Leite, nº 169, Bairro Universitário em Belo Horizonte/MG, CEP: 31255-440, proprietário do veículo Honda/Fit DX Flex) , de placa GUP3578, apresentar
RECURSO
aos termos do Auto de Infração em epígrafe, lavrado pelo DETRAN, pelos
motivos que passa a aduzir:
I. DOS FATOS
1. Foi lavrada autuação de infração, supostamente cometida pelo
Autuado, em linhas gerais por avançar sinal vermelho do semáforo o veículo Honda/Fit, de sua propriedade e por ele conduzido, conforme apresentação do condutor em anexo. A autuação tem como fundamento o art. 208 do Código de Trânsito Brasileiro, que diz:
“Art. 208 – Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de
Entretanto, é sabido que a infração acima mencionada só é
caracterizada quando do animus volitivo do agente em avançar sinal vermelho ou de parada, não caracterizando a infração o fato de o sinal ter ficado vermelho quando o condutor já havia ultrapassado a faixa estando ao final de sua travessia. Tal entendimento é o doutrinador Arnaldo Rizardo, in Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro que assim leciona: "Quando ao semáforo vermelho, a parada do veículo deverá ocorrer na faixa de retenção (sinalização horizontal), que é composta de uma faixa ligando um lado ao outro da via e aposto antes da faixa de pedestre, quando existente. Se aparecer a luz amarela, estando a desenvolver-se a travessia, isto é, já ultrapassada a faixa que liga um lado ao outro da via, deverá seguir o motorista, não podendo ser autuado. Não é possível deter o veículo depois de tal linha, porquanto bloqueará a circulação nos sentidos que se cruzam."
No caso em comento, verifica-se que o condutor do veículo, no
momento de alegada infração, já havia ultrapassado a faixa de retenção, estando, portanto, no meio de sua travessia, não havendo que se falar em infração decorrente da ultrapassagem de sinal vermelho ou de parada.
Das Irregularidades do Auto de Infração
Por alfa venho requerer a anulação do auto de infração,pela
irregularidade apontada como FALTA DE AFERIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PELO INMETRO. Os equipamentos eletrônicos necessitam estar com a sua calibração específica, para que emitam detecção exata, medindo com precisão os eventos, de forma que sirva de prova dentro dos autos certificado do INMETRO de estar devidamente aferido por aquele Instituto, não basta a simples afirmação da Empresa de gerenciamento de transito, pois deve haver certificação por aquele Instituto, como exige o Artigo 2º da Resolução 165 que está em conformidade com o Art. 280 § 2 que ainda teve na deliberação 38 do Denatran sua regulamentação, vejamos:
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito,
lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da
autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN. RESOLUÇÃO Nº 165 DE 10 DE SETEMBRO DE 2004 Regulamenta a utilização de sistemas automáticos não metrológicos de fiscalização, nos termos do § 2º do artigo 280 do Código de Trânsito Brasileiro.
Art. 2º. O sistema automático não metrológico de fiscalização
deve: I – ter sua conformidade avaliada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro, ou entidade por ele acreditada; Deliberação CONTRAN nº 38 de 11/07/2003 que Dispõe sobre requisitos técnicos mínimos para a fiscalização da velocidade, de avanço de sinal vermelho e da parada sobre a faixa de pedestres de veículos automotores, reboques e semi-reboques, conforme o Código de Trânsito Brasileiro Art. 2º...
III - ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada,
obrigatoriamente com periodicidade máxima de 12 (doze) meses e, eventualmente, conforme determina a legislação metrológica em vigência. Como vimos é necessário que os equipamentos eletrônicos estejam comprovadamente certificados e aprovados por Portaria do INMETRO. Esses equipamentos estão sujeitos à falibilidade do citado objeto eletrônico (item 8.1.4.7 da Portaria n° 115/98-INMETRO), seja por dano, temperatura, severidade, interferência eletromagnética, umidade, intempérie ou falha qualquer.
Diante desse fato e embasados na notificação da autuação de trânsito
enviada a mim e anexada a esta defesa, onde a mesma no item dito da data de aferição do aparelho que tem sua data no dia 09/10/2013, ou seja, mais de 12 meses da data que veio a tirar a foto que redundou nessa autuação e isso já em desconformidade com a lei, resolução e deliberação de transito, pois a data da autuação foi no dia 07/01/2016, 02 (dois) anos e 4 (quatro) meses depois da última aferição, fato este inadmissível para uma empresa que gerencia o transito.
Dessa forma, a notificação de autuação de trânsito deve ser cancelada
por esta JARI, eis que desprovida de fundamentos válidos. O § único do artigo 281, e seu inciso I, do CTB estabelece: “O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente: se, considerado inconsistente ou irregular”.
O auto de infração de trânsito de número AE04126050 esta eivado de
ilegalidade e irregularidades formais, pois não atende aos requisitos de materialidade e formalidade necessários ao seu preenchimento, tendo em vista que já se passaram mais de 12 meses da data da ultima aferição e isso deve ser levado em consideração por ser um vicio material.
III. Do Requerimento
Comprovada a inexistência da infração mencionada, haja vista não ter
sido desrespeitado sinal vermelho ou de parada e ainda de estar o Auto de Infração eivado de nulidade, por não atender aos requisitos legais exigidos, com base por estar o aparelho de medição a mais de 12 meses sem aferição conforme consta na própria autuação requer: Seja a presente defesa recebida em seus efeitos legais e julgada procedente, declarando-se a nulidade do Auto de Infração. Nesses Termos, Pede Deferimento. Belo Horizonte, ___ de fevereiro de 2016.