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PLANEJAMENTO E

AVALIAÇÃO DO
TRANSPORTE
Prof. Heber Oliveira
Módulo: Introdução ao Planejamento e Operações dos Transportes
Sumário
1. Introdução
2. Histórico Brasileiro
3. Tipos de Planejamento
4. Processo do Planejamento
5. Etapas do Planejamento
6. Avaliação das Alternativas de Projeto
INTRODUÇÃO
1. Introdução
- Papel do processo de planejamento de transportes:
- Prever a demanda;
- Avaliar os sistemas, tecnologias e serviços alternativos.

- Cada modalidade de transporte tem características próprias


e únicas a respeito de como os componentes (veículos, redes,
terminais e sistemas de controle) interagem.

- Processo de planejamento refletirá a modalidade


considerada e suas capacidades únicas para atender
necessidades futuras.
1. Introdução
1. Introdução
- Previsão de demanda de viagens ajuda a determinar o tipo
e o tamanho da infraestrutura que serão necessários;

- A escolha de uma opção entre uma lista de diversas


alternativas possíveis é tarefa necessária ao planejador;

- Quando o plano de infraestrutura de transporte tiver sido


concluído, aas questões principais devem ser respondidas:
- Quanto custará o plano?
- De onde virá o dinheiro?
- Em que prioridade os projetos individuais devem ser
orçados?
1. Introdução
- Legislações, de modo geral:
- Municipal: zoneamento da cidade (tipo de
desenvolvimento permitido) e padrões para vias;
- Estadual: alocação dos fundos de transporte e critérios
de projetos para pontes, ciclovias e vias, cruzamentos
ferroviários e aeroportos;
- Federal: financiamento por modalidade.
1. Introdução
- A quantidade de infraestrutura de transporte disponível em
uma região...
OFERTA DE TRANSPORTE,

- Deve estar em equilíbrio com o volume de tráfego...


DEMANDA

- A economia produz a demanda para o transporte;

- A situação do sistema de transporte (oferta) a qualquer


instante no tempo refere-se às infraestruturas existentes e à
qualidade dos serviços prestados.
1. Introdução
- Os volumes de tráfego transportados em cada modalidade,
passageiros ou cargas, baseiam-se na disposição de pagar
(demanda) e no preço da viagem (oferta), expressos em:
- Tempo;
- Custo;
- Frequência;
- Confiabilidade;
- Conforto da viagem.

- Equilíbrio é o resultado de...


- Forças de mercado;
- Ações do governo;
- Tecnologia.
1. Introdução
- Equilíbrio...
- Se os preços da gasolina aumentassem substancialmente,
provavelmente algumas cargas trocariam o caminhão
pelo trem. No entanto, se os preços do petróleo se
mantivessem elevados, uma mudança para outras fontes
de energia poderia ocorrer, ou carros e caminhões
econômicos poderiam ser desenvolvidos...

- FORÇAS DE MERCADO -
1. Introdução
- Equilíbrio...
- O desenvolvimento de rodovias afetou o equilíbrio do
transporte ferroviário a favor do rodoviário. Ele também
encorajou as viagens de longa distância por automóvel e
influenciou na queda do setor de ônibus e do transporte
ferroviário de passageiros. Pode-se influenciar o
desenvolvimento do uso do solo proporcionando linhas de
ônibus e pontos de parada em locais estratégicos. Políticas
de acessibilidade podem alterar o equilíbrio entre a
acessibilidade e mobilidade por meio da colocação ou
retirada de semáforos...

- AÇÕES DO GOVERNO -
1. Introdução

- AÇÕES DO GOVERNO -
1. Introdução

- AÇÕES DO GOVERNO -
1. Introdução
- Equilíbrio:
- Novas ideias também tem contribuído para mudanças
significativas no equilíbrio do transporte. A mudança mais
drástica ocorreu com a introdução dos aviões a jato, que
essencialmente eliminaram o transporte de passageiros por
trem, bem como o transporte internacional de passageiros
a vapor. A tecnologia de comunicações também mudou
drasticamente o transporte, proporcionando ao usuário
acesso fácil ao sistema para o planejamento e a montagem
dos itinerários das viagens ...

- TECNOLOGIA -
1. Introdução

- TECNOLOGIA -
1. Introdução
- Custo da viagem em decorrência de congestionamento:
Exemplo de aplicação: Um caminhão faz entrega a um
armazém localizado no centro de uma grande cidade. O caminhão
custa R$ 30,00/h para operar e os custos da mão-de-obra são de R$
35,00/h, incluindo os encargos e benefícios. Durante os períodos
do meio-dia, quando o tráfego é leve, a viagem demora 25 minutos.
Durante os períodos de pico, esse tempo aumenta para 55 minutos,
incluindo aquele gasto nas vias congestionadas da cidade. Qual o
custo adicional para a transportadora entregar as mercadorias no
período de pico?
1. Introdução
- Volume de tráfego com base no princípio oferta e demanda:
Exemplo de aplicação: Uma ponte que liga duas cidades
separadas por um rio foi construída. O custo para utilizá-la, ou seja,
o custo desembolsado por viagem do veículo (C), excluindo o
pedágio, é expresso como C = 50 + 0,50.V, em que V é o número
de veículos/h. As unidades estão em centavos. A demanda de
tráfego para um determinado período de tempo pode ser expressa
como V = 2.500 - 10.C. Diante dessa informação, determine:
a) O volume de tráfego que cruza a ponte sem cobrar pedágio;
b) O volume de tráfego que cruza a ponte se cobrado pedágio de
R$ 0,25;
c) A tarifa de pedágio que produziria a maior receita e a demanda
de viagens resultante.
HISTÓRICO BRASILEIRO
2. Histórico Brasileiro
- Período colonial:
Má situação econômica de Portugal, aliada ao desinteresse
na aplicação de recursos para o desenvolvimento da
colônia.

Sistema precário de vias terrestres


(até 1822, as vias serviam apenas aos engenhos, às
atividades de apreensão de indígenas, ao comércio de
gado e à procura de metais e pedras preciosas).
2. Histórico Brasileiro
- Planos de Viação:
- Plano Rabelo (1838): construção de três estradas reais;
- Plano Moraes (1869);
- Plano Rebouças (1874);
- Plano Ramos de Queiroz (1874/1882);
- Plano Bicalho (1881);
- Plano Bulhões (1882);
- Plano Geral de Viação (1886);
- Plano da Comissão (1890);
- Plano de Viação Férrea (1912);
- Plano Catrambi (1926): base da Rede Rodoviária
nacional.
2. Histórico Brasileiro
- 1911: criado o único órgão central para o planejamento
dos transportes nacional: Inspetoria Federal de Estradas
(IFE);
- 1927: criado o Fundo Especial para a Construção e
Conservação de Estradas de Rodagem;
- 1928: construídas estradas RJ-SP e RJ-Petrópolis (primeira
estrada asfaltada do país):
- RJ-SP: automóvel – de 33 dias para 14 horas.

- 1930:
- 2.255 km de estradas de rodagem;
- 5.917 km de estradas carroçáveis.
2. Histórico Brasileiro
- 1934:
- Plano Nacional Ferroviário e de Estradas de Rodagem:
regulamentar o tráfego rodoviário interestadual;
- Plano Geral Nacional de Viação (PGNV): primeiro
projeto nacional de transportes aprovado oficialmente.
- Natureza multimodal;
- Ênfase modal rodoviário.

- 1937: criado o Departamento Nacional de Estradas de


Rodagem (DNER). Apresentação de Plano de Viação (Plano
Rodoviário Nacional).
2. Histórico Brasileiro
2. Histórico Brasileiro
- 1941: criação do Departamento Nacional de Estradas de
Ferro (DNEF): extinta a Inspetoria Federal de Estradas.

- 1944:
- evolução da malha rodoviária brasileira;
- 06 rodovias longitudinais (norte-sul);
- 15 transversais (leste-oeste);
- 06 ligações (entre as anteriores);
- 35.574 km de estradas (BR’s).

- 1946: criação do Fundo Rodoviário Nacional (FRN).


2. Histórico Brasileiro

Rio - Bahia Via Presidente Dutra (RJ – SP)

Via Anchieta (1940 – 1950)


2. Histórico Brasileiro
- 1951: revisão do PGNV/1934 e elaboração do Plano de
Viação, composto pelos sistemas ferroviário, rodoviário,
fluvial, marítimo a aeroviário, que nunca foi aprovado pelo
Governo Federal;

- 1956: desdobramento do Plano de Viação de 1951, nos


Plano Rodoviário Nacional e Plano Ferroviário Nacional,
aprovado pelo governo JK;

- 1957: desenvolvimento rodoviário (implantação da indústria


automobilística e construção de Brasília).
2. Histórico Brasileiro
- 1964: governo militar instituiu um novo PNV, que estabelecia
uma política de transportes;

- 1973: concebido e aprovado o atual PNV:


- Previsão de revisões quinquenais (nenhuma ocorreu):
- Condições:
- Ligar a capital federal a uma ou mais capitais;
- Ligar duas ou mais rodovias federais;
- Permitir conexões de caráter internacional;
- Permitir o acesso a instalações federais de
importância (parques nacionais, org. militares, etc.).
2. Histórico Brasileiro
- 2006: Plano Nacional de Logística e Transportes,
desenvolvido pelo Ministério dos Transportes em cooperação
com o Ministério da Defesa.
2. Histórico Brasileiro
- Diretrizes:
- Planejamento nacional indicativo;
- Plano para o Estado Brasileiro, não
plano de um governo;
- Continuidade como processo de
planejamento permanente;
- Atrelado a uma visão de
desenvolvimento econômico de
médio e longo prazo, considerando o
contexto global;
- Planejamento do sistema federal de
transportes (nacional e federativo);
2. Histórico Brasileiro
- Diretrizes:
- Orientado para a multimodalidade e
racionalidade da matriz de
transportes;
- Enfoque não tradicional, considerando
fatores logísticos e fatores políticos;
- Gestão institucional do plano –
readequação das estruturas de
planejamento do setor federal de
transportes;
- Compromisso com o território, a
segurança nacional e o meio
ambiente.
2. Histórico Brasileiro
- 2011: Lei nº 12.379, de 06.01.2011: Sistema Nacional de
Viação – SNV.
- Subsistemas Federais:
- Rodoviário;
- Ferroviário;
- Aquaviário; e
- Aeroviário.
2. Histórico Brasileiro
- Lei nº 12.379, de 06.01.2011: Sistema Nacional de Viação.
- Objetivos:
- assegurar a unidade nacional e a integração
regional;
- garantir a malha viária estratégica necessária à
segurança do território nacional;
- promover a integração física com os sistemas viários
dos países limítrofes;
- atender aos grandes fluxos de mercadorias, por meio
de corredores de exportação e abastecimento;
- prover meios e facilidades para o transporte de
passageiros e cargas, em âmbito interestadual e
internacional.
2. Histórico Brasileiro
- Lei nº 12.379, de 06.01.2011: Sistema Nacional de Viação.
- Considerações Gerais:
- Compete à União, a administração do SFV:
planejamento, construção, manutenção, operação e
exploração dos respectivos componentes.

- A União exercerá suas competências relativas ao SFV,


diretamente, por meio de órgãos e entidades da
administração federal, ou mediante:
- concessão, autorização ou arrendamento a
empresa pública ou privada;
- parceria público-privada.
TIPOS DE PLANEJAMENTO
3. Tipos de Planejamento
- Tipos de planejamento:
- Longo prazo:
- Plano Diretor de Transportes: ancorado em um Plano
Diretor de Ocupação Territorial e Uso do Solo;
- Nível de pesquisas/levantamentos: extensos e
demorados (cerca de 02 anos);
- Projeções para 5, 10, 15 e 20 anos: revisões
periódicas para avaliar posições e previsões;
- Embasamento das análises sócio-econômicas;
- Alto custo para elaboração.
3. Tipos de Planejamento
- Tipos de planejamento (cont.):
- Médio prazo:
- Não precisa de pesquisas muito extensas;
- Validade para períodos de 3 a 5 anos, dependendo
da cidade, do crescimento e da vocação (turística,
industrial, comercial, etc.);
- Crescimento populacional desordenado: inviabiliza
qualquer tipo de previsão;
- Pesquisas/Coleta de dados: rápidas e de baixo
custo;
- Duração dos estudos: 8 meses a 1 ano.
3. Tipos de Planejamento
- Tipos de planejamento (cont.):
- Curto prazo:
- Leitura rápida e sucinta das condições de operação
do Sistema de Transporte Público;
- Pequenas modificações na área central da cidade,
buscando maior fluidez do tráfego;
- Garantir ao usuário uma melhoria sensível em curto
prazo (Plano de Ação Imediata de Transporte e
Trânsito – PAITT);
- Antecedem os planos de médio prazo;
- Duração média: 3 a 6 meses.
PROCESSO DO
PLANEJAMENTO
4. Processo do Planejamento
4. Processo do Planejamento
- Numa tentativa de compensar as muitas deficiências
associadas à abordagem funcional de tráfego tradicional ao
planejamento dos transportes, uma variedade de
abordagens tem sido formulada:
- Abordagem sistêmica;
- Abordagem cíclica.
4. Processo do Planejamento
- Abordagem sistêmica – Estrutura recomendada:
4. Processo do Planejamento

Federal Highway Administration


4. Processo do Planejamento
4. Processo do Planejamento
- Abordagem cíclica – Estrutura recomendada:
ETAPAS DO PLANEJAMENTO
5. Etapas do Planejamento
- 1. Estabelecimento de metas e objetivos:
- Essencial para qualquer planejamento;
- Metas:
- Relacionada com a segurança, redução de tempo
de viagem e redução de custos de operação,
buscando avaliar a capacidade de rotas
existentes, propondo rotas alternativas, etc.;
- Objetivos:
- Nortear a elaboração de planos alternativos,
avaliação e tomada de decisão.

- DEFINIÇÃO/IDENTIFICAÇÃO/CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA -
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- Exemplo:

Número de Renda média Número de


Zona de Número
viagens familiar anual pessoas População
Tráfego de carros
geradas/dia (R$/ano) empregadas
1 1.217 R$ 24.500,00 384 786 2.700
2 982 R$ 18.600,00 313 652 2.300
3 1.341 R$ 26.600,00 429 902 2.910
4 1.008 R$ 19.500,00 337 678 2.015
5 1.127 R$ 20.100,00 373 800 2.700
6 833 R$ 17.700,00 298 631 1.957
7 1.430 R$ 26.800,00 406 791 2.512
8 910 R$ 17.900,00 354 698 1.972
9 1.022 R$ 18.900,00 372 810 2.400
10 857 R$ 17.350,00 230 713 2.098
11 1.806 R$ 28.200,00 480 954 2.874
12 1.564 R$ 26.360,00 455 927 3.010
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.1 - Definição da área de estudo (região de tráfego):
- Zoneamento: agrupamento dos dados referentes a
viagens individuais, domicílios e locais de trabalho de
modo a torná-los mensuráveis e fáceis de analisar;
- incluir áreas que apresentem:
- problemas de tráfego ou de infraestrutura;
- desenvolvimentos futuros o período de projeto.
- definida de modo a permitir a necessidade de
menor quantidade de postos de pesquisa.
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.2 - Divisão da área de estudo (região de tráfego):
- Finalidades:
- determinar a origem (O) e o destino (D) das
viagens;
- determinar os fatores que influenciam a geração
das viagens;
- estabelecer os principais corredores de
movimentação.
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.2 - Divisão da área de estudo (região de tráfego):
- Garantir que as informações sejam coletadas
detalhadamente para permitir conclusões
significativas.
- Definir o Centróide: zona que representa o centro da
área estudada. Local de maior concentração de
atividades.
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.2 - Divisão da área de estudo (região de tráfego):
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.2 - Divisão da área de estudo (região de tráfego):
- Não há regra fixa para estabelecer o número ou
tamanho das zonas de tráfego. Depende, em geral:
- densidade populacional;
- concentração das atividades;
- volume de tráfego;
- características de atração/geração de viagens.

- Definição:
- instrumentos de cadastro técnico;
- fotogrametria: mapas a partir de fotos aéreas;
- imagens por satélites.
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- Matriz Origem/Destino (O/D):
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.3 - Pesquisas:
- Domiciliares:
- através de entrevistas feitas diretamente nas
residências (amostragem);
- dados essenciais sobre os atuais desejos e
hábitos de viagens que, em conjunto com os
dados sobre os uso do solo e atividades
econômicas, formam a base para a projeção dos
padrões de viagens futuras;
- conhecimento de fatos relacionados aos
movimentos atuais de todas as viagens de um dia
típico.
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.3 - Pesquisas:
- Domiciliares:
- Critérios (a escolha é função do grau de precisão
desejado e dos recursos financeiros disponíveis):
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.3 - Pesquisas:
- Na via:
- preenchimento de questionários sobre as viagens;
- veículos são parados em postos localizados na via
ou em pontos importantes do sistema viário, e
realizada entrevista com os motoristas.
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.3 - Pesquisas:
- Na via:
- Condições para localização dos postos:
- Visibilidade: < 200m entre o posto e os
veículos;
- Acostamentos: existir acostamentos nos dois
lados da via para facilitar paradas;
- Sinalização: as proximidades dos postos
devem ser sinalizadas para alertar os
motoristas das paradas;
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.3 - Pesquisas:
- Na via:
- Número de entrevistadores:
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.3 - Pesquisas:
- Na via:
- Quanto ao número de vezes:
- Permanentes:
- modo contínuo, 24 horas ao dia;
- contadores elétricos.

- De cobertura:
- realizadas, em períodos de sete dias, uma
vez por ano e realizadas geralmente em
vias secundárias.
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- 2.3 - Pesquisas:
- Na via:
- Quanto ao número de vezes:
- Sazonais:
- realizadas em períodos repetidos de
tempo, porém intermitentes. São as
contagens mais importantes.
- recomendável realizar quatro vezes ao
ano, no período de sete dias, uma em
cada trimestre.
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:

Devido à utilização de apenas uma amostra da população, os


dados obtidos precisam ser extrapolados, devendo-se
determinar um “Fator de Expansão” para a amostra.
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
- Exemplo:
Uma ferrovia cruza em nível uma rodovia de duas faixas
em uma cidade de 150 mil habitantes. O tráfego
aumentou na ferrovia, bem como na rodovia. Vários
acidentes têm ocorrido no último ano, e um estudo de
planejamento é necessário para decidir como melhorar a
situação. Quais informações/dados são necessários para
a realização do estudo?
5. Etapas do Planejamento
- 2. Coleta de Dados:
Solução: Projeto específico e localizado. A área em estudo
incluiria as aproximações ao cruzamento pela rodovia e pela
ferrovia, bem como o cruzamento em si.
- mapa dos traçados da rodovia e ferrovia;
- tipo e localização dos sinais de advertência;
- perfil da rodovia e ferrovia;
- localização dos serviços públicos (energia, telefonia etc.);
- distâncias de visibilidade nas aproximações;
- número de trens e volumes horários na rodovia;
- histórico de acidentes: mortos e feridos;
- tipo e usos do solo nas proximidades.
5. Etapas do Planejamento
- 3. Previsão da demanda futura por transportes:
- Utilização de dados atuais para determinação de
valores em datas futuras: uso do solo, população, renda,
características sócio-econômicas e outros;

- Previsão da demanda futura em quatro estágios/etapas:


- Geração de viagens;
- Distribuição de viagens;
- Divisão intermodal;
- Alocação de tráfego.
5. Etapas do Planejamento
- 3. Previsão da demanda futura por transportes:
- 3.1 - Geração de viagens:
- Estima o número de viagens formadas em uma zona
de tráfego ou outra unidade de geração;
- Modelos/relações matemáticas com propriedades
estatísticas.
5. Etapas do Planejamento
- 3. Previsão da demanda futura por transportes:
- 3.2 - Distribuição de viagens:
- Estima o número de viagens realizadas entre cada
par de zonas de tráfego (interzonas), previstas para
o ano-meta, realizadas por origem e destino.
5. Etapas do Planejamento
- 3. Previsão da demanda futura por transportes:
- 3.2 - Distribuição de viagens:
- Modelos matemáticos e estatísticos:
5. Etapas do Planejamento
- 3. Previsão da demanda futura por transportes:
- 3.3 - Divisão intermodal:
- Estima do número total de viagens futuras, realizadas
por diferente modos de viagens, existentes ou
previstas.
5. Etapas do Planejamento
- 3. Previsão da demanda futura por transportes:
- 3.3 - Divisão intermodal:
5. Etapas do Planejamento
- 3. Previsão da demanda futura por transportes:
- 3.4 - Alocação do tráfego:
- Identifica as rotas mais prováveis de serem escolhidas
pelos usuários, por onde deverão escoar os fluxos de
tráfego;
- Prevê os volumes de tráfego que deverão passar em
cada trecho dessas rotas.
5. Etapas do Planejamento
- 3. Previsão da demanda futura por transportes:
- 3.4 - Alocação do tráfego:
5. Etapas do Planejamento
- 4. Avaliação e seleção de planos alternativos:
- Consiste na análise da eficiência (viabilidade econômica)
de cada alternativa estabelecendo uma ordem de
prioridade para os projetos a serem executados;
- Avalia as alternativas formuladas, visando escolher
aquela que gera mais benefícios ao menor custo;
- Ferramentas de Engenharia Econômica.
5. Etapas do Planejamento
- 5. Implementação dos planos elaborados:
- Elaboração de um programa plurianual de investimentos,
de acordo com as prioridades estabelecidas;
- Reavaliação periódica (a cada 3 ou 5 anos) das
prioridades estabelecidas pelo plano: adaptar aos novos
cenários urbanos, se necessário;
- Flexibilidade: acomodar quaisquer alterações impostas
pelo progresso.
5. Etapas do Planejamento
- Em outras palavras...
- O processo de planejamento dos transportes preveem as
seguintes etapas:
- 1. Definição do problema;
- 2. Identificação das alternativas;
- 3. Análise de desempenho de cada alternativa;
- 4. Comparação entre alternativas;
- 5. Escolha da alternativa (ou combinação de
alternativas) que será implementada.
5. Etapas do Planejamento
- 1. Definição do problema:
- Compreensão do ambiente em que a infraestrutura de
transporte funcionará com base:
- No sistema de transporte atual;
- As características da viagem atual;
- Estudos anteriores do planejamento.

- Compreensão da natureza dos problemas traduzidas em


objetivos e metas.
5. Etapas do Planejamento
- 2. Identificação das alternativas:
- Especificação das opções que poderiam melhorar as
condições atuais a um custo aceitável para o gestor de
transporte, sem danos ao meio ambiente.

- Dependendo da situação, as opções podem incluir várias


tecnologias, malhas, procedimentos operacionais e
estratégias de tarifação.
5. Etapas do Planejamento
- 3. Análise de desempenho de cada alternativa:
- Determinar como cada uma das opções atenderá às
condições atuais e futuras;

- O resultado desta etapa são três conjuntos de


informações para cada alternativa:
- 1. Custo de capital, operacional e de manutenção;
- 2. Fluxo de tráfego (ou economia no tempo de
viagem);
- 3. Impactos (ou níveis de serviço ou desempenho).

- Critérios: alto, médio ou baixo.


5. Etapas do Planejamento
- 4. Comparação entre alternativas:
- Fornecer indicadores de desempenho das várias
alternativas para estabelecer como elas atingem os
objetivos definidos pelos critérios;

- Se os benefícios gerados por uma determinada


alternativa forem maiores do que os custos para construir
e mantê-la, a alternativa é considerada uma candidata
para a seleção;

- Geralmente: análise econômica (engenharia econômica).


5. Etapas do Planejamento
- 5. Escolha da alternativa que será implementada:
- Implica na decisão de prosseguir com uma das
alternativas;

- Nesse ponto, o tomador de decisão tem uma grande


quantidade de informações disponíveis;

- Para alguns tipos de projetos de transporte, a tomada de


decisão se dá simplesmente por meio da escolha da
alternativa com menor custo total. Uma situação que só
existe quando todos os outros fatores são iguais.
AVALIAÇÃO DAS
ALTERNATIVAS DE PROJETOS
6. Avaliação das Alternativas de Projeto
6. Avaliação das Alternativas de Projeto
- Conceitos que podem influenciar a escolha final dos projetos:
- Você tem o que paga;
- Informações utilizadas relevantes para a decisão;
- As avaliações podem descrever o ponto de partida ou
oferecer total transparência;
- A avaliação deve considerar o ponto de vista das
principais partes interessadas;
- Critérios escolhidos relevantes e de fácil medição;
- Indicadores de eficácia representados de várias formas.
6. Avaliação das Alternativas de Projeto
- Avaliação Econômica:
- Determinar...
- o custo real que incorrerá se uma determinada
alternativa de transporte for escolhida;
- qual fornece o maior retorno para o dinheiro
investido.

- Métodos de Engenharia Econômica (critérios econômicos


de tomada de decisão):
- Valor Presente Líquido (VPL);
- Valor Anual Uniforme (VA);
- Taxa Interna de Retorno (TIR);
- Razão Benefício-Custo (RBC).
6. Avaliação das Alternativas de Projeto
- Avaliação Econômica:
- Método do Valor Presente Líquido – VPL:
- Fornece um mecanismo para a conversão de custos
futuros em valores presentes;
- Base comum para a comparação de custos que
ocorrem em diferentes momentos da vida de um
projeto de transportes;
- Quanto menor o VPL (se função de custos ou
investimentos), melhor é a alternativa proposta.
6. Avaliação das Alternativas de Projeto
- Avaliação Econômica:
- Método do Valor Presente Líquido – VPL:

Cn = custos do projeto no ano n. Relacionados com a


infraestrutura (construção, manutenção, custos
operacionais) ou usuários (tempos de viagem ou custos
de acidentes);
N = vida útil da infraestrutura (anos);
i = taxa de juros (em decimais).
6. Avaliação das Alternativas de Projeto
- Avaliação Econômica – Estudo de Caso 01:
- Qual alternativa tem o custo total mais baixo, a uma
taxa de juros anual de 6% e uma vida útil de projeto de
5 anos. Efetuar análise pelo Valor Presente Líquido (VPL).

Alternativa Custo de Construção Tempo Viagem Manutenção


(R$) Anual (R$) Anual (R$)
I 1.430.000,00 42.000,00 54.000,00
II 928.000,00 59.000,00 74.000,00
III 765.000,00 57.000,00 43.000,00
6. Avaliação das Alternativas de Projeto
- Avaliação Econômica:
- Avaliação multicritério:
- Nem todos os indicadores de eficácia, que são
relevantes no processo de decisão, podem ser
reduzidos a valores monetários;

- Pontuação e classificação: a cada alternativa é


atribuída uma pontuação para cada indicador de
eficácia. Os resultados são somados. A alternativa
selecionada é aquela com maior pontuação.
6. Avaliação das Alternativas de Projeto
- Avaliação Econômica – Estudo de Caso 02:
- Qual alternativa tem o custo total mais baixo? Tomar a
decisão com base na Análise Multicritério.
Alt. Tempo CO2 Custo da Viagem Custo Total
(min.) (ton.) (R$) (R$)
I 12 230 10 26
II 17 360 11 11
III 22 420 22 14

Valores por critério


Tempo 30
CO2 10
Custo da Viagem 20
Custo Total 40
PLANEJAMENTO E
AVALIAÇÃO DO
TRANSPORTE
Prof. Heber Oliveira
Módulo: Introdução ao Planejamento e Operações dos Transportes

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