, podem ser incorporadas ao volume total, desde que as respectivas saídas
sejam independentes e posicionadas de tal forma que o volume de cada reserva não seja
utilizado para outra finalidade.

O reservatório deve ser instalado no local mais elevado da edificação, para que a
distribuição interna seja feita por gravidade, com pressão suficiente em todos os pontos a
serem servidos, principalmente nos chuveiros, como ilustra a figura 1, a seguir.

Fig. 1 – Reserva e distribuição quando a carga na rede permite alimentar um reservatório superior.

Sempre que a carga manométrica no ponto de tomada na rede pública permitir, o


abastecimento deve ser realizado diretamente para o reservatório superior. Desta forma
evita-se a utilização de bombas de recalque e, consequentemente, os gastos de instalação,
energia e manutenção.

Este abastecimento direto para o reservatório superior é possível desde que o valor
da diferença (∆H) entre a carga manométrica mínima na rede pública (Hdisponível), garantida
pela concessionária, e a altura da entrada do reservatório em relação à rede (∆z), seja
superior ao valor da soma das perdas de carga (hf), desde a tomada de água na rede até a
entrada da caixa, como ilustra a figura 2, a seguir.
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Fig. 2 – Carga disponível na rede suficiente para alimentar diretamente o reservatório superior.

Se o valor desta diferença é inferior ao das perdas de carga, ∆H < hf, a água da rede
não consegue chegar naturalmente até o reservatório superior. Torna-se necessário, então,
instalar um reservatório inferior, para receber a água da rede pública, e um conjunto de
bombas de recalque, para abastecer o reservatório superior que, por gravidade, alimentará
os pontos de utilização, como ilustra a figura 3, a seguir.

Fig. 3 – Instalação com reservatórios inferior e superior.


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Assim como no caso do abastecimento direto ao reservatório superior, a linha de
recalque sempre deve ser definida e dimensionada visando a minimizar as perdas de carga,
distribuída e localizadas, para minimizar o consumo de energia. Neste sentido, o primeiro
passo é definir um traçado o mais direto e mais retilíneo possível. A seguir, deve-se buscar o
diâmetro mais adequado à vazão necessária para a reposição do reservatório superior.

Para não sobrecarregar desnecessariamente a estrutura da edificação, a prática usual


é que o volume do reservatório superior seja equivalente a 40% do valor do consumo diário.
O restante fica armazenado no reservatório inferior, geralmente instalado abaixo do
pavimento térreo e diretamente sobre o solo.

O hidrômetro, que registra o volume acumulado de abastecimento, é instalado em um


cavalete, assim que a ligação com a rede pública entra no lote.

Os volumes destinados ao combate a incêndio são definidos em projetos específicos.


A reserva para os hidrantes, cuja pressão não pode depender de energia elétrica, é agregada
ao volume do reservatório superior. Já a reserva para sprinklers, que é pressurizada, pode
ser agregada ao volume do reservatório inferior.

Os volumes destinados a outros usos, como sistemas de ar condicionado central, por


exemplo, bem como o seu local de reserva, também são definidos em projetos específicos.

Para definir os volumes e dimensionar os reservatórios, superiores e inferiores, de água


potável para as edificações, uma divisão bastante empregada é reservar cerca de 40% do
consumo diário no reservatório superior e o restante, inclusive para os dias previstos de
falta na rede pública. Os valores destes volumes podem ser obtidos pelas fórmulas:
- reservatório superior: VRS = 0,4 Cd + Vcih + Vac
- reservatório inferior: VRI = 0,6 Cd + N x Cd + Vcis + Vac, onde:

Cd – consumo diário;
N – quantidade de dias seguidos previstos com falta d‛água na rede pública;
Vcih – volume para combate a incêndio com hidrantes;
Vcis – volume para combate a incêndio com sprinklers, quando houver;
Vac - volume para sistema de ar condicionado central, dependendo do sistema.

Exemplo de aplicação: definir os volumes dos reservatórios, superior e inferior, para um


edifício comercial de 14 andares, com 456 m2 de área útil por andar, e uma loja com 854 m2,
no pavimento térreo. O histórico da região indica que eventualmente há falta d‛água por até
2 dias seguidos. O projeto específico de combate a incêndio, para este edifício, requer os
seguintes volumes:
- Volume para combate a incêndio com hidrantes: 12.000 litros;
- Volume para combate a incêndio com sprinklers: 5.800 litros;

1. Consumo diário per capita: Cp = 50 litros/dia.

2. População prevista para o edifício:


2.1 - escritórios: 14 andares x 456 m2 / 9 m2/pessoa = 709,3 = 710 pessoas
2.2 - loja: 854 m2 / 3 m2/pessoa = 284,7 = 285 pessoas
total: P = 995 pessoas.
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3. Consumo diário total: Cd = Cp x P = 50 x 995 = 49.750 litros/dia.

4. VRS = 0,4 Cd + Vcih + Vac = 0,4 x 49.750 l + 12.000 l + 0 = 31.900 l;

5. VRI = 0,6 Cd + N x Cd + (Vcis + Vac) = 0,6 x 49.750 l + 2 x 49.750 l + 5.800 l + 0 = 135.150 l.

Exercícios:
1) Determinar a previsão de consumo de água, definir as formas de reservar e os volumes dos
reservatórios, para um conjunto residencial constituído de 14 edifícios de 8 andares, com 4
apartamentos de 2 dormitórios por andar. O histórico da região indica que é comum faltar
água por até 2 dias seguidos. O projeto de combate a incêndio, neste caso, especifica um
volume de 10 m3 para os hidrantes de cada edifício.

Resp.: Cd = 25,6 m3; VRS = 20,3 m3; VRI = 66,6 m3.

2) Determinar a previsão de consumo de água, definir as formas de reservar e os volumes de


reservatórios para um hotel de 14 andares, com 92 quartos para até 2 hóspedes, 126 quartos
para até 3 hóspedes e 78 quartos para até 4 hóspedes, sem serviços de lavanderia nem
cozinha, com uma taxa de ocupação média prevista em 75%. O pavimento térreo será
arrendado para um restaurante com previsão de servir até 800 refeições/dia. O histórico
da região mostra que, há muito tempo, não há falta d’água na rede pública de abastecimento.

Resp.: Cd = 104,9 m3; VRS = 42 m3; VRI = 63 m3; Cd = 20 m3; VRS = 20 m3.

3) Determinar a previsão de consumo de água, definir as formas de reservar e os volumes


dos reservatórios para um conjunto habitacional constituído de 18 edifícios de 4 andares,
com 4 apartamentos de 2 dormitórios por andar, 12 edifícios de 4 andares, com 4
apartamentos de 3 dormitórios por andar, 92 casas térreas de 2 dormitórios e 86 casas
térreas de 3 dormitórios. Haverá, também, um centro comercial com 2 supermercados de
2.000 m2, 35 lojas de 24 m2 e espaço para 8 lanchonetes com previsão de servir de 1.800 a
3.000 refeições por dia. O histórico da região indica que é comum faltar água por até um dia
inteiro. O projeto de combate a incêndio especifica um volume de 7,8 m3 para os hidrantes
dos edifícios com apartamentos de 2 dormitórios e um volume de 9,6 m3 para os hidrantes
dos edifícios com apartamentos de 3 dormitórios.

Resp.: Cd = 12,8 m3; VRS = 13 m3; VRI = 20,5 m3.


Cd = 19,2 m3; VRS = 17,3 m3; VRI = 30,8 m3.
Cd = 0,8 m3; VRS = 1,3 m3.
Cd = 1,2 m3; VRS = 2,0 m3.
Cd = 12,8 m3; VRS = 13 m3; VRI = 20,5 m3.
Cd = 12,8 m3; VRS = 13 m3; VRI = 20,5 m3.
Cd = 12,8 m3; VRS = 13 m3; VRI = 20,5 m3.
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Instalações de Recalque.

Uma instalação predial de recalque, esquematicamente ilustrada na figura 4 a seguir,


é constituída de um par de moto-bombas, que coleta a água do fundo do reservatório inferior
e lhe fornece energia suficiente para que ela seja elevada até o reservatório superior.

Fig. 4 – Planta, vista e corte de uma típica instalação predial de recalque.

Para garantir o abastecimento, mesmo em caso de necessidade de manutenção, são


instalados sempre 2 conjuntos de moto-bomba, pelo menos, que funcionam alternadamente.
Por exemplo, um deles trabalha por uma semana, enquanto que o outro fica de reserva. Na
semana seguinte este procedimento se inverte.

Dois parâmetros são fundamentais para a definição das instalações de recalque:

- a Vazão de Recalque (Qr), definida em metros cúbicos por hora (m3/h), em litros por
segundo (l/s), ou qualquer outra medida de quantidade por algum intervalo de tempo,

- a altura manométrica (Hm), definida em metros de coluna de água (mca).

O valor da vazão de recalque (Qr) é definido pelo volume estimado para o consumo
diário (Cd), dividido pelo valor total da soma dos intervalos de tempo em que se pretende que
a bomba de recalque funcione por dia.

Na prática, o funcionamento das bombas de recalque não é continuo, pois elas são
acionadas, automaticamente, para repor a água consumida, apenas quando o nível d’água no
reservatório superior atinge certa marca pré estabelecida. Sendo assim, a soma dos
intervalos de tempo de funcionamento também é um valor estimado e, geralmente, pré
estabelecido por conveniência em relação aos custos de instalação e de manutenção.

Para uma dada altura manométrica, quanto menor for o tempo de funcionamento pré
estabelecido, maior a vazão necessária e, portanto, mais elevado o custo da bomba. Mas, ao
mesmo tempo, menor será o seu desgaste e a necessidade de manutenção.

A norma NBR 5626 estabelece que a vazão horária de recalque não deve ser inferior
a um valor equivalente a 15% do volume de Consumo Diário (Cd). Se 15% de Cd deve ser
recalcado em 1 hora, então, 100% de Cd será recalcado em, no máximo, 6,7 horas. Sendo
assim, o período de funcionamento previsto para as bombas de recalque não deve ser maior
do que 6,7 horas.
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Exemplo de aplicação:
a) determinar a máxima vazão de recalque das bombas a serem instaladas em um edifício
residencial cujo consumo diário foi previsto em 20.000 l.

Qr = 20.000 l / 6,7 h = 2.985 l/h, ou Qr = 20.000 l / 6,7 x 3.600 s = 0,83 l/s.

b) determinar a vazão de recalque para as bombas do referido edifício, se for adotado um


período de funcionamento de 5 horas por dia.

Qr = 20.000 l / 5 h = 4.000 l/h, ou Qr = 20.000 l / 5 x 3.600 s = 1,11 l/s.

Depois de definir a vazão de recalque, é possível definir um diâmetro para a tubulação


de recalque, utilizando a equação da continuidade, Q = v x A, e considerando que a velocidade
do fluxo, em instalações prediais, deve ficar entre 0,6 e 3,0 m/s.

Adotando-se, por exemplo, a média da faixa de velocidade recomendada, v = 1,8 m/s


(180 cm/s), para a vazão Qr = 1,11 l/s (1.111 cm3/s), a área da seção transversal da tubulação
deveria ser
A = Qr / v = 1.111 (cm3/s) / 180 (cm/s) = 6,17 cm2
A= π R2 = 6,17 cm2. Então, R = 1,40 cm = 14 mm e, portanto, D = 28 mm.

O diâmetro nominal (DN) disponível seria DN = 32 mm.

A Fórmula de Forschheimmer relaciona diretamente o diâmetro (Dr) da instalação de


recalque com a vazão de recalque (Qr) e com o período de funcionamento diário (h), adotado
para as bombas

onde,

Dr = diâmetro de recalque em m,
Qr = vazão de recalque em m3/s,
h = tempo de funcionamento em horas.

Para a vazão Qr = 1,11 l/s, ou 0,00111 m3/s, e h = 5 horas, por exemplo, teremos
Dr = 1,3 x 0,0333 x 0,6756 = 0,0299 m = 30 mm.
O diâmetro nominal (DN) disponível seria DN = 32 mm.

Exercícios:
1) Definir a mínima vazão de recalque das bombas e o diâmetro nominal da tubulação a serem
instalados em edifício residencial de 15 andares, com 8 apartamentos de 2 dormitórios.

Resp.: Qr = 14,3 m3/h, DN = 60 mm

2) Definir a mínima vazão de recalque das bombas e o diâmetro nominal da tubulação a serem
instalados em um hotel padrão simples, com 320 quartos para até 4 hóspedes.

Resp.: Qr = 22,9 m3/h, Dn = 75 mm


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A Altura Manométrica (Hm) representa a carga hidráulica, ou seja, a quantidade de
energia necessária para a água ser elevada, do fundo do reservatório inferior até o topo do
reservatório superior.

O valor da altura manométrica, medida em metros de coluna de água (mca), é obtido


pela soma do valor da altura geométrica (∆z), em metros, que a água tem que ser elevada,
com o valor total das perdas de carga (hf), localizadas e distribuída, que ocorrem ao longo da
tubulação de recalque.
Htotal = ∆z + hf

Exemplo de aplicação: determinar o componente geométrico ∆z, da carga manométrica


necessária para as bombas de recalque de um edifício com as características a seguir.

- andar térreo com 5 m de altura, de piso a piso,

- 2 andares abaixo do térreo, para garagens, com 3 m de altura, de piso a piso,

- 15 andares tipo com 3,20 m de altura, de piso a piso,

- 9 m de altura a última laje e o topo do reservatório superior.

- o reservatório inferior será instalado no pavimento mais baixo do subsolo do prédio.

Solução:

A altura total, do fundo do reservatório inferior até o topo do reservatório superior será

∆z = 5,00 m + 2 x 3,00 m + 15 x 3,20 m + 9,00 m = 68,00 m

Exercícios:

1) Considerando que o valor total das perdas de carga na instalação de recalque do prédio do
exemplo acima seja equivalente a 15,6 mca, que o consumo diário total seja cerca de 32 m3,
definir o diâmetro desta tubulação de recalque e os parâmetros vazão mínima de recalque e
carga manométrica para as bombas de recalque.

Resp.: DN = 32 mm; Qr = 1,31 l/s; 83,6 mca.

2) Um conjunto residencial terá 5 edifícios de 25 andares, 3 deles com 8 apartamentos de 2


dormitórios, por andar, e 2 com 4 apartamentos de 3 dormitórios. O andar térreo destes
prédios será de uso coletivo terá 4 m de altura do piso até o piso do primeiro andar. Haverá
3 andares de garagens abaixo do andar térreo. A altura de todos os andares, de piso a piso,
será de 3 m. A distância da última laje até o topo do reservatório superior é de 10 m.
Definir os diâmetro da tubulação de recalque e os parâmetros vazão de recalque e carga
manométrica para as bombas de recalque, considerando um período de funcionamento de
cerca de 6 horas por dia e uma perda de carga da ordem de 30 mca, na linha de recalque.

Resp.: DN = 75 mm; Qr = 7,4 l/s e 5,6 l/s; 128 mca.


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Linhas de Distribuição – Definição e Dimensionamento.
A definição das linhas de distribuição, como a ilustrada na figura 5, a seguir, devem
ser traçadas a partir do projeto arquitetônico, buscando o percurso mais direto e mais curto
possível entre as peças de utilização e a alimentação, visando a minimizar as perdas de carga,
tanto as localizadas quanto as distribuídas.

Fig. 5 – Vista esquemática de um típico ramal de distribuição de instalação predial de água fria.

O traçado também deve ser compatível com os demais projetos complementares,


principalmente com o projeto estrutural, evitando interferir com vigas e pilares.

Fig. 6 – Planta esquemática de um típico ramal de distribuição de instalação predial de água fria.
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O dimensionamento da tubulação das linhas de distribuição de água fria consiste em
garantir que cada peça de utilização conte com uma vazão não inferior às vazões de projeto
estabelecidas na tabela 1 da norma NBR 5626/98, apresentada a seguir.

Tabela 1 – Vazão nos pontos de utilização em função do aparelho sanitário e da peça de utilização.

Para permitir tais vazões, dentro do limite de velocidade, cada peça requer um
diâmetro mínimo de tubulação, cujos valores são apresentados a seguir, na tabela 2.

Tabela 2 – Diâmetro Mínimo exigido para as peças de utilização.


Peças de utilização Diâmetro Nominal
mm pol.
Aquecedor de baixa pressão 20 3⁄4”
Aquecedor de alta pressão 15 1⁄2”
Vaso sanitário com caixa de descarga 15 1⁄2”
Vaso sanitário com válvula de descarga 50 2”
Banheira 15 1⁄2”
Bebedouro 15 1⁄2”
Bidê 15 1⁄2”
Chuveiro 15 1⁄2”
Filtro de pressão 15 1⁄2”
Lavatório 15 1⁄2”
Máquina de lavar roupa ou louça 20 3⁄4”
Mictório auto-aspirante 25 1”
Mictório de descarga descontínua 15 1⁄2”
Pia de despejo 20 3⁄4”
Pia de cozinha 15 1⁄2”
Tanque de lavar roupa 20 3⁄4”
Torneira de Jardim 20 3⁄4”
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Para dimensionar a tubulação adequada a cada trecho de uma linha de distribuição
nas instalações prediais deve ser empregado, em geral, um dos seguintes critérios:

- critério do Consumo Máximo Provável.

- critério do Consumo Máximo Possível,

O critério do Consumo Máximo Provável é o mais empregado, pois é o que representa


as situações mais comuns na instalações prediais. Este critério considera a probabilidade de
diversas peças de um ramal, ou sub-ramal, serem utilizadas ao mesmo tempo.

Para dimensionar segundo este critério, a NBR 5626 recomenda o Método das Somas
dos Pesos, que consiste em atribuir pesos à probabilidade de uso simultâneo para cada
aparelho sanitário, cujos valores são apresentados na tabela 3.

Tabela 3 – Valores do peso em função da vazão mínima de cada aparelho sanitário.

A vazão máxima provável em cada trecho de uma linha será proporcional à soma de
todos os pesos das peças nela instalados. O valor desta vazão é obtido por

(em litros/segundo)

O diâmetro indicado para cada trecho será, então, aquele que permite velocidades de
escoamento inferiores a 3,00 m/s, para as vazões assim obtidas.
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Exemplo de aplicação: definir os valores das vazões máximas prováveis e dos diâmetros
necessários para a tubulação da instalação representada na figura 7, a seguir.

Fig. 7 – Elevação esquemática da instalação de água fria em um apartamento.

Para os trechos do sub-ramal do banheiro temos os seguinte pesos:

AB = 0,3; BC = 0,3; CD = 0,4. ∑ P = 0,3 + 0,3 + 0,4 = 1,0 Q = 0,3 l/s.

Para os trechos do sub-ramal da cozinha e lavanderia os pesos serão:

EF = 0,7; FG = 1,0; GH = 0,1; IJ = 0,7; JH = 1,0 ∑P = 3,5 Q = 0,56 l/s.

Para o trecho DK somam-se todos os pesos: ∑P = 1,0 + 3,5 = 4,5 Q = 0,64 l/s.

Consultando diâmetros mínimos, constantes da tabela 2, verifica-se que:

- para todas as peças do sub-ramal do banheiro o diâmetro nominal mínimo é de 15 mm.

A vazão máxima provável neste sub-ramal é Q = 0,3 l/s, ou 300 cm3/s.

A velocidade do fluxo para esta vazão, neste tudo de Ø = 15 mm, ou 1,5 cm, será

v = Q / A = 300 (cm3/s) / π x 0,752 (cm2) = 169, 9 cm/s = 1,7 m/s < 3,0 m/s.

Então, todo este sub-ramal poderia ser executado com tubos e conexões de 15 mm de
diâmetro. Resta ainda verificar se as perdas de carga não seriam excessivas.

- para algumas das peças do sub-ramal da cozinha e lavanderia, como o tanque e as máquinas
de lavar, o diâmetro nominal mínimo é de 20 mm.

A vazão máxima provável neste sub-ramal é Q = 0,56 l/s, ou 560 cm3/s.

A velocidade do fluxo para esta vazão, neste tudo de Ø = 20 mm, ou 2,0 cm, será

v = Q / A = 560 (cm3/s) / π x 1,02 (cm2) = 178, 3 cm/s = 1,8 m/s < 3,0 m/s.

Então, todo este sub-ramal poderia ser executado com tubos e conexões de 15 mm de
diâmetro. Da mesma forma, ainda é necessário verificar se as perdas de carga não seriam
excessivas, o que será feito mais adiante.
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O critério do Consumo Máximo Possível considera a utilização simultânea de todas
as peças instaladas num ramal. Esta situação não é a mais comum, mas pode ocorrer em
alguns tipos de instalação. Os chuveiros de vestiários, como o ilustrado na figura 8, por
exemplo, podem ser utilizados todos ao mesmo tempo, ao final de determinadas atividades
coletivas, tais como turnos de trabalho ou competições esportivas.

Fig. 8 – Elevação esquemática da instalação de água fria em um vestiário.

O dimensionamento com este critério emprega o Método das Seções Equivalentes.


Cada peça utilizada num sub-ramal requer uma vazão mínima, para a qual é necessário um
diâmetro nominal mínimo de tubulação, cujos valores já foram apresentados na tabela 2.

Este método consiste em atribuir valor 1,0 à área da seção transversal do tubo com
diâmetro Ø = 15 mm (1/2 polegada), que é o menor diâmetro comercial de tubo, e expressar
os demais diâmetros como múltiplos desta unidade, pelo valor das suas seções equivalentes,
apresentados a seguir, na tabela 4.

Tabela 4 – Tabela de Seções Equivalentes.

Diâmetro Nominal da Tubulação Seção Equivalente


mm polegadas (proporção de Ø = 15mm com a mesma vazão)
15 1⁄2 1,0
20 3⁄4 2,9
25 1 6,2
32 1 1⁄4 10,9
40 1 1⁄2 17,4
50 2 37,8
60 2 1⁄2 65,5
75 3 110,5
100 4 189,0
150 6 527,0
200 8 1200,0

Para o dimensionamento de uma linha, como a ilustrada pela figura 8, inicia-se pelo
sub-ramal mais distante e vai-se acrescentando os seguintes.
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Em geral, monta-se uma planilha como a ilustrada a seguir, contendo a sequência dos
trechos na primeira linha. Na segunda linha coloca-se o diâmetro mínimo necessário para cada
peça de utilização. Na terceira linha, coloca-se o valor da seção equivalente deste diâmetro
mínimo. Na quarta linha coloca-se o resultado acumulado da soma da seção equivalente do
trecho com a soma de todas as seções equivalentes a montante, isto é, anteriores ao trecho.
Na quinta linha, coloca-se o diâmetro nominal necessário para atender à soma das
equivalências em cada trecho.

TRECHO AB BC CD DE EF FG GH HJ IJ JK
Ø mínimo de alimentação 15 15 15 15 15 15 15 15 15 20
Equivalência com a seção do Ø = 15mm 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2,9
Soma das equivalências 1 2 3 4 5 6 7 8 9 11,9
Ø necessário para o trecho 15 20 25 25 25 25 32 32 32 40

Após a definição dos diâmetros, seja pelo critério do consumo máximo provável ou
pelo máximo possível, ainda é necessário verificar se a carga de pressão (H) de serviço ficará
dentro dos limites estabelecidos pela NBR 5626, ou seja,

0,5 mca (5 kPa) < H < 40,0 mca (400 kPa).

É interessante lembrar que, para uma dada vazão, quanto maior o valor da área da
seção da tubulação, menor será a velocidade do fluxo. Velocidades menores acarretam
perdas de carga menores, tanto por turbulência quanto por atrito mais reduzidos.

Cargas e Perdas de Carga em Condutos Forçados.

A Carga de Pressão (H) em cada ponto do escoamento em conduto forçado, seja numa
instalação de recalque ou em uma linha de distribuição, como no ponto de uso do chuveiro
ilustrado anteriormente na figura 5, é igual à Carga Geométrica (∆z) neste ponto menos a
soma de todas as Perdas de Carga (hf) ocorridas na linha, até este ponto.

H (em mca) = ∆z (em m) - hf (em mca)

As Perdas de Carga ocorrem tanto por atrito ao longo da tubulação, denominadas


perdas distribuídas, quanto por turbulência, nos locais em que o fluxo sofre mudanças de
direção, denominadas perdas localizadas.

As perdas de carga são influenciadas tanto pela rugosidade das paredes do conduto
quanto pela velocidade do escoamento.

Os valores de perdas de carga distribuída, por metro de tubulação, em função do


diâmetro, da rugosidade e da vazão ou da velocidade do fluxo, constam de tabelas baseadas
em ensaios realizados com os principais materiais utilizados em instalações hidráulicas, que
são apresentadas mais adiante.
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Já as perdas de carga localizadas são obtidas indiretamente. Há outras tabelas,
também baseadas em ensaios realizados com os principais materiais utilizados em instalações
hidráulicas, que relacionam cada conexão existente com um comprimento equivalente do tubo
similar, do mesmo material e de mesmo diâmetro, como as apresentadas a seguir.

Tabela 5 – Comprimentos Equivalentes de conexões de cobre ou PVC rígido.

Tabela 6 – Comprimentos Equivalentes de conexões de aço galvanizado ou ferro fundido.


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O comprimento equivalente de cada singularidade existente ao longo da linha deve
ser somado ao comprimento real da tubulação retilínea, obtendo-se assim um comprimento
total para efeitos de perda de carga.

Ltotal = Lreal + Lequivalente, em metros.

A seguir, toma-se o valor da perda de carga por metro de tubulação, que pode ser
obtido com as tabelas que utilizam a Fórmula Universal ou a Fórmula de Hazen-Wiliams, e
multiplica-se pelo valor deste comprimento total.

Exemplos:

1) determinar o comprimento equivalente e o comprimento total para efeitos de perda de


carga, do ramal de distribuição representado em planta e em corte pelas figuras abaixo,
supondo a tubulação com diâmetro nominal Ø = 20 mm, com comprimento retilíneo de 12,3 m,
desde o medidor de vazão até a saída do chuveiro.

Comprimentos equivalentes a partir do ponto de medição (M):

Te passagem direta 1 peça x 0.8 = 1,6 m


cotovelo 90º 2 peças x 1,2 = 2,4 m
cotovelo 45º 2 peças x 0,5 = 1,0 m
válvula de gaveta 1 peça x 0,2 = 0,2 m
Te saída lateral 1 peça x 2,4 = 2,4 m
válvula de pressão 1 peça x 11,4 = 11,4 m
Lequivalente = 19,0 m

Ltotal = Lreal + Lequivalente = 12,3 + 19,0 = 31,3 m.


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2) determinar o comprimento equivalente e o comprimento total para efeitos de perda de
carga, da instalação de recalque representada em planta e em corte pelas figuras abaixo,
supondo a tubulação com diâmetro nominal Ø = 60 mm, com comprimento retilíneo de 78,9 m,
desde a tomada d’água no reservatório inferior até a entrada no superior.
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Comprimentos equivalentes em cada linha, a partir do reservatório inferior:

Válvula de pé e crivo 1 peça x 25,0 = 25,0 m


válvula de gaveta 3 peças x 0,9 = 2,7 m
Te passagem direta 1 peça x 2.4 = 2,4 m
válvula de retenção 1 peça x 8,2 = 8,2 m
cotovelo 90º 4 peças x 3,7 = 14,8 m
Te saída de lado 1 peça x 7.8 = 7,8 m
saída da tubulação 1 peças x 3,5 = 3,5 m
Lequivalente = 64,4 m

Ltotal = Lreal + Lequivalente = 78,9 + 64,4 = 143,3 m.

Definido o material de que é constituída a tubulação, o diâmetro, a rugosidade e a


velocidade média do escoamento, é possível obter-se o valor da perda de carga para 100 m de
tubulação, utilizando tabelas como, por exemplo, as da Fórmula de Hazem-Williams ou da
Fórmula Universal, apresentadas a seguir.

Sabendo-se o comprimento total (Lreal + Lequivalente) da tubulação e o valor da perda


de carga em 100 m, o valor da perda de carga na linha é obtido por regra de 3 simples.

Exemplo: determinar o valor da perda de carga (hf) na instalação de recalque representada


esquematicamente nas figuras acima, com tubulação de PVC, diâmetro nominal Ø = 60 mm,
rugosidade e = 0,10 (Colebrook) e velocidade média v = 2,10 m/s.

Na tabela da Fórmula Universal para tubos de diâmetro nominal Ø = 60 mm, no


encontro da coluna correspondente à rugosidade e = 0,10 com a linha correspondente à
velocidade v = 2,12 m/s, que é a mais próxima de 2,10 m/s, obtém-se o valor da perda de
carga em 100 m de tubulação, ou seja,

hf = 9,12 mca, para 100 m.

Então, para Ltotal = Lreal + Lequivalente = 78,9 + 64,4 = 143,3 m, teremos

hf = 9,12 Portanto, hf = 13,1 mca.


143,3 m 100 m

Exercícios:

1) determinar o valor da perda de carga (hf) em uma instalação de recalque com 90,10 m de
comprimento retilíneo e 67,8 m de comprimento equivalente, com tubulação de 75 mm de
diâmetro nominal, rugosidade e = 0,50 (Colebrook) e velocidade média v = 2,00 m/s.

Resp.: hf = 14,4 mca.

2) determinar o valor da perda de carga (hf) em uma instalação de recalque com 123,40 m de
comprimento retilíneo e 56,70 m de comprimento equivalente, com tubulação de 50 mm de
diâmetro nominal, rugosidade e = 1,0 (Colebrook) e vazão Q = 7,8 m3/s. Resp.: hf = 141,43 mca.
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