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LÍNGUA PORTUGUESA 6

ALUNOS: ALAN ARGUELHO, GUSTAVO MENDES, LUKA LICKAH E MATHEUS


LEMES
TUMA: 125B
TEMA: ANÁLISE DA OBRA MACUNAÍMA
Resumo da obra: Macunaíma de Mário de Andrade

A obra retrata a vida de Macunaíma que nasceu no fundo do Mato-Virgem, junto de seus
2 irmãos, Maanape e Jiguê, e sua mãe. A principal característica de Macunaíma é a preguiça, que
demonstra logo quando nasce, sempre resmungando que está com preguiça e cansado.
Macunaíma era muito esperto e traiçoeiro, queria "brincar" com a mulher de seu irmão, Jiguê. Em
uma dessas brincadeiras, Macunaíma se torna um príncipe encantador. Graças a suas brincadeiras
e seu egoísmo, ele é abandonado no meio do mato por sua mãe, e então acaba encontrando o
Curupira, que tenta atacá-lo para comê-lo vivo, porém ele escapa. Macunaíma, com ajuda de seus
dois irmãos, consegue engravidar Ci e ter um filho com ela, que acaba perdendo-o e Ci acaba
morrendo, e se transformando em uma estrela no céu, mas antes de morrer ela entrega um
amuleto que se chama "muiraquitã". Triste, Macunaíma segue seu caminho após se despedir das
Icamiabas (tribo das índias sem marido). Encontra o monstro Capei e luta contra ele. Nessa
batalha, perde o muiraquitã e fica sabendo que uma tartaruga apanhada por um mariscador havia
encontrado o talismã, esse o tinha vendido a Venceslau Pietro Pietra, rico fazendeiro, residente
em São Paulo. Então Macunaíma junto de seus dois irmãos partem para São Paulo para recuperar
este amuleto sagrado. Chegando na cidade, descobre que Venceslau era o grande Piaimã, o
devorador de gente. Macunaíma tenta roubar o amuleto, primeiro se disfarçando de mulher e
tentando atrair Venceslau pela beleza, porém não dá muito certo e Macunaíma decide ir em um
terreiro no Rio de Janeiro para bater no Piaimã, através de um Exu. Com Venceslau adoentado
pela surra que tomou, Macunaíma decide aprender a verdadeira língua portuguesa. No retorno
para São Paulo, Macunaíma escreve a “Carta para Icamiabas”, que descreve a agitação e as
mazelas da vida paulistana. Após a melhora de Venceslau, ele parte para a Europa, Macunaíma
fica sabendo desse feito e então decide que se fingiria de pianista estudante e queria viajar para a
Europa, mas não consegue ludibriar o governo e então decide viajar o Brasil com seus irmãos,
numa de suas andanças, Macunaíma encontra um macaquinho e ele fala pra Macunaíma que
estava comendo os próprios coquinhos, Macunaíma apanha um paralelepípedo e bate com força
em seus cocos, que morre e é ressuscitado pelo irmão Maanape, que restitui seus cocos por dois
cocos-da-baía. Macunaíma consegue adentrar a casa de Venceslau e mata-o, jogando ele em uma
água fervente cheio de corpos humanos, e então ele consegue recuperar sua pedra preciosa.
Macunaíma e seus irmãos decidem voltar para Uraricoera, que era o lugar onde cresceram juntos,
e se entristece ao perceber que sua casa estava destruída. Macunaíma é abandonado pelos irmãos
e fica apenas com uma ave, um papagaio, o qual ouviu todas as histórias e grandes feitos por
Macunaíma. Vei, se vinga da desfeita de Macunaíma ao se recusar casar-se com uma de suas
filhas, e atrai ele para uma armadilha, que ao ver a uiara numa lagoa, se deixa seduzir pelo
monstro e é mutilado, indo para o céu, transformando-o na constelação da Ursa Maior.
Personagens:

Macunaíma​:

É o principal, o herói sem nenhum caráter. É uma mistura da formação do Brasil. É negro, índio
e, quando toma banho na poça do pé do gigante Sumé, vira europeu.

Muito preguiçoso e individualista, seu bordão é "ai que preguiça". As atitudes de Macunaíma é
resultado de uma mistura de malandragem, egoísmo, vingança e inocência. É difícil prever o que
ele vai fazer diante de um impasse. Suas decisões nos surpreendem ao longo da obra. Macunaíma
também é muito carnal e ligado à vida fácil e de prazeres.

Jiguê:

Irmão do meio. Suas mulheres sempre acabam dormindo com Macunaíma. Jiguê é forte e bravo,
ele vinga-se das traições agredindo suas mulheres, mas dificilmente bate no irmão. Ele também
tenta se lavar depois que vê seu irmão se transformar em branco, mas a água já estava suja e ele
se lava pouco, ficando com a pele cor de cobre, simbolizando a figura do índio na obra.

Maanape:

É o irmão mais velho, é feiticeiro e revive o herói algumas vezes. Muito sábio, passa boa parte da
obra cuidando de Macunaíma. Ele também tenta se lavar na poça mágica depois de Jiguê, mas já
não restava quase nada de água, então ele continua negro, só com as palmas do pés e das mãos
brancas.

Venceslau Pietro Pietra:

Fazendeiro peruano abastado que vive em São Paulo. Ele tem a posse da muiraquitã que
Macunaíma quer recuperar. Venceslau também é o gigante Piaimã comedor de gente, que mora
numa casa grande no Pacaembu e tem hábitos europeus. Faz viagem para a Europa e sai na
coluna social, como gente na polenta e na macarronada.

Ci:

Mãe do Mato, ela faz parte da tribo das icamiabas, que são mulheres guerreiras que não aceitam a
presença de homens. Torna-se a mulher de Macunaíma depois do herói forçá-la a ter relações
sexuais. Ele passa a ser o novo Imperador do Mato-Virgem. Junto eles têm um filho que morre
ainda bebê e se torna o planta do guaraná.
Vei:

É a representação do sol, apesar de ser mulher. Tem duas filhas e quer que Macunaíma se case
com uma delas. Porém Macunaíma não fica com nenhuma de suas filhas.

Capei:

Uma grande cobra que Macunaíma teve que enfrentar.

Sobre a figura do macunaíma:


Retrato do povo brasileiro

O livro faz parte da primeira fase modernista – a fase heroica. A influência das vanguardas
europeias é visível em várias técnicas inovadoras de linguagem que a obra apresenta. Por isso,
“Macunaíma” pode oferecer algumas dificuldades ao leitor desavisado.

Há inúmeras referências ao folclore brasileiro. A narrativa se aproxima da oralidade – no capítulo


“Cartas pras Icamiabas”, Macunaíma ironiza o povo de São Paulo, que fala em uma língua e
escreve em outra. Além disso, não existe verossimilhança realista.

Alguns aspectos históricos motivaram Mário de Andrade a criar tais “empecilhos”. A referência
ao folclore brasileiro e à linguagem oral é manifestação típica da primeira fase modernista,
quando os escritores estavam preocupados em descobrir a identidade do país e do brasileiro. No
plano formal, essa busca se dá pela linguagem falada no Brasil, ignorando, ou melhor, desafiando
o português lusitano. No plano temático, a utilização do folclore servia como matéria-prima dessa
busca.

“Macunaíma” é, portanto, uma tentativa de construção do retrato do povo brasileiro. Essa


tentativa não era nova. O autor romântico José de Alencar, por exemplo, tivera a mesma intenção
ao criar, no romance O Guarani, o personagem Peri, índio de aspirações nobres, que se
assemelhava, em relação a sua conduta ética, a um cavaleiro medieval lusitano. Não é exagero
dizer, se compararmos Peri a Macunaíma, que esse é o oposto daquele. Enquanto o primeiro é
valente, extremamente perseverante e encontra suas motivações nos valores da ética e da moral,
Macunaíma, além de indolente, conduz a maioria de seus atos movido pelo prazer terreno,
mundano. É “o herói sem nenhum caráter”.

Assim, “Macunaíma” é uma obra que busca sintetizar o caráter brasileiro, segundo as convicções
da primeira fase modernista. Uma leitura possível é a de que o povo brasileiro não tem um caráter
definido e o Brasil é um país grande como o corpo de Macunaíma, mas imaturo, característica
que é simbolizada pela cabeça pequena do herói.

Análise da obra:

A partir dos temas folclóricos e mitológicos, Mário de Andrade cria uma nova linguagem
literária. Não apenas pelo tema, mas também com o uso de provérbios e tentando aproximar-se o
máximo possível da língua oral. O autor chega a representar uma "gozação" de Macunaíma à
forma culta de falar dizendo que o povo "fala numa língua e escrevem noutra", na "Carta pras
Icamiabas".
A obra tem um aspecto nacionalista, mas aponta também para os “defeitos” do país.
Consegue seguir a tendência literária mundial, mas imprime um tom nacional e originário. A
descentralização da cultura é um dos objetivos do Modernismo e pode ser percebida na obra de
Andrade. O autor cumpre com tal corrente ao tratar do nacionalismo em torno do
verde-amarelismo, buscando os motivos indígenas, folclóricos, nativos e americanos, contra a
inspiração nos temas europeus.
Referências bibliográficas

Mangueira, José Vilian; Lopes, Karine Maria Lima; Costa, Antônio Cleonildo da Silva.
"Caracterização da identidade nacional na obra ​Macunaíma​ de Mário de Andrade"​. In:
Linguagem em Foco — Revista do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da
UECE​, 2015;

https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/macunaima-analise-da-obra-de-mario-de-andrade/

https://www.culturagenial.com/livro-macunaima-de-mario-de-andrade/

http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_escritores_mandrade_texto006.html

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