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Rio de Janeiro
Março de 2015
Souza, Pedro Paulo Silva de
Avaliação de Projetos de Sistemas de Transporte
Coletivo Urbano com o Emprego do AHP. – Rio de
Janeiro: UFRJ/COPPE, 2015.
XIII, 101 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Hostilio Xavier Ratton Neto
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa
de Engenharia de Transportes, 2015.
Referências Bibliográficas: p. 77-80.
1. Transporte Público. 2. Rede de Transportes. 3.
Analytic Hierarchy Process. I. Ratton Neto, Hostilio
Xavier. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
COPPE, Programa de Engenharia de Transportes. III.
Título.
iii
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Março/2015
iv
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
March/2015
v
SUMÁRIO
vi
4.2.3 Potencial de Demanda .............................................................................. 24
4.2.4 Consolidação de um Sistema de Rede ..................................................... 25
4.2.5 Impactos Sociais, Ambientais e Econômicos ............................................ 25
4.3 DEFINIÇÃO DE PESOS ..................................................................................... 25
4.4 ALTERNATIVAS PROPOSTAS ........................................................................... 26
4.4.1 Ligações Metroviárias ............................................................................... 27
4.4.2 Ligações Ferroviárias ................................................................................ 27
4.4.3 Ligações Hidroviárias ................................................................................ 27
4.4.4 Ligações Rodoviárias ................................................................................ 28
vii
7.2 APLICAÇÕES FUTURAS ................................................................................... 75
viii
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
Figura 4- Modelo Físico Operacional - Rede Única de Transporte (PDTU 2003) ........ 22
Figura 13 - Hierarquização das Alternativas obtida por meio dos resultados dos
questionários ................................................................................................................ 55
ix
Figura 19 - Número de respondentes por município x População Residente por
município ...................................................................................................................... 62
x
Figura 34- Traçado apresentado ao PDTU para o fechamento da Linha 1 .................. 82
Figura 41 - Traçado apresentado ao PDTU para a ligação Santa Cruz - Itaguaí ......... 86
Figura 42 - Traçado apresentado ao PDTU para a ligação Costa Barros - Japeri ....... 86
xi
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Quadro resumo dos tópicos abordados pelos principais autores .................. 8
Tabela 5 - Peso adotado para cada um dos critérios utilizados no PDTU/2011 .......... 26
xii
GLOSSÁRIO
xiii
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Este trabalho visa não apenas o estudo dos métodos tradicionais existentes para
avaliação de projetos de transporte público, mas também busca um maior
entendimento destas subjetividades e de como os anseios de uma coletividade podem
acabar impactando na decisão final dos stakeholders.
1.1 Contextualização
Para cidades com mais de meio milhão de habitantes, a modalidade nos eixos
principais é tão importante quanto a operação em forma de rede integrada, na qual o
passageiro pode escolher o trajeto (ou até a modalidade) e realizar transbordos em
ambientes confortáveis e seguros, com o menor custo possível.
Qualquer sistema que ofereça linhas isoladas restringe seu mercado aos passageiros
cujos destinos e origens estão na faixa servida. Para garantir a acessibilidade da
população ao sistema é necessário que as linhas – de ônibus, de metrô, de barcas, de
trem suburbano – operem como uma Rede Integrada de Transporte.
1
A causalidade pode ser definida como a influência causal de uma variável (independente)
sobre outra (dependente). É uma falácia comum admitir que correlação implica em
causalidade, o que pode levar a uma série de erros estatísticos.
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isolado. Ao cliente interessa cumprir o seu objetivo de viagem, sendo a opção modal
apenas uma entre as muitas escolhas necessárias para se locomover na área urbana.
1.2.1 Problema
Isto nem sempre é verdade, porém. KUBY (2004) analisou os fatores contribuintes
para o aumento da demanda em sistemas do tipo VLT, utilizando uma regressão
múltipla para avaliar a importância das diferentes variáveis envolvidas num total de
nove cidades americanas cujos sistemas foram pesquisados e avaliados.
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Tal aspecto também foi observado por DE MORAIS et al (2011), ressaltando os atores
externos à esfera estatal que, mesmo sem a autoridade formal para tomada de
decisão, sua ações possuem impacto político suficiente para assegurar que seus
interesses sejam levados em conta, delineando um cenário onde existem muitos
atores com preferências, informações e estratégias distintas a influenciar o processo
decisório.
2
O dilema do prisioneiro é um problema da teoria dos jogos que visa a refutação do egoísmo
racional. Foi elaborado por volta de 1950 por Merrill Flood e Melvin Dresher, sendo formalizado
pouco tempo depois por A.W. Tucker (ARRUDA, 2004).
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A hipótese testada neste trabalho baseia-se no senso comum de que a ótica do poder
concedente é fortemente influenciada por aquela que é vista como a vontade de seu
eleitorado. Analisando quais variáveis da rede influenciam esta relação entre o real
desejo do cidadão nos seus deslocamentos e a tomada de decisão dos governantes
no momento da implantação de um projeto, seria possível orientar o processo de
escolha para a solução que mais atenda os anseios coletivos.
1.3 Justificativa
Mais do que perpetuar o “falso dilema” das opções sobre trilhos versus as opções
rodoviárias, é necessário trazer a população para dentro destas discussões,
apresentando as vantagens e desvantagens de cada projeto e extraindo de modo
iterativo quais aspectos são mais importantes para o usuário naquele contexto.
3
Stakeholders é o termo em inglês utilizado para descrever as partes interessadas nas ações e
no desempenho de uma empresa ou de uma organização, de modo que fazem parte do
processo decisório da mesma.
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A proposta inicial é a de que a análise seja feita em cima de uma rede constituída de
projetos já existentes para a rede metropolitana de transportes público do Rio de
Janeiro, com ênfase naqueles que tenham sido sugeridos por especialistas, para
facilitar as condições de contorno.
Com base nesta rede de possibilidades, cada usuário poderá avaliar qual seria a
melhor opção para um dado par origem-destino, através de comparação pairwise (par-
a-par), um dos principais diferenciais entre o AHP e o método Delphi, por exemplo
(AL-HARBI, 2001).
E conforme este processo torna-se cada vez mais iterativo, será possível inferir como
esta percepção será alterada de acordo com o aumento do nível de conhecimento do
usuário sobre as opções oferecidas para cada trecho.
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Para atingir os objetivos da elaboração deste trabalho, foi adotada uma estrutura
dividida em oito capítulos, conforme descritos suscintamente a seguir:
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Capítulo 6 – Resultados
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O mesmo caminho também foi seguido brevemente por KUBY (2004), que também
cita os problemas do transporte individual ao afirmar que o congestionamento eliminou
completamente a vantagem de velocidade dos carros sobre os trens. Porém, o maior
foco de seu trabalho está no uso mais amplo de variáveis referentes ao uso do solo no
entorno das estações, numa abordagem policêntrica.
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A partir destes estudos não somos capazes de elucidar, por exemplo, porque o
investimento num caro sistema VLT deveria ser feito em detrimento de um sistema de
ônibus. Este tipo de avaliação é essencial para a contextualização destes modelos
dentro da realidade brasileira.
Em seu estudo LECK ressalta que, embora vários estudos mostrem forte correlação
entre o uso do solo urbano e a demanda de viagens, não é claro quais dos fatores
envolvidos realmente contribuem para diminuir o uso do automóvel.
Em seu trabalho, LITMAN (2007) traz à tona a discussão sobre os benefícios reais do
investimento em transporte público sobre trilhos. Sob a ótica do autor, investimentos
em ferrovias urbanas vêm sendo considerados como ineficientes na tarefa de reduzir
os congestionamentos, se caracterizando apenas como um grande desperdício
monetário. No entanto, o próprio LITMAN, adiante, caracteriza a redução dos
congestionamentos como um dos maiores trunfos do transporte público, em aparente
contradição.
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Embora esta visão seja relativamente fácil de refutar para aqueles cujas bases do
planejamento urbano têm raízes europeias, talvez o caráter deste texto faça mais
sentido dentro da realidade norte-americana da qual o autor faz parte.
Neste cenário, muitas opções de transporte público sobre trilhos foram concebidas de
modo inadequado, sem serem acompanhadas das políticas necessárias. Isso criou
uma situação de desdém em relação a esse tipo de transporte que, em certo modo,
muito se assemelha ao processo ocorrido na realidade brasileira em meados da
década de 60.
Benefícios
Redução do congestionamento
Segurança
Qualidade ambiental
Desenvolvimento econômico
Coesão comunitária
Saúde pública
Deste modo, o ponto defendido pelo autor é o de que o transporte público sobre trilhos
– quando segregado e de alta qualidade – reduz efetivamente o congestionamento de
tráfego. E indo mais além, ele sugere que tais melhorias se mostram financeiramente
viáveis, quando considerados todos os impactos econômicos envolvidos.
No entanto, vale ressaltar que o próprio autor destaca que essa redução do tempo de
viagem nem sempre se manifesta de forma direta, podendo ser apenas uma questão
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Por outro lado, muito mais importante é o impacto que o transporte sobre trilhos tem
na orientação do uso do solo, provendo uma série de benefícios de acessibilidade e
mobilidade que dificilmente seriam atingidos através dos sistemas de ônibus
convencionais. Dentro deste contexto, Litman (2007) destaca a série de benefícios
diretamente relacionados a essa influência do transporte público sobre o uso do solo,
que podem ser observados na Tabela 2.
4
Ao contrário da estrutura espacial urbana dita monocêntrica, que considera a existência de
apenas um CBD, a estrutura policêntrica considera uma rede composta por centro e
subcentros urbanos, proporcionando aos cidadãos o acesso aos serviços essenciais sem que
sejam necessários deslocamentos motorizados (KNEIB, SILVA e PORTUGAL, 2010).
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próximas às estações fora deste. Englobando não apenas os fatores de uso do solo,
cinco categorias de variáveis independentes foram pesquisadas em todas as estações
sem distinção, numa abordagem policêntrica multimodal.
Tabela 3 - Fatores influenciando os embarques em VLT nos Estados Unidos (Kuby et al, 2004)
Aeroportos
Fronteiras internacionais
Matrículas universitárias
Conexões de ônibus
Acessibilidade normalizada
Percentual de empregos na RM
A metodologia adotada foi de, uma vez definida a distância de caminhada a ser
adotada, a regressão múltipla foi calculada para 17 variáveis independentes,
ajustando-se os coeficientes para obter a média semanal de embarques como variável
dependente.
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Esta lista foi reduzida com uso de um teste de heteroscedasticidade das variáveis, que
eliminou algumas variáveis, tais como: espaçamento entre as estações, população da
RM, matrículas universitárias e variáveis dummy do CBD. A não-significância da
variável dummy demonstra que o CBD não mais desempenha um papel privilegiado
dentro do transporte público sobre trilhos.
O trabalho de Samanta e Jha (2011) tem como objetivo criar um modelo otimizado
para a localização de uma linha ferroviária sobre uma base geográfica GIS,
considerando uma demanda concêntrica. Embora considere grandes áreas, trata-se
de uma abordagem de caráter mais microscópico, cujo estudo de caso foi realizado
considerando a região de Washington DC. O desenvolvimento do algoritmo genético
levou em consideração uma função de três objetivos, no que concerne:
Para atingir estes objetivos, além da matriz OD e da base GIS com usos de solo e
áreas disponíveis, foram usadas variáveis de entrada que se dividem entre aquelas
para o cálculo de custo e demanda, e aquelas para otimizar a localização das
estações. Assim, a coleção de dados de entrada é como segue na Tabela 5.
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Variáveis
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Este capítulo tem como objetivo estabelecer os referenciais teóricos sobre os métodos
de decisão multicritério, também conhecidos pelos acrônimos MCDM ou MCDA5. Esta
ferramenta de análise de decisão foi introduzida pela primeira vez no início da década
de 70, se mostrando promissora no campo dos métodos de apoio à decisão. De modo
geral, os fundamentos primários do MCDM baseiam-se na representação de diversos
critérios conflitantes (STEWART, 1992).
A criação de uma ampla gama de teorias desde então permite que os métodos sejam
divididos em duas correntes principais: Multiple Attribute Decision Making (MADM),
para os métodos com múltiplos atributos; e Multiple Objective Decision Making
(MODM), para aqueles que contam com a utilização de múltiplos objetivos (ZELENY,
1982).
5
Do inglês, multiple-criteria decision-making e multiple-criteria decision analysis.
6
SAATY, T.L., 1980. The Analytic Hierarchy Process – Planning, Priority Setting, Resource
Allocation. McGraw-Hill, New York.
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Um dos problemas críticos do AHP envolve lidar com incertezas, tais como aquelas
resultantes de erros de medida, modelagem tendenciosa e disponibilidade de
informação, bem como imprecisões e ambiguidades inerentes ao procedimento de
análise par-a-par (CHANG, CHANG e CHEN, 2009).
Diversos trabalhos teóricos foram desenvolvidos visando utilizar a lógica fuzzy7 para
modificar o AHP. Nestes métodos, é permitido que os decisores expressem
preferências aproximadas por meio de julgamentos flexíveis, que utilizam números
fuzzy (CHANG, CHANG e CHEN, 2009).
A teoria dos conjuntos fuzzy, apresentada por ZADEH8, é uma extensão da teoria dos
conjuntos tradicionais (lógica booleana) que admite valores lógicos intermediários
entre o falso (0) e o verdadeiro (1), permitindo assim o tratamento da incerteza e das
chamadas variáveis linguísticas, que são definidas por palavras ou sentenças em
linguagem natural.
A primeira utilização de teoria dos conjuntos fuzzy na aplicação do método AHP foi
proposta por VAN LAARHOVEN e PEDRYCZ (1983), expressando as preferências
dos tomadores de decisão por meio números fuzzy triangulares. Com base nestes
estudos, foram desenvolvidas pesquisas por RUONING E XIAOYAN (1992) e CHANG
(1996), incorporando características tais como a representação da opinião dos
7
Em português também conhecida como lógica difusa.
8
Zadeh, L.A., 1965. Fuzzy sets. Information and Control 8, 338-353.
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9
KAHNEMAN, Daniel; TVERSKY, Amos. Prospect Theory: An Analysis of Decision under Risk.
Econometrica, Vol. 47, No. 2, p. 263-291, 1979.
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A fase inicial envolve a edição das opções disponíveis, por meio de simplificação e
reorganização. Inicialmente as opções não codificadas como ganhos ou perdas,
relativas a um ponto de referência neutra. Então elas são quebradas em uma forma
mais simples, produzindo versões simplificadas das versões originais
A fase seguinte envolve a avaliação das opções editadas. Nesta fase, os valores
subjetivos e as probabilidades balanceadas de cada uma das opções são avaliadas
com base na fase anterior de edição. Os valores subjetivos e as probabilidades são,
então, integradas em um único valor e comparados entre si.
Embora, a princípio, imagine-se que uma abordagem holística seja mais propensa aos
aspectos do enquadramento (devido ao menor esforço envolvido), na prática temos
que a influência é relativamente fraca, independentemente se o processo cognitivo
envolvido é predominantemente analítico/sistemático ou holístico/heurístico (MC
ELROY e SETA, 2003).
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Lei Federal n° 10.257 de 10 de julho 2001
11
Companhia Estadual de Transportes e Logística
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Com relação à cidade do Rio de Janeiro, há muito tempo ela carecia de um plano que
apresentasse de forma abrangente, propostas para o sistema de transportes da
cidade, levando em consideração os múltiplos aspectos como a racionalização, a
integração, a modernização e a organização institucional para a melhoria global das
condições de transportes da sua população.
Para avaliação das sugestões de projetos enviadas, a equipe técnica responsável pelo
PDTU/2011 estruturou o procedimento de coleta da opinião dos especialistas por meio
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Tais como população, emprego, renda, matrículas escolares e posse de automóvel.
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O critério “custos financeiros” deve ser observado tanto sob a ótica da implementação
quanto da operação. Ao passo que grande parte dos custos de operação são
financiados pelo usuário por meio do pagamento da tarifa, a maior parte do custo de
implementação é arcada diretamente pelo poder público13. Deste modo é importante
que os gastos diretos e indiretos sejam ponderados de acordo com a vida útil
esperada para a infraestrutura (projetada ou já existente).
De modo geral, um corredor de transporte deve ser planejado para atender um fluxo
de passageiros que seja condizente com a sua capacidade. Esta realidade torna-se
mais acentuada em um cenário de elevada demanda por transportes, que sobrepõe o
potencial de indução de desenvolvimento urbano que um eixo de transportes possa
exercer. Deste modo, deverão ser privilegiados projetos de transporte que possam
atender elevada demanda desde o princípio, sem no entanto ultrapassar a demanda
recomendada para a tecnologia em questão.
13
Porém, em alguns casos é comum que concessionárias arquem com os custos dos veículos,
principalmente nos modos rodoviários.
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Na tabela podem ser encontrados quais foram os pesos obtidos para cada um dos
critérios, após a avaliação dos especialistas entrevistados.
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No total, foram apresentados pelo Grupo CCR e pela equipe técnica do PDTU um total
de doze novas propostas de ligação hidroviária. Deste montante, apenas duas foram
selecionadas para compor a rede futura, devido ao fato de muitas alternativas não
possuírem caráter estruturante e/ou importância no âmbito metropolitano.
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Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro.
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Neste presente trabalho optou-se por inverter esta lógica critério x alternativa. Deste
modo, inicialmente foi realizada a avaliação das alternativas perante os critérios, e
após foi realizada a classificação final dos projetos a fim de obter, como objetivo final,
o peso dos critérios.
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Página 3, item 1.2.2
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Ainda tendo em mente o objetivo de minimizar ao máximo tais incertezas, foi realizada
uma compilação das principais variáveis de uso do solo que interferem na viabilidade
de sistemas de transporte, permitindo a seleção daquelas que seriam mais adequadas
para compor os critérios georreferenciados que serão utilizados no modelo GIS-MCDA
proposto.
Deste modo, por meios de queries espaciais executadas com o apoio do software de
geoprocessamento QGIS16 foi possível obter os indicadores espaciais
correspondentes à avaliação das alternativas perante cada um dos critérios, conforme
descrito nos itens a seguir.
16
O Quantum GIS (QGIS) é um programa de geoprocessamento livre, licenciado sob a
General Public License (GNU) e desenvolvido pela Open Source Geospatial Foundation
(OSGeo).
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Modalidade Custo/km
Considerando que o chamado Trecho Barra (Jardim Ocêanico x Gávea) possui 9,2
quilômetros e o Trecho Sul (Gávea x Ipanema) possui 4,3 quilômetros, isso representa
um custo de R$130 milhões/km para o primeiro trecho e de R$651 milhões/km para o
segundo, em valores da época.
17
Fonte: Relatório Decisão Rio 2011 (FIRJAN);
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Esta disparidade entre valores médios de construção pode ser explicada devido às
tipologias construtivas definidas em projeto para a construção de cada um dos trechos.
O Trecho Barra é caracterizado por ser construído totalmente sob o maciço rochoso
da Floresta da Tijuca, de modo que está sendo utilizada a metodologia tuneleira
tradicional, chamada drill and blast18. Na metodologia D&B, a frente a escavar é
perfurada com furos horizontais, distribuídos segundo um plano de fogo de acordo
com as condicionantes geológicas do maciço. Estes furos são carregados com
explosivos e detonados em sequência, iniciando a partir do centro (pilão) para a
periferia (GERALDI, 2011).
O Trecho Sul, por sua vez, está sendo construindo em terreno arenoso com
características de transição, de modo que a opção adotada foi pela construção do
túnel por meio de escavação mecânica, utilizando equipamentos TBM (Tunnel Boring
Machine) do tipo Shield19. Este equipamento emprega o princípio da rotação
conjugada com alta pressão contra a frente de escavação, por meio de uma cabeça
giratória de corte (headcutter).
A mesma lógica pode ser aplicada ao comparar o BRT TransOeste (custo de R$19,3
milhões por km) e o BRT TransCarioca (R$48,3 milhões por km). O maior custo de
desapropriações e de construções de obra de artes no TransCarioca, que passa por
um trecho urbano muito mais adensado, explica as diferenças de custo em relação ao
TransOeste.
Como a maioria dos projetos avaliados pelo PDTU ainda encontram-se em fase muito
preliminar, ainda não existe definição exata sobre qual diretriz de traçado será
adotada, tampouco qual será o método construtivo ou o número preciso de estações.
18
Do inglês, perfuração e detonação.
19
Shield, popularmente conhecido como “tatuzão”, são equipamentos TBM desenvolvidos para
a escavação em maciços sem capacidade de autossustentação (túneis em solo ou maciços de
classe V/VI).
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Ref.: NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Sistema Redes:
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Embora condições de ascensão social possam induzir a uma migração dos sistemas
convencionais para os seletivos, em condições equânimes de concorrência o
transporte seletivo sempre deverá ser enxergado como um produto substitutivo ao
transporte de massa convencional, e nunca como um concorrente direto.
21
Fonte: Companhia do Metropolitano de São Paulo, disponível em http://www.metro.sp.gov.br/
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Para tal, a análise espacial foi realizada por meio da criação de um buffer22 de
influência ao redor de cada uma das alternativas. Neste estudo, a área de entorno foi
considerada de 800m (aproximadamente meia milha), de acordo com os preceitos de
caminhabilidade aceitável verificados nos estudos atuais de Transit Oriented
Development (TOD)23. A distância de buffer considerada foi a equivalente a duas
vezes esta distância, ou seja:
A seguir, realizou-se o clip entre estas áreas de influência e as entidades com as quais
deseja-se comparar a concorrência, no caso, a rede de transportes existente
atualmente. Deste modo, para cada área de influência que deseja-se analisar existirão
n segmentos de rede existente clipados em seu interior, de modo que uma simples
agregação de dados nos dará a extensão total de segmentos contidos no interior
destes polígonos.
Por fim, o índice de concorrência (𝑖𝑐 ) de cada uma das linhas de transporte analisadas
será dada por meio do quociente entre a extensão (𝑙 ) somada dos segmentos clipados
e a extensão total da linha analisada, ou seja:
∑1𝑛 𝑙𝑠𝑒𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜(𝑥,𝑛)
𝑖𝑐(𝑥) =
𝑙𝑎𝑙𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎(𝑥)
Deste modo, o índice de concorrência é representado por um valor que varia desde 0,
para linhas que não apresentam nenhuma concorrência com a rede de transportes
atual, até 1, para traçados que possuam 100% de coincidência com uma ou mais
linhas de transporte pré-existentes.
22
Do inglês, área de influência gerada a partir do paralelismo de uma entidade geométrica.
Guidelines for Providing for Journeys on Foot (IHT, 2000).
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SELECT rede_futura.the_geom,
rede_futura.nome,
st_length(rede_futura.the_geom) / 1000::double precision AS
extensao_km,
st_length(st_intersection(rede_futura.the_geom, st_buffer((
SELECT st_union(rede_existente.the_geom) AS st_union
FROM rede_esquematica rede_existente WHERE
rede_existente.ativo=1), distancia('TODx2'::text)::double
precision))) / st_length(rede_futura.the_geom) AS
percentual_sobreposicao
FROM rede_esquematica rede_futura
WHERE rede_futura.ativo=0;
Indicador de
Percentual de
Alternativa Concorrência
sobreposição
Normalizado (𝒊𝒄 )
METROVIÁRIO
Linha 1 (Uruguai – Gávea) 31,2% 0,629
Linha 1 (Uruguai – Meier) 74,4% 0,114
Linha 2B (Estácio – Praça XV) 70,3% 0,163
Linha 3 (Praça XV – Araribóia) 9,0% 0,893
Linha 4B (Alvorada – Praça XV) 31,8% 0,621
Linha 6 ver. B (Alvorada – Fundão) 66,4% 0,210
FERROVIÁRIO
Nova Iguaçu – Belford Roxo – São Bento 57,7% 0,313
Honório Gurgel – Duque de Caxias 63,3% 0,246
Santa Cruz – Itaguaí 13,1% 0,844
Costa Barros – Japeri 23,5% 0,720
HIDROVIÁRIO
Praça XV – Gradim 0% 1,000
Cocotá – Gradim 0% 1,000
RODOVIÁRIO
Corredor Eixo RJ-104 0% 1,000
Extensão do TransCarioca 28,6% 0,660
Corredor Eixo RJ-106 0% 1,000
Adequação do TransBrasil 84% 0,000
Transporte Público no Arco Metropolitano 22,8% 0,729
36
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Em contrapartida, locais com densidade muito baixa tendem a ser prejudiciais para a
implantação de infraestrutura, pois esta se tornará demasiadamente onerosa, com
destaque para o sistema de transportes (KNEIB e SILVA, 2009).
O cálculo das densidades foi realizado por meio de rasterização24 dos dados
censitários do Censo de 2010, do IBGE, desagregados por setores censitários. A
análise posterior da imagem raster permite que os dados de densidade populacional
sejam ponderados adequadamente entre os diferentes setores censitários, levando em
consideração as fronteiras do círculo de influência no entorno dos pontos analisados,
24
Rasterização é o processo de transformar uma imagem vetorial, tais como as de um arquivo
shapefile, em uma imagem raster, composta por pixels (pontos).
37
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Após a conversão, os dados foram extraídos por meio de consulta SQL diretamente ao
banco de dados espaciais PostgreSQL, conforme as instruções abaixo:
SELECT buffer_entornos.nome,
buffer_entornos.entorno_geom,
(st_summarystatsagg(st_clip(raster_100x100.rast,
buffer_entornos.entorno_geom, true))).sum::integer AS
habitantes,
(st_summarystatsagg(st_clip(raster_100x100.rast,
buffer_entornos.entorno_geom, true))).sum::integer /
(st_area(buffer_entornos.entorno_geom)/1000000) AS densidade
FROM raster_100x100,
( SELECT rede_esquematica.nome,
st_buffer(rede_esquematica.the_geom,
distancia('TOD'::text)::double precision) AS entorno_geom
FROM rede_esquematica) buffer_entornos
WHERE st_intersects(buffer_entornos.entorno_geom,
raster_100x100.rast)
GROUP BY buffer_entornos.nome, buffer_entornos.entorno_geom;
25
Disponível em ftp://geoftp.ibge.gov.br/malhas_digitais/censo_2010/setores_censitarios/
26
Spatial Reference System Identifier, um identificador único aplicado a sistemas de
referências de coordenadas.
38
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Densidade Indicador de
Alternativa Populacional do Densidade
Entorno (hab/km²) Normalizado (𝒊𝒅 )
METROVIÁRIO
Linha 1 (Uruguai – Gávea) 8.474 0,363
Linha 1 (Uruguai – Meier) 21.670 1,000
Linha 2B (Estácio – Praça XV) 10.960 0,483
Linha 3 (Praça XV – Araribóia) 10.039 0,438
Linha 4B (Alvorada – Praça XV) 10.018 0,437
Linha 6 ver. B (Alvorada – Fundão) 8.109 0,345
FERROVIÁRIO
Nova Iguaçu – Belford Roxo – São Bento 8.678 0,373
Honório Gurgel – Duque de Caxias 12.095 0,538
Santa Cruz – Itaguaí 2.996 0,098
Costa Barros – Japeri 6.487 0,267
HIDROVIÁRIO
Praça XV – Gradim 10.039 0,438
Cocotá – Gradim 9.873 0,430
RODOVIÁRIO
Corredor Eixo RJ-104 6.532 0,269
Extensão do TransCarioca 8.786 0,378
Corredor Eixo RJ-106 1.979 0,049
Adequação do TransBrasil 10.620 0,466
Transporte Público no Arco Metropolitano 965 0,000
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Embora na prática nem sempre a interseção entre dois ou mais modos de transporte
resulte na criação de um polo multimodal que ofereça integração em níveis de serviço
adequado, para as diretrizes de projetos futuros tais como aquelas verificadas no
PDTU é razoável assumir que o nível de integração almejado nos projetos analisados
sempre será o melhor possível.
Deste modo, o indicador espacial de consolidação de rede será realizado por meio da
contagem direta dos pontos de articulação presentes em cada uma das alternativas,
de modo que as ligações propostas que tenham características transversais
apresentarão melhores desempenhos neste índice do que as ligações radiais, que
tipicamente possuem apenas um ponto de articulação na região central.
40
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Já a questão da poluição e dos impactos ambientais teve sua solução por meio da
eletrificação das ferrovias e sistemas urbanos sobre trilhos. Ainda assim, o simples
fato de um sistema de transporte coletivo carregar mais passageiros que veículos de
transporte individual já torna-o mais eficiente energeticamente (CETESB, 2011).
A questão social, por sua vez, é temática que apresenta variação espacial muito mais
sensível. A urbanização brasileira é caracterizada por apresentar um caráter perverso,
27
Termo em inglês que representa uma relação de compromisso (perde-e-ganha).
41
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28
Fonte: Microdados PNAD 2012, IBGE.
42
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Assim, o indicador adotado para avaliar o impacto socioeconômico das alternativas foi
o percentual de população residente na área de entorno com renda familiar até 2
salários mínimos. Segundo o critério socioeconômico de estratificação adotado pelo
IBGE29, esta população corresponde à classe E de renda.
Embora a classificação adotada pelo IBGE não reflita as reais variações de poder de
compra da população, estas faixas salariais são as que apresentam maior
compatibilidade com os dados estatísticos do Censo. E, ainda que os valores de renda
adotados sejam mais estritos que aqueles utilizados pela ABEP (2014), a proporção
entre as faixas segue a proporcionalidade da linha da pobreza dos outros métodos de
classificação (ROSA, GONÇALVES e FERNANDES, 2014).
Após a conversão, os dados foram extraídos por meio de consulta SQL diretamente ao
banco de dados espaciais PostgreSQL, conforme as instruções abaixo:
SELECT buffer_entornos.nome,
(st_summarystatsagg(st_clip(raster_classes_100x100.rast,
buffer_entornos.entorno_geom, true), 1, false, 1::double
precision)).sum AS classe_a,
(st_summarystatsagg(st_clip(raster_classes_100x100.rast,
buffer_entornos.entorno_geom, true), 2, false, 1::double
precision)).sum AS classe_b,
(st_summarystatsagg(st_clip(raster_classes_100x100.rast,
buffer_entornos.entorno_geom, true), 3, false, 1::double
precision)).sum AS classe_c,
(st_summarystatsagg(st_clip(raster_classes_100x100.rast,
buffer_entornos.entorno_geom, true), 4, false, 1::double
precision)).sum AS classe_d,
(st_summarystatsagg(st_clip(raster_classes_100x100.rast,
buffer_entornos.entorno_geom, true), 5, false, 1::double
precision)).sum AS classe_e
FROM raster_classes_100x100,
( SELECT rede_esquematica.nome,
st_buffer(rede_esquematica.the_geom,
distancia('TOD'::text)::double precision) AS entorno_geom
FROM rede_esquematica) buffer_entornos
WHERE st_intersects(buffer_entornos.entorno_geom,
raster_classes_100x100.rast)
GROUP BY buffer_entornos.nome, buffer_entornos.entorno_geom;
29
Classificação IBGE (Renda Familiar): Classe A - acima de 20 s.m.; classe B - de 10 a 20
s.m.; classe C - de 4 a 10 s.m; classe D - de 2 a 4 s.m.; classe E - até 2 s.m.
43
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Os dados obtidos como resultados desta consulta SQL podem ser observados a
seguir, na Tabela 11, materializado por meio do percentual de habitantes com renda
familiar “E” em relação ao total de habitantes da região em estudo.
Percentual de Indicador
Alternativa habitantes nas Socioeconômico
classes E Normalizado (𝒊𝒔 )
METROVIÁRIO
FERROVIÁRIO
HIDROVIÁRIO
RODOVIÁRIO
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5.2.6 Resumo
Alternativa 𝒊𝒇 𝒊𝒄 𝒊𝒅 𝒊𝒕 𝒊𝒔
METROVIÁRIO
Linha 1 (Uruguai – Gávea) 0,801 0,629 0,363 0,125 0,000
Linha 1 (Uruguai – Meier) 0,770 0,114 1,000 0,125 0,259
Linha 2B (Estácio – Praça XV) 0,865 0,163 0,483 0,375 0,552
Linha 3 (Praça XV – Araribóia) 0,817 0,893 0,438 0,125 0,724
Linha 4B (Alvorada – Praça XV) 0,377 0,621 0,437 0,500 0,190
Linha 6 ver. B (Alvorada – Fundão) 0,000 0,210 0,345 0,750 0,724
FERROVIÁRIO
Nova Iguaçu – Belford Roxo – São Bento 0,892 0,313 0,373 0,375 0,914
Honório Gurgel – Duque de Caxias 0,932 0,246 0,538 1,000 0,845
Santa Cruz – Itaguaí 0,900 0,844 0,098 0,125 0,845
Costa Barros – Japeri 0,742 0,720 0,267 0,125 0,966
HIDROVIÁRIO
Praça XV – Gradim 0,953 1,000 0,438 0,125 0,638
Cocotá – Gradim 0,999 1,000 0,430 0,125 0,603
RODOVIÁRIO
Corredor Eixo RJ-104 0,956 1,000 0,269 0,000 0,776
Extensão do TransCarioca 1,000 0,660 0,378 0,375 0,500
Corredor Eixo RJ-106 0,954 1,000 0,049 0,000 0,931
Adequação do TransBrasil 0,986 0,000 0,466 0,750 0,914
Transporte Público no Arco Metropolitano 0,888 0,729 0,000 0,500 1,000
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Por meio de pesquisas pode-se avaliar a opinião dos usuários e da população sobre
dado tema, detectando suas principais necessidades e expectativas. Os dados
captados, tanto de usuários quanto de não usuários, devem servir de subsídio para a
determinação do serviço a ser oferecido, fazendo com que sua voz esteja presente em
todas as etapas do planejamento, geração e prestação do serviço.
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Igualmente preferido 1
Moderadamente preferido 3
Fortemente preferido 5
Extremamente preferido 9
30
Do inglês, comparação par-a-par.
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o acúmulo de estafa do usuário que poderia vir a afetar as etapas seguintes. Deste
modo, apenas foram solicitadas as seguintes informações:
Escolaridade
Extremamente preferido
Além destas questões, também foi aplicada uma questão específica, que perguntou se
o respondente era estudioso/especialista da área de transportes ou correlatos. Esta
pergunta visa posterior análise dos dados, para inferir as eventuais diferenças de
abordagens entre pessoas que possuam um perfil mais ou menos técnico. As
descrições completas das perguntas aplicadas nesta etapa podem ser encontradas no
ANEXO C.
Sendo meramente informativa, esta etapa não constou com nenhuma questão
preenchível pelo usuário. A descrição dos projetos, conforme foi apresentada na
página do questionário, pode ser encontrada no ANEXO A.
48
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1
𝑝𝑟𝑗 =
𝑎1𝑗 ∗ ∑𝑘 1⁄𝑎1𝑘
Onde:
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Com o decaimento do número de respondentes ao longo do tempo foi feita uma nova
rodada de estímulos logo ao início da segunda semana. Desta vez, foram enviados e-
mails à lista de networking do portal mobirio.poli.ufrj.br, através da qual interessados
haviam se inscrito ao longo dos 3 anos que o site está disponível no ar. Considerando
os dados até o dia 14/02/2015, o número de respondentes atingidos ao final da
segunda semana é de 196 respostas.
31
Fonte: Censo da Educação Superior. IBGE, 2013.
32
Pesquisa Mensal de Emprego (PME-RMRJ). IBGE, Março/2014.
50
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𝑁 ∗ 𝑍 2 ∗ 𝑝 ∗ (1 − 𝑝)
𝑛= 2
𝑍 ∗ 𝑝 ∗ (1 − 𝑝) + 𝑒 2 ∗ (𝑁 − 1)
Onde:
𝑒 é o erro amostral.
51
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CAPÍTULO 6. RESULTADOS
O preenchimento das medidas das alternativas (Assessments) foi realizado por meio
da normalização dos dados extraídos da base georreferenciada, conforme constam na
Figura 11. Deve-se atentar que, no presente trabalho, aquelas que seriam usualmente
alternativas (projetos avaliados) constam no campo dos critérios, e vice-versa, já que o
objetivo final é obter a hierarquização dos critérios. Porém, na prática, a interpretação
dos dados permanece a mesma, de modo que as medidas ainda representam as
performances de um projeto perante cada indicador.
Devido a esta inversão, optou-se pelo preenchimento de escalas do tipo DIRECT para
as medidas, utilizando os indicadores já normalizados, já que a opção pela utilização
de equações não-lineares ou escalas indiretas no software poderiam incorrer em
generalização indevida para todos os critérios. No caso de escalas que poderiam ser
consideradas inversamente proporcionais (custo financeiro e sobreposição modal),
52
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33
Conforme especificado no item 5.3.
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para cada um dos 196 respondentes. Deste modo, foi possível realizar a combinação
entre os valores da Escala de Saaty preenchidos individualmente, obtendo o resultado
geral agregado.
Deve-se observar que apenas a primeira linha da matriz foi preenchida, devido à
opção metodológica de realizar apenas (𝑛 − 1) comparações par-a-par34. Deste modo,
cabe ao algoritmo interno do software a missão de compatibilizar o restante da matriz,
obtendo os índices absolutos para cada uma das alternativas e, consequentemente, a
hierarquização destas.
Embora rudimentar, já que não foi obtida por meio das técnicas de decomposição do
problema em partes menores inerentes ao AHP, esta classificação de preferência
34
Conforme descrito no subitem 6.3.1.
54
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Figura 13 - Hierarquização das Alternativas obtida por meio dos resultados dos questionários
Combinando os dados das duas etapas anterior torna-se possível proceder com a
extração dos resultados propriamente dita, neste caso, a tabela de prioridades
contendo os pesos dos critérios considerados.
55
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A simulação da Rede Básica 2021 do PDTU foi elaborada por meio de processo
participativo bem semelhante ao utilizado neste trabalho. Na ocasião, foi consultada a
opinião de 21 especialistas e representantes de órgãos públicos e privados atuantes
no setor de transporte (SETRANS, 2013).
35
Do inglês, input refere-se à entrada de dados em um problema, e output se refere à saída.
56
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Assim sendo, o presente trabalho optou por considerar o peso dos critérios como
sendo o output principal do problema, de modo que a hierarquização final atingida
refletiria ao máximo as opiniões inerentes à preferência declarada dos entrevistados.
57
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Já sobre o critério de demanda, isso pode ser explicado pela individualidade inerente a
pesquisas de opinião deste gênero. Antes de pensar na coletividade como um todo, o
respondente sempre terá a tendência natural de aplicar as suas experiências de vida
no raciocínio da tomada de decisão. Deste modo, ainda que os aspectos sociais
tenham tido relevância, muitas vezes o respondente poderá escolher um projeto que
atenda a um eixo de deslocamento com o qual ele tenha mais familiaridade, antes de
escolher aquele que efetivamente atenderia a um maior número de pessoas.
59
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Vale observar que, de modo geral, a maior relevância do aspecto financeiro não
impactou negativamente no posicionamento do modo metroviário na classificação das
alternativas. De fato, todas os projetos de metrô encontram-se classificados na porção
superior da tabela, inclusive a alternativa “Extensão da Linha 1 (Uruguai – Meier)”, que
antes figurava na 13ª posição e agora aparece em 4° lugar. Assim, ao realizar uma
análise de preferência declarada, devemos lembrar da influência que aspectos
subjetivos podem ter sobre a avaliação. A preferência pelo modo metroviário, ainda
que considerado os aspectos de custo-benefício, é fortemente influenciada pelo
padrão de excelência em operação que este sempre apresentou na cidade desde o
início da sua operação.
60
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Devido ao universo restrito de aplicação do questionário, não foi possível obter número
de respostas suficiente que pudesse caracterizar amostra significativa para a maioria
das cidades, ainda que seja observada relativa correção linear entre o número de
respondentes e a população de cada município (𝑅2 = 0,973)36, conforme o gráfico
apresentado na Figura 19. Deste modo, mostra-se inviabilizada uma categorização por
município para análise dos dados.
No entanto, por meio da agregação dos dados, é possível obter amostras significativas
em função das distintas regiões que compõem a Região Metropolitana do Rio de
Janeiro, a saber Rio de Janeiro, Baixada Fluminense (Duque de Caxias, Belford Roxo,
Nova Iguaçu, Seropédica e São João de Meriti) e Leste Metropolitano (Niterói e São
Gonçalo).
36
R-quadrado é o coeficiente de determinação, uma medida de ajuste de um modelo
estatístico linear generalizado em relação aos valores observados
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5.000.000
4.000.000
3.000.000
2.000.000
1.000.000
0
1 10 100 1000
N° de Respondentes no Questionário
62
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metropolitana deste projeto para a região como um todo, embora trate-se de uma linha
que seria construída inteiramente no município do Rio de Janeiro.
Deste modo, vale ressaltar que essa preferência geográfica não se dá de modo
indistinto, não caracterizando um “bairrismo” indiscriminado. O corredor do Eixo da RJ-
106, por exemplo, aparece apenas na 13ª posição da classificação elaborada pelos
respondentes da região Leste Metropolitana. Ou seja, apesar de ser uma alternativa
muito mais próxima em contexto geográfico, ela não foi considerada relevante do
ponto de vista metropolitano para estes usuários.
63
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Essa correlação faz sentido, do ponto de vista de que alguém que é residente de uma
área que apresenta pouca oferta de serviço público de transportes irá dar maior
importância ao item de “evitar sobreposição”, já que este indivíduo considerará mais
importante a expansão da rede de transportes para sua região em detrimento da
construção sobreposta em regiões já atendidas.
64
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37
Censo Demográfico 2010 IBGE. Resultados da Amostra – Deslocamento. Tabela 3.19.2.6
65
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Para a realização do corte do universo das respostas no software Expert Choice foram
escolhidos apenas as respostas de Ônibus, Metrô e Carro particular, que
38
Fonte: Secretaria de Estado de Transportes, Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Disponível em http://www.rj.gov.br/web/setrans/
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Mais uma vez, não foram observadas diferenças significativas entre a ponderação de
pesos dos critérios em função do modo de transporte utilizado pelo respondente,
acompanhando a distribuição já observada nos dados agregados.
A técnica Delphi, desenvolvida nos anos 60, baseia-se num processo estruturado para
a recolha de opinião de um grupo estruturado de especialistas, obtendo previsões
mais precisas do que aquelas provenientes de grupos não estruturados ou individuais
(WRIGHT e GIOVINAZZO, 2000). De modo geral, o AHP e o método Delphi possuem
estreita relação, uma vez que as metodologias para escolha da equipe de
especialistas adotadas no AHP facilmente se confundem àquelas definidas no Delphi.
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Figura 31 - Ponderação dos pesos dos critérios em função do conhecimento técnico sobre
transportes dos respondentes
71
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Os não-especialistas, por sua vez, optaram pelos projetos que apresentam maior
retorno de demanda transportada, sobretudo ligações metroviárias. Para a diretriz da
expansão da Linha 1, por exemplo, os não-especialistas preferem a ligação Uruguai –
Méier (3° lugar), ao invés do fechamento do anel metroviário Uruguai – Gávea, que
aparece apenas na 7ª posição.
72
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Por mais que seja de senso comum que a opinião dos especialistas em transporte
quase sempre refletirá as opções que melhor atendem aos objetivos gerais de
consolidação da rede de transportes, a prática nos mostra que, no campo da política,
nem sempre os aspectos envolvidos são puramente técnicos. Em um campo de
extrema demanda reprimida por investimentos, onde a diferença na definição de
prioridades (ou na opção de uma ou outra tecnologia modal) é praticamente marginal,
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Devemos sempre lembrar que o caminho para uma alternativa sair do campo das
ideias até se tornar um projeto conceitual é longo e cheio de adversidades, e que cada
um destes projetos indicados ao PDTU apresenta sua devida importância no caráter
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O neologismo empoderamento significa a socialização do poder entre os cidadãos, gerando
inclusão social e exercício da cidadania, ultrapassando a tomada de iniciativa individual.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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social and environmental costs of different patterns of urban expansion. Ecological
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LITMAN, T. Full cost accounting of urban transportation: implications and tools. Cities,
14, n. 3, 2007. 169 -174.
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VAN WEE, B. Land use and transit ridership connections: Implications for state-
level planning agencies. Delft, Netherlands. 2012.
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Ligações Metroviárias
Esse é considerado o projeto de prioridade 1 pelo Metrô Rio. Trata-se de uma ligação
de 3,8 km, ligando o Estácio à Praça XV com estações no Catumbi, Praça da Cruz
Vermelha, e Carioca. Foi sugerido o uso de veículos de 8 carros, com capacidade de
2.396 passageiros, funcionando com intervalos de 2 minutos.
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A proposta é que a linha funcione com veículos de 6 carros, com capacidade de 1.826
passageiros e com intervalos de 4 minutos. Caso a extensão da Linha 2, ligando o
Estácio a Praça XV, seja construída, essa linha terminaria na Carioca.
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Este projeto trata-se de uma ligação de 5,1 km, ligando o Méier à estação Uruguai
com estações na Barão de Mesquita, Grajaú e Barão do Bom Retiro.
Ligações Ferroviárias
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Figura 39 - Traçado apresentado ao PDTU para a ligação N. Iguaçu - Belford Roxo - São Bento
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Ligações Hidroviárias
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Ligações Rodoviárias
b) Extensão do TransCarioca
O atual projeto do TransCarioca não faz com que esse chegue até o Cocotá, na Ilha
do Governador. Essa extensão é recomendável, pois lá se encontra uma estação de
transporte hidroviário, formando assim as condições físicas favoráveis para uma
integração, aumentando a atratividade dos dois sistemas, a um custo baixo.
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d) Adequação do TransBrasil
O BRT TransBrasil passa por sobre 3 ramais metro-ferroviários, sem fazer integração
com nenhum deles. A única integração existente é na Estação Deodoro. Recomenda-
se que essa integração se viabilize, transformando tal corredor rodoviário em um
importante eixo transversal, sem comprometer a sua função radial.
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exclusivo quando tal tipo de operação se mostrar pertinente. Em qualquer das etapas
deve haver integração com os corredores de transportes que passam pelo Arco.
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Para tanto, será necessário que você preencha este breve questionário, dividido em três
etapas:
O procedimento não oferece risco algum à integridade física ou moral do participante e sua
cooperação é voluntária e sigilosa, sendo os dados utilizados exclusivamente para fins de
pesquisa. Você poderá retirar seu consentimento a qualquer momento, sem nenhum tipo
de punição ou prejuízo. Esclarecemos ainda que você que não terá nenhuma despesa,
bem como não será remunerado para participar da pesquisa.
Qualquer dúvida poderá ser esclarecida antes e durante o curso da pesquisa, por meio do
contato por e-mail.
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Idade
Menos de 18
18 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 ou mais
Sexo
Masculino
Feminino
Profissão
Sim
Não
Município de Residência
Qual meio de transporte você utiliza majoritariamente na sua rotina? (Caso utilize mais de
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igualmente importantes, marcar qualquer opção e depois marcar "1" na questão abaixo)
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igualmente importantes, marcar qualquer opção e depois marcar "1" na questão abaixo)
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Idade
Menos de 18 0 0%
18 a 24 anos 93 45%
25 a 34 anos 69 33%
35 a 44 anos 13 6%
45 ou mais 29 14%
Sexo
Escolaridade
Ensino Médio 4 2%
Ensino Técnico 1 0%
Graduação 144 70%
Mestrado 42 20%
Doutorado 13 6%
100
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