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realidade.
Contraste com a ideia aceite hoje em dia (pela maioria das pessoas a trabal-
har na área) de que a realidade tem uma estrutura modal, uma ideia aceite em
2 História
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de implicação (pouco satisfeito com o condicional material do sistema Russell-
Mas uma vez que o seu trabalho indicou como construir diversos sistemas
• O sistema mais fraco era M (ou T ) que tem todas as tautologias vero-
2. A ⊃ A
3. A ⊃ ♦A
4. A ⊃ A
5. A ≡ A.
6. ♦A ≡ ♦♦A.
modal em questão.
7. ♦A ⊃ ♦A
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• Finalmente, temos S5, que inclui nos teoremas
8. ♦A ≡ ♦A
9. A ≡ ♦A
queremos saber quais são as inferências que são legítimas e quais as que
não o são. Uma vez que temos quatro sistemas distintos, como escolher o
sistema adequado?
• Será que basta contrastar os axiomas dos diferentes sistemas para ver quais
esta estratégia é que assume, primeiro, que temos intuições claras sobre
(3), (4) e (7) (por exemplo). Mas muitas vezes, não é nada claro que
Outra razão para cepticismo foi que durante muito tempo não houve uma
fórmulas pudessem ser interpretadas. Como explicar então o que é uma fórmula
válida?
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Leibniziana de mundo possível. Essencialmente, a necessidade seria interpretada
A semântica modal de Saul Kripke é uma das mais conhecidas. Kripke define
valor de verdade em cada mundo possível. Dado o modelo, qualquer frase não
(c) ♦A é verdade em w sse existe pelo menos um mundo possível w0 tal que
w0 é acessível a w e A é verdade em w0 .
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(d) A é verdade em w sse para todo o mundo possível w0 acessível a w, A é
verdade em w0 .
modelo-T .
todas as fórmulas que são válidas em T são deriváveis por meio das regras de
e S5, Kripke prova a completude dos sistemas, de forma a que toda e qualquer
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de n-tuplos de objectos. Um modelo quantificacional dá-nos a interpretação
sistemas de lógica modal quantificada. Uma fórmula é válida sse for verdadeira
na semântica da lógica modal sugere é que os operadores modais são uma espé-
que tratam os sistemas modais e explica a diferença entre estes sistemas com
a escolha de sistema modal não precisa de ser ditada pelas nossas intuições
preferimos, com base nas nossas preferências com respeito à relação de acessi-
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bilidade (ou possibilidade relativa). Podemos perguntar-nos, por exemplo, se o
A semântica modal permitiu encontrar uma base sólida para a lógica modal,
para isso parece que temos de assumir que há mundos possíveis distintos do
nosso, e que há objectos que não encontramos no mundo actual. Ora, não
sabemos, segundo tais cépticos, o que serão tais coisas, e não deveríamos ter
existentes.
itivo e dois tipos de regras: (1) regras que nos permitem construir sequências
sentido, os sistemas não são sobre nada. Poder-se-ia insistir que qualquer con-
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Kripke serviria.
Contudo, se estes sistemas são sistemas de lógica modal, então são teorias
apelamos nos modelos para a semântica desses sistemas têm de ser algo que
que determina a verdade das frases prefixadas com operadores modais. Estas
parafrases: ‘como as coisas se podiam ter passado’, ‘o que teria acontecido’, etc.,
seriam assim aquilo que confere valor de verdade às nossas afirmações sobre o
da realidade’.
particular.
guir:
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14. A coisa em que Kripke está a pensar é necessariamente um número primo.
(13) faz uma atribuição de modalidade de dicto e (14) faz uma atribuição de
modalidade de re. (14) deve ser verdade, mas podemos duvidar que (13) o seja.
da modalidade de re, entende-se que um certo objecto não poderia ter existido
3.3 Contrafactuais
filosófico.
Os contrafactuais como
15. Se o Nixon não se tivesse demitido, teria havido uma crise constitucional.
contrafactual, como o caso (15). Nestes casos, não estamos a falar de como as
extensional porque fala de coisas que vão para lá do que existe ou acontece,
de que falamos parecem ser restritos. Não estamos a dizer que em todos os
porque certamente haverá mundos possíveis em que ele não se demite e não há
constitucional. A ideia é que para um contrafactual ‘se tivesse sido o caso que
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p então teria sido o caso que q’, nos mundos que se assemelham ao actual tanto
quanto possível, compatíveis com p ser verdade nesse mundo, então q é verdade
3.4 Significado
em termos de referência.
é a sua extensão. O sentidos dos termos singulares são os seus referentes, o sig-
Um problema desta abordagem é que parece que o significado tem de ser mais
predicado seria saber a que tipo de coisas se aplica, saber o significado de uma
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As expressões linguísticas servem para falar do que é o caso, mas também do
tem de ser analisado por meio da noção de uma extensão; mas também é uma
noção modal e por isso tem de ser explicado em termos de mundos possíveis.
que atribui a cada mundo possível a extensão que uma expressão tem quando
a usamos para falar sobre esse mundo. Assim, os termos singulares têm como
priedades modais, para além das actuais, destes objectos abstractos, graças ao
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