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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JARI DO DETRAN DO

MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

AIT – AE04126050

Eu, Tiago Franco Caldeira, CPF nº 014.511.426-09, residente à rua Cerqueira


Leite, nº 169, Bairro Universitário em Belo Horizonte/MG, CEP: 31255-440,
proprietário do veículo Honda/Fit DX Flex) , de placa GUP3578, apresentar

RECURSO

aos termos do Auto de Infração em epígrafe, lavrado pelo DETRAN, pelos


motivos que passa a aduzir:

I. DOS FATOS

1. Foi lavrada autuação de infração, supostamente cometida pelo


Autuado, em linhas gerais por avançar sinal vermelho do semáforo o veículo
Honda/Fit, de sua propriedade e por ele conduzido, conforme apresentação do
condutor em anexo. A autuação tem como fundamento o art. 208 do Código de
Trânsito Brasileiro, que diz:

“Art. 208 – Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de


parada obrigatória.
Infração – gravíssima
Penalidade – multa.”

II. DO DIREITO

Da Multa

Entretanto, é sabido que a infração acima mencionada só é


caracterizada quando do animus volitivo do agente em avançar sinal vermelho
ou de parada, não caracterizando a infração o fato de o sinal ter ficado
vermelho quando o condutor já havia ultrapassado a faixa estando ao final de
sua travessia.
Tal entendimento é o doutrinador Arnaldo Rizardo, in Comentários ao
Código de Trânsito Brasileiro que assim leciona:
"Quando ao semáforo vermelho, a parada do veículo deverá ocorrer na
faixa de retenção (sinalização horizontal), que é composta de uma faixa
ligando um lado ao outro da via e aposto antes da faixa de pedestre,
quando existente. Se aparecer a luz amarela, estando a desenvolver-se
a travessia, isto é, já ultrapassada a faixa que liga um lado ao outro da
via, deverá seguir o motorista, não podendo ser autuado. Não é possível
deter o veículo depois de tal linha, porquanto bloqueará a circulação nos
sentidos que se cruzam."

No caso em comento, verifica-se que o condutor do veículo, no


momento de alegada infração, já havia ultrapassado a faixa de retenção,
estando, portanto, no meio de sua travessia, não havendo que se falar em
infração decorrente da ultrapassagem de sinal vermelho ou de parada.

Das Irregularidades do Auto de Infração

Por alfa venho requerer a anulação do auto de infração,pela


irregularidade apontada como FALTA DE AFERIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
PELO INMETRO. Os equipamentos eletrônicos necessitam estar com a sua
calibração específica, para que emitam detecção exata, medindo com precisão
os eventos, de forma que sirva de prova dentro dos autos certificado do
INMETRO de estar devidamente aferido por aquele Instituto, não basta a
simples afirmação da Empresa de gerenciamento de transito, pois deve haver
certificação por aquele Instituto, como exige o Artigo 2º da Resolução 165 que
está em conformidade com o Art. 280 § 2 que ainda teve na deliberação 38 do
Denatran sua regulamentação, vejamos:

Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito,


lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:

§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da


autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por
aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações
químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível,
previamente regulamentado pelo CONTRAN. RESOLUÇÃO Nº
165 DE 10 DE SETEMBRO DE 2004 Regulamenta a utilização
de sistemas automáticos não metrológicos de fiscalização, nos
termos do § 2º do artigo 280 do Código de Trânsito Brasileiro.

Art. 2º. O sistema automático não metrológico de fiscalização


deve:
I – ter sua conformidade avaliada pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro, ou
entidade por ele acreditada; Deliberação CONTRAN nº 38 de
11/07/2003 que Dispõe sobre requisitos técnicos mínimos para
a fiscalização da velocidade, de avanço de sinal vermelho e da
parada sobre a faixa de pedestres de veículos automotores,
reboques e semi-reboques, conforme o Código de Trânsito
Brasileiro Art. 2º...

III - ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada,


obrigatoriamente com periodicidade máxima de 12 (doze)
meses e, eventualmente, conforme determina a legislação
metrológica em vigência. Como vimos é necessário que os
equipamentos eletrônicos estejam comprovadamente
certificados e aprovados por Portaria do INMETRO. Esses
equipamentos estão sujeitos à falibilidade do citado objeto
eletrônico (item 8.1.4.7 da Portaria n° 115/98-INMETRO), seja
por dano, temperatura, severidade, interferência
eletromagnética, umidade, intempérie ou falha qualquer.

Diante desse fato e embasados na notificação da autuação de trânsito


enviada a mim e anexada a esta defesa, onde a mesma no item dito da data de
aferição do aparelho que tem sua data no dia 09/10/2013, ou seja, mais de 12
meses da data que veio a tirar a foto que redundou nessa autuação e isso já
em desconformidade com a lei, resolução e deliberação de transito, pois a data
da autuação foi no dia 07/01/2016, 02 (dois) anos e 4 (quatro) meses depois
da última aferição, fato este inadmissível para uma empresa que gerencia o
transito.

Dessa forma, a notificação de autuação de trânsito deve ser cancelada


por esta JARI, eis que desprovida de fundamentos válidos. O § único do artigo
281, e seu inciso I, do CTB estabelece: “O auto de infração será arquivado e
seu registro julgado insubsistente: se, considerado inconsistente ou irregular”.

O auto de infração de trânsito de número AE04126050 esta eivado de


ilegalidade e irregularidades formais, pois não atende aos requisitos de
materialidade e formalidade necessários ao seu preenchimento, tendo em vista
que já se passaram mais de 12 meses da data da ultima aferição e isso
deve ser levado em consideração por ser um vicio material.

III. Do Requerimento

Comprovada a inexistência da infração mencionada, haja vista não ter


sido desrespeitado sinal vermelho ou de parada e ainda de estar o Auto de
Infração eivado de nulidade, por não atender aos requisitos legais exigidos,
com base por estar o aparelho de medição a mais de 12 meses sem aferição
conforme consta na própria autuação requer:
Seja a presente defesa recebida em seus efeitos legais e julgada
procedente, declarando-se a nulidade do Auto de Infração.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Belo Horizonte, ___ de fevereiro de 2016.

TIAGO FRANCO CALDEIRA


CPF nº 014.511.42609

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