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Unidade Gravataí
Conceito de recalcamento
por
Tecnicas Psicoterapicas I
Prof. Aurélio Marcantonio
Gravataí, RS
Março de 2019
O Recalcamento
As representações que são tornadas inconscientes não são destruídas nem têm a
sua força reduzida, elas permanecem lutando, a nível inconsciente, para se tornarem
conscientes. O termo então utilizado para designar a expulsão de uma representação
para longe do local de entrada da consciência é recalcamento.
Quando Freud abandona a hipnose e solicita aos seus clientes que procurem se
lembrar do fato traumático sem o auxílio da hipnose, ele passa a se defrontar com um
fato novo que era inteiramente ocultado pelo próprio método que empregava: a
resistência por parte do paciente que se manifestava sob a forma de falha de memória ou
de incapacidade de falar sobre o tema caso este lhe fosse sugerido.
Essa resistência foi interpretada por ele como o sinal externo de uma defesa cuja
finalidade era manter fora da consciência a idéia ameaçadora. A defesa nada mais era
do que a censura exercida pelo ego sobre a idéia ou conjunto de idéias que despertavam
sentimentos de vergonha e de dor.
Apesar de Freud ter empregado durante algum tempo defesa e recalcamento de
forma semelhante, o termo recalcamento vai ganhando maior precisão conceitual
enquanto defesa passa a ser utilizado de uma forma mais ampla e, portanto mais vaga.
Freud define o recalcamento como o processo cuja essência consiste no fato de
afastar determinada representação do consciente, mantendo-a à distância. O objeto do
recalcamento não é a pulsão propriamente dita, mas um de seus representantes
(representante ideativo) capaz de provocar desprazer em face das exigências da censura
exercida pelo sistema pré-consciente/consciente.
O Recalcamento Secundário