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Carolina dos Santos Borges / Sociologia da Arte/ 14/09/2018

Fichamento –Wacquant – O campo Artístico

Loic Wacquant em o campo artístico se propõe fazer uma discussão da noção de


Campo de Bourdieu. Nos primeiros Parágrafos, o autor já pontua a relevância do conceito
de Campo para uma abordagem sociológica à estética. Para além disso, o conceito se
revela importante para os estudos sobre literatura, arte, pintura, poesia, e outros bens
simbólicos.

No segundo parágrafo de texto, Wacquant começa a dissecar o conceito em si.


Mostrando que o campo artístico é uma arena particular, um espaço estruturado de tomada
de posições e conflitos dessas posições, dando sentido ao termo “arena”. Segundo ele,
essa arena é palco de competições entre indivíduos e instituições, que competem pelo
monopólio da autoridade artística ao passo que a autoridade artística se autonomiza dos
poderes econômicos e políticos. Dessa forma, a arte aparece como domínio sagrado.

A partir daí o autor vai mostrar três operações que segundo ele são indispensáveis
para uma análise de obras culturais, são elas: localizar os microcosmos da arte que se
encontram dentro desse “campo de poder”, assim Bourdieu (1992) argumenta que
atualmente o campo da produção cultural constitui o polo dominado do campo de poder,
campo esse que serve de palco para a batalha de opostos: a arte pela arte, versus o
favorecimento da arte burguesa. A segunda operação seria traçar uma topologia da
estrutura interna do campo artístico, e o terceiro momento envolve a construção de
trajetórias sociais dos indivíduos que competem no interior do campo, de forma que se
torne visível o habitus que guia as representações artísticas.

Voltando a falar sobre o conceito de campo de Bourdieu, o autor coloca o conceito


de Bourdieu contra a análise chamada de “externalista” de Georg Lukács e as análises de
Frederic Jameson. Wacquant diz que “a noção de campo nos lembra que as obras não
podem ser derivadas diretamente das características sociais do seu criador ou do seu
público. Esse “curto- circuito falacioso” omite a mediação decisiva do campo da produção
cultural. ”
Por último, o autor também mostra que o conceito de “campo” também é diferente do
conceito trabalhado por Becker, que vê a arte como ação coletiva, para Bourdieu a vida
artística é feita de competições e imposições.

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