sua Verdade, Coimbra, Quarteto: cap. 1: A dimensão Antropológica da Arqueologia", pp. 13-25
Unidade Curricular: Teoria da Arqueologia
Docente: Domingos de Jesus da Cruz Discente: Ana Yin (2016241305) PALAVRAS-CHAVES: Arqueologia, Dimensão Antropológica,
Neste artigo de Jorge de Alarcão começa por abordar a
Arqueologia como sendo o estudo das materialidades arqueológicas para aceder á cultura material no modo geral associados aos homens, a vida do homem e sítios escolhidos pelo homem (envolvência humana) que passa por toda a História Humana. Segundo o autor a Arqueologia tornou-se ciência a partir do momento que os objetos começaram a ser colecionados e olhados como testemunhos de sociedades e de mundos culturais do passado. O autor denomina a Arqueologia como sendo “ciência das coisas”, “ciência dos homens”, “ciência das sociedades”, pois o Homem desde cedo deixou vestígios da sua existência como: objetos ou utensílios utilizados para satisfazer uma necessidade ou desejo, através desses mesmo objetos deixados pelos homens da pré-história podemos conhecê-los. Desde cedo, os homens vivem em sociedade, porém cada sociedade tem a sua própria codificação social quanto aos gestos e objetos, logo não significam o mesmo nas várias sociedades (o significado não é universal), tornando os gestos e objetos ambíguos, havendo assim “um entendimento social dos objetos e das imagens cujo desconhecimento condena ou dificulta a sua utilização como via de acesso à consciência individual ou coletiva.” Os objetos que os arqueólogos encontram não permitem identificar quem os utilizou, mas dão “pistas” através das representações ou ideias coletivas, dos códigos sociais, segundo o autor os objetos não são apenas “um dado que o arqueólogo utiliza para determinar cronologias ou definir relações comerciais do mundo antigo” nem meros elementos que nos ajudam a definir as estruturas sócio-políticas e os seus códigos, o autor ressalta que a função dos arqueólogos é descobrir o significado dos objetos e através desse conhecimento chegar a quem fez o objeto e quais os significados desse mesmo objeto, este método é designado de arqueo-etnografia ou etnografia arqueológica” ,pelos métodos, será uma sub-divisão da etnografia ou da antropologia cultural; pelos objetivos, individualiza-se como uma disciplina através do estudo da cultura material dos povos primitivos ou das comunidades rurais, auxilia a interpretação dos dados arqueológicos partindo do princípio de que restos materiais idênticos correspondem a estruturas sociais ou representações coletivas semelhantes”, “A Arqueologia não é apenas descoberta, interpretação e classificação dos objetos de que o homem se serviu; o homem viveu num espaço organizado, espaço que é uma combinação dinâmica, e por isso mesmo instável, de elementos físicos e de fatores culturais: tecnologia, divisão social do trabalho, estruturas sócio-económicas e sócio-políticas, ideologia, condicionam essa organização, sendo função da Arqueologia reconstituir o espaço, explicá-lo, acompanhá-lo na sua constante evolução”, dando o exemplo da cidade romana ,neste sentido, a Arqueologia, entendida de modo restrito (estudo da cultura material do passado) e a Etnografia (estudo da cultura material das sociedades atuais) aproximam‐se, ambas estudam a cultural material das sociedades, daí a dimensão Antropológica na Arqueologia.