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AULA 11
OBJETIVOS
a) Efeito da Temperatura
O efeito da temperatura sobre a solubilidade depende do efeito térmico que acompanha
a dissolução do precipitado. Se o processo de dissolução for endotérmico, um aumento na
temperatura aumenta a solubilidade do precipitado. Se o processo de dissolução for
exotérmico, um aumento na temperatura diminui a solubilidade do precipitado.
Como a dissolução da maioria dos precipitados é endotérmica, eles são solúveis em
água quente em maior proporção do que em água fria. O efeito pode ser muito acentuado
para alguns precipitados e pouco acentuado para outros. Este fator altera o valor numérico
do Kps.
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b) Efeito da composição do solvente
A dissolução de um precipitado iônico ocorre frequentemente em um meio de alta
constante dielétrica, no nosso caso a água, que reduz a força de atração entre os íons de
carga oposta, facilitando a passagem desses íons para a solução.
Se à solução for adicionado um outro solvente que reduz a constante dielétrica do meio,
a solubilidade do precipitado é reduzida e também o valor do Kps.
K psT f A [ A ]a f B [ B ]b
K psT
[ A ] [ B ]
fA fB
f B diminuem, de modo que o produto [A+] [B] deverá aumentar para manter o K psT
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Devido à alta superfície específica, os cristais menores são mais solúveis do que os
maiores, assim como os cristais imperfeitos são mais solúveis que os perfeitos. A razão é
que um íon submetido a um menor número de forças de atração (como numa superfície
convexa ou numa imperfeição do cristal) pode mover mais facilmente para a solução.
Também o sistema de cristalização afeta a solubilidade uma vez que altera a distância entre
os íons na rede. Assim a calcita, que é a denominação do CaCO3 romboédrico, é menos
solúvel do que a aragonita, que é a denominação do CaCO3 ortorrômbico. Esse efeito afeta
o valor numérico do Kps.
a) em água
[ Ag ] 2s
2
[CrO4 ] s
2
K ps [ Ag ]2 [CrO4 ]
K ps (2s) 2 (s) K ps 4s 3
3
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2
[CrO4 ]s
[ Ag ] 2s 0,010
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H3O+ ou OH- do meio. Por isso, os hidróxidos pouco solúveis dos metais de transição e os
sais derivados de ácidos fracos como carbonatos, fosfatos, cromatos, entre outros têm a
solubilidade aumentada em meio ácido.
a) solubilidade em água
CaC2O4 (s) ⇌ Ca2+ + C2O4; K ps 2,6 10 9
[Ca 2 ] s
2
[C2 O4 ] s
2
K ps [Ca 2 ][C2 O4 ]
K ps s 2
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b) solubilidade em pH 3:
1 [ H 2 C 2 O4 ] 1
HC2O4 + H3O+ ⇌ H2C2O4 + H2O Kb 2
K a 1 [ HC2 O4 ][ H 3 O ] 5,4 10 2
[Ca 2 ] s
2
s [C2 O 4 ] [ HC2 O4 ] [ H 2 C2 O4 ]
2
2 [C 2 O4 ] [ H 3 O ] [ HC2 O4 ] [ H 3 O ]
s [C 2 O4 ]
Ka 2 Ka 1
2 2
2 [C O ] [ H 3 O ] [C 2 O4 ] [ H 3 O ] 2
s [C 2 O4 ] 2 4
Ka 2 Ka 2 Ka 1
[H O ] [H 3O ]2
s [C 2 O4 ] 1 3
2
K Ka 2 Ka 1
a 2
K ps [ H 3 O ] [ H 3 O ] 2
s 1
2
[Ca ] Ka 2 Ka 2 Ka 1
K ps [ H 3 O ] [ H 3 O ] 2
s 1
s Ka 2 Ka 2 Ka 1
[H 3O ] [H 3O ]2
s K ps 1
2
Ka 2 Ka 2 Ka 1
10 3 (10 3 ) 2
s 2 2,6 10 9 1 5
5,4 10 5,4 10 5 5,4 10 2
s 2,3 10 4 mol L1
2,3 10 4
Em pH 3, a solubilidade do oxalato de cálcio é 4,5 vezes maior do que em
5,1 10 5
água.
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Reações paralelas:
1 [ HS ] 1
S + H3O+ ⇌ HS + H2O Kb1
K a 2 [ H 3 O ][S ] 1,3 10 13
2
1 [H 2 S ] 1
HS + H3O+ ⇌ H2S + H2O Kb 2
K a 1 [ H 3 O ][ HS ] 1,0 10 7
s [ Ni 2 ]
s [ H 2 S ] [ HS ] [S 2 ]
[ S 2 ] [ H 3 O ] [ HS ] [ H 3 O ]
s [S 2 ]
Ka 2 Ka 1
[S 2 ] [ H 3 O ] [S 2 ] [ H 3 O ] 2
s [S 2 ]
Ka 2 Ka 2 Ka 1
[H O ] [H 3O ]2
s [ S 2 ] 1 3
K Ka 1 Ka 2
a 2
K ps [ H 3 O ] [ H 3 O ] 2
s 1
[ Ni 2 ] Ka 2 Ka 1 Ka 2
K ps [ H 3 O ] [ H 3 O ] 2
s 1
s Ka 2 Ka 1 Ka 2
s 2 10 1
2 10 3
2
10 3
2
1,3 10 13 1,3 10 13 1,0 10 7
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s [S 2 ] [ HS ] [ H 2 S ]
[ S 2 ] [ H 3 O ] [ HS ] [ H 3 O ]
s [S 2 ]
Ka 2 Ka 1
2 [S 2 ] [ H 3 O ] [S 2 ] [ H 3 O ] 2
s [S ]
Ka 2 Ka 2 Ka 1
2
s [S ] 1
H 3O
H 3O
2
K Ka 1 Ka 2
a 2
K ps [ H 3 O ] [ H 3 O ] 2
s 1
2
[ Zn ] Ka 2 Ka 1 Ka 2
K ps [ H 3 O ] [ H 3 O ] 2
s 1
s Ka 2 K a 1 K a 2
1,0 10 23 [ H 3 O ] 1,0 10 23 [ H 3 O ] 2
(5,110 5 ) 2 1,0 10 23
1,3 10 13 1,3 10 13 1,6 10 7
2,6 10 9 1,0 10 23 7,7 10 11 [ H 3 O ] 7,7 10 4 [ H 3 O ] 2
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pH 2,73
a) Em água:
AgCl (s) ⇌ Ag+ + Cl K ps [ Ag ][Cl ] K ps 1,8 10 10
[ Ag ] s
[Cl ] s
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[ Ag NH 3 2 ]
s [Cl ]
s [ Ag ] [ AgNH 3 ] [ Ag ( NH 3 ) 2 ]
s [ Ag ] K f1 [ Ag ][ NH 3 ] K f 2 [ AgNH 3 ][ NH 3 ]
substituindo [ AgNH 3 ]
s [ Ag ] K f1 [ Ag ][ NH 3 ] K f1 K f 2 [ Ag ][ NH 3 ] 2
s [ Ag ] (1 K f1 [ NH 3 ] K f1 K f 2 [ NH 3 ] 2 )
sabendo que 1 K f1
2 K f K f temos
1 2
K ps
s
(1 1 [ NH 3 ] 2 [ NH 3 ] 2 )
[Cl ]
K ps
s (1 1 [ NH 3 ] 2 [ NH 3 ] 2 )
s
s 2 K ps (1 1 [ NH 3 ] 2 [ NH 3 ] 2 )
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Inicialmente, a solubilidade do precipitado diminui pelo efeito do íon comum e à
medida que a concentração do ânion precipitante aumenta, a solubilidade aumenta devido
ao efeito da formação de complexos solúveis.
Daí, é de grande valia o cálculo da concentração do ligante em que é mínima a solubilidade
do precipitado. Pode-se então, saber se em uma determinada concentração do ligante
teremos o sal pouco solúvel ou os seus íons em solução.
Exemplo:
a) Calcular a solubilidade do cloreto de prata, AgCl, para as concentrações de íons cloreto,
Cl, de 10, 1, 5 ×10, 2 ×10, 10, 10, 10 , 10e 10 mol L
Para a concentração de Cl- 10 mol L
AgCl (s) ⇌ Ag+ + Cl K ps [ Ag ][Cl ] 1,8 10 10
Reações paralelas
[ AgCl ]
Ag+ + Cl ⇌ AgCl (aq) K f1
1,110 3
[ Ag ][Cl ]
[ AgCl 2 ]
AgCl (aq) + Cl ⇌ AgCl2 K f2
1,0 10 2
[ AgCl ][Cl ]
K ps [ Ag ][Cl ] (1)
[Cl ] s 10 4
s [ Ag ] [ AgCl ] [ AgCl 2 ]
substituindo [AgCl ]
s [ Ag ] K f1 [ Ag ][Cl ] K f1 K f 2 [ Ag ][Cl ] 2
s [ Ag ] (1 K f1 [Cl ] K f1 K f 2 [Cl ] 2 )
K ps
s
(1 1 [Cl ] 2 [Cl ] 2 ) (2)
[Cl ]
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K ps
s 4
(1 1 [Cl ] 2 [Cl ]2 )
s 10
fazendo [Cl-] ≈ 10-4, temos
1,8 10 10
s (1 1,110 3 1,0 10 4 1,110 3 1,0 10 2 (1,0 10 4 ) 2 )
10 4
s 2,0010 6 mol L1
Para o cálculo da solubilidade do AgCl nas outras concentrações de cloreto, usaremos a
expressão (2). Os valores obtidos constam do quadro 3.
Quadro 3: Solubilidade (mol L) para as concentrações de cloreto, 10, 1, 5 ×10, 2 ×10,
10, 10, 10 , 10e 10 mol L
Concentração de cloreto [Cl-] Solubilidade (s) -log da
(mol L) (mol L) solubilidade
10-5 1,82×10-5 5,00
10-4 2,00×10-6 5,70
10-3 3,98×10-7 6,40
3 ×10-3 3,17×10-7 6,50
10-2 4,14×10-7 6,38
10-1 2,18×10-6 5,75
2 ×10 4,16×10-6 5,38
5×10 1,01×10-5 5,00
1 2,00×10-5 4,70
10 1,98×10-4 3,70
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3,00
3,50
4,00
-log da Solubilidade
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
7,00
1,00E-05 1,00E-04 1,00E-03 1,00E-02 1,00E-01 1,00E+00 1,00E+01
concentração de cloreto/mol L -1
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ds K ps
K ps 2
d [Cl ] [Cl ] 2
ds
como 0 então
d [Cl ]
K ps
0 K ps 2
[Cl ] 2
K ps
K ps 2
[Cl ] 2
1
[Cl ] 2
2
Calculando a concentração dos íons cloreto
1
[Cl ] 3,0 10 3 mol L-1
1,1 10 5
Vamos concluir?
Verifiquem no gráfico e no quadro que para concentrações baixas dos íons cloreto a
solubilidade do cloreto de prata diminui, passando por um valor mínimo e posteriormente,
com o aumento da concentração de íons cloreto, a solubilidade aumenta.
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complexo começa a ser importante, e, portanto, a solubilidade do precipitado aumenta com
o aumento da concentração dos íons cloreto.
Autoavaliação
Dados:
Zn(OH)2 ⇌ Zn2+ + 2 OH K ps 7,110 18
Zn2+ + 4 OH ⇌ Zn(OH)4 K f 4,57 1014
4) Calcule a solubilidade de Ag2S (Kps = 6,3 × 10) numa solução 0,50 mol L-1 de
cianeto livre, CN. Obs: Não leve em consideração o caráter básico do ânion S.
Dados:
Ag+ + 2CN ⇌ Ag(CN)2 K f 7,11019
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