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LUIZ GONZAGA - VIDA E OBRA ::: WWW.LUIZGONZAGA.MUS.

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Luiz Gonzaga (1912-1989)
Músico brasileiro, sanfoneiro, cantor e compositor, Luiz Gonzaga foi o responsável pela valorização dos ritmos nordestinos.
Levou o baião, o xote e o xaxado, para todo o país. A música "Asa Branca" feita em parceria com Humberto Teixeira, gravada
por Luiz Gonzaga no dia 3 de março de 1947, virou hino do nordeste brasileiro.

Luiz Gonzaga nasceu na Fazenda Caiçara em Exu, sertão de


Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912. Filho de
Januário José dos Santos, o mestre Januário, "sanfoneiro de 8
baixos" e Ana Batista de Jesus. O casal teve oito filhos. Luiz
Gonzaga desde menino já tocava sanfona. Aos 13 anos, com
dinheiro emprestado compra sua primeira sanfona.

Seu pai trabalhava na roça, num latifúndio e nas horas vagas


tocava acordeão; também consertava o instrumento. Foi com
ele que Luiz aprendeu a tocá-lo. Não era adolescente ainda
quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de
início acompanhando seu pai.

Antes dos dezoito anos Luiz teve sua primeira paixão:


Nazarena, uma moça da região. Foi rejeitado pelo pai dela, o
coronel Raimundo Deolindo, que não o queria para genro e
ameaçou-o de morte. Mesmo assim Luiz e Nazaré namoraram
algum tempo escondidos e planejavam o futuro.

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Januário e Santana lhe deram uma surra ao descobrirem que ele se envolveu com a moça. Revoltado por não poder casar-se
com a moça e por não querer morrer nas mãos do pai dela, Luiz Gonzaga fugiu de casa e ingressou no exército no Crato
(Ceará).

Com a Revolução de 30 viaja pelo país. Em 1933, servindo em Minas Gerais, é reprovado num concurso de músico para o
exército, passa a ser o corneteiro da tropa. Tem aulas de sanfona com o soldado Domingos Ambrósio.

Luiz Gonzaga deixa o exército, depois de nove anos sem dar notícias à família. Foi para o Rio de Janeiro e passou a tocar nos
mangues, no cais em bares, nos cabarés da Lapa, além de se apresentar nas ruas, passando o chapéu para recolher dinheiro.
Começou a participar de programas de calouros, inicialmente sem êxitos, até que, no programa de Ary Barroso, na Rádio
Nacional, solou uma música sua, "Vira e mexe" e ficou em primeiro lugar.

A partir de então, começou a participar de vários programas


radiofônicos, inclusive gravando discos, como sanfoneiro, para outros
artistas. Tocando como sanfoneiro da dupla Genésio Arruda e Januário,
é descoberto e levado pela gravadora RCA Vitor, a gravar seu primeiro
disco.

Prosseguiu fazendo programas de rádios, que estavam no auge e tinham


artistas contratados. Trabalhou na Rádio Clube do Brasil e na Rádio
Tamoio e prosseguia gravando seus mais de 50 solos de sanfona. Em
1943, já na Rádio Nacional, passou a se vestir como vaqueiro nordestino
e começou a parceria com Miguel Lima, que colocou letra em "Vira e
mexe", transformando-a em "Chamego", com bastante sucesso. Nessa
época, recebeu de Paulo Gracindo o apelido de Lua.

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Sua parceria com Miguel Lima decolou e várias músicas
fizeram sucesso: "Dança, Mariquinha" e "Cortando Pano",
"Penerô Xerém" e "Dezessete e Setecentos", agora gravadas
pelo sanfoneiro e, também cantor, Luiz Lua Gonzaga. No
mesmo ano, tornou-se parceiro do cearense Humberto
Teixeira, com quem sedimentou o ritmo do baião, com
músicas que tematizavam a cultura e os costumes nordestinos.
Seus sucessos eram quase anuais: "Baião" e "Meu Pé de Serra"
(1946), "Asa Branca" (1947), "Juazeiro" e "Mangaratiba" (1948)
e "Paraíba" e "Baião de Dois" (1950).

Em 1945, assumiu a paternidade de Gonzaguinha, seu filho


com a cantora e dançarina Odaléia. E em 1948, casou-se com
Helena das Neves. Dois anos depois, conheceu Zé Dantas,
seu novo parceiro, pois Teixeira cumpria mandato de
deputado estadual, afastando-se da música. Já em 1950,
fizeram sucesso com "Cintura Fina" e "A Volta da Asa
Branca". Nessa década, a música nordestina viveu sua fase
áurea e Luiz Gonzaga virou o Rei do Baião.

Outros ritmos, como a bossa-nova, subiram ao palco. O Rei do Baião voltou a fazer shows pelo interior, sem perder a
popularidade. Zé Dantas faleceu em 1962 e o rei fez parcerias com Hervê Cordovil, João Silva e outros. "Triste Partida"
(1964), de Patativa do Assaré, foi também um grande sucesso. Suas músicas começaram a ser regravadas pelos jovens cantores:
Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Caetano Veloso, que o citavam como uma das influências. Durante os anos 70, fez shows no
Teatro Municipal, de São Paulo e no Tereza Raquel, do Rio de Janeiro.
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Nos anos 80, sua carreira tomou novo impulso. Gravou com Raimundo Fagner, Dominguinhos elba Ramalho, Milton
Nascimento etc. Cantou para o Papa Paulo II em Fortaleza. Cantou em París a convite da cantora amazonense Nazaré
Pereira. Recebeu o prêmio Nipper de ouro e dois discos de ouro pelo disco "Sanfoneiro Macho". Sua dupla com
Gonzaguinha deu certo. Fizeram shows por todo o país com "A Vida de Viajante", passando a ser chamado de Gonzagão.

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Em 84, recebeu o primeiro disco de ouro com "Danado de Bom". Por esta época apresentou-se duas vezes na Europa; e
começaram a surgir os livros sobre o homem simples e, por vezes, até ingênuo, que gravou 56 discos e compôs mais de 500
canções.Em 1988 se separa de Helena e assume o relacionamento com Edelzita Rabelo.

Luiz Gonzaga foi internado no Recife, no Hospital Santa Joana, no dia 21 de junho de 1989 e no dia 2 de agosto veio a falecer
vítima de parada cardiorrespiratória. Foi velado em Juazeiro do Norte e posteriormente sepultado em seu município natal.

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CRONOLOGIA DA VIDA DE LUIZ GONZAGA
1912
Dia 13 de dezembro, sexta-feira. Nasce LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO, na Fazenda Caiçara em Exu, situada junto a
Serra do Araripe, Pernambuco. Segundo dos nove filhos do casal Januário José dos Santos, o Mestre Januário, sanfoneiro de 8
baixos afamado na região e Ana Batista de Jesus, conhecida por Santana.

1920
O filho do Mestre Januário recebe seu primeiro cachê ao
tocar substituindo o sanfoneiro em festa tradicional na
fazenda: 20$000 (vinte mil réis). Ainda adolescente, torna-se
conhecido em boa parte das regiões vizinhas.

1926
Aos treze anos, Luiz Gonzaga compra sua primeira sanfona,
na cidade de Ouricuri, graças ao empréstimo concedido pelo
coronel Manoel Ayres de Alencar: um 8 Baixos, Koch, marca
veado, igual ao do Mestre Januário, ao preço de 120 mil réis.
Quando saldou sua dívida, anunciou ao coronel Ayres que
não iria mais trabalhar com ele, pois a partir de então, seria
sanfoneiro profissional.

1929
Participa de um grupo de escoteiros e conhece Nazarena, por quem se apaixona e com quem namora às escondidas. Rejeitado
pelo pai da moça, de família importante, aproveita o dia da feira e vai tirar satisfações da desfeita armado com uma faquinha,

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após uns goles de cana. Leva uma surra de Santana e foge de casa para o
Crato, no Ceará, onde vende sua sanfoninha de 8 baixos.

1930
Luiz Gonzaga aumenta sua idade para sentar praça no Exército, na cidade de
Fortaleza. Com o advento da Revolução de 30 segue em missão militar pelo
Brasil como soldado Nascimento. Mestre Januário consegue reaver a
sanfona vendida no Crato por 80 mil réis, através de um amigo, o Sr. José
Lindolfo.

1931
Após o término do tempo legal de serviço militar, o soldado Nascimento
escolhe continuar servindo no Exército, instituição que representou o papel
de uma grande e importante escola. Nas horas vagas acompanhava, pelos
programas de rádio, os sucessos musicais da época.

1933
Por não conhecer a escala musical, é reprovado num concurso para músico
numa unidade do exército em Minas Gerais. Vira tambor-corneteiro e ganha
o apelido de "bico de aço".

1936
Gonzaga aprende a tocar sanfona de 120 baixos em Minas Gerais, com um
soldado de polícia chamado Domingos Ambrósio. Para treinar, adquire uma
sanfona de 48 baixos e aproveita as folgas da caserna para tocar em festas.

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1938
Gonzaga é ludibriado por um caixeiro-viajante, a quem paga 500 mil réis em prestações mensais para adquirir uma sanfona
branca, Honner, de 80 baixos. Foge do quartel em Ouro Fino (MG), para ir buscar a sanfona em São Paulo. Lá chegando,
descobre que não vendiam sanfona no endereço que o caixeiro lhe dera. Ao retornar ao hotel onde se hospedara, acaba
comprando uma sanfona igualzinha à que tinha ido buscar, pelo valor das prestações que faltavam pagar, 700 mil réis e que ele
havia arrecadado com a venda da sanfona de 48 baixos.

1939
Luiz Gonzaga dá baixa das Forças Armadas, impulsionado
por um decreto que proibia para os soldados um
engajamento superior a dez anos no Exército. Desembarca
no Rio com bilhetes comprados para Recife, de navio e Exu,
de trem. Enquanto aguardava a chegada do navio que o
levaria ao Recife, resolve conhecer o Mangue, o bairro
boêmio vizinho. E lá, com sua sanfona Honner branca, faz
sucesso tocando valsas, tangos, choros, foxtrotes e outros
ritmos da época. Através de um músico amigo, o baiano
Xavier Pinheiro, casado com uma portuguesa, Gonzaga vai
morar no morro de São Carlos, à época tranqüilo reduto
português no Rio.

1940
Luiz Gonzaga modifica o seu repertório, pressionado por estudantes cearenses e consegue tirar nota máxima no programa
Calouros em desfile, de Ary Barroso, na Rádio Tupi executando a música Vira e Mexe, um "xamego" (chorinho) lá do seu pé-
de-serra. Pouco tempo depois vai trabalhar com Zé do Norte no programa A hora sertaneja, na Rádio Transmissora. Chega ao

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Rio seu irmão José Januário Gonzaga, fugindo da seca devastadora e trazendo um pedido de ajuda por parte de Santana. Zé
Gonzaga passa a morar com o irmão.

1941
5 de março. Data da primeira participação de Luiz Gonzaga
numa gravação da Victor, atuando como sanfoneiro da dupla
Genésio Arruda e Januário França, na "cena cômica" A
viagem de Genésio. Seu talento chama a atenção de Ernesto
Augusto Matos, chefe do setor de vendas da Victor. E no dia
14 de março Luiz Gonzaga grava, assinando pela primeira vez
como artista principal e exclusivo da Victor, quatro músicas
que são lançadas em dois 78 rotações. É publicada a primeira
reportagem sobre Luiz Gonzaga na revista carioca Vitrine,
com o título Luiz Gonzaga, o virtuoso do acordeom. Ainda
em 41, Gonzaga grava mais dois 78 rotações. O sucesso havia
chegado e Gonzaga já era chamado como "o maior sanfoneiro
do nordeste e até do Brasil".

1944
O apelido "Lua", invenção de Dino 7 Cordas pelo rosto arredondado de Gonzaga, é divulgado pelo radialista Paulo Gracindo
na Rádio Nacional.

1945
11 de abril. Luiz Gonzaga grava o 25º disco de sua carreira como sanfoneiro e o primeiro como cantor, com as músicas Dança
Mariquinha, mazurca de sua autoria com letra de Miguel Lima e Impertinente, polca também de sua autoria, instrumental.
Mas a afirmação como intérprete só chega com o 31º disco, lançado em novembro, pelo sucesso estrondoso da mazurca

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Cortando o pano, uma parceria com Miguel Lima e Jeová Portella. Em 22 de setembro nasce Luiz Gonzaga do Nascimento
Júnior, Gonzaguinha, fruto de um relacionamento com a cantora Odaléia Guedes. Desejoso de encontrar o parceiro certo
para expressar sua musicalidade sertaneja, Luiz Gonzaga procura o cearense Lauro Maia. Este apresenta-lhe o cunhado,
também cearense, advogado e poeta, Humberto Teixeira. Era o mês de agosto. Esse primeiro encontro rendeu a primeira
parceria, No meu pé de serra, xote que só seria gravado em novembro do ano seguinte.

1946
No mês de outubro o conjunto Quatro Ases e um Coringa,
da Odeon, acompanhado pela sanfona de Luiz Gonzaga,
grava a segunda parceria de Gonzaga e Humberto Teixeira, a
música Baião, sucesso em todo país. Depois de receber a
visita de Santana, Gonzaga volta à sua terra exu, após 16 anos
ausente. No retorno para o Rio, passa pela primeira vez no
Recife, participando de vários programas de rádio e muitas
festas. Nesse momento conhece Sivuca, Nelson Ferreira,
Capiba e Zédantas estudante de medicina, músico por
vocação, apaixonado pela cultura nordestina.

1947
Luiz Gonzaga grava em março o 78 rpm que se tornaria um
clássico da música brasileira: a toada Asa Branca, sua terceira
parceria com Humberto Teixeira, inspirado no repertório de
tradição oral nordestino. A partir desse ano, Luiz Gonzaga
adota o chapéu de couro semelhante ao usado por Lampião,
a quem tinha verdadeira admiração, à sua apresentação
artística, - embora a Rádio Nacional ainda não o permitisse

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apresentar-se 'como cangaceiro' nos seus programas -
assumindo, ao mesmo tempo em que também plasmava, a
identidade nordestina no cenário nacional.

Num domingo de julho, Gonzaga conhece na Rádio


Nacional, a contadora Helena das Neves Cavalcanti e a
contrata para ser sua secretária. Rapidamente o namoro
acontece e Gonzaga pensa em casar.

1948
No dia 16 de junho Luiz Gonzaga e Helena casam-se no Rio
de Janeiro e passam a morar, juntamente com a mãe de
Helena, dona Marieta, no bairro de Cachambi.

1949

Aproveitando uma folga entre as gravações, Luiz Gonzaga


leva a esposa e sogra para conhecerem o Araripe e sua terra.

Porém, interrompem a viagem quando estavam no Crato, por causa das desavenças e mortes entre os Sampaio e os Alencar.
A grande violência que marcava a disputa entre os clãs rivais ameaçava sua família, ligada aos Alencar. Preocupado, Gonzaga
aluga uma casa no Crato, para onde leva seus pais e irmãos enquanto preparava a mudança de sua família para o Rio de
Janeiro, o que ocorreu ainda em 49.

1950
Em janeiro, o médico formando Zédantas chega ao Rio, a fim de prestar residência no Hospital dos Servidores, para alegria

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de Gonzaga, que vai esperá -lo na plataforma da estação de trem. Nesse ano, Luiz Gonzaga lançou, gravando ou cedendo para
outros intérpretes, mais de vinte músicas inéditas, a maioria parcerias com Humberto Teixeira e Zédantas que se tornariam
clássicos da MPB. Em junho lança a música A dança da moda, parceria com Zédantas que retratava a febre nacional pelo
baião.

1951
Luiz Gonzaga já era o consagrado 'Rei do Baião' e o
advogado Humberto Teixeira o 'Doutor do Baião'! Em maio
Luiz Gonzaga sofre um grave acidente de carro, junto com
seus músicos: João André Gomes, apelidado Catamilho, do
zabumba e Zequinha, do triângulo. Humberto Teixeira
candidata-se a Deputado Federal e recebe o apoio do
parceiro.

Durante todo o ano de 51 Gonzaga foi convidado


permanente da série No Mundo do Baião, produzido por
Zédantas, parte das atrações do Departamento de Música
Brasileira da Rádio Nacional, cuja direção era de Humberto
Teixeira.

Gonzaga havia aproximado os dois parceiros, mas essa convivência era difícil e durou pouco tempo. Foi No Mundo do Baião
que Luiz Gonzaga coroou, com chapéu de couro, Carmélia Alves como Rainha do Baião. Ela interpretava o baião com
acompanhamento de orquestra e levava a música do Rei para as boates e ambientes da elite. Luiz Gonzaga e Helena adotam
uma menina: Rosa Maria.

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1952
Outubro de 1952, data do 71º disco da carreira de Gonzaga, o último 78 rpm com Humberto Teixeira, músicas já lançadas
em anos anteriores. Hervê Cordovil é apresentado à Gonzaga por Carmélia Alves e tornam-se parceiros.

1953
Catamilho é afastado por Gonzaga do seu conjunto e Zequinha o acompanha. Gonzaga contrata Jurai Nunes, o Cacau, para
tocar zabumba e Oswaldo Nunes Pereira, o Xaxado para o triângulo. Mais tarde, por causa de sua baixa estatura, Xaxado seria
apelidado de Salário Mínimo.

1954
Luiz Gonzaga conhece Neném, mais tarde Dominguinhos, aos 14 anos, na cidade de Garanhuns. Nesse mesmo ano seu
primo, o vaqueiro Raimundo Jacó, é assassinado na região do Araripe.

1955
1955 Luiz Gonzaga apresenta o trio formado por Marinês,
Abdias e Chiquinho, que ficou conhecido como Patrulha de
Choque Luiz Gonzaga.

1956
Marinês é coroada Rainha do Xaxado na Rádio Mayrink
Veiga. A cantora japonesa Keiko Ikuta grava as músicas Baião
de Dois e Paraíba.

1960
11 de junho: morre Santana, vitimada pela doença de Chagas, no Rio de Janeiro. 05 de novembro: Januário, aos 71 anos, casa-
se com Maria Raimunda de Jesus, 32 anos, no Exu. Gonzaga participa, gratuitamente, da campanha de Jânio Quadros à
Presidência da República.
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1961
Gonzaguinha vai morar com o pai em Cocotá, Rio de Janeiro. Luiz Gonzaga torna-se maçom e sofre outro acidente de carro
que lhe desfigura o lado direito do rosto, ferindo gravemente o seu olho.

1962
11 de março: morre Zédantas, aos 41 anos. Luiz Gonzaga conhece João Silva.

1963
Luiz Gonzaga teve sua sanfona Universal, preta, roubada.
Antenógenes Silva, seu amigo e afinador, lhe empresta uma
sanfona branca. A partir de então, adota a cor branca para
suas sanfonas e a inscrição "É do povo" em todos os seus
instrumentos. Luiz Gonzaga conhece o poeta cearense
Patativa do Assaré.

1964
Gonzaga compra terrenos em Exu, onde irá construir o Parque Aza Branca.

1968
Carlos Imperial, apresentador de programas de rádio e televisão espalha o boato de que The Beatles gravara a toada Asa
Branca. Luiz Gonzaga conhece Edelzuíta Rabelo, advogada, numa festa junina em Caruaru.

1971
A Missa do Vaqueiro é celebrada pela primeira vez em memória de Raimundo Jacó. Desde então passa a ser anualmente
celebrada, tornando-se evento tradicional em Pernambuco.

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1972
Gonzaga apresenta o espetáculo Luiz Gonzaga volta para curtir, no Teatro Tereza Rachel, no Rio, produzido por Capinam,
para uma platéia formada maciçamente por estudantes. Nesse ano, rompe o contrato de 32 anos com a RCA.

1973
Gonzaga é levado para a EMI-Odeon por Fernando Lobo,
onde permanece por dois anos. Recebe o título de Cidadão
Paulista e inicia a reforma dos imóveis que havia comprado
na entrada da cidade de Exu.

1975
Luiz Gonzaga reencontra Edelzuíta, o grande amor da fase
final de sua vida.

1976
Luiz Gonzaga assina novamente contrato com a RCA Victor.

1978
11 de junho: morre o Mestre Januário.

1979
No mês de outubro morre Humberto Teixeira.

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1980
Luiz Gonzaga canta para o Papa João Paulo II na capital cearense. Inicia em parceria com Gonzaguinha, a turnê do show Vida
do Viajante, que percorre várias cidades brasileiras estendendo-se até o ano seguinte, quando é lançado o álbum duplo da
gravação do show, ao vivo.

1982
Luiz Gonzaga viaja para Paris, onde se apresenta na casa de
espetáculos Bobino, na noite de 16 de maio, a convite da
cantora amazonense Nazaré Pereira. A partir desse ano, Luiz
Gonzaga passa a assinar como Gonzagão quase todos os seus
disco, forma como havia sido chamado por ocasião de sua
turnê com Gonzaguinha.

1984
Gonzaga recebe o primeiro disco de Ouro com o LP Danado
de Bom, no qual tinha João Silva por principal parceiro e que
receberia um segundo Disco de Ouro em seguida. João Silva
seria seu grande parceiro, a partir de então. Morre Jackson do
Pandeiro. Gonzaga recebe o Prêmio Shell.

1985
Gonzaga recebe o prêmio Nipper de Ouro, homenagem
internacional da RCA a um artista de seu quadro. Luiz
Gonzaga recebe dois discos de ouro para o LP Sanfoneiro
Macho.

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1986
Luiz Gonzaga participa do festival de música brasileira na França, Couleurs Brésil evento que inaugura o programa dos anos
Brasil-França 86-88. O Rei do Baião apresentou-se na Grande Halle de La Villette no show de encerramento, junto com
outros artistas brasileiros, para um público aproximado de 15 mil pessoas. O LP Forró de Cabo a Rabo, deu a Luiz Gonzaga
dois discos de ouro e um de platina.

1988
Em junho pede o desquite, separa-se de Helena e assume o relacionamento com Edelzuíta Rabelo. Neste ano também
desliga-se definitivamente da RCA.

1989
Luiz Gonzaga grava pela Copacabana Records seus últimos discos. 21 de junho: é internado no Hospital Santa Joana, no
Recife. 02 de agosto: morre Luiz Gonzaga, aos 76 anos de idade.

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Sucessos
- A dança da moda, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
- A feira de Caruaru, Onildo Almeida (1957)
- A letra I, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
- A morte do vaqueiro, Luiz Gonzaga e Nelson Barbalho (1963)
- A triste partida, Patativa do Assaré (1964)
- A vida do viajante, Hervé Cordovil e Luiz Gonzaga (1953)
- Acauã, Zé Dantas (1952)
- Adeus, Iracema, Zé Dantas (1962)
- Á-bê-cê do sertão, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
- Adeus, Pernambuco, Hervé Cordovil e Manezinho Araújo (1952)
- Algodão, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
- Amanhã eu vou, Beduíno e Luiz Gonzaga (1951)
- Amor da minha vida, Benil Santos e Raul Sampaio (1960)
- Asa-branca, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1947)
- Assum-preto, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
- Ave-maria sertaneja, Júlio Ricardo e O. de Oliveira (1964)
- Baião, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1946)
- Baião da Penha, David Nasser e Guio de Morais (1951)
- Beata Mocinha, Manezinho Araújo e Zé Renato (1952)
- Boi bumbá, Gonzaguinha e Luiz Gonzaga (1965)
- Boiadeiro, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1950)
- Cacimba Nova, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1964)
- Calango da lacraia, Jeová Portela e Luiz Gonzaga (1946)
- O Cheiro de Carolina, - Sua Sanfona e Sua Simpatia -
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Amorim Roxo e Zé Gonzaga (1998)
- Chofer de praça evaldo Ruy e Fernando Lobo (1950)
- Cigarro de paia, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1951)
- Cintura fina, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
- Cortando pano, Jeová Portela, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
- Dezessete légua e meia, Carlos Barroso e Humberto Teixeira (1950)
- Feira de gado, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
- Firim, firim, firim, Alcebíades Nogueira e Luiz Gonzaga (1948)
- Fogo sem fuzil, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1965)
- Fole gemedor, Luiz Gonzaga (1964)
- Forró de Mané Vito, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
- Forró de Zé Antão, Zé Dantas (1962)
- Forró de Zé do Baile, Severino Ramos (1964)
- Forró de Zé Tatu, Jorge de Castro e Zé Ramos (1955)
- Forró no escuro, Luiz Gonzaga (1957)
- Fuga da África, Luiz Gonzaga (1944)
- Hora do adeus, Luiz Queiroga e Onildo Almeida (1967)
- Imbalança, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1952)
- Jardim da saudade, Alcides Gonçalves e Lupicínio Rodrigues (1952)
- Juca, Lupicínio Rodrigues (1952)
- Lascando o cano, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
- Légua tirana, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1949)
- Lembrança de primavera, Gonzaguinha (1964)
- Liforme instravagante, Raimundo Granjeiro (1963)
- Lorota boa, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1949)
- Moda da mula preta, Raul Torres (1948)

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- Moreninha tentação, Sylvio Moacyr de Araújo e Luiz Gonzaga (1953)
- No Ceará não tem disso, não, Guio de Morais (1950)
- No meu pé de serra, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1947)
- Noites brasileiras, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
- Numa sala de reboco, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1964)
- O maior tocador, Luiz Guimarães (1965)
- O xote das meninas, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
- Ô véio macho, Rosil Cavalcanti (1962)
- Obrigado, João Paulo, Luiz Gonzaga e Padre Gothardo (1981)
- O fole roncou, Luiz Gonzaga e Nelson Valença (1973)
- Óia eu aqui de novo, Antônio Barros (1967)
- Olha pro céu, Luiz Gonzaga e Peterpan (1951)
- Ou casa, ou morre elias Soares (1967)
- Ovo azul, Miguel Lima e Paraguaçu (1946)
- Padroeira do Brasil, Luiz Gonzaga e Raimundo Granjeiro (1955)
- Pão-duro, Assis Valente e Luiz Gonzaga (1946)
- Pássaro carão, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1962)
- Pau-de-arara, Guio de Morais e Luiz Gonzaga (1952)
- Paulo Afonso, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1955)
- Pé de serra, Luiz Gonzaga (1942)
- Penerô xerém, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
- Perpétua, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1946)
- Piauí, Sylvio Moacyr de Araújo (1952)
- Piriri, Albuquerque e João Silva (1965)
- Quase maluco, Luiz Gonzaga e Victor Simon (1950)
- Quer ir mais eu?, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1947)

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- Quero chá, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1965)
- Padre sertanejo, Helena Gonzaga e Pantaleão (1964)
- Respeita Januário, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
- Retrato de Um Forró,Luiz Ramalho e Luiz Gonzaga (1974)
- Riacho do Navio, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1955)
- Sabiá, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1951)
- Sanfona do povo, Luiz Gonzaga e Luiz Guimarães (1964)
- Sanfoneiro Zé Tatu, Onildo Almeida (1962)
- São-joão na roça, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1952)
- Siri jogando bola, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1956)
- Vem, morena, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
- Vira-e-mexe, Luiz Gonzaga (1941)
- Xanduzinha, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
- Xote dos cabeludos, José Clementino e Luiz Gonzaga (1967)

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