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A ilha dos Amores- Canto IX

A deusa Vénus decidiu preparar uma ilha maravilhosa, com cores verdejantes e bem enfeitada, um local
onde os portugueses pudessem parar e ter a recompensa por tão audaciosa aventura- trata-se de uma ilha
verdejante, muito bela, tranquila, cheia de harmonia…. Aí, as "aquáticas donzelas" iriam receber os nautas
portugueses, recompensando-os com a sua beleza, as suas danças e o seu amor.(est. 18 a 21)
Para assegurar que as ninfas cumprissem o pretendido, Vénus incutir-lhes-ia sentimentos secretos nos seus
corações, de modo a que eIas se afeiçoassem aos portugueses. (est. 22).
Assim, “Todas as que tem título de belas/Glória dos olhos, dor dos corações/Com danças e coreias" - est. 22,
w. 3-5- iriam concretizar o desejo de Vénus.
Vénus procurou a ajuda do seu filho, uma vez que este a ajudara “naquela empresa antiga", isto é: Cupido
dera auxílio a Vénus quando foi necessário ajudar Eneias, também filho de Vénus, a ser bem recebido por Dido,
rainha de Cartago (est. 23). Para que tal aconteça, ela prepara um ambiente sereno para os portugueses - A
deusa leva consigo “as aves que na vida/Vão da morte as exéquias celebrando”, ou seja, leva os cisnes e as
pombas no seu carro. Este plano delineado por Vénus estava já a ser cumprido, pois, quando a deusa se afasta,
já se davam beijos "lascivos" (sensuais), e por onde quer que ela passasse o ar e o vento serenavam (est. 24).
Responder às questões 5 e 6 do Manual – pág.174 (estrofes 25,26,27,28 e 29).

A ilha dos Amores- Canto IX – (Estrofes 75- 84)

A partir da estância 75, Lionardo é individualizado no conjunto de marinheiros que se encontram na “ínsula
divina”. Lionardo é um "soldado bem-disposto, “manhoso, cavaleiro”, valente e corajoso, mas com pouca sorte
ao amor; é namoradeiro, pois procura insistentemente conquistar a ninfa que simula furtar-se à sua sedução-
ver a est.

A ninfa chama-se Efire e é uma das mais belas ninfas, de cabelo loiro e reluzente, formosa e pura (est. )

Efire cria dificuldades a Lionardo na perseguição amorosa no sentido de aumentar o desejo e paixão do nauta
relativamente a si; este comportamento obriga Lionardo a correr, durante algum tempo, atrás dela – isto
confirma a sua má sorte no amor. Assim, Lionardo, de forma ora galante, ora terna, ora apaixonada, suplica à
ninfa que se deixe apanhar, pois está enamorado dela. Argumenta que já todas as outras ninfas se cansaram e
cederam aos desejos dos nautas e que, apesar da sua má reputação relativamente ao amor, ele é capaz de a
amar, o que trará felicidade a ambos, ou seja, acredita que Efire lhe pode mudar a “triste e dura estrela”,
apaixonando-se por ele.

Finalmente, com as suas doces palavras e os seus lamentos enamorados, Lionardo consegue que a ninfa se
renda e se deixe cair a seus pés (est. )

Responder às questões 4.2 e 5 do Manual – pág.180

Estrofes 83 e 84

Entre as ninfas e os navegadores há uma troca formal de palavras e atos semelhantes aos realizados numa
cerimónia de casamento: “As mãos alvas lhe davam como esposas,/Com palavras formais e estipulantes/Se
prometem eterna companhia". O facto de as ninfas coroarem os navegadores com grinaldas de louro e ouro
remete para a consagração dos heróis portugueses, que, assim, saem vitoriosos da sua viagem, adquirindo um
conhecimento sublime e a imortalidade.
O casamento é simbólico, poisa a Ilha do Amores não existe, é um artifício do poeta para, mais uma vez, unir
o humano e o divino. A ilha é mítica, uma recompensa dada por Vénus aos portugueses por todo o esforço
empreendido. Em última análise, trata-se de uma recompensa ao puro amor - o amor desinteressado e altruísta,
o amor à pátria e ao dever, o amor que está na base, na capacidade que o Homem tem de suportar as
adversidades e as dificuldades e de se sacrificar pelos outros. Tal amor, mais espiritual do que carnal, conduz o
Homem à imortalidade. Aqueles que tinham partido como heróis são elevados acima dos outros, são divinizados
através do contacto com as ninfas.

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