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ESCOLA DE

FORMAÇAO
PARA
PREGADORES

Secretaria Pedro

1
ÍNDICE

O que é a Escolinha
Escolinha .............................................
....................................................................
..............................................
...................................
............ 03

Como será feita ..............................................................


.....................................................................................
..............................................
......................... 05

A Avaliação da Pregação ............................................................


...................................................................................
...................................
............ 09

Quem serão os participantes?


participantes? E o condutor? ............................................
................................................................
.................... 11

Roteiros de Avaliação .............................................


....................................................................
..............................................
...............................
........ 12

Querigma / Auxílio para


para Participantes
Participantes ............................................
...................................................................
............................
..... 13

O Chamado do Pregador e seus Obstáculos


Obstáculos ......................................................
.................................................................
........... 14

Ir Além .............................................
....................................................................
..............................................
..............................................
................................
......... 15

Perfil do Pregador e Características do Perfil ............................................


................................................................
.................... 16

Pregador Conduzido pelo Espírito Santo ..............................................................


.......................................................................
......... 17

Estrutura do Plano de Pregação I ...........................................


..................................................................
........................................
................. 18

Estrutura do Plano de Pregação II ............................................


...................................................................
.....................................
.............. 19

O Conhecimento
Conhecimento de
de Deus ............................................
...................................................................
..............................................
........................... 20

Provas do Conhecimento
Conhecimento de Deus ...........................................................
.................................................................................
...................... 22

Encontrando a Mensagem na Bíblia .........................................................


..............................................................................
..................... 24

Técnicas de Pregação ............................................


...................................................................
..............................................
..................................
........... 25

Técnicas para Aprofundar ................................................................


.......................................................................................
.............................
...... 26

Tipos de Mensagem ............................................


...................................................................
..............................................
....................................
............. 27

Comunicando
Comunicando a Mensagem ..................................................................
.........................................................................................
........................... 28

Lectio Divina ...........................................


..................................................................
..............................................
..............................................
......................... 30

2
ÍNDICE

O que é a Escolinha
Escolinha .............................................
....................................................................
..............................................
...................................
............ 03

Como será feita ..............................................................


.....................................................................................
..............................................
......................... 05

A Avaliação da Pregação ............................................................


...................................................................................
...................................
............ 09

Quem serão os participantes?


participantes? E o condutor? ............................................
................................................................
.................... 11

Roteiros de Avaliação .............................................


....................................................................
..............................................
...............................
........ 12

Querigma / Auxílio para


para Participantes
Participantes ............................................
...................................................................
............................
..... 13

O Chamado do Pregador e seus Obstáculos


Obstáculos ......................................................
.................................................................
........... 14

Ir Além .............................................
....................................................................
..............................................
..............................................
................................
......... 15

Perfil do Pregador e Características do Perfil ............................................


................................................................
.................... 16

Pregador Conduzido pelo Espírito Santo ..............................................................


.......................................................................
......... 17

Estrutura do Plano de Pregação I ...........................................


..................................................................
........................................
................. 18

Estrutura do Plano de Pregação II ............................................


...................................................................
.....................................
.............. 19

O Conhecimento
Conhecimento de
de Deus ............................................
...................................................................
..............................................
........................... 20

Provas do Conhecimento
Conhecimento de Deus ...........................................................
.................................................................................
...................... 22

Encontrando a Mensagem na Bíblia .........................................................


..............................................................................
..................... 24

Técnicas de Pregação ............................................


...................................................................
..............................................
..................................
........... 25

Técnicas para Aprofundar ................................................................


.......................................................................................
.............................
...... 26

Tipos de Mensagem ............................................


...................................................................
..............................................
....................................
............. 27

Comunicando
Comunicando a Mensagem ..................................................................
.........................................................................................
........................... 28

Lectio Divina ...........................................


..................................................................
..............................................
..............................................
......................... 30

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O QUE É A ESCOLINHA?

A Escolinha da Palavra é um projeto instituído em nossa diocese no ano de


2000, que visa dar uma sólida formação para os pregadores. Formação esta, que visa
aliar
aliar a técni
técnica
ca,, a postu
postura,
ra, tão neces
necessásária
riass a pregaç
pregação
ão à unção
unção do Espíri
Espírito
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Santo,
impres
imp rescin
cindív
dível
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para sermo
sermoss condu
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ruma a procla
proclama
mação
ção da Boa Nova.
Nova. Essa
Essa
formaç
formação
ão é dada
dada dentr
dentroo das célul
células
as da RCC:
RCC: os Grupos
Grupos de Oraçã
Oração,
o, torna
tornando
ndo-se
-se
específica, intensiva e muito eficaz. A Escolinha da Palavra baseia-se no método do
exercício; é um laboratório de pregação, pois, além de receber um conteúdo excelente, o
futuro pregador é convidado e incentivado a colocar esse conteúdo em prática e inseri-lo
em sua forma de pregar, acompanhado sempre pelo condutor da Escolinha.
Escolinha.

De forma geral, a Escolinha possui duas partes fundamentais:

a) Conteúdo
Conteúdoss de formação
formação: dentro
dentro da Escolin
Escolinha,
ha, é necessári
necessárioo que todos
todos os
 participantes recebam o conteúdo básico de formação para pregadores. Esse
conteúdo pode ser obtido através do Encontro Básico realizado
realizado todo ano pela
Secretaria Pedro ou pode ser dado através de palestras, dentro da Escolinha
de Pregação. Os principais temas são os seguintes:

• O Chamado do Pregador e seus obstáculos;


• Ir além;
• O Perfil do Pregador;
• Pregador conduzido pelo Espírito Santo.
• Estrutura do Plano de Pregação;
• O Conhecimento de Deus;
• Vias do conhecimento de Deus;
• Encontrando a mensagem na Bíblia;
• Técnicas de Pregação;
• Técnicas para Aprofundar;
• Tipos de Mensagens;
M ensagens;
• Comunicando a mensagem;
• Lectio Divina.

Esses são os temas essenciais a serem dados. Para auxiliar os condutores


das Escolinhas, foi colocado, na Segunda parte deste material, cada um desses
temas, apresentados de uma forma sucinta, clara e organizada, facilitando a
elaboração de pregações sobre eles. Vale lembrar que essa apostila não tem o
intuito de ser a única fonte de consulta para o estudo e compreensão dos
temas básicos. Pelo contrário, é um suporte, que traz a orientação, o rumo a
ser tomado, mas que faz necessária a consulta na vasta e rica literatura
católica. Existem, ainda, outros temas interessantes que podem ser colocados
 para enriquecer nosso estudo. Ficando a critério de cada grupo, desde que não
descaracterize o objetivo primeiro da Escolinha de Pregação.

b) Crivos
Crivos: Além de receber
receber o conteúdo
conteúdo de formação
formação,, o grande
grande convite
convite da
Escolinha é fazer com que este conteúdo seja vivido e cada vez mais ligado à

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nossa pregação. Para que isso se faça, são necessários exercícios que nos
ajudem a estruturarmos uma pregação de acordo com o que foi proposto nos
conteúdos de formação. Para isso, são realizados crivos de assuntos
específicos, ou seja, são “simuladas” pregações dentro da Escolinha. Após o
crivo, há a avaliação da pregação, abordando vários pontos propostos pela
Escola.

Essa combinação de conteúdos de formação com crivos tem sido de grande


auxílio dentro da formação de nossos pregadores. Ela vem saciar algumas deficiências
muito comuns em nossos grupos de oração:

 Dúvidas em relação ao ministério da Palavra: muitas pessoas não


entram no Ministério da Palavra porque não sabem se é o seu chamado.
Outras, já dentro do Ministério, se perguntam se estão no lugar certo. Dentro
da Escolinha da Palavra, o servo começa a se colocar dentro do ritmo de vida
de um pregador, tendo que preparar pregações e dá-las quinzenalmente ou
até semanalmente. Isso nos ajuda a percebermos se estamos no lugar certo ou
não, se é o que queremos ou não;

 Medo de falar em público: além de oferecer um conteúdo orientado


 para quebrar as deficiências causadas pela timidez, algumas técnicas de falar 
em público, a Escolinha também proporciona outro grande auxílio: para
completar a Escolinha, o servo deverá fazer pelo menos seis crivos, ou seja,
quando for pregar pela primeira vez no Grupo de Oração, por exemplo, já
não será a sua primeira pregação, pois já terá realizado vários crivos na
Escolinha. A prática nos ajuda a perder a timidez e o medo de falar em
 público e os crivos são de grande valia em relação a isso;

 Ter um retorno da pregação: muitos pregadores experientes vivem


cometendo os mesmos erros em pregações porque não têm quem os avalie,
ou porque são inacessíveis e não se deixam ser avaliados. Na Escolinha de
Pregação, não há crivo sem avaliação – e uma avaliação criteriosa. Somos
levados a enxergar nossas falhas e incentivados a melhorar cada vez mais em
cada pregação.

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COMO SERÁ FEITA?

O modo de dispor o conteúdo de formação e os crivos tem causado muitas


dúvidas dentro dos grupos de nossa diocese. Por isso, apresentamos aqui dois esquemas
que podem ser usados para a realização da Escolinha da Palavra, cada um com objetivos
claros e específicos:

1º Esquema:  pode ser usado quando há muitos servos que já pregam ou que têm
facilidade para se expressar ou falar em público ou quando há pouco tempo disponível.
Aula Tema Atividades – Prática
01 O QUE É A ESCOLINHA? (tema Preparar pregação – AMOR DO PAI ou JESUS
 baseado no material desta apostila). SALVADOR, com duração de 5 min.
02 O CHAMADO DO PREGADOR. Atividades (relacionadas abaixo).
Estudo bíblico
03 IR ALÉM Atividades.
Mímica: ver explicação posterior.
Crivo: todos crivam e são avaliados (obs.: sobre
avaliação de pregação, vide explicação posterior).
04 O PERFIL DO PREGADOR Atividades + Crivo.
05 CARACTERÍSTICAS DO PERFIL Atividades + Mímica
DO PREGADOR  Reflexão escrita sobre um dos personagens
 bíblicos a seguir: Êutico (At 20, 7-11), Gedeão (Jz
6, 11-24), Priscila e Áquila (At 18, 24-28)
06 PREGADOR CONDUZIDO PELO Atividades
ESPÍRITO SANTO
07 ESTRUTURA DO PLANO DE Pregação com tema livre. Tempo: 5 a 10 min.
PREGAÇÃO (Obs.: o crivo é feito na hora, após cerca de 20
min. de preparação).
08 O CONHECIMENTO DE DEUS Atividades + Crivos da atividade da semana
anterior.
09 VIAS DO CONHECIMENTO DE Atividades + Crivos
DEUS
10 ENCONTRANDO A MENSAGEM Atividades + Crivos
 NA BÍBLIA
11 TÉCNICAS PARA Atividades + Pregação de 5 a 10 min. utilizando
APROFUNDAR  as técnicas aprendidas (para a próxima semana).
12 TIPOS DE MENSAGEM Atividades + Crivos
13 COMUNICANDO A MENSAGEM Crivo – Dividir pregações finais. Cada um deverá
 preparar três pregações: um tema de crescimento,
outra do encontro de dons carismáticos e outra de
um dos temas do querigma.
14 Pregações finais Crivos
15 Crivos finais

Observações:
• As reuniões devem ter a duração de 1 hora e meia a 2 horas, dependendo
da realidade de cada grupo;
• As pregações de formação têm um tempo médio de 1 hora;

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• O esquema pode ser adaptado segundo a realidade de cada grupo, porém,
é essencial que as principais pregações de formação sejam passadas.
2º Esquema: Esse esquema pode ser usado quando os participantes têm nenhuma ou
 pouca experiência em pregação. Exige um pouco mais de tempo e é formada de duas
 partes. A primeira, com as pregações de formação e a segunda com crivos.

Parte I

1 O QUE É A ESCOLINHA (em torno de 20 min.)


O CHAMADO DO PREGADOR (1 hora)
- Dinâmica de integração.

2 O PERFIL/ESPIRITUALIDADE DO PREGADOR 
- Dinâmica: Reflexão escrita sobre duas bem-aventuranças

3 ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO I (Livro – Col. Paulo Apóstolo)


- Preparar pregação de AMOR DO PAI ou JESUS SALVADOR.

4 ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO II (José Prado Flores)


- Crivos semana passada (serão crivadas quantas pessoas o tempo permitir, definidas
 por sorteio).
- Preparar pregação em cima de alguma parábola. Duração: 5 min.

5 O CONHECIMENTO DE DEUS
- Crivos (o crivo funciona como o anterior) + Jogo das Perguntas

6 VIAS DO CONHECIMENTO DE DEUS


- Mímicas + Jogo das Perguntas

7 TIPOS DE MENSAGEM
- Atividades
- Preparar 2 pregações com o tema ORAÇÃO, escolhendo dois tipos de mensagem
diferentes.

8 TÉCNICAS DE PREGAÇÀO
- Crivos (o crivo funciona como o anterior).

9 COMUNICANDO A MENSAGEM
- Preparar pregação com o tema AMOR DO PAI, 10 min.

Observações:
• Alguns temas podem ser dados no mesmo dia, como uma única pregação: Estrutura
I e Estrura II, Vias do Conhecimento de Deus e Tipos de mensagem, Perfil do
Pregador + Chamado do Pregador;
• Para diminuir o tempo de Escolinha, essas pregações podem ser dadas como duas ou
três tardes de formação. Também pode começar logo depois do Encontro Básico de
Formação, dado pela Secretaria Pedro anualmente, mas SOMENTE se todos os
 participantes da Escolinha o fizerem ou a grande maioria. Nesse caso, ela já pode
começar na Segunda fase, apresentada a seguir;

6
• As dinâmicas podem ser alteradas segundo a NECESSIDADE, REALIDADE e
SABEDORIA dos condutores;
• Sugerimos que a ordem das pessoas que vão crivar seja definida por sorteio;
• As escolinhas podem ser semanais ou quinzenais. No caso de serem quinzenais,
sugerimos que os participantes sejam divididos em mais de uma equipe na Segunda
 parte e que essas equipes crivem alternadamente nas semanas.

Parte II

A Segunda fase da Escolinha de Pregação é feita a partir de crivos. Portanto,


depois do último tema (Comunicando a Mensagem), os participantes já começam
fazendo o crivo do Amor do Pai. Segue aqui o temário:

A) Temas querigmáticos: Cada participante deverá crivar TODOS os temas do


querigma. Em cada reunião, um tema será crivado. O tempo será 10 min.

1. AMOR DO PAI  5. ESPÍRITO SANTO


2. PECADO 6. MARIA
3. JESUS SALVADOR 7. PERSEVERANÇA
4. FÉ, CONVERSÃO E SENHORIO

B) Dons carismáticos: os seguintes dons devem ser divididos para que cada
 participante crive um deles (15 min.). Obs.: Se não houver participantes
suficientes, uma pessoa deve crivar mais de um dom. Colocamos como
sugestão o condutor fazendo o crivo. Se não houver tema suficientes, mais de
uma pessoa pode pegar o mesmo dom.

1. FÉ   6. AMOR.
2. LÍNGUAS  7. REPOUSO NO ESPÍRITO
3. CIÊNCIA E SABEDORIA 8. DISCERNIMENTO DOS 
4. PROFECIA  ESPÍRITOS 
5. CURA E MILAGRES 

C) Temas catequéticos: todos os participantes devem crivar um dos temas


dados no Crescimento (15 min.). Os temas devem ser retirados da Apostila
de Crescimento da Secretaria Pedro.

D) Livro de aprofundamento: todos os participantes devem montar uma


  pregação baseada em um livro, capítulo ou capítulos de algum livro (20
min.). Sugerimos como fonte de consulta desta técnica o livro Como ser um
bom Pregador , de João Mohama, editado pela Editora Loyola.

E) Pregação final: todos os participantes devem montar uma pregação com o


tema livre, apresentada em 30 minutos.

Dinâmicas e atividades

Para um bom aproveitamento da Escolinha, é necessário que as reuniões sejam


enriquecidas por dinâmicas e atividades. Elas chamam a atenção das pessoas, motivam

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os participantes e ajudam a fixar o conteúdo. Relacionamos aqui as dinâmicas mais
usadas em nossas Escolinhas:

Mímica: para desinibir os participantes e trabalhar com sua forma de expressão,


a equipe é dividida em duas equipes. Um participante da equipe deve pegar uma frase
ou acontecimento bíblica que ele deve, através da mímica (sem sons), demonstrar à sua
equipe para que ela adivinhe. Algumas sugestões: visita de Maria à Isabel, Moisés e a
 sarça ardente, Samaritana, Marta e Maria, Ressurreição de Lázaro, A Anunciação de
 Jesus, O Batismo de Jesus, Bodas de Canã, Entrada de Jesus em Jerusalém, Traição de
 Judas, Conversão de Saulo, Davi dançando no Templo, Destruição de Sodoma, Os três
 sonhos do faraó, Adoração do Bezerro de Ouro.

Jogo das Perguntas:   para avaliar o conhecimento bíblico e teológico dos


 participantes e motivá-los a estudar mais, o condutor da Escolinha deve preparar 
algumas perguntas com referências bíblicas ou doutrinárias, com alternativas. Os
 participantes devem anotar a letra correspondente à resposta certa. Após fazer todas as
 perguntas, o condutor revela as respostas e faz um pequeno comentário a respeito delas.
Ex.: Quem serviu sete anos Labão, pai de Raquel, para casar-se com ela? a) Esaú;
b) Urias; c) Jacó.

Pregação I: escolher uma passagem da Bíblia que mencione um lugar (morro,


casa, templo, cidade) e fazer uma pregação escrita sobre ela.

Pregação II: Fazer uma pregação, utilizando-se como o tema principal o


significado de uma Dos seguintes nomes: PÁSCOA, PEDRO, ABRÃO, ESÁU,
GÓLGOTA.

Perfil de Pregador: identificar personagens (exceto os relacionados na pregação


sobre o Perfil do Pregador) bíblicos que servem de modelo para a pregação e relacionar 
os traços deles (por escrito).

Exercício de Pregação: os participantes podem ser divididos em grupos e


 preparar uma pregação com características de várias pregações. Aqui temos algumas
sugestões:

1. Recurso: festas ou personagens


Via: cosmológica
Técnica: dramatização

2. Recurso: parábola ou visão


Via: cosmológica
Técnica: visualização

3. Recurso: costumes ou milagres


Via: magistério
Técnica: contexto

4. Recurso: objetos ou perguntas


Via: antropológica
Técnica: opostos

8
A AVALIAÇÃO DA PREGAÇÃO

É necessário que todas as pregações que irão acontecer na Escolinha sejam


avaliadas. A avaliação nos faz crescer imensamente. Com ela, identificamos nossos
erros e, aos poucos, aprendemos a ir corrigindo-os com o passar do tempo. Com
tamanha importância dentro do crescimento dos participantes, a avaliação deve ser 
cuidadosa, cautelosa e criteriosa, diferente da que muitos de nós estamos acostumados a
fazer em nossos grupos de oração. Estamos acostumados a fazer pregações que sempre
ficam na defensiva. Crivos são encarados como ataques pessoais, críticas são feitas de
forma agressiva, há uma disputa muito grande para ver quem prega melhor. Para evitar 
isso, é necessário que tenhamos uma postura madura dentro da Escolinha da Palavra. O
condutor deve ser um servo experiente e que tenha bom senso e tato para poder fazer 
uma avaliação sempre tomada como motivadora, seja mais firme, seja mais superficial.
Aqui vão algumas dicas:

• É comum termos medo de machucar as pessoas que estão sendo avaliadas, mas as
 pessoas só vão crescer quando formos sinceros e dissermos a verdade em relação à
 pregação delas. Porém, devemos tomar o cuidado de, nas primeiras pregações, fazer 
avaliações mais incentivadoras.
• Devemos aprender a olhar especialmente para o lado positivo das pregações.
Identificar as áreas fortes do pregador faz com que ele tenha segurança e o ajuda a
crescer ainda mais em suas características positivas. Começar com o lado bom
também é uma grande arma para desarmar os servos que não reagem bem às
críticas.
•  Não podemos colocar nosso lado pessoal dentro da Escolinha. Problemas pessoais
fazem com que sejamos mais severos ou indiferentes nos crivos de quem não
gostamos ou temos problema. Devemos ser justos e agir com seriedade.
• Devemos tratar  todos os participantes igualmente. Ainda que uma pregação seja
muito, muito boa, devemos elogiá-la e mostrar aos outros que é exemplo de boa
 pregação, mas não podemos exaltar demais o pregador, fazendo com que os outros
 participantes se tornem indiferentes àquela pessoa ou até mesmo ignore-o.
• O ideal é que não façamos comentários sobre ter o dom da pregação ou não. Esse
discernimento, na maioria das vezes, é alcançado pelo próprio servo. Somente em
casos extremos nos referimos a ter ou não o dom da Palavra.
• Enquanto alguém criva, não podemos deixar que ninguém converse! Além de ser 
uma falta de respeito, desmotiva quem está pregando e insinua que a pregação não
está sendo boa.

Os pontos a serem avaliados são os seguintes:

1) Fidelidade ao tempo: a pregação deve terminar perto do tempo permitido.


Passar do tempo é erro e deixar muito tempo sobrando também. Durante o
crivo, devemos avisar o pregador que estaremos fazendo algum sinal quando
faltar um ou dois minutos para o fim da pregação, conforme ele desejar.
2) Fidelidade ao tema: talvez um dos mais importantes pontos a serem
avaliados. O pregador deve manter uma linha de raciocínio coerente e clara.

9
Quando se propõe a falar de Amor do Pai, o tema deve ser única e somente
Amor do Pai.
3) Estrutura do Plano de Pregação: ponto essencial na preparação da pregação.
O que é passado nas pregações de formação deve ser colocado em prática, e
devemos cobrar que todas as pregações estejam dentro de uma das estruturas
apresentadas. Com o tempo, os pregadores conseguem modelá-las, colocar 
um jeito próprio de montar a pregação, mas, dentro da Escolinha, o objetivo
é colocar as pregações dentro de uma das estruturas apresentadas. Algumas
vezes, como condutores, não cobramos esse quesito porque nós mesmos não
somos capazes de montar uma pregação estruturada. Precisamos estudar 
 para, mais do que saber montar, poder ajudar as pessoas a aprenderem a
fazer o mesmo. Sugerimos que o condutor procure identificar qual das
estruturas foram usadas e faça as correções necessárias. Se necessário, deve
solicitar que os participantes tragam a pregação por escrito e entreguem-na a
ele. Pontos a avaliar :

Estrutura I Estrutura II (Livro - José P. Flores)

Introdução (intr. do pregador / intr. Motivação


do tema / motivação) Leitura da Palavra
Desenvolvimento: palavras chaves Ambientação
adequadas / idéias lógicas / Aplicação
ligação entre as palavras Exemplificação
chaves. Imperativos
Conclusão (resumo / ato concreto) Conclusão
Oração (opcional) Oração Final (opcional)

4) Técnicas de Pregação: devemos identificar quais técnicas foram usadas,


segundo o que foi passado na pregação de Técnicas.
5) Tipos de mensagem: avaliar se a pregação atendeu ao tipo de mensagem
solicitado.
6) Postura : avaliar os pontos da pregação “Comunicando a Mensagem”

Seguem no final da apostila dois pequenos roteiros para a avaliação.

10
QUEM SERÃO OS PARTICIPANTES? E O CONDUTOR?

Para participar da Escolinha, é necessário:

• Ter feito o encontro de 1º Anúncio (Experiência de Oração);


• Ter feito o encontro de Dons Carismáticos;
• Ser servo ou, pelo menos, estar no final do Crescimento ou do Grupo de
Perseverança, já tendo ouvido várias pregações de formação no Crescimento.

Frisamos a importância da participação de:

• Servos antigos: muitos servos pregam sem ter o conteúdo de suas


 pregações renovado ou sem estar acompanhando as orientações da Secretaria
Pedro Nacional. Portanto, é necessário que façam a Escolinha da Palavra.
Em alguns casos, segundo o discernimento e a sabedoria do coordenador,
referindo-se a servos antigos e que já tem um conhecimento informal das
orientações para pregadores dada pela RCC, sugerimos que ajudem na
condução da Escolinha da Palavra, mas que façam o Encontro Básico de
Formação da Secretaria Pedro ou estejam participando de todas as pregações
de formação dentro da Escolinha.;
• Servos de outros ministérios: a Escolinha não limita-se somente ao
ministério da Palavra e tem o objetivo de formar  todos os servos que
 pregam. Se, dentro do grupo de oração, há músicos, intercessores ou
ministros de cura, por exemplo, que pregam, é necessário que façam a
Escolinha da Palavra.

Para ser o condutor da Escolinha da Palavra, o servo deve ser maduro, com
experiência no Ministério de Pregação, com o carisma da liderança, organizado e com
facilidade para formação. Será ele o responsável por todas as avaliações de pregação e
 pela formação dos futuros pregadores. Uma boa sugestão é que não haja somente um
condutor, mas sim condutores. Agir em mais de uma pessoa facilita o trabalho, dá uma
visão mais abrangente e divide as responsabilidades. Outra necessidade para o condutor 
é que, de preferência, já tenha participado de uma Escolinha de Pregação. Para tanto, se
o grupo estiver fazendo a Escolinha pela primeira vez, sugerimos que o(s) condutor(es)
 procure(m) outro grupo que já a faça para participar (em), salvo algumas exceções.
As pregações de formação não precisam ser dadas apenas pelos condutores.
Podem ser chamados servos de outros grupos ou do próprio grupo que já tenham feito a
Escolinha. Para ajudar na elaboração das pregações, sugerimos uma bibliografia e
apresentamos um esquema de cada uma nesta segunda parte.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

• Como ser um bom pregador . João Mohama. Ed. Loyola.


•  Formação de Pregadores. Col. Paulo Apóstolo, vol. 8. Ed. Santuário.

11
•  Formação de Pregadores. Col. Kerigma. José Prado Flores. Ed. Loyola.
• Curso de Formação de Comunicadores da Mensagem Cristã. Ed. Pelycano.

ROTEIROS DE AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO – ESCOLA DE PREGAÇÃO


Pregador:
Tema: Tempo:
PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS

Apres. Pessoal: Exemplificação:__________________________ 


 __________________________  Inovações: ______________________________ 
Apres. Tema: Distribuição do tempo:
 ____________________________   ___________________ 
Motivação: ______________________________   Téc. de aprofundamento: ________________ 
Idéias claras: Postura do pregador: ____________________ 
 ____________________________  Conhecimento do pregador: ____________ 
Boa leitura:
 ______________________________ 
Organização: ___________________________ 

AVALIAÇÃO - Dinâmicas

Nome: Via utilizada:


Recurso utilizado: Técnica utilizada:
Tipo de Mensagem: Tempo:

Mensagem:

FOI CLARAMENTE COMPREENDIDA POR TODOS?


(Comunicar só uma mensagem e não uma mistura de mensagens ao mesmo tempo)
( ) Sim ( ) Sim, mas com algumas deficiências ( ) Não. Estava confusa.
FOI REALMENTE BASEADA NA VIA CORETA?
( ) Sim ( ) Sim, mas estava desorganizado ( ) Não. Utilizou outra via.
HOUVE INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO?
( ) Sim ( ) Sim, mas com algumas deficiências ( ) Não.

12
O TIPO DA MENSAGEM FOI CLARAMENTE OBSERVADO?
( ) Sim ( ) Sim, mas com algumas deficiências ( ) Não ficou claro.

QUERIGMA – AUXÍLIO PARA PARTICIPANTES (OPCIONAL)

Amor do Pai 3. Passagens sugeridas: Lc 23, 24; Hb 4, 15; II


Cor 5, 17; Jr 31, 34; Mc 10, 46-52; Jo 3, 16-
1. Objetivo: Apresentar o imenso amor de Deus 17; Jo 16, 33; Rm 7, 19.
 pelos homens, levar as pessoas a sentirem e
terem uma profunda experiência com esse Fé e Conversão / Senhorio de Jesus
amor.
2. Tópicos: 1. Objetivo: Dizer que devemos acreditar em
2.1. Deus é amor  Jesus e na Salvação e, por ela, mudar nossos
2.2. Deus te ama. atos, vivermos em Deus e aceitar Jesus como
2.3. Ama como um pai Senhor, dono de tudo o que somos.
2.4. Amor Eterno 2. Tópicos:
2.5. Amor ilimitado 2.1. É necessário Ter fé / o que é fé
2.6. Amor incondicional 2.2. A fé causa em nós a conversão
2.7. Plano de Deus 2.3. Devemos mudar 
3. Passagens sugeridas: Is 49, 14-15; I Jo 4, 2.4. Devemos aceitar Jesus como Senhor em
8.16; Is 54, 10; Jr 31, 3, Is 43, 1-5. todas as áreas de nossa vida.
3. Passagens Sugeridas: Ef 2, 8; At 13, 38; Fl 2,
Pecado 9; Rm 5, 12; At 2, 36; Rm 1, 17; Rm 10, 9-10;
Hb 11, 1; Gl 2, 16.
1. Objetivo: Mostrar o grande motivo pelo qual
não conseguimos sentir o amor de Deus e Maria
ficamos tão infelizes. Dizer que o pecado é
uma grande barreira que nos afasta de Deus e 1. Objetivo: apresentar Maria como mãe de
que nenhum ser humano pôde ou pode tirar. Deus, escolhida, modelo de aceitação e
2. Tópicos: humildade, mãe da humanidade e nossa
2.1. Algo está errado / devemos conhecer o intercessora.
 problema 2. Tópicos:
2.2. História do pecado (Adão e Eva) 2.1. Maria exemplo de vida
2.3. O que é o pecado / como pecamos 2.2. Mulher fiel, forte e temente a Deus
2.4. O fruto do pecado 2.3. Modelo de entrega
2.5.  Não podemos nos livrar sozinhos 2.4. Maria intercessora
3. Passagens sugeridas: Rm 6, 23; Dt 18, 9-14; 2.5. Mãe da humanidade
Hb 9, 27; At 19, 19; Gl 5, 19-21; Mc 1, 14-15; 2.6. Maria amada, não adorada (sem detalhes)
Gn 1, 2-3; Is 59, 1-2; Rm 3, 23. 3. Passagens Sugeridas: Lc 1.2; Jo 2; I Tm 2,
5; Is 7, 14.
Jesus Salvador
Espírito Santo
1. Objetivo: Apresentar Jesus como libertador 
do pecado, fonte única de salvação e última e 1. Objetivo: Apresentar a promessa do alto, o
eterna aliança. Apresentar um pouco de sua Espírito que Jesus deixou, a força para que o
história, frisando sua paixão e dando especial cristão consiga viver a fé e a conversão.
ênfase para sua Ressurreição. 2. Tópicos:
2. Tópicos: 2.1. Espírito, força de Deus
2.1. Deus vem ao encontro do homem 2.2. O Espírito Santo no Antigo Testamento
2.2. História das alianças 2.3. A promessa do alto
2.3. Jesus é a última aliança 2.4. Pentecostes – os apóstolos
2.4. Jesus já nos salvou 2.5. Promessa para hoje
2.5. Paixão de Jesus 2.6. Efusão
2.6. Ressurreição de Jesus

13
3. Passagens Sugeridas: Jo 16; At 2; Ez 36. 2. Tópicos:
2.1. Importância da comunidade
Perseverança / Vida em comunidade 2.2. Necessidade de perseverar 
2.3. Como Perseverar 
1. Objetivo: Falar da necessidade de caminhar  2.4. Bíblia, Oração, Missa, etc.
com passos firmes em direção à Deus, de 2.5. Integrar-se ao grupo de oração.
começar uma vida de constante conversão. 3. Passagens Sugeridas: Rm 12, 4-5; At 2, 44ss;
Integrar a pessoa à comunidade. Ef 5, 10-11; Ef 4, 22-24.

O Chamado do Pregador e seus obstáculos

 Nós somos chamados a Falar em nome de Deus (Rm 10, 13-14, II Tm 4, 2). Somos
chamados a ser colaboradores de Deus.

O Chamado

Recebemos um chamado de Deus, não por méritos nossos, mas por vontade dele ( Mc 3,
13-15; Jo 15, 16; I Sm 16, 7b).

“Existe na Igreja diversidades de serviços, mas unidade de missão. Aos apóstolos e aos
 seus sucessores foi por Cristo conferido o múnus de, em nome e com o poder d’Ele, ensinar,
 santificar e reger. Os leigos, por sua vez, participante do múnus sacerdotal, profético e régio
de Cristo, compartilham a missão de todo o povo de Deus na Igreja e no mundo. Realizam
verdadeiramente apostolado, quando se dedicam a evangelizar e santificar os homens e animar 
e aperfeiçoar a ordem temporal com o do Evangelho, de maneira a dar com a sua ação neste
campo claro testemunho de Cristo e a ajudar à salvação dos homens. Já que é realmente
característico do estado leigo viver em meio ao mundo e aos negócios seculares, são eles
chamados por Deus para, abrasados no espírito de Cristo, exercerem o apostolado a modo de
 fermento no mundo” (Lumen Gentium 1335)

O Batismo concede ao cristão uma tríplice dimensão, de sacerdote, profeta e rei. Assim,
somos:

1. Sacerdotes (para estar com Deus): Precisamos estar com Jesus, para sermos como
Ele (Gl 2, 20). Para tanto, é preciso ser íntimo de Deus. Ao ser íntimo de Deus, o
 pregador:
a) desenvolve laços de confiança com a Trindade;
 b) supera as dificuldades, em especial a incredulidade;
c) busca a comunhão, através: dos sacramentos; da oração (meditação, contemplação,
adoração); dos estudos (Bíblia, documentos e livros).
2. Profetas (para falar em nome de Deus): Consiste em falar d’Ele (Mc 16, 15). A
evangelização é uma ordem de Jesus, anúncio da Boa Nova. A pregação é uma
necessidade no plano de Deus. Porém, devemos nos lembrar do célebre exemplo –  há
muitos pregadores que falam grandes verdades como se fossem mentiras; e há muitos
artistas que falam grandes mentiras como se fossem verdades . A meta do evangelizador 
é viver o que a Samaritana ouviu:  já não é por causa da tua declaração que cremos,
mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo (Jo
4, 42).
3. Reis (para agir em nome de Deus): Devemos agir em seu nome, atuar nele.
Trabalhamos impulsionados pelo mesmo Espírito de Deus ( Jo 20, 21-22). Foi-nos
confiados carismas para fazer o que Ele fez. Somos chamados a instaurar o Reino de
Deus. Porém, não é imitando a outra pessoa, por maior e mais capaz que seja, que nossa
 pregação vai obter frutos (cf. ex. de Eliseu e Elias –  I Ts 1, 5).

Obstáculos na vida do Pregador

14
Enfrentamos muitos obstáculos que nos impedem de aceitar o nosso chamado, a
exemplo de alguns personagens bíblicos:
• Isaías (Is 6, 1-9): impureza
• Jeremias (Jr 1, 4-10): imaturidade
• Gedeão (Jz 6, 11-16): complexo de inferioridade
• Moisés (Ex 3, 11): desmotivado (Ex 3, 13): ignorância
(Ex 3, 13): ignorância (Ex 4, 10): incapacidade
(Ex 4, 13): omissão
IR ALÉM

Muitos pregadores fazem pregações muito desacertadas não por falta de


qualidades, mas porque não sabem ir além. Para aprendermos a ir além, vamos seguir os
 passos de Moisés, conhecer sua história

• Ex 3, 1-9

Moisés cumpria todos os dias a mesma rotina. Quando decidiu-se por ir além,
 passar por lugares onde nunca havia estado, Deus concedeu-lhe maravilhas.

Através da pregação, o pregador tem que levar as ovelhas para além do deserto.
 Nossas pregações devem ir além, cruzar o limite do convencional, sem medo de ser 
guiado por Deus para lugares nunca antes visitados. Quando Moisés ultrapassou o
horizonte do cotidiano, Deus o considerou apto para libertar seu povo e conduzi-lo à
terra prometida. Quem não cruzou o limite do convencional não pode levar o povo à
aliança.

Precisamos sair daquilo que é cotidiano, que sempre vimos e aprendemos,


 precisamos ser ousados (com discernimento, claro), saber chamar atenção das pessoas, e
 principalmente, criar o seu estilo. Lembre-se: Você não é o Pe. Jonas, você não é o
Martin Valverde, você é você. Ir além não significa imitar quem está acertando, é sim
acertar sendo você mesmo.

O bom pregador não se repete sempre o mesmo, mas sempre pergunta como
 poderia pregar isto de forma diferente? É como um produto que, se for o caso, troca de
embalagem para que possa vender mais, mesmo continuando com o mesmo conteúdo.

Exemplo de chamado e ir além: At 16, 6-10.

15
O PERFIL DO PREGADOR 

O que é perfil?
Segundo o dicionário, perfil é o contorno do rosto de alguém visto de lado. É a
descrição de alguém em traços rápidos.

Quem é o pregador?
A palavra pregador vem do radical grego “KERYX” que significa ARAUTO. Arauto,
na idade média, era o oficial que fazia publicações solenes, anunciava a guerra e proclamava a
 paz, ou seja, eram mensageiros do rei. E é isso que o pregador é, um mensageiro do Rei Jesus,
aquele que simplesmente transmite as ordens de Jesus.

CARACTERÍSTICAS DO PREGADOR 

1. Inserido na realidade do seu povo.


2. Equilíbrio
Jesus nos chamou a ser sal da terra ( Mat 5,13), pois o sal dá gosto a comida, e nas nossa
 pregações, pois, sal de menos deixa a comida sonsa, e sal de mais torna impossível comê-la.
3. Responsável
Com compromisso assumidos / Pontualidade / Preparação e Oração da pregação.
4. Paciência
5. Intimidade com Deus
6. Abandono / Pessoa de fé
Fé inabalável, madura. É inconcebível que se coloque para pregar pessoas que têm
restrições a dogmas da Igreja, pregadores que não aceitam totalmente a doutrina Católica, que
se colocam numa possível de dúvida, principalmente em temas difíceis.
7. Humildade
 Não é ciumento, desapegado das coisas do mundo, sem soberba, mas também sem falsa
humildade. Tem consciência de quem ele serve e de que a glória é do Senhor.
8. O pregador fala a Verdade
A face do pregador é marcada pelo amor a verdade. A pregação precisa ser autêntica, de nossa
 boca precisa fluir a verdade, sem fachadas de cristão. Ter testemunho de vida.
9. O pregador é o homem das bem-aventuranças
Possui um coração de pobre, é aquele que chora, manso, justo, misericordioso e àquele que
sofre calúnias e é perseguido por causa de Jesus.
10. O pregador usa os carismas
11. Membro do corpo místico de Cristo
12. Zelo pelo Evangelho
Dom do espírito santo, faz o coração do pregador arder de desejo de pregar a tempo e a
destempo, esse Dom jamais deixa o pregador ficar calado. Mostra o amor a palavra.
13. Experiência pessoal

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Exemplos de Perfil

 Jesus: Tinha autoridade, dócil ao espírito, obediente ao Pai, fidelidade exemplar, homem de
oração, sempre viveu em comunidade.

 Paulo: Conhecedor das escrituras, fé inquebrantável, linguagem precisa, dócil ao espírito,


abertura aos dons, tinha senso de comunidade.

 Apolo: Atos 18, 24-28.

PREGADOR CONDUZIDO PELO ESPÍRITO SANTO

O pregador que é conduzido pelo Espírito Santo é feliz e eficaz, porque faz a
vontade de Deus. Ser conduzido e fazer com que eu não dirija meu ministério mas, que
o próprio Senhor me faça dócil e atento ao seu chamado, sempre pronto a servi-lo,
vigilante na oração e vencendo os empecilhos à ação do Espírito Santo. Ex: Mt 4,1 – 
 Luc 24,49 – At 1,8; 2, 1-4.

Apóstolos antes e depois do Pentecostes!


Jesus nos dá o ES -
Você e eu antes e depois do Batismo no ES

Empecilhos à ação do Espírito Santo.

Demônio - Diretamente –   IPed 5,8; Indiretamente –  Ef 4,27 


 Natureza Humana X Meio Social; Pecado, perda de unção, falta de
entusiasmo, apatia, tristeza, mornidão, etc.

Requisitos para ser conduzido

• Estar Cheio – Permanecer cheios. Buscar os Sacramentos, Vida de


Oração.
• Renunciar ao Pecado e reconhecer-se pecador –  Jo 16,9
• Andar na Fé -  AT 19,13-17 – Fé verdadeira que Deus te deu.
• Ser e querer ser testemunha de Jesus –  At 4, 16-22
• Pedir –  Luc 11, 13
• Perdoar – Mat 6, 14; 5,23-24; Mc 11, 25
• Ser indignado – Ter paz inquieta (Jesus no Templo – Fariseus).

Como ser conduzido

A) Exemplo dos Apóstolos

 At 8, 26-40; At 15, 28; At 16, 6-10.

B) Método Prático

De moção em moção; De inspiração em inspiração; De revelação em revelação.

17
C) Como acolher a moção, a inspiração e a revelação

Com fé e obediência - Fé Heb 11,1-6 

Somos templos do Espírito Santo de Deus, temos que ter essa consciência e nos
despojar, saber que o mesmo Espírito que agia nos Apóstolos está em nosso coração,
que temos de estar dóceis a voz do Senhor, buscando fazer a Sua vontade, sempre
vigilantes, buscando a santidade para que o Senhor possa usar-nos da melhor forma,
sempre à anunciar a Boa Nova de Jesus.

ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO I

Os passos para uma pregação são: 1º) orar; 2º) anotar tudo o que foi revelado;
3º) discernir o que vem de Deus; 4º) organizar o que foi discernido e definir um tema,
com um objetivo claro e específico ( I Cor 9, 26). Como organizar? Com uma Estrutura
do Plano de Pregação.
Estrutura I – usada geralmente para pregações um pouco mais longas, para
 pregações com um conteúdo mais extenso, com mais de uma passagem, extraída do
livro Formação de Pregadores, Col. Paulo Apóstolo, vol. 8. Consiste em:

1. Introdução
1.1. Do pregador: nome, idade, paróquia, pastoral a que pertence, tempo de
grupo, estado civil.
1.2. Motivação: dizer algo que motive as pessoas a continuarem nos
ouvindo. É extremamente necessária, a partir dela as pessoas vão
escolher se continuam ouvindo ou não a nossa pregação. Normalmente,
colocamos uma aplicação prática do que vamos falar ou algo que
desperte a curiosidade. Ex.: At 17, 16.
1.3. Do tema: deixar bem claro no início da pregação o tema da pregação e o
que o pregador vai falar dentro do tema. Colocamos as palavras-chave.

2. Desenvolvimento
Baseia-se em palavras chaves. Dentro do tema que vamos falar, escolhemos
algumas palavras chaves que norteiem a pregação e estejam intimamente
ligadas a ele. Por exemplo: se o tema é “Amor do Pai”, podemos escolher 
como palavras chave “Deus nos ama”, “Amor incondicional” e “Plano de
Amor”. Então, dentro das palavras chaves, também chamadas de itens,
escolhemos subitens. Por exemplo:
Item: Deus nos ama.
Subitem 1: Vivemos uma história de desamor.
Subitem 2: Sentimos falta do amor dos outros.
Subitem 3: O amor mais profundo e verdadeiro vem de Deus.
I Jo 4, 8

3. Conclusão
3.1. retomar palavras chaves
3.2. tirar dúvidas, fazer colocações complementares
3.3. fazer o fecho e chamar à oração

18
ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO II

Existem várias outras estruturas do plano de pregação. Neste curso, nos


limitamos a apresentar mais uma, normalmente usada para pregações querigmáticas,
que são desenvolvidas em torno de uma passagem principal, extraída do livro
 Formação de Pregadores, de José P. Flores.

1. Motivação
Com o mesmo objetivo da introdução da estrutura anterior. Acrescenta
apenas uma dica: a motivação pode ser usada para conhecer a assembléia.
Por exemplo, o pregador poderia dizer: “Quem aqui faz parte da renovação
há mais de 5 anos? E até 3 anos? Menos de 1 ano?” Assim conheceria mais
a assembléia para qual ele vai falar.
2. Leitura da Palavra
Essa estrutura baseia-se em uma passagem principal, da qual vai formar-se
toda a pregação. É importante ressaltar que a leitura deve ser feita
 pausadamente, dando ênfase na parte que quer fixar mais. O pregador deve
utilizar poucos versículos, para que as pessoas consigam concentrar-se.
Depois da leitura, dizemos “Palavra da Salvação” quando for extraída de
evangelhos e “Palavra do Senhor” nos outros casos.
3. Ambientação ou orientação
 Na ambientação, situamos o ouvinte dentro da passagem que acabamos de
ler. Colocamos costumes da época, apresentamos a passagem de forma mais
completa e, gradativamente, vamos nos focando no que mais está
relacionado com o tema que vamos falar. Por exemplo, se utilizamos a
 passagem da Samaritana e nos propomos a falar de “Testemunho de vida”,
nos prendemos mais na parte final da passagem.
4. Aplicação
As pessoas querem ouvir o que a passagem tem para nos dizer hoje e é isso
que mostramos na aplicação. Dizemos como a leitura pode servir em nossa
vida.
5. Exemplificação
Para que o conteúdo fique ainda melhor fixado, colocamos um exemplo, seja
de via cosmológica quanto antropológica (vistos posteriormente). Quem não
se lembra da história dos lencinhos na pregação do amor do pai
6. Imperativos
Rumo ao final da pregação, fazemos os imperativos. Isso consiste em dar 
ordens, literalmente, para a assembléia: “Se abra para o amor de Deus!”,
“Mude de vida!”, “Deixe o Senhor te tocar hoje!”. Assim, as pessoas se

19
sentem mais chamadas a viver o que foi proposto na pregação e ficam mais
abertas para a oração
7. Resumo final
Da mesma forma que o anterior, damos uma visão geral do que falamos na
 pregação para fixar ainda mais o conteúdo e preparar a assembléia para a
oração. Porém, devemos tomar cuidado para não sermos repetitivos e
começarmos a pregação novamente.
8. Oração final

O CONHECIMENTO DE DEUS

 E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que


 Dele se achava dito nas Escrituras (Luc 24,27).

Para que nos, pregadores, tenhamos o que falar do Senhor, é necessário estar 
com Ele, ouvir Dele e aprender com Ele. Para anunciarmos o Evangelho ele precisa
estar em nosso corações ( Luc 6,45), e para ensinar da nossa Igreja, precisamos ter o
conteúdo em nossa mente. Conforme o Catecismo, as fontes primárias do conhecimento
de Deus, onde poderemos buscar este conteúdo são:

A) A Bíblia Sagrada
B) A Sagrada Tradição
C) O Sagrado Magistério
D) Senso Sobrenatural da Fé

1. A Bíblia

Deus quis revelar-se aos homens, falar-lhes em palavras humanas. Da mesma forma
que o Verbo de Deus se fez carne, fazendo-se semelhante aos homens, as palavras de
Deus expressas por línguas humanas, fizeram-se semelhantes à linguagem humana. Por 
este motivo, a Igreja sempre venerou as divinas escrituras como venera também o
Corpo do Senhor. Ou seja, a eucaristia, Pão da vida, é tomada da Mesa da Palavra de
Deus e do Corpo de Cristo. (Cf. CIC 101-103).

A Igreja recomenda a leitura da Sagrada Escritura orientando aos que se consagram


ao ministério da palavra (podemos colocar aqui a Secretaria Pedro), que se apeguem as
Escrituras, mediante assídua leitura e cuidadoso estudo das mesmas, para que não venha
a ser “vão pregador da palavra de Deus externamente, quem a ela não presta ouvido
interiormente”. (Sto. Agostinho).

Em nossas pregações devemos pois utilizar da Palavra de Deus assim como os


Apóstolos utilizavam o Antigo Testamento, que, na época, compunha a parte disponível
da Bíblia. Ex: Paulo em  Atos 17, 1-3 ou Apolo em  Atos 18,24. No entanto, devemos
tomar o cuidado de, ao ler a Bíblia, prestar grande atenção ao conteúdo e a unidade de
toda a Escritura, evitando o Iluminismo (acreditar que Deus só se revela a ele, passando
a ser o dono da verdade), o Fundamentalismo (interpretação ao “pé da letra”, não
aceitando a Sagrada Tradição) e a Livre Interpretação (ao contrário do
fundamentalismo, não se firma em “letra nenhuma”). A Palavra de Deus deve-se fazer 

20
carne em nós, porque a nossa religião não é um livro, mas é a religião do Verbo
Encarnado e Vivo (CIC 108).

2. A Sagrada Tradição

O que é a Sagrada Tradição? É a transmissão dos acontecimentos e ensinamentos


dos Apóstolos e de outros em sua geração. Aqueles primeiros que escutam uma notícia
conseguem transmiti-la com mais autenticidade, do que aqueles que escutam
 posteriormente. A Sagrada Tradição conserva toda a autenticidade e o calor do anúncio
de Jesus, pois dela fazem parte os primeiros que escutaram (os Apóstolos) e os outros
de sua geração próxima.
Esta transmissão foi ordenada pelo próprio Jesus ( Cf. Mc 16,15), e para que o
Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram
como sucessores os bispos, a eles transmitindo o seu próprio encargo de Magistério ( DV 
7). A transmissão do Evangelho, segundo a ordem do Senhor, ocorreu de duas maneiras
(CIC 76):
a) oralmente: pregações, exemplos e instituições;
  b) por escrito: os apóstolos e varões apostólicos que, sob inspiração do
Espírito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação.

O Magistério da Igreja considerou Sagrada Tradição, os escritos fiéis, a quatro


 princípios: fidelidade doutrinária; aprovação eclesial; antiguidade e santidade do autor.
São considerados também os escritos dos chamados “Padres da Igreja” ou “Santos
Padres”. Estes padres escreveram na maioria das vezes, para defender a fé de elementos
estranhos a sua pureza (heresias), naquilo que chamamos apologética, isto é, defesa da
fé. Quanto a antiguidade, são considerados escritos até o século VIII, de S. Gregório
Magno e S. João Damasceno.

Somente na Igreja Católica está a plenitude dos meios de salvação, que chegaram
até nós por meio da Tradição, como os Sacramentos, a santificação do Domingo, a
Santa Missa, devoções como o Rosário, entre outros.

3. O Sagrado Magistério

Palavra derivada do latim magister  que se traduz por mestre. Compreende-se o


conjunto de ensinamentos da Igreja, repassado principalmente através de documentos.
O Magistério da Igreja são os bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de
Roma (Papa).

A divisão dos documentos da Igreja (Magistério) pode ser feita conforme a sua
destinação, assim, há os destinados: à Igreja Universal – para toda a Igreja (ex: CIC,
Compêndio do Vaticano II, Encíclicas do Santo Padre, etc.); à Igreja Latino-Americana,
emitidos pela Conferência Episcopal da América Latina – CELAM, destina ao nosso
continente (ex: São Domingos, Puebla, etc.); e a Igreja no Brasil, emitidos pela
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB (ex: Doc. 45 e 54). Importante
ressaltar que o Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas a serviço dela, não
ensinando senão o que foi transmitido ( CIC 86).

Estes documentos são importantes fontes de conteúdo de pregação, quer seja por 
expressarem a tradição apostólica, em linha sucessiva, quer seja por tratarem de

21
 problemas atuais, à luz do Evangelho, ou ainda, por trazerem a fiel interpretação da
Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição.

4. Senso Sobrenatural da Fé

Havendo um consenso universal sobre as questões de fé e costumes, sob a direção


do Magistério da Igreja, haverá o senso sobrenatural da fé. Este senso é adquirido “ pela
contemplação e estudo dos que creêm, os quais meditam em seu coração; é em especial 
a pesquisa teológica que aprofunda o conhecimento da verdade revelada. Pela íntima
compreensão que os fiéis desfrutam das coisas espirituais, as palavras divinas crescem
com o leitor” (Catecismo 94 – citações).
PROVAS DO CONHECIMENTO DE DEUS

O Catecismo ensina que há certas vias (caminhos) que comprovam a existência


de Deus. Porém, tais caminhos não são provas no sentido que as ciências naturais
 buscam, mas no sentido de “argumentos convergentes e convincentes” que permitem
chegar a verdadeiras certezas (CIC 31). Podemos denominar estas vias de fontes
auxiliares do conhecimento de Deus. O ponto de partida para descobrirmos estas provas
está na criação: o mundo material (via cosmológica / natureza) e o ser humano (via
antropológica / homem).

Por isso, passaremos a estudar, um pouco, sobre cada uma, para utilizarmos em
nossa pregações ou ensinamentos. Através destas vias encontraremos excelentes
modelos para exemplificar nossas pregações. (cf.  Rom 1,19-20).

1. O Caminho da Natureza

A natureza, tão bela, é uma grande demonstração da grandeza de Deus. Como


ensina  Provérbios 6,6: Vai, ó preguiçoso, ter com a formiga, observa seu proceder e
torna-te sábio. O pregador é chamado a buscar na natureza a revelação da existência de
Deus, como origem e fim do Universo.

A natureza é divida pela ciência em reinos:

a)  Reino mineral: que são pedras (preciosas ou não), rochas, calcário, água,
terra, sal, etc. Exemplo: a pérola que se forma dentro da ostra, que é um
incômodo grão de areia, pode ser comparada aos estudos de um adolescente, que
muitas vezes o incomoda, mas no futuro lhe será de grande valor.

b)  Reino vegetal: as plantas em geral, árvores, flores, trepadeiras, etc.


Exemplo: o girassol, que está sempre voltado para o sol, é um modelo a ser 
seguido: não devemos desviar nosso olhar do grande Sol que é nosso Deus.

c)   Reino animal: são todos os seres vertebrados ou invertebrados,


mamíferos ou não, ou seja, todos os animais. Exemplo: o pelicano, que tira carne
do seu próprio peito para alimentar seus filhos, exemplifica claramente Jesus,
que deu sua própria vida por nós e sua carne como alimento na Eucaristia.

d) Fenômenos da Natureza: exprimem também o conhecimento de Deus.


São os ventos, terremotos, maremotos, tempestades, eclipses, vulcão, tornado,

22
etc. Exemplo: o fenômeno da “pororoca”, encontro do rio Amazonas como
Oceano Atlântico; como nosso encontro com Deus: nosso fim é o seio da
imensidão de Deus.

Jesus usou e abusou dos exemplos da natureza, podemos citar as ovelhas e o pastor,
os pássaros do céu, a pérola preciosa, a água, o mar, a rocha, os lírios do campo, o grão
de trigo, o grão de mostarda, o vento e outros.

Você já meditou na natureza e dela retirou mensagens?

2. Caminho do Homem

O homem em si mesmo e universo a ser descoberto e o qual revela Deus. Somos à


sua imagem e semelhança. Descobrir Deus no homem é o caminho mas fácil para
chamá-lo de Pai: quem não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a
quem não vê. (Jo 4,20).

Essa via reúne várias áreas comuns que envolve o homem, áreas estas que o
analisam com base nas características biológicas e culturais dos grupos em que se
distribui. É um conjunto de vida e suas condições: habitação, vestuário, alimentação,
utensílios e instrumentos diversos, músicas e danças tradicionais, língua, lendas e
contos, artes e religião, costumes e leis. Podemos meditar, para tirar exemplos na
 pregação ou ensinamento, dentro da via antropológica, alguns pontos, vejamos:

a)   No organismo humano: deve-se ter acesso a livros de anatomia,


fisiologia, genética e outros.

b)   Na história universal: aqui abrange: personagens, fatos, épocas,


acontecimentos. Podemos citar como fonte de estudos, livros de história, livros
de santos, documentários, etc.

c)   Nas ciências modernas: utilização dos recursos científicos e


tecnológicos de nosso dias: descobertas da Psicologia, pesquisas antropológicas,
conhecimentos da Medicina, da Sociologia, da Geografia, da Matemática, da
Teologia entre outras.

d)  Na história atual: entra aqui tudo sobre os acontecimentos atuais, é a


história da humanidade que está se realizando em nossos tempos – fontes para
estudo: jornais, revistas, noticiários, livros, filmes, entre outros. Também
 podemos utilizar fatos da vida, ou seja, do nosso dia-a-dia, como a dona de casa
que perdeu a moeda, citada por Jesus; obs.: Devemos tentar perceber o lado
  positivo e negativo da história, transformando estas vias em mensagens de
denúncia ao pecado ou de edificação para o povo de Deus. ...“ Examinai tudo e
abraçai o que é bom.” (ITes 5,21).
e)  Na história pessoal: Sua história, é uma grande ilustradora daquilo que
você prega, o testemunho é m uito importante na pregação querigmática, porém
 precisa alcançar seu objetivo, sendo: ABC, Alegre, Breve e Centrado em Cristo; Seja,
de preferência, o seu próprio testemunho; tenha o objetivo de construir a conversão dos
ouvintes; seja de um processo acabado, ou seja, que Deus já realizou.

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Santa Terezinha do Menino Jesus dizia que gostaria de ser uma bola para que
quando o menino Jesus quisesse brincar, Ele brincaria. Quando quisesse chutar,
chutaria; e se Ele não quisesse nada com a bola, poderia deixá-la ali no cantinho, que ela
continuaria sendo a bola do Menino Jesus. E nós, queremos sempre estarmos nas mãos
de Deus, a sua disposição para fazermos o que ele quiser? Ser bola e ser objeto e a
disposição do seu dono. Nós somos assim?

Conclui-se, assim, que o pregador não pode passar distraído pelo caminho. Os
anúncios e os nomes que lê pelos caminhos, os lugares que vê como bares, lojas, clubes,
tudo é material para sua próxima pregação. Basta ter atenção e dedicação.
ENCONTRANDO A MENSAGEM NA BÍBLIA

O pregador em primeiro lugar, antes de transmitir a palavra ele é um caçador da


 palavra e quando a encontra aplica a si mesmo e depois transmite aos demais. Jesus nos
disse que o Espírito Santo nos recordaria tudo o que Ele nos disse, mas para recordar é
 primordial que exista antes na nossa memória. É importante que nos apresentemos a
Deus com as nossa talhas cheias de água e com os nossos 5 pães e dois peixes.

Veremos a seguir, formas de se encontrar, na palavra, a mensagem de Deus:

Parábolas
  No Evangelho temos 38 parábolas. O comunicador não se atém ao óbvio e
elementar expresso nas parábolas. Extrai mensagens novas e apropriadas a cada caso.
Ex. Semeador – Mt 13, 1-9.

Milagres
Sarça Ardente (  Ex 3,1-4), diz que Moisés parou para contemplar o espetáculo.
Por que a sarça ardia e não se consumia? O comunicador deve contemplar os milagres e
 perceber o que Deus está falando através deles. Devemos sempre transportar os ouvintes
dos milagres para tempo presente, e então extrairmos a mensagem. Ex: ( Mc 8,22-26)

Personagens
Estudar sobre a vida de todos os personagens bíblicos que nos são colocados na
Sagrada Escritura. Ex: Moisés, Filho Pródigo, Maria Madalena, Davi, Abraão, etc.

Guerras
Apesar da forma cruel, nos mostra a luta diária contra o mal. Ex: A guerra de
Israel contra os amalecitas nos mostra a importância da intercessão, por exemplo.

Perguntas
São inúmeras as perguntas que encontramos na Bíblia, que o homem fez a Deus
e vice-versa. Ex: Tu me amas? Por que me Seguem? Por que choras? Querem me
deixar?

Dialógo
Ex: Jó e os amigos; Eva e a Serpente; Maria e Isabel; Pedro e Jesus.

Discursos

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Muitos dos discursos da Bíblia, são mensagens do próprio Deus e ricos de
contéudo.

Visões, Sonhos ou Revelações


Ossos Secos ( Ez 37, 1-10); Sonho de José, de Pedro; Revelações feitas a Abraão.

Lugares
Cidades, povoados, templos. Ex: Mc 1,29 a sinagoga e a casa de Pedro.

Oração
Uma das mais belas formas de falar com Deus.
Ex: Gen 4,26 – o primeiro – At 4,24-30 – Pedem a Deus coragem.
TÉCNICAS DE PREGAÇÃO

Técnica é o modo pela qual o pregador vai falar a mensagem. Todos os pregadores
usam algum tipo de técnica. Aquela que melhor se sobressai é a que melhor se adapta a
mensagem e ao pregador.
Requisitos para o bom uso da técnicas
1) Amor: O amor é o maior diferenciador no emprego das técnicas. O pregador 
que ama a Deus, ao próximo e a si mesmo, certamente será feliz no uso de qualquer 
técnica.
2) Oração: O pregador deve sempre mais ouvir do que falar. Estar atento a tudo o
que o Senhor lhe fala em oração para realizar a vontade de Deus e não a nossa.
3) Ter a mente imbuída do assunto: Antes de pregar, o pregador deve estudar 
muito sobre o assunto. Além disso, deve estar atento a situações, testemunhos e
acontecimentos que podem Ter relação com o tema.
4) Fidelidade ao tema: A melhor pregação não é aquela que aborda todos os
assuntos, mas aquela que aborda tudo sobre aquele \único assunto. Quando o pregador é
fiel ao tema, está sendo fiel ao chamado de Deus e evitando que as pessoas se dispersem
e não gravem a mensagem. Dizer que Deus o inspirou de última hora pode ser uma
desculpa para a falta de escuta de Deus e até mesmo pela falta de tempo para preparar a
 pregação.
5) Praticar: Assim como um atleta que treina, o pregador deve escutar a palavra de
Deus durante o seu dia. Alem disso, é muito importante que ele avalie outro pregadores
e treine suas pregações (crivo) antes de pregar.

Técnicas: Alguns meios pelos quais o pregador poderá se fazer para a mensagem:

1) Testemunho: Muito importante na pregação querigmática, porém precisa


alcançar seu objetivo, sendo: ABC, Alegre, Breve e Centrado em Cristo; Seja, de
 preferência, o seu próprio testemunho; tenha o objetivo de construir a conversão dos
ouvintes; seja de um processo acabado, ou seja, que Deus já realizou.
2) Parábolas ou Alegorias: Tratam-se de histórias fictícias com um fundo moral.
Elas devem ser utilizadas para reforçar o tema. Sua conclusão deve ser sempre positiva
e voltada para Cristo.
3) Cachoeira: Trata-se de uma técnica em que o pregador vai expondo a
mensagem sem interrupções, de maneira que caiam direto ao coração do ouvinte e não
deixa tempo de raciocínio.
4) Dramatização: Significa comunicar uma passagem ou trecho bíblico,
aumentando alguns diálogos ou situações com linguagens atuais, utilizando-se,
 principalmente, de expressão corporal.

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5) Repetição: O pregador repete um trecho bíblico, uma frase que talvez tenha
 passado despercebido mas que deve ficar gravado no coração do ouvinte.
6) Não dar todas as resposta: É quando o pregador leva o ouvinte a mergulhar 
em si mesmo e buscar a resposta dentro do seu coração.
7) Aguçar a curiosidade: Muito usada na motivação inicial. É uma maneira de
chamar a atenção do ouvinte. Esta técnica deve ser usada com muita sabedoria para não
danificar a mensagem.
8) Descrição: É descrever detalhes de uma situação (bíblica, por exemplo) de
maneira que o ouvinte possa sentir-se no local do acontecimento.
9) Histórias: O pregador auxilia-se de fatos verídicos como, por exemplo, dos
Santos, da Igreja primitiva para reforçar ainda mais a mensagem.
10) Narração: É quando o pregador verbaliza acontecimentos da história da
salvação. Esta técnica é muito utilizada para grandes trechos da bíblia, havendo
somente a narração dos pontos mais importantes da passagem.
11) Quebra brusca de pensamento: É quando o pregador quebra uma linha de
raciocínio para causar impacto nos ouvintes. Por exemplo: “Jesus não vai te
salvar..................Ele já te salvou”.
TÉCNICAS PARA APROFUNDAR 

Através destas técnicas, o pregador leva o ouvinte a mergulhar nas riquezas


despercebidas das passagens bíblicas:

A) Significado das palavras:

O pregador recorre à origem, a verdadeira definição de determinada palavra e o que


ela realmente quer dizer naquele contexto. Para isso, recorre-se a dicionários bíblicos,
da língua portuguesa, gregos ou latinos, por exemplo.

B) Contexto:

Verificando apenas um único versículo da passagem, muitas vezes, podemos não


entender o significado verdadeiro. É necessário portanto, recorrer a todo o contexto
 bíblico daquele capítulo ou livro, para se situar com o local, a situação, à época etc.,
assim entenderemos melhor o porque daquele versículo e o verdadeiro sentido da
mensagem.

C) Opostos:

O pregador pode utilizar-se de palavras contrárias para fixar ainda mais a


mensagem. Ex: Trevas x Luz, Abismo x Céu, Tristeza x Alegria, etc. É importante
sempre citar o negativo primeiro e encerrar com o positivo.

D) Geografia Bíblica:

Tanto o antigo como o novo testamento sempre nos situam da cidade ou local a que
se refere. No apêndice bíblico podemos encontrar alguns mapas com a maioria destas
localidades e nos atentar para pontos importantíssimos, como por exemplo, a distância
entre um local e outro. Ex: Maria ao visitar sua prima Isabel; recorrendo ao apêndice,
 podemos verificar que Maria percorreu uma distância de 150Km, aproximadamente.

E) Conversão de Valores:

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 Neste apêndice podemos encontrar também os valores citados na palavra de Deus
(talento, dinheiro, estádios, prata) convertidos para o dia de hoje. Nos espantaremos
quando, por exemplo, vermos que um talento equivalia a 36Kg de ouro.

Além destas, podemos descobrir com o auxílio do Espírito Santo outras técnicas
que, se adequadas a nós e a mensagem podem auxiliar e muito na ação de Deus no
coração de nosso ouvintes.

TIPOS DE MENSAGENS

Mensagem Querigmática

• Mensagem de anúncio
• A palavra Kerigma significa proclamar, anunciar 
• São basicamente as pregações da Experiência de Oração
• Amor do Pai, Pecado, Salvação, Senhorio de Jesus, Fé e Conversão,
Espírito Santo, Vida Nova (Perseverança ou Comunidade Cristã).

Mensagem Catequética

• Mensagem de ensino
• A palavra Catequese significa ensinar, reter 
• Trata-se do ensino gradual da nossa fé e razões
• Se divide em Doutrinária e Apologética

• Doutrinária Para pessoas que já conhecem a Jesus, e agora precisam


assimilar sobre sua doutrina. Ex: Sacramentos, Moral, Sagrada Escritura, etc.
• Apologética Tem a função de esclarecer para as pessoas pontos
 polêmicos dentro da doutrina, não para ser discutido mas para o conhecimento.
Ex: Existência do Purgatório, Virgindade de Maria, Imagens, etc. Essas
mensagens devem estar muito bem fundamentadas dentro da Palavra de Deus e
deve ser interpretada à luz do Magistério da Igreja.

Mensagem de Perseverança
• Aborda temas que dizem respeito à fragilidade humana que buscam a
Deus como refúgio e proteção.
• Se divide em 4 tipos: Espiritualidade, Compromisso, Fortalecimento e
Contrição.

• Espiritualidade: Leva a uma comunhão mais íntima com Deus, à


adoração, contemplação a Deus, recorda que dependemos Dele.

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• Compromisso: Traz uma dimensão horizontal, (Eu e os irmãos), nos
leva ao serviço com os irmãos. Não existe compromisso sem serviço. Temos
duas linhas: Linha do Amor (relações fraternas, perdão, paciência, bondade e a
Linha do Apostolado (ministérios, obras de misericórdia etc.)
• Fortalecimento: São usadas para momentos difíceis, tribulações,
 provações, situações desanimadoras, levanta os caídos.
• Contrição: Fortes exortações para aqueles que esfriaram, que
abandonaram a caminhada. Sacode as pessoas que possam estar meio mornas no
caminho de Deus. Claro que para esse tipo de pregação deve-se observar bem o
 público ouvinte.

Não comunicamos o que bem queremos, mas sim o que nosso irmãos precisam
ouvir. Somos instrumentos de Deus para que ele alimente o seu povo com o pão da
palavra.

COMUNICANDO A MENSAGEM

É necessário antes de entrarmos nos objetivos da pregação, estabelecer a diferença


entre as várias espécies de alocuções e a pregação.

1. Conferência – Discurso didático. Tem por objetivo ensinar, transmitir 


conhecimento literário e científico. Sua linguagem é técnico-científica. O
conferencista não tem a preocupação de dialogar com os ouvintes.

2. Discurso Político – Todos conhecemos. Sua linguagem é livre e a mais


coloquial possível. Normalmente é dirigido as massas. Prima pela persuasão.

3. Discurso Acadêmico - Discurso inteiramente formal. Valoriza a técnica.

4. Palestra – Pouca formalidade, permite ao orador maior liberdade. O


Orador não precisa esforçar-se para dialogar com seus ouvintes.

5. Ensino – É um dos métodos mais eficazes de se transmitir conhecimento.


É denso em conteúdo.

6. Pregação – É o ato de pregar, proclamar a Boa Nova de Jesus. Esta


 proclamação é dotada de alguma disciplina, porém não anula a liberdade do
 pregador. Prima pela condução do Espírito Santo.

Objetivos da Pregação

A) Imediato – Evangelizar, anunciar a Boa Nova. O discípulo, quando


  prega, deve utilizar todos os seus talentos, dons, todo o seu amor, toda sua
intercessão, em prol da evangelização.
B) Mediato – É conseguido com a obtenção do objetivo imediato. A
finalidade mediata consiste na conversão dos ouvintes e também de curas,
  prodígios e milagres durante a pregação. É importante ressaltar que cabe
  primeiro ao pregador preocupar-se com uma boa evangelização, pois a
conversão, cura, prodígios e milagres são obras do Espírito Santo.

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Temos três momentos fundamentais para a pregação da palavra de Deus: o
ANTES, o DURANTE e o DEPOIS. Vejamos cada uma deles.

Antes do Anúncio

•  Estudo e Oração: Tempo dobrado de estudo e oração. Necessidade de


estar preparado.
•  Preparação Espiritual: Missa; Mortificações; jejuns e intenções. Busque
também o sacramento da confissão antes da pregação, se necessário.
•   Apresentação Física: Roupas adequadas, unhas cortadas, barba etc.
Cuidados com maquiagem, acessórios (brincos, pulseiras) e falta de higiene em
geral.
•  Horário: Conversar sempre antes com a pessoa que o convidou, se
informar sobre a realidade das pessoas, do grupo ou do evento em questão, ore
 junto com eles, se possível. Chegar sempre com antecedência, recomenda-se um
mínimo entre trinta e quinze minutos.
Durante o Anúncio

•  Autoridade Espiritual:  Não se está falando em seu próprio nome ( IICor 


5,20). Não importa o tamanho da platéia, o zelo precisa se o mesmo, para 1000
ou 2 pessoas.
•   A Voz: Ferramenta de Trabalho; evitar gelado, pastilhas, gritos.
Intensidade (volume) adequado, sem gritaria, nem falar murmurado, manter uma
sintonia. Sem vícios (falar igual o Pe. Jonas, ou o Pe. Roberto, Eugênio Jorge
etc.). Utilizar a voz para acentuar partes importantes
• Os Olhos: São a janela da alma; olhe para as pessoas, não para o teto ou
 para o chão. Nunca olhe diretamente para uma pessoa por muito tempo, saiba
dividir o público.
•  A Face: Reflexo do coração; mantenha sempre um semblante tranqüilo,
demonstrando firmeza ou austeridade somente quando for necessário. Não ficar 
todo o tempo carrancudo ou rindo à toa.
•  As Mãos: Deve-se usar as mão para se expressar, porém sem exageros,
não somos maestro. Evitar: Mão no bolso, segurando o púlpito, apoiar-se sobre a
mesa, coçar-se etc.
• Corpo:  Não ficar parado como uma estátua, mas também não ficar de um
lado para o outro de maneira frenética. Não subir em cadeiras, mesas (somente
se necessário); nunca pregue sentado, encostado ou pendurado
• Os Pés: Mantenha os pés na mesma abertura dos ombros para Ter 
equilíbrio
•  A Respiração: Alimenta a voz, procurar sempre manter uma respiração
tranquila e não falar quando o ar estiver acabado, deve-se evitar ao máximo
aquelas “fungadas” no microfone.
•  Linguagem: Procure ter uma linguagem simples e direta. Fale de acordo
com a cultura que você possui, nunca use termos, ou palavras bonitas que você
desconhece com o intuito de enriquecer a pregação. Cuidado com os vício de
linguagem (né, tá, então, amém, certo...)
•  Implementos para pregar: Microfone – ajuste com antecedência a altura
ideal do som. Cuidado para não se enrolar no cabo. Observe o comprimento do

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fio para saber até onde você pode ir.  Biombo ou púlpito – Cuidado para não ficar 
encostado, eles servem somente para eu você coloque sua Bíblia e pregação, ou
seja, seu material de pregação.  Retroprojetor  – Escolha o local e ajuste a luz
com antecedência. Peça ajuda de alguém para o momento em que for utilizá-lo.
Cartaz – Deixe sempre pronto com antecedência.

Depois do Anúncio

 Não somos artistas, devemos permanecer no local, louvar a Deus pela pregação,
cumprimentar as pessoas (dependendo do evento e do número de participantes, claro),
devemos sempre ter uma postura de servos, e não de estrelas de TV. Nunca saia
correndo, coloque-se a disposição para tirar dúvidas. Confie sempre em Deus. Por pior 
que você ache que tenha sido sua pregação, lembre-se que Deus pode fazer milagres
com o nosso pouco.

LECTIO DIVINA
A Lectio Divina é o exercício ordenado da escuta pessoal da Palavra, um método
dinâmico de leitura. Um monge da Idade Média, Guido II, estabeleceu uma fórmula para a sua
realização de um modo muito simples, como uma escada de quatro degraus: Leitura – 
Meditação – Oração – Contemplação.

Esse degraus são mais para compreensão, visto que fazem parte de um único encontro e
que o Senhor, na liberdade do se Espírito, pode elevar à oração e a contemplação no momento
que lhe aprouver. Mas vale ressaltar que esses degraus nos levarão a um exercitar-se, a um
  buscar mais profundo, a vencer as limitações de querer para nas primeiras dificuldades.
Exercício que dá fruto para toda a vida.

É interessante o que diz o próprio Guido II: “Buscai na leitura e encontrareis na


meditação; batei pela oração e encontrareis na contemplação.”

Encontramos na Lectio Divina tudo o que necessitamos para conhecer a amar a Deus. É
necessário antes de mais nada “fé”, que faz o homem entregar-se em submissão à Revelação.
Ao mesmo tempo que se necessita de fé para se fazer a Lectio, a Lectio amadurece a fé.

 LEITURA

Lê-se o texto repetidas vezes, tentando responder a pergunta: “O que o texto diz?”,
 procurando prestar atenção ao desenrolar dos fatos, à reação das pessoas, procurando perceber 
os seus sentimentos, os pontos mais importantes, as palavras mais fortes, enfim, estar atento a
todos os detalhes do texto. Esse degrau é o que exigirá maior esforço de sua parte. Nesse
 primeiro degrau, não é o momento de procurar direcionamentos, normas para sua vida, mas
 perceber o que o texto fala de forma genérica. É importante que você procure um momento e
um lugar calmo onde possa escutar a palavra de Deus através da sua palavra. A leitura em meia
voz o ajudará usando mais um sentido.

 MEDITAÇÃO

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