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Durante a pré-história os humanos elaboravam o seu saber a partir de sua experiência e de suas
observações pessoais (exemplo: como criar o fogo). Incontáveis conhecimentos foram adquiridos
através da experiência pessoal, conhecimento esse que poderia ser utilizado pelo resto da vida. Está
aqui caracterizado o objetivo principal da pesquisa do saber: conhecer o funcionamento das coisas,
para melhor controlá-las, e fazer previsões melhores a partir daí.
1.1.1 A intuição
1.1.2 A tradição
1.1.3 A autoridade
Não demorou muito para que o ser humano sentisse dos saberes que se fundamentavam na intuição,
no senso comum ou na tradição. O ser humano desejava saber mais e de dispor de conhecimentos
metodicamente mais elaborados e, portanto, mais confiáveis. Porém, desde o despertar dos
primeiros desejos até a concepção do saber racional como uma forma dita científica (que se
estabeleceu no ocidente há apenas um século) foi uma trajetória longa.
Teve sua origem na Grécia Antiga, estimulada pela desconfiança que pensadores gregos tinham em
relação às explicações do universo baseadas nos Deuses, na magia ou na superstição. Esses mesmos
pensadores acreditavam que os seres humanos eram capazes, apenas com o exercício racional da
mente, de produzir saberes apropriados. Eles desenvolveram os instrumentos da lógica; fizeram a
distinção entre sujeito (que procura conhecer) e objeto (que será conhecido), bem como a relação
entre ambos; desenvolveram o princípio da casualidade; o silogismo.
No decorrer dos séculos que vieram após a Antiguidade Grega, notamos poucos avanços na
concepção da ciência e nos métodos de constituição do saber. Os romanos negligenciaram a teoria
pela prática, mostrando-se mais técnicos do que sábios.
Na Idade Média temos um reencontro com a reflexão filosófica, porém agora dominada pela
religião. Tais filósofos desejavam conciliar o saber religioso com o saber filosófico clássico. A
teologia superava a filosofia.
O Renascimento, brilhante pela renovação nas artes e nas letras, não obteve sucesso equivalente no
saber científico. As novas descobertas cientificas concorreram com a magia e com a bruxaria para
tentar explicar o real.
É durante o século XVII que surge a ciência experimental, uma conjunção da razão com a
experiência e que se caracterizada principalmente com a preocupação em se proceder à observação
empírica do real antes de interpretá-lo pela mente, depois, eventualmente, de submetê-lo à
experimentação, recorrendo às ciências matemáticas para assistir suas observações e suas
experimentações. O pensamento cientifico moderno começa a se objetivar. Um saber racional
constitui-se a partir da realidade (empirismo) e coloca essa explicação à prova (experimentação),
conjugando o raciocínio indutivo com o raciocínio dedutivo. Não se trata mais apenas de encontrar
uma explicação, ainda que geral, do fenômeno estudado, mas definir os princípios que
fundamentam tal explicação. Assim, no lugar das “leis divinas” surgem a noção de lei da natureza e
a ideia de que a ciência tem por objetivo definir suas próprias leis.
Durante o século XVIII encontramos muitos avanços na ciência, em especial no campo da natureza
física. Porém no campo das ciências humanas o conhecimento especulativo ainda dominava e os
avanços foram poucos. Isso não impediu que grandes reflexões sobre as condições humanas fossem
feitas. Não à toa, esse século esse século foi chamado de “Século das Luzes”.
As pessoas do século XIX puderam perceber com clareza as mudanças pelas quais o mundo passara
e provavelmente foram os primeiros da história a morrerem em um mundo profundamente diferente
daquele que viram ao nascer. Sem uma observação mais profunda, essa época poderia nos
convencer de que a mesma foi um período “maravilhoso” para a existência humana. Essa poderia
ter sido uma época maravilhosa se tais avanços das ciências e seus enfreáveis progressos não
tivessem sidos acompanhados de problemas sérios no plano social.
O século XIX desejava, no domínio do saber sobre o homem e a sociedade, conhecimentos tão
confiáveis e práticos quanto os desenvolvidos para se conhecer a natureza física, retirados de
qualquer princípio de interpretação anterior ou exterior, especialmente religioso. E era com esse
espírito e com essa preocupação que se desenvolvem as ciências humanas na segunda metade do
século XIX. Até então o método empregado no campo da natureza parecia tão eficaz que não se via
razão para também não as aplicar aos humanos.