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Projeto de Ecosaneamento

Autor: Adilson Magalhães de Brito Filho :: Biólogo :: loboguara@gmail.com

PROJETO de Ecosaneamento

1. LOCALIZAÇÃO

2. INTRODUÇÃO - SANEAMENTO

Pesquisas recentes indicam que 46% da população brasileira tem acesso à coleta de esgoto. Isso
significa que 100 milhões de brasileiros não têm acesso ao sistema de coleta de águas residuais.
Mais de 3,5 milhões de pessoas nas 100 maiores cidades despejam as águas residuais de forma
irregular, mesmo que em alguns casos haja sistema de coleta disponível. A maioria das escolas não
tem acesso nem à coleta e ao tratamento de águas residuais. Apenas 10 cidades tratam mais de
80% do esgoto coletado.

Problemas relacionados aos esgotamento dos recursos hídricos no Brasil está crescendo
rapidamente devido à falta de saneamento, contaminação com águas residuais, pesticidas e
poluentes industriais, desmatamento e barragens. Esse conjuntos de problemas justificam a
necessidade urgente de investimentos em saneamento.

A Lei nº 11.445 / 2007, regulamentada pelo Decreto nº 7.217 / 2010, estabelece diretrizes nacionais
para o saneamento básico no país. Já a Lei 12.305 / 2010 estabeleceu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos. A Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), vinculada ao Ministério
das Cidades, deve elaborar um Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), conforme
exigido pela lei 11.445.

3. IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL

2. OBJEIVO
Implantação de sistema de tratamento de águas residuais utilizando fossa séptica ecológica em
conjunto com sistema de pântano construído na RPPN Parque Taquaral

3. JUSTIFICATIVA
Segundo a FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), apenas 5,7% dos domicílios rurais possuem
coleta de esgoto conectada à rede e 20% possuem fossa séptica. Aproximadamente 56% dos
domicílios adotam outras soluções muitas vezes inadequadas, 18% não usam nenhuma solução.
Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2014); Estudo Trata Brasil
"Ranking de Saneamento - 2015"
Conclui-se que o empreendimento sanitário do Parque Taquaral, além de se enquadrar em padrões
estabelecidos pela legislação de saneamento torna-se um importante veículo de educação para a
comunidade local (Bairro Taquaral) e turistas.

Enquanto o Brasil carece de 75% do tratamento de esgoto (IBGE, 2014), há uma enorme demanda
por ecosaneamento com pântanos construídos - isto significa atender uma população de 21 milhões
de pessoas de baixa renda. Nesse senário o ecosaneamento podem permitir impactos positivos nos
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cuidados com os recursos hídricos, pela eficiência e pelo custo reduzido.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1992) da NBR 13.969 apresenta os pântanos
construídos (ecosaneamento) como alternativa complementar ao tratamento com fossa séptica. Uma
pesquisa realizada por Ferreira et al. (2013), com o objetivo de verificar a Padronização Brasileira em
pântanos construídos de fluxo vertical, encontraram médias de remoção de DBO entre 77 e 99% de
eficiência, 99% de remoção de coliformes totais e matéria orgânico, 89% de remoção de nitrogênio
amoniacal, 93% do total de N e 99 % de fósforo.

“Constructed Wetlands are a natural, low-cost, eco-technological biological wastewater treatment


technology designed to mimic processes found in natural wetland ecosystems, which is now standing
as the potential alternative or supplementary systems for the treatment of wastewater.” (UN habitat,
2008)

4. PROJETO DA FOSSA SÉPTICA, REATOR ANAERÓBICO E PANTANO CONSTRUÍDO

4.1 DIMENSÕES DA FOSSA SÁPTICA

4.1. Parâmetros

Número máximo de pessoas estimada no sábado)= 45


Número máximo de pessoas estimada no domingo)= 45
Número máximo de pessoas estimada durante a semana= 10 por dia
Fluxo diário máximo por pessoa = 50 L / dia
Carga máxima DBO = 100 mg / L (Rodrigues, 2010)
Limites de descarga exigidos* = 60 mg / L

* A Lei Federal Brasileira (Resolução Conama 430/2011) e o Decreto Estadual 14.250 / 81 estabelecem o
limite máximo de DBO de 60mg / L. O projeto será desenhado para a redução máxima da DBO.

4.2 Cálculo

Para segurança do sistema será assumido a visitação diária de 45 pessoas.


Volume médio de águas residuais (Q) = 45 p x 45 L / 1000 L = 2 m3 / dia
Tempo de Retenção Hidráulica (TRH) = 1,5 dia = 36 h (presumido)
Volume necessário de tanque séptico = Q x TRH = 1,5 x 2 = 3 m3

Volume de cada compartimento = 1,5 m3


Número de compartimentos = 2
Profundidade do tanque séptico = 2 m

4.2 DIMENSÕES DO PÂNTANO CONSTRUÍDO (TRATAMENTO TERCIÁRIO)

4.2.1 Parâmetros

Para as condições climáticas apresentadas na região da Mata Atlântica será adotado uma área de
2m2 por pessoa na composição do pântano construído. Com a estimativa de 140 visitantes por
semana, seriam 20 visitantes por dia, correspondendo a 40m2.
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Recomenda-se a utilização de profundidade de substrato de 70 cm, que pode fornecer nitrificação


adequada além da remoção de poluentes orgânicos (UN Habitat, 2008). O dimensionamento é
mostrado na figura 4.

Em geral, tempos de detenção hidráulica mais longos tendem a melhorar as eficiências de remoção
nos pântanos construídos ao aumento do contato entre a água e a mídia ou superfícies microbianas
e vegetação, bem como tempos mais longos para o assentamento de sólidos suspensos (STAC,
2008).

Figure 4

4.3 MIDIA E SUBSTRATO

A mídia executa várias funções, como material de enraizamento para a vegetação, ajudando a
distribuir / coletar uniformemente o fluxo na entrada / saída, fornecendo área de superfície para
crescimento microbiano e filtrando e aprisionando partículas. Recomenda-se a utilização de areia (0 -
4 mm) como substrato principal com d10> 0,3 mm, d60 / d10 <4 e com permeabilidade de 10-3 a 10-
4 m / s. O substrato deve ser disposto como mostrado na Figura 5. (UN Habitat, 2008)
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Figure 5 (adapted from UN Habitat, 2008)

4.5 IMPERMEABILIZAÇÃO

As zonas úmidas de fluxo subsuperficial que fornecem tratamento secundário devem ser revestidas
para evitar o contato direto entre as águas residuais e subterrâneas. Forros utilizados para as zonas
húmidas são os mesmos que os normalmente utilizados para lagoas. Os forros devem ser
selecionados com base em sua disponibilidade e rentabilidade. Outros revestimentos sintéticos
incluem: cloreto de polivinila (PVC), polietileno (PE) e polipropileno. A preparação do subleito sob o
revestimento é crucial para a instalação bem-sucedida do revestimento. Este projeto usará areia
como material de subleito para extinguir qualquer material que possa danificar o revestimento. (UN
Habitat, 2008)

4.6 TUBULAÇÃO E DRENAGEM

A figura 6 mostra detalhes do arranjo de tubos e plantas. A rede de tubos é uniformemente


distribuída sobre o leito para evitar qualquer zona de morte e permitir a nutrição e a irrigação de toda
a plantação. As águas residuais tratadas serão armazenadas em um reservatório para fins de
reutilização na irrigação do jardim.

4.7 VEGETAÇÃO

A lista de plantas abaixo inclui espécies nativas do Brasil, todas com ocorrência local. A helicônia e o
filodendro podem ser comprados na floricultura local. A variedade de espécies aumenta as chances
de leitos com vegetação serem cobertos durante todo o ano.
o
o Thypha dominingensis
o Heliconia psittacorum
o Cyperus papyrus
o Philodendron brasiliense
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BIBLIOGRAFIA:

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Novos / Sc. Departamento de Eng. Sanitária - UESC, Ibirama (SC), 2010
2. 2. (53) Vilegas, E et al. O Efeito do Tempo de Retenção Hidráulica no Desempenho de um Sistema de
Tratamento de Efluentes Ecológicos: Um Filtro Anaeróbio com uma Terra Húmida Construída - STATDJ,
México, 2014.
3. 3. FERREIRA, S. C. R .; Borba, A. L. B .; Andrade, H. H. B; Pesquisa de Van Kaick, T. S. Pesquisa
Desenvolvida com zonas úmidas de fluxo vertical no subsolo no Brasil para verificar as possibilidades de
padronização do sistema. Em: Simpósio Brasileiro Cerca de 1 Aplicação de Zonas Húmidas Construídas
em Águas Tratamento de Efluentes, 2013, Florianópolis. Anais ... Florianópolis: UFSC, v. 1. p. 73-79.
4. 4. VAN KAICK, T. S .; Mioduski, J; Sa, P.Z. Serpe, F. R .; Stedele, M; Serpente C. T. A.; Hinojosa, E.A.L -
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Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental - UTFPR 2012.
5. 5. Van Kaick T. S. 2008 Análise de parâmetros físicos, químicos e microbiológicos e área de discussão de
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6. 6. SANTOS, R. J; Strong Neto, P; Batista, G.T. Tratamento de efluentes por zonas úmidas: Sistema para
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7. 7. VAN KAICK, estação de tratamento de esgoto de Tamara S. através da zona radicular: uma proposta de
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8. 8. PAOLI, Andrew C. Análise do desempenho e comportamento de zonas úmidas de fluxo horizontal
subsuperficial com base em modelos hidráulicos e cinéticos. Dissertação (Saneamento, Meio Ambiente e
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9. 9. Nascimento, M. S.; Ferreira, O. M. Tratamento de Esgoto Urbano: Comparação de Custos e Avaliação
da eficiência, Universidade Católica de Goiás, 2007

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